quinta-feira, 31 de maio de 2007

Pousada do Cachoeira

O Secretário Estadual de Esporte, Turismo e Lazer, Cassiano Marques, anunciou nesta semena que a Pousada Ecológica construída pelo governo do Estado no seringal Cachoeira, no município de Xapuri, deverá ser inaugurada no início do mês de julho. O anúncio foi feito durante a visita à pousada de diretores do Banco Mundial que vieram ao Acre conhecer o Projeto de Desenvolvimento Sustentável do governo.

De acordo com Cassiano Marques, a pousada será administrada por uma parceria formada pelo governo, iniciativa privada e comunidade local. O seringal Cachoeira tem atraído nos últimos 20 anos uma grande quantidade de turistas e cientistas, atraídos pela história do líder sindical Chico Mendes, que ali nasceu, e pela beleza e riquezas oferecidas pela floresta. Lá, encontra-se uma das experiências pioneiras do manejo florestal comunitário no município de Xapuri.

Localizada nas proximidades da colocação Fazendinha, sede do seringal Cachoeira, a pousada é uma aposta do governo no desenvolvimento do potencial turístico da região de Xapuri. São diversos chalés simples, mas aparentemente aconchegantes, espalhados na mata virgem, numa das mais bonitas áreas de floresta da região. A empresa responsável pelas obras deverá concluir os trabalhos em meados do mês de junho.

A Secretaria de Turismo está trabalhando em parceria com a Associação Comercial de Xapuri na preparação e fortalecimento do empresariado local para as oportunidades que o crescimento da atividade turística deverá trazer ao município. A associação foi a responsável pela criação do Conselho Gestor de Políticas de Turismo no município. O Governo do Acre vê na atividade turística uma grande possibilidade de geração de riqueza e trabalho com valorização cultural. Até 2010, apenas em programas de fortalecimento, são previstos R$ 46 milhões em investimentos no setor.

terça-feira, 29 de maio de 2007

Troca-troca na Câmara

O suplente de vereador pelo PT, Selmo Dantas, deverá assumir novamente uma cadeira na Câmara, no lugar do atual presidente Ronaldo Ferraz, que retornará a Goiânia nesse mês de junho para dar continuidade a um tratamento de saúde. No mês de março passado, o vereador Ronaldo esteve afastado de suas funções pelo mesmo motivo, mas não cedeu lugar a Selmo Dantas que chegou a ameaçar denunciar o vereador e a mesa diretora da Câmara por agir irregularmente ao não lhe convocar.

Dessa vez parece haver prevalecido o acordo e o bom senso. Ronaldo deverá se ausentar da cidade por mais de um mês e dará a oportunidade para que o suplente do PT retorne à Câmara. Na última vez que assumiu o cargo, Selmo Dantas foi relator da fracassada Comissão Especial de Investigação que tentou descobrir irregularidades do prefeito Vanderley Viana com recurso do Fundef, denunciadas pelo núcleo local do Sinteac. Apesar de algumas evidências, com o apoio da maioria na Casa, Vanderley se safou ileso do episódio.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

A maricota vai rolar

Nada mais eficiente que a proximidade de mais uma eleição para se fazer despertar a atenção para, pelo menos, alguns dos incontáveis exemplos de descaso e descompromisso para com muitos interesses da comunidade local. É isso mesmo. Para a alegria da comunidade boleira da cidade, depois de dois anos de esquecimento, o velho campeonato xapuriense de futebol voltou a ser lembrado. Está previsto para começar no dia 30 de julho.

Os “empresários” da bola já começaram a movimentar o mercado local para a formação das seis ou sete equipes que vão disputar o certame municipal. Dizem que até o próprio prefeito vai ter o seu. Propagam as más línguas que está até oferecendo cargo provisório na prefeitura para seduzir jogadores de agremiações adversárias. O João Simão que se cuide para não perder seus pupilos.

Mistério no Seringal Cachoeira

O seringueiro Nilson Mendes, 44 anos, primo de Chico Mendes e uma das principais referências da prática do manejo florestal comunitário do município de Xapuri, é um homem acostumado com a vida na mata e com os mistérios da floresta.
Não são poucas as narrativas em que ele relata casos em que fenômenos no mínimo estranhos à compreensão humana amedrontaram a ele mesmo e a uma outra boa quantidade de seringueiros afamados pela habilidade em percorrer as estreitas estradas de seringa e as “batidas” de caça em fuga.

O fato a seguir foi contado ao jornalista Élson Martins, que o publicou em sua coluna Almanacre, no jornal Página 20:

Bom caçador, Nilson tinha muita carne de caça em casa. Mesmo assim, sentiu “cuíra” para ir matar um veado “de espera” na madrugada. Levou uma espingarda calibre 12, com cinco cartuchos, uma lanterna, banana e farinha para comer. Armou sua rede a três metros do chão numa árvore, junto ao “barreiro” (local de comida do veado) e permaneceu quieto, atento aos sons do seu “paraíso perdido”.

Por volta das 3h30, o bicho apareceu. Calmamente, Nilson engatilhou a arma, acendeu a lanterna e... pum! - disparou o primeiro tiro. O veado deu saltos, rodopiou e berrou feio, mas não caiu. Nilson deu um segundo tiro, um terceiro... o bicho continuou rodopiando e berrando. Num dado momento olhou para cima, para o foco da lanterna, de um modo apavorante. “Não é possível”, pensou Nilson. “Não posso ter errado três tiros... e não vou gastar cinco cartuchos com um veado só.”

Intrigado e temeroso, desceu da rede com a espingarda e a lanterna na mão, mirou a jugular do bicho e bem de perto disparou o quarto cartucho. Mas o animal não só não caiu, como se voltou para ele transformado em pura assombração.

O caçador voltou a subir na árvore devagarzinho, agora no escuro e tonto de medo. Ao enfiar a mão na rede, topou com alguma coisa dentro dela:

“Era uma coisa estranha, peluda, não tive coragem de acender a lanterna para ver. Preferi descer, devagar e no escuro, e passo a passo fui me distanciando daquela agonia sem olhar para trás. Nunca mais voltei ao local. Eu poderia ter morrido naquela noite!”, diz o caçador.

Na semana passada, Nilson Mendes esteve em Xapuri relatando um fato novo e igualmente estranho: em algumas colocações do seringal Cachoeira, as árvores têm aparecido envergadas e amarradas uma nas outras em forma de arco. O fato, segundo Nilson, está chamando a atenção de seringueiros e desafiando a curiosidade de muita gente.

O seringueiro afirma que o fenômeno não pode ser de autoria humana, mas não pode imaginar o que estaria por trás dos misteriosos acontecimentos. Nilson nos fez um convite para ir até um desses locais para fazer registro fotográfico das inusitadas ocorrências que, segundo ele, não são criação da mente supersticiosa de moradores da região. Iremos até lá na próxima semana.

sexta-feira, 25 de maio de 2007

O Alto Acre é o lugar da sustentabilidade

O professor Ecio Rodrigues, doutor em Desenvolvimento Sustentável pela UnB e professor da Ufac, mostra porque, com uma variada gama de projetos de manejo florestal certificado, a região de Xapuri e Brasiléia, no Acre, está se tornando o principal lugar da sustentabilidade amazônica.

Ecio Rodrigues

É bem provável que nenhuma outra região da Amazônia tenha sido palco de tamanha gama de experiências produtivas, ditas sustentáveis, que a região do Alto Acre, no estado de mesmo nome. De Capixaba a Assis Brasil, todos os cinco municípios, em maior ou menor grau, sediou projetos destinados tanto a minimizar os impactos da expansão agrícola e pecuária, quanto para oferecer alternativas competitivas oriundas do setor florestal.

Identificar e diagnosticar as razões para que isso ocorresse, ainda é uma lacuna que a academia deveria se ocupar. Algumas monografias e dissertações de mestrado seriam necessárias para explicar essa concentração de alternativas produtivas. Se, por um lado, a total falta de acesso rodoviário a esses municípios, à época da instalação desses projetos, desestimularia a opção por essa região, por outro, o trabalho de lideranças expressivas, como Wilson Pinheiro e Chico Mendes, trouxe um estímulo importante para optar por ela. Sem embargo, um olhar mais acurado, seguramente, apontará outras razões que precisam ser melhor conhecidas.

Mas o fato é que para a sociologia, economia, engenharia florestal e outros campos da ciência, o Alto Acre é um laboratório precioso para se compreender a realidade atual da Amazônia.

Afinal, foi ali que o movimento dos seringueiros, representado por suas associações de produtores, rurais e extrativistas, com o imprescindível apoio de um agente financiador recém criado, o Ministério do Meio Ambiente (sobretudo por meio do Programa Piloto, Projetos Demonstrativos - PD/A, Fundo Nacional do Meio Ambiente - FNMA e a Secretaria de Coordenação da Amazônia), promoveu a execução de várias experiências de produção que, atualmente, possuem seu enquadramento nos ideais de sustentabilidade facilmente reconhecido.

Ocorre que, durante a década de 1990, a Amazônia se viu impregnada de vários projetos comunitários destinados à adequação da produção primária na região. E foi no Alto Acre que se conceberam e criaram as primeiras unidades de Reservas Extrativistas, ainda com a denominação inicial de Projeto de Assentamento Extrativista e inserido no Programa Nacional de Reforma Agrária. Foi ali, também, que se instalaram os primeiros açudes de piscicultura associados ao plantio de sistemas agroflorestais, sistemas esses com o maior nível de diversificação de espécies florestais já vistos.

Projetos como o de manejo de taboca para produção de móveis em Assis Brasil, de manejo comunitário de madeira para produção de móveis finos no seringal Cachoeira, em Xapuri, (já certificado com o selo verde do FSC), de sementes florestais de Brasiléia, de manejo florestal de uso múltiplo do seringal São Luis do Remanso em Capixaba (único no país com certificação do FSC para uso múltiplo) e de castanha em Epitaciolândia, somente para citar alguns, demonstram que os ideais de Chico Mendes, de uma Amazônia conservacionista, foram bem assimilados por sua base sindical.

Não foi sem razão que essa região tem recebido atenção especial nesses últimos oito anos. Seguindo a experiência dessas iniciativas foram instaladas indústrias florestais de grande porte no Alto Acre, como a de pisos de madeira e a de preservativos masculinos, além das duas usinas de castanha.

Com pavimentação, pontes e a regularização no fornecimento de energia elétrica o Alto Acre está pronto para deslanchar. Em um futuro próximo, será possível saber, se a mão invisível do mercado pendeu para a floresta ou para o agronegócio.


(*) Ecio Rodrigues é Professor da Ufac, Engenheiro Florestal, Especialista em Manejo Florestal e Mestre em Economia e Política Florestal pela UFPR e Doutor em Desenvolvimento Sustentável pela UnB.

Publicado pela agência de notícias Kaxiana em 11 de dezembro de 2006.

quinta-feira, 24 de maio de 2007

GRPU/AC fiscalizará dragas ilegais


A Gerência Regional do Patrimônio da União no Estado do Acre (GRPU/AC), vinculada à Secretaria do Patrimônio da União do Ministério do Planejamento, SPU, inicia nesta quinta-feira (24/5), um trabalho de fiscalização sobre o uso desordenado e ilegal dos areais do rio Acre. A operação terá a participação da Polícia Federal, que cederá a infra-estrutura de barcos e equipes de suporte.

A medida visa proteger o rio, que apresenta leito e margens degradados em visível processo de assoreamento e erosão. Os rios brasileiros – denominados de áreas marginais – são do acervo patrimonial da União.

A fiscalização da GRPU/AC deverá recair sobre os responsáveis pela retirada de areia do rio Acre para uso comercial, com a utilização de dragas (equipamento de extração de areia).

De acordo com o titular da representação da SPU no estado, Glenilson Figueiredo, inicialmente serão notificados os proprietários de dragas. Em etapa posterior será produzido um cadastro de todos os dragueiros em atividade na região. Ele explicou que a extração de areia terá de atender aos padrões exigidos por lei. “As normas incluem licenças ambientais e autorização do Ministério de Minas e Energia para a realização da atividade” disse ele.

O representante da SPU acrescentou que, para efeito de legalização, toda área usada para a retirada de areia será passível de cobrança de taxa de ocupação. O valor do recolhimento para a União deverá variar de acordo com o tamanho da área utilizada. A atividade de extração não regularizada junto a Gerência Regional do Patrimônio da União será considerada ilegal, cabendo a interdição das máquinas e multas de até R$ 7 mil.

Agressão ao rio – Em Rio Branco, mais de 33 empresas realizam a extração, cada uma delas ocupando áreas de 3 a 5 hectares. No processo de retirada de areia é ancorada uma draga dentro do rio. Esse equipamento conduz a areia do fundo do rio, por meio de canos, para uma área próxima. Como os canos estão furados, parte da água que vem junto com a areia alaga o percurso até o onde o material é depositado. Uma patrol encarrega-se de encher os caminhões que chegam. Na área usada formam-se grandes crateras.

Conforme denúncias da população ribeirinha, as dragas estão derramando óleo diesel no rio Acre, contaminando as águas e os espaços que ocupam. O rio Acre, que antes tinha 1 km de extensão, hoje apresenta trechos que podem ser atravessados a pé. A retirada de areia de um rio agride sua calha natural, leva a um aumento da vazão de água e acelera o ritmo de erosão das margens. Além disso, a extração em baixadas provoca cavas, que resultam em lagos, propícios à proliferação do mosquito da dengue.

Extraído do site do Ministério do Planejamento

  • Em Xapuri, a retirada indiscriminada de areia do rio Acre ocasionou o desaparecimento da Praia do Inferno, uma das mais bonitas da região. O funcionamento de uma draga de extração de areia no local está, agora, causando um impacto indireto no bairro Bolívia, situado à margem do rio, abaixo do local da extração, que está ameaçado pela erosão dos barrancos, cujo processo está sendo acelerado pelo intenso tráfego de caminhões carregados de areia na única rua de acesso ao bairro.

Mau exemplo de gestão ambiental

Aterro Sanitário se transformou em pasto para gado

Margens da Estrada da Variante estão virando lixão



Um problema ambiental dos mais graves continua sendo ignorado pelas autoridades em Xapuri. Trata-se do aterro sanitário do município, que desde o início do ano vem sendo alvo de denúncias feitas pela comunidade e por alguns vereadores, em virtude dos perigos que o local destinado a receber o lixo da cidade está oferecendo à saúde pública.

O problema mostra que em Xapuri, a experiência do Projeto de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos para a Amazônia foi um completo fracasso. O projeto, lançado em 2003, se propunha a executar experiências-piloto em nove municípios, sendo um em cada Estado da Amazônia, para testar processos e formas adequadas para enfrentar os graves problemas ambientais e de saúde pública resultantes do lixo urbano gerado.

Os municípios selecionados pelo projeto foram: Cururupú, no Maranhão; Guajará-Mirim, em Rondônia; Juína, em Mato Grosso; Laranjal do Jari, no Amapá; Manicoré, no Amazonas; Porto Nacional, em Tocantins; Xapurí, no Acre; Breu Branco, no Pará e Caracaraí, em Roraima. A esses municípios se juntou, posteriormente, Tucuruí, no Pará.

Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, de acordo com o MMA, é a maneira de conceber, implementar e administrar sistemas de Limpeza Pública considerando uma ampla participação dos setores da sociedade com a perspectiva do desenvolvimento sustentável. Para isso, vários setores da sociedade local foram envolvidos na discussão e na responsabilidade pela implantação e andamento do projeto. Em Xapuri foi firmado um pacto entre prefeitura, Ministério Público e Ibama.

Passados alguns anos, parece que todos esqueceram suas responsabilidades. O que era para ser o aterro sanitário voltou a se tornar o mesmo lixão que existia na entrada da cidade causando transtornos à população e ameaça à aviação, já que se localizava nas proximidades da pista de pouso da cidade. A diferença, agora, é que o lixão está localizado na Estrada da Variante a cerca de 10 km da zona urbana. Atualmente, no local, o lixo encontra-se a céu aberto, sem o menor tratamento, e o que é pior: o gado das fazendas vizinhas está se alimentando do lixo exposto.

As atuais condições de funcionamento do aterro são as piores possíveis. A prefeitura parece ter perdido completamente o interesse pelo projeto e o resultado disso foi que em 2005, por falta de cumprimento de prazos para a apresentação de projetos, não acessou os recursos relativos à segunda fase do programa. Esses recursos seriam destinados à construção do sistema de combustão dos gases produzidos pelo lixo enterrado.

Diariamente, dezenas e dezenas de bois disputam o lixo com ratos e urubus, fato que pode representar um grave perigo para a saúde pública no município, pois o gado da região, por ser de corte, seguramente vai parar na mesa do consumidor. A situação tem gerado reclamações da população e algumas denúncias por parte de alguns vereadores. O Ministério Público ameaçou, mas até o momento não tomou nenhuma medida quanto ao problema.

Como se tudo isso não fosse bastante, os funcionários responsáveis pelo transporte do lixo até o aterro, por pura preguiça (se houver outra razão, por favor, me informem), estão jogando os resíduos nas margens da Estrada da Variante como é possível perceber nas fotografias. Entulhos, restos de construção, tudo espalhado por quase toda a extensão da estrada, entre o prédio do Sesc e a entrada do acesso ao bairro Laranjal. Uma verdadeira imundície, resultante de um trabalho vergonhoso e repugnante de pessoas que não prezam sequer pelo lugar onde vivem.

Nas oportunidades em que se pronunciou sobre o assunto, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente alegou a falta de equipamentos para processar a correta destinação do lixo. O único trator existente para execução desse serviço estava quebrado, sem previsão de conserto.

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Vereador Miranda no programa A Voz do Brasil

A história do vereador José Maria Miranda, do PT de Xapuri, recebeu destaque, nesta quarta-feira (23), na abertura do programa A Voz do Brasil, veiculado pela Radiobrás em rede nacional, em uma matéria a respeito da Política Nacional sobre o Álcool, cujo decreto de criação foi assinado hoje pelo presidente Luís Inácio Lula da Silva.

Alcoólatra desde a adolescência, José Maria Miranda fez um breve relato do drama pessoal que viveu em virtude do vício, entre os 18 e os 36 anos de idade. Durante esse período, Miranda teve dois casamentos destruídos pela bebida e chegou ao “fundo do poço”, adquirindo, inclusive, sérios problemas de saúde.

Recuperado do vício há exatos 10 anos, 6 meses e 21 dias, como ele mesmo gosta de lembrar, passou a se dedicar ao trabalho de conscientização contra o vício e ao apoio a dependentes químicos, idosos e enfermos. Na política, caminho que inevitavelmente abraçou após a recuperação, conquistou uma vaga de suplente de vereador nas eleições de 2001 e foi eleito vereador em 2004.

A história de José Maria Miranda pode ser considerada uma exceção em um país onde 15% da população é possuidora de determinado grau de dependência de bebidas alcoólicas. Segundo a Organização Mundial de Saúde, o alcoolismo é uma doença física, espiritual e mental. A medicina ainda não sabe por que motivos algumas pessoas desenvolvem a dependência e outras não. Sabe-se que herança genética, personalidade e ambiente social também desencadeiam o problema. A doença pode afetar vários órgãos.

Política Nacional sobre o Álcool

Nesta quarta-feira (23) o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou o decreto de criação da Política Nacional sobre o Álcool. O decreto é um passo importante rumo à proibição, nos horários de grande audiência, da propaganda de bebidas alcoólicas no rádio e na TV.

Entre as diretrizes que serão estabelecidas pelo Executivo está o incentivo para o Ministério da Saúde “regulamentar, monitorar e fiscalizar a publicidade de bebidas alcoólicas”, para proteger segmentos da população mais vulneráveis ao consumo de álcool. Os jovens são o principal alvo.

Na prática, o decreto dá aval à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), vinculada ao Ministério, para que o órgão siga adiante e publique a proposta de alteração da regulamentação dos anúncios de bebidas alcoólicas em todo o país. A diretoria da Anvisa deverá se reunir na próxima semana para fechar o texto da resolução - alvo de polêmica com os meios de comunicação e as agências de publicidade.

O centro da nova norma é a ampliação do conceito de bebida alcoólica. Ela incluirá as que têm teor etílico a partir de 0,5 graus — abrangendo cerveja, bebidas ice e coolers — no grupo que tem os anúncios severamente restringidos. Hoje, apenas aquelas com 13 graus (vinho, uísque e cachaça) sofrem barreiras de publicidade. Pela regra que deve ser aprovada, a propaganda em rádio e TV ficará proibida entre 8h e 20h.

Além disso, nos horários permitidos, a publicidade será acompanhada de frases de advertência do Ministério da Saúde mais contundentes sobre os perigos do álcool. Os anúncios em jornais e revistas permanecem liberados, mas também terão que ser acompanhados de avisos mais duros sobre o risco do álcool à saúde.

Com informações da Agência O Globo

terça-feira, 22 de maio de 2007

Ao trabalho

Depois de quase vinte dias de paralisação, finalmente os alunos poderão voltar às aulas em todas as escolas do estado. Minado pela falta de unidade e desavenças internas em razão da proximidade das eleições no Sinteac, o movimento grevista, que agonizou enquanto existiu, mais uma vez entrega os pontos diante da maior habilidade dos negociadores do governo e da sobra de argumentos em favor da opinião da maioria dos profissionais da educação de que essa greve foi inoportuna e insensata.

Em Xapuri, a decisão do Sinteac em acabar com a greve foi recebida com alegria por pais e responsáveis de alunos que organizavam uma grande manifestação em frente ao núcleo local do sindicato, na tarde de ontem, para exigir o reinício das aulas. O ato perdeu a necessidade quando um carro volante contratado pelo Sinteac anunciou o fim da greve que, em realidade, já havia morrido no nascedouro. Mas, mesmo vencidos na tentativa de dar continuidade a paralisação, os sindicalistas de Xapuri não perderam a pose: “O Sinteac resolveu acabar com a greve”, dizia o locutor.

Agora é hora de voltar às salas de aulas de onde não deviam ter saído. Recuperar o tempo perdido não será fácil, nem é certo que alguém esteja preocupado com isso. O prejuízo será mesmo dos alunos que estão com suas férias comprometidas e serão obrigados a trocar o período em que poderiam estar descansando da jornada escolar pelas horas de reposição do tempo em que os professores estiveram em greve. As aulas deverão entrar janeiro adentro mais uma vez.

Quanto à situação dos professores do município, muitos dos quais são os mesmos que cruzaram os braços nas escolas estaduais, há um silêncio profundo por parte do Sinteac. Sem reajuste desde 2005, a educação e todo o funcionalismo municipal são tratados como se não existissem.

Será que vão esperar decisão de Rio Branco para tomar atitudes aqui em Xapuri?

domingo, 20 de maio de 2007

Velozes, perigosos e impunes






Os dois acidentes ocorridos neste final de semana em Xapuri (clique aqui e leia), que poderiam ter resultado em duas grandes tragédias, chamam a atenção para uma situação preocupante que está se repetindo rotineiramente na cidade, sem que as autoridades responsáveis se atentem para os fatos recorrentes que estão tornando as nossas ruas extremamente inseguras de se andar. Como nas cidades maiores, Xapuri experimenta os efeitos de uma combinação explosiva que comumente termina, na melhor das hipóteses, em grandes prejuízos materiais e ferimentos graves, quando não em dor pela perda de vidas humanas.

Essa mistura, cujos ingredientes são o álcool, a imperícia ao volante e a irresponsabilidade da grande maioria daqueles que se envolvem em acidentes, é responsável por números, que mesmo não tendo sido até hoje informados pelas autoridades policiais como forma de alertar a população para um perigo crescente, são considerados muito altos para uma cidade do porte de Xapuri, que possui apenas duas ruas e algumas travessas. Por vários finais de semana consecutivos, salvo raras exceções, nos últimos meses, são registrados acidentes envolvendo principalmente motocicletas.

São batidas, atropelamentos e outras ocorrências que na sua grande maioria são tratadas como fatos corriqueiros, sendo, muitas vezes, resolvidos entre as partes envolvidas ali mesmo, no local, para se evitar a presença da polícia, pois são raros os casos em que a embriaguez alcoólica não seja a principal responsável pelos acidentes. O trânsito em Xapuri é uma verdadeira zona, pois não há fiscalização. A realização de blitz é caso raro, restrita apenas a algumas datas importantes em que a cidade recebe a visita de pessoas de outros locais do estado. Por isso, principalmente nos finais de semana, motoristas bêbados tomam conta das ruas, muitos, inclusive, sem sequer possuir carteira de habilitação.

Aos ingredientes anteriormente citados, soma-se a impunidade. Rememorem-se as vítimas fatais no nosso trânsito e procurem alguém que tenha recebido uma reprimenda exemplar da justiça. Parece que as autoridades incorporaram a convenção preconceituosa de que o culpado é sempre o pedestre ou o ciclista, que andam pelo meio da rua, espaço considerado restrito aos veículos automotores em uma cidade que não possui calçadas e ciclovias. Aliás, algumas autoridades são as primeira a dar o mau exemplo da irresponsabilidade ao volante.

Desde a criação do Real, advento que trouxe estabilidade econômica ao país, a frota de veículos de Xapuri cresceu infinitamente. Há cerca de 10 anos atrás havia alguns poucos carros na cidade, exclusividade de fazendeiros, comerciantes e alguns poucos funcionários públicos. De lá para cá, tornaram-se perigosamente incontáveis, pois a cidade não evoluiu junto com o poder de compra da população de comprar um carro. As poucas ruas, estreitas e mal conservadas, são disputadas por pedestres, ciclistas e veículos, sendo que os dois primeiros possuem a cultura de andar pelo meio da rua atrapalhando o caminhos dos últimos, cujos condutores parecem haver esquecido que um dia também foram pedestres e/ou ciclistas.

Como a estrutura das vias públicas não vai mudar da noite para o dia, é preciso que ocorra urgentemente uma atitude por parte da polícia, da justiça e da sociedade com relação ao crescimento da insegurança no trânsito dessa pequena cidade. A fiscalização tem ser constante e a punição, mesmo nos casos mais simples, não pode deixar de acontecer. A sociedade, por sua vez, deve cobrar as atitudes das autoridades e denunciar os infratores e aqueles que se omitirem à sua responsabilidade. Não podemos mais presenciar abusos de motoristas irresponsáveis e deixarmos a nossa indignação presa até que alguém perca a vida como já aconteceu com o José Marcílio e a Raimunda da Eletroacre, entre outros tantos que não precisam ser lembrados para chegarmos à conclusão de que em Xapuri ninguém está seguro ao andar pelas ruas da cidade.

Os dois últimos acidentes mostraram que nem mesmo aqueles que optam por estar dentro de suas casas estão livres de morrerem atropelados. No primeiro caso, o trabalhador autônomo Elias Simões escapou por milagre da morte. A caminhonete dirigida pelo filho do vice-prefeito João Dias, Tiego, que não bebe e deve ter sido vítima da inexperiência associada a uma certa dose de imprudência, destruiu quase que completamente o quarto em que o negociante de gado, de 32 anos, dormia. Certamente esse acidente não acabou em tragédia pelo fato da velocidade em que o veículo estava, no momento do acidente, não ser muito alta, de acordo com testemunhas.

O segundo acidente teve maior gravidade. Élber Mota, irmão do ex-vereador e, ironicamente, representante do Detran em Xapuri, Eriberto Brilhante da Mota, sofreu ferimentos graves e precisou ser transferido para Rio Branco com suspeita de fraturas em uma das pernas e no tórax. Élber, que dirigia um veículo do tipo GOL, bateu violentamente contra a frente da Papelaria Benigno. A violência do choque derrubou o portão e uma das colunas de sustentação da parede frontal do prédio. Pela situação em que ficou o volante do carro, o motorista não usava o cinto de segurança. Na parte detrás da loja, dormia o irmão do proprietário da papelaria junto com sua família.

O trecho formado pela continuidade das ruas Cel. Brandão, desde a entrada da cidade, rua do Ibama e 24 de Janeiro, até o centro comercial, é o único em Xapuri com asfalto em boas condições, além de possuir mais de dois quilômetros de extensão nessas condições. É nesse percurso que acontecem a maior parte dos acidentes e, por isso, merece maior atenção da polícia. Se a fiscalização nesses locais for intensificada e a legislação colocada em prática, muitos condutores serão presos e perderão suas licenças para dirigir. Muitos desses, recém saídos da auto-escola, não possuem as mínimas condições para dirigir um carro, assim como outros tantos veteranos do volante. Uns são os famosos "barbeiros"; outros, psicopatas do volante.

A despeito do título deste artigo, devo dizer que o mesmo não tem o objetivo de condenar os dois jovens que protagonizaram esses dois últimos lamentáveis incidentes. É possível que ambos não se enquadrem nos casos de abuso da velocidade e embriaguez ao volante. Acidentes acontecem. Mas isso deve ser investigado pela polícia e devidamente esclarecido à população. Que pelo menos sirva de exemplo para aqueles que, rotineiramente, em flagrante desrespeito à lei e à vida, fazem dos seus carros, ameaçadoras máquinas de matar. Que Deus ilumine suas mentes insanas e proteja suas vítimas potenciais, ou seja, todos nós.

Assim é a política

Frei Betto

Assim é a política: horizontes de sonhos para os quais se caminha sob o peso das bolas de ferro presas ao tornozelo. Não há rotas lineares; todas são labirínticas, acidentadas. Em cada curva, uma surpresa, obrigando o viajante a mudar de ritmo e refazer seu mapa. Nas costas, a sacola atulhada de vaidades intransponíveis, maledicências, frituras e bajulações desmedidas.

Nela se ingressa sem passar pela prova da competência, nem se exige atestado de integridade moral e, no caldeirão dos eleitos, misturam-se honestos e safados, probos e corruptos.

Financiada pelo contribuinte, a política administra recursos que bem podem ser canalizados para favorecer os direitos da maioria, ou desviados para engordar contas escusas, atividades ilegais, caixas de campanhas ou mordomias injustificáveis. Ladrões da bolsa pública não costumam arrombar o cofre da legislação. Conhecem o seu segredo e, assim, julgam-se inocentes por enfiarem a mão na brecha percebida entre o emaranhado de leis.

Assim é a política: discursa enfatizando o interesse público, mas o orador tende a pensar primeiro em seu alpinismo rumo ao cume do poder. Como a escalada é longa, difícil e perigosa, ele aprende a fazer concessões, abrir mão de princípios, enveredar-se por atalhos suspeitos, reinterpretar suas antigas convicções, desde que não retroceda.

A política não é um campo aberto, no qual o sol destaca frutos e flores. É um cipoal sobre um pântano. Qualquer passo em falso, a queda pode ser fatal. Nem é a política o reino maniqueísta do claro e escuro, certo e errado, bom e mau. Tudo se mescla, as cores se misturam, as posições são flexíveis; as opiniões, elásticas. O que é hoje pode não ser amanhã. O que se diz agora não é necessariamente o que se fará depois. O vidente de ontem pode aparecer, hoje, como um cego desprovido de tato.

Assim é a política: uma dança em que cada bailarino escuta um ritmo diferente. Uma orquestra em que cada instrumento toca uma música distinta.

Um coro em que cada cantor entoa segundo sua própria conveniência.

A política é o resultado da sociedade que a produz e, em seu espelho, reflete todas as contradições. E ainda que as estruturas sociais fossem justas, a política continuaria a ser o efeito dos defeitos do coração e dos desvarios da razão - que não são poucos, enquanto o ser humano não for capaz de reinventar a si mesmo.

Assim é a política: entre tanto esterco, um diamante lapidado, um administrador eticamente ousado, um parlamentar que perde o mandato mas não a moral. Mas nela também há lugar para o jogo de cena, a mentira deslavada e as lágrimas de crocodilo.

A política é uma senhora sisuda que se julga bela e sedutora, acima de qualquer juízo. Irrita-se quando a criticam. Odeia cobranças. Mas mendiga, em cada esquina, reconhecimento e elogios. Alimenta-se da mesma ração de Narciso.

Assim é a política: uma igreja em que todos se julgam com vocação para papa; uma seita em que todos se acham profetas; um púlpito em que todos proferem vaticínios. Mas onde as palavras tardam em se transformar em atos, e as idéias e projetos, em realizações. São freqüentes, entretanto, as acusações de heresia, as excomunhões, as reincidências no pecado. E como os degraus da conveniência, rumo ao ápice do poder, são mais lapidados que as escarpas dos princípios, não são raros os arrependimentos, a volta à grei, o exorcismo de antigos propósitos.

Assim é a política: contraria as leis da Física, pois nela dois corpos ocupam o mesmo espaço, e o quente é frio e o frio é quente. E também da Geometria, pois duas paralelas se encontram bem antes do infinito. O que hoje atrai, amanhã repele; o que agora aproxima, depois distancia. E toda vez que o sol sobe, as estrelas vão atrás. Insaciadas com o brilho próprio, procuram, como a lua, também refletir o dele.

A política é, apesar de tudo, o único remédio contra os males da coletividade. Ainda não se inventou nenhuma ferramenta que, como ela, é capaz de fazer da riqueza de uns poucos a pobreza de muitos ou, ao contrário, da felicidade de muitos o aborto da ambição de poucos.

Sabe-se que, entre os regimes políticos, a democracia é o mal menor. Será o bem maior quando deixar de ser representativa para se tornar participativa. E os três poderes, despidos de suas vaidades, viverem em harmoniosa comunhão com o povo. Então ela gerará a única filha legítima que merece o útero fecundado pela vontade popular: a vida, e vida para todos, em plenitude, como enfatizou Jesus - que, aliás, foi vítima da política bastarda, essa que ainda predomina em nossos tempos.


Carlos Alberto Libânio Christo, conhecido como Frei Betto, (Belo Horizonte, 25 de agosto de 1944) é um escritor e religioso dominicano brasileiro, filho do jornalista Antônio Carlos Vieira Christo e da escritora e culinarista Stella Libânio.

Professou na Ordem Dominicana, em 10 de fevereiro de 1966, em São Paulo.

Adepto da Teologia da Libertação, é militante de movimentos pastorais e sociais, tendo ocupado a função de assessor especial de Luiz Inácio Lula da Silva, Presidente da República, entre 2003 e 2004. Foi coordenador de Mobilização Social do programa Fome Zero. Além de amigo pessoal de Luís Inácio Lula da Silva e de Leonardo Boff, é padrinho da filha de Chico Buarque e do filho do deputado Vicentinho, ex-presidente da CUT. Esteve presos duas vezes sob a ditadura militar: em 1964, por 15 dias; e entre 1969-1973. Após cumprir 4 anos de prisão, teve sua sentença reduzida pelo STF para 2 anos. Recebeu vários prêmios por sua atuação em prol dos direitos humanos e a favor dos movimentos populares. Assessorou vários governos socialistas, em especial Cuba, nas relações Igreja Católica-Estado.

sábado, 19 de maio de 2007

Greve da educação

A greve dos profissionais da educação, que cambaleia há cerca de três semanas, vem perdendo força a cada dia, reforçando a idéia de que realmente não tem razão de ser. A tão sonhada isonomia já é uma conquista da categoria e o governo já bateu o martelo quanto à reivindicação de 27,6%, que não será atendida.

Em Xapuri, a sexta-feira foi de bate-boca entre a presidente do núcleo local do Sinteac, Edna Barbosa, e o presidente do Diretório Municipal do PT e professor, Eliomar Soares, que fez declarações em nome da representação da SEE no município. Eliomar, mais conhecido como Galêgo, acusou o Sinteac de fazer baderna nas escolas para impedir o retorno das aulas.

Edna Barbosa respondeu dizendo que na sua presença ninguém agiu de maneira a provocar tumulto e nem impedir que alunos fossem às escolas. Ela afirmou também que não reconhece Galêgo como professor. Para ela, professor tem que ser concursado. "Em qual concurso ele passou?", questionou a professora.

Edna também se mostrou aborrecida com a postagem publicada neste blog, que afirma o que todos sabem, até mesmo os próprios professores: O Sinteac de Xapuri não tem personalidade própria como a maioria dos núcleos do interior do estado. Age segundo as ordens de Alcilene Gurgel, sem ouvir a opinião dos sindicalizados.

O núcleo local do Sinteac rufa os tambores contra o governo do Estado, mas silencia diante dos abusos cometidos contra os professores do município, que são enrolados como crianças pelo prefeito. Cadê o reajuste do ano passado? Onde estão os 4% prometidos para janeiro desse ano? A data-base desse ano já foi pelo menos discutida?

São algumas perguntas que a presidente do Sinteac em Xapuri deve responder, antes de se melindrar com as opiniões que foram emitidas por mim, mas que não são exclusivamente minhas. A idéia é realmente essa: estimular o debate e sacudir algumas pseudo-lideranças acomodadas diante de uns e exaltadas perante outros.

O espaço está aberto e o convite formulado.

Leia no jornal Página 20 deste sábado:

Sinteac aluga cinco ônibus para garantir quorum em assembléia

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Com novo Ibama, o Acre não queimará em 2010

Ecio Rodrigues

O Ibama acabou. Da mesma forma abrupta como foi criado, em 1990, com uma única medida, foi extinto dias atrás. Fruto da junção de quatro órgãos públicos, o Ibama, nos seus 17 anos de existência, passou por várias turbulências.

Ao congregar a Superintendência do Desenvolvimento da Borracha (Sudhevea), a Superintendência do Desenvolvimento da Pesca (Sudepe), a Secretaria Especial de Meio Ambiente (SEMA) e o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF) em um único órgão, a incompatibilidade operacional não deixava o gigante funcionar direito. Era impossível gerir o Ibama e o presidente que se mantinha no cargo por mais de um ano era recordista.

Já em 1995, o modelo de estrutura administrativa do Ibama apresentava fragilidades. As consultorias contratadas para diagnosticar o problema e apontar soluções, não conseguiam sair do lugar comum: incompatibilidade operacional dos quatro órgãos de origem. Afirmavam que o funcionário da pesca queria continuar trabalhando como na Sudepe e assim por diante. Isso queria dizer que, enquanto órgão, o Ibama não existiria para os próprios servidores.

Mas não era bem assim. Os técnicos do Ibama possuem profunda identificação com o órgão e, o mais importante, se não eram, tornaram-se, com o tempo, ambientalistas. Extensionistas e fiscais da pesca, da borracha, da madeira e das unidades de conservação transformaram-se em conservacionistas e preservacionistas.

Os primeiros preocupados com a extensão e acreditando na possibilidade de uma exploração sustentável dos recursos naturais, uma vez que essa exploração fosse realizada sob as técnicas de manejo desses recursos.

Os segundos, por sua vez, preocupados com a degradação ambiental crescente e, incrédulos da possibilidade do manejo sustentável, voltaram seus esforços para coibir as atividades econômicas. Colocaram sua atenção para exercer o poder de polícia e consolidar a fiscalização e o monitoramento ambiental.

O problema gerencial do Ibama talvez seja mais bem explicado como nos dizeres de um pescador residente na Reserva Extrativista do Arraial do Cabo, uma praia paradisíaca localizada no Rio de Janeiro: “órgão que espalha bolim, não pode servir para juntar bolim”.

A metáfora diz respeito ao fato de que apenas a visão do carro do Ibama era motivo suficiente para que o grupo de pescadores se dispersasse na praia. Como era possível que o técnico que desembarcasse daquele veículo pedisse para os pescadores se unirem em uma Associação, criassem uma Reserva Extrativista, para impedir que um Resort (hotel de grande porte) fosse construído.

Mas o tema do diagnóstico gerencial do Ibama ficou para a história. O Ibama foi extinto ou dividido em dois como dizem. Um novo órgão surgirá e o tempo dirá se será mais eficiente para o meio ambiente. No entanto, o mais importante é que:

O novo Ibama precisa ser forte para o Acre não queimar em 2010.


Ecio Rodrigues é professor da Universidade Federal do Acre (Ufac), Engenheiro Florestal, Especialista em Manejo Florestal e Mestre em Economia e Política Florestal pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e Doutor em Desenvolvimento Sustentável pela Universidade de Brasília (UnB).

Extraído do site Kaxiana

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Balaio de gatos

O núcleo local do Sinteac, que ruge contra o governo do Estado na insistência em dar prosseguimento a uma greve natimorta, é o mesmo que em Xapuri coloca o rabo entre as pernas à menor batida de pé do prefeito Vanderley Viana. São os mesmos, os professores que na rede estadual estão de braços cruzados e os que no município estão trabalhando diariamente em condições totalmente inversas às oferecidas pelo Estado.

Esperava eu e outros tantos, que a categoria deflagrasse greve também no município, considerando que há quase dois anos são tratados com extrema falta de respeito pela prefeitura que sequer aceita sentar à mesa de negociações para discutir a data-base que, por falar nisso, é agora em maio. Não é à toa que o sindicato dos servidores em educação é chamado por suas próprias lideranças nos municípios como um verdadeiro balaio de gatos.

O Sinteac de Xapuri há muito tempo perdeu a identidade (se é que algum dia a teve). Não passa de uma reles extensão de um segmento político ou outro de dentro do núcleo central, a quem diz amém sem questionamentos e posições próprias. Alguns sindicalistas do Acre já admitem a necessidade de criação de um novo paradigma para a atuação da categoria. Veja a matéria a seguir:

Sinteac do Juruá alerta sobre caos criado pela dupla Alcilene/Almerinda

Redação do Ac24horas.com

Os presidentes dos núcleos do Sinteac do vale do Juruá afirmam que o atual movimento grevista da educação se transformou numa pseudo-greve. Segundo eles, toda essa "trapalhada" está sendo protagonizada pela diretoria central do Sinteac, através de sua presidente Alcilene Gurgel e tendo como coadjuvantes Almerinda Cunha e outros.

De acordo com o presidente do núcleo do Sinteac de Tarauacá, João Maciel, a eleição dessa diretoria foi, na verdade, uma grande e também "trapalhada". O que merece algumas reflexões.
De acordo com esses dirigentes, a atual diretoria do Sinteac é um "balaio de gatos", os diretores não se entendem e até saem no "tapa" de vez em quando. Segundo os dirigentes do Juruá, o caos sindical é tão grande que o grupo da presidente e o grupo da vice-presidente chegaram a publicar dois jornais com o mesmo conteúdo, um com a foto da Almerinda e outro com a foto da Alcilene.

"O que eles estão fazendo é deprimente. A história da deputada Naluh não merece vaias, como eles fizeram", destacou Raimundo Acioly, ex-presidente do Sinteac de Tarauacá.

Os núcleos importantes do Sinteac não aderiram ao movimento e sabe-se que em cada município foram realizadas assembléias e a categoria decidiu não aderir ao movimento grevista de Alcilene e seus seguidores. Segundo eles, o Sinteac é um sindicato estadual e não só de Rio Branco. Em cada município existe um núcleo com diretoria própria, eleita pelos associados. Um exemplo claro é que nenhum trabalhador em educação do Juruá entrou em greve.

Isonomia, Isonomia e Isonomia

Segundo os dirigentes do Juruá, não se falou noutro assunto nos últimos anos nas reuniões, seminários, assembléias e panfletos do Sinteac. A isonomia seria a redenção da categoria e garantia de reeleição da atual diretoria. Na verdade, pouco mais de 60 professores, de fato, seriam beneficiados com a isonomia.

"Esqueceram de lembrar da grande massa de servidores de apoio sem formação, com salários baixos e tendo que se dividir entre a terceirização e a ilusão da famigerada "dobra", para cuidar da infra-estrutura das enormes escolas construídas ou reformadas pelo governo", lembra Acioly.

"O que fez essa gente quando viajou muitas vezes para Brasília, Salvador e outros centros do país, por conta dos trabalhadores em educação? Foram se reciclar? Foram participar de simpósios, seminários? Por que tornaram-se tão imbecis? Não aprenderam nada?", continua a indignação do professor.

E o patrão?

Segundo os dirigentes do Juruá, o governo está organizado, sóbrio, unido, com popularidade em alta, em início de mandato, com maioria na assembléia legislativa, pagando o maior piso do país, bancando curso superior para todos os professores e agora para os servidores de apoio, nunca se negou a dialogar e agora propôs pagar a isonomia.

"Precisamos construir um novo projeto para nossa categoria que possa unificar os trabalhadores, senão vamos acabar nossa história de lutas num carro de som gritando aos berros: ‘senhores pais, não mandem seus filhos para a escola, pois estamos em greve'. Que vergonha!", concluiu Acioly.

Operação Navalha

da Folha Online

A Polícia Federal já prendeu nesta quinta-feira durante a "Operação Navalha" 46 pessoas acusadas de fraudes em obras públicas.

Entre os presos estão o deputado distrital Pedro Passos (PMDB), o ex-governador do Maranhão José Reinaldo Tavares (PSB); o secretário de Infra-Estrutura de Alagoas, Adeílson Teixeira Bezerra; o diretor do Detran de Alagoas, Márcio Menezes Gomes; o assessor especial do gabinete do ministro Silas Rondeau (Minas e Energia), Ivo Almeida Costa; o prefeito de Camaçari (BA), Luiz Carlos Caetano (PT); e dois sobrinhos do atual governador do Maranhão, Jackson Lago (PDT)--Alexandre de Maia Lago e Francisco de Paula Lima Júnior.

A operação foi deflagrada hoje pela manhã para desarticular uma organização criminosa que atuava desviando recursos públicos federais e é realizada nos Estados de Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Sergipe, Pernambuco, Piauí, Maranhão, São Paulo e no Distrito Federal.

A ministra Eliana Calmon, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), expediu mais de 40 mandados de prisão preventiva e 84 de busca e apreensão.

Segundo a PF, a empresa Gautama, em Salvador (BA), operava a organização criminosa infiltrada no governo federal e em governos estaduais e municipais.

O objetivo da quadrilha, de acordo com a Polícia Federal, era a obtenção de lucros através da execução de obras públicas, organizada e estruturada para a prática de variados delitos, como fraudes em licitações, corrupção passiva e ativa, tráfico de influência e lavagem de dinheiro.

Segundo a PF, que iniciou as investigações em novembro de 2006, a quadrilha desviou, em nível federal, recursos do Ministério de Minas e Energia, da Integração Nacional, das Cidades, do Planejamento, e do Dnit (Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes).

Já em nível estadual, houve fraudes nos Estados de Alagoas, Maranhão, Sergipe, Piauí e no Distrito Federal; e em nível municipal, nas cidades de Camaçari (BA) e Sinop (MT).

Cerca de 400 policiais federais participam da operação. Além dos mandados de prisões e de busca e apreensão, a ministra determinou também o bloqueio de contas e a indisponibilidade dos bens imóveis dos integrantes do esquema, e que todos os presos sejam encaminhados a Brasília.

quarta-feira, 16 de maio de 2007

Câmara convidará gerência do Luz para Todos para explicar as metas do programa em Xapuri

O requerimento convidando o gerente estadual do Programa Luz Para Todos, Tácio de Brito, a participar da sessão que será realizada no próximo dia 29 foi apresentado pelo vereador José Cecílio Evangelista (PT) e aprovado na sessão desta terça-feira (15), da Câmara Municipal de Xapuri.

De acordo com o vereador José Cecílio, a vinda do gerente Tácio de Brito a Xapuri, se dará, principalmente, para explicar às pessoas a respeito das metas do programa Luz Para Todos.

“Tem muita gente reclamando que o programa irá beneficiar somente àquelas famílias que residem na margem dos ramais, por isso, a vinda do gerente será de suma importância para que as pessoas se conscientizem que todos irão receber a eletrificação rural”, disse o vereador.

A mesa diretora da Casa encaminhará o convite a Tácio de Brito ainda esta semana.

Luz Para Todos em Xapuri

Nesse início de 2007, a coordenação do programa de eletrificação Luz para Todos definiu onze prioridades para o atendimento de comunidades rurais que não contam ainda com a oferta de energia elétrica no município de Xapuri. Uma das áreas mais prioritárias é a região do entorno da Reserva Extrativista Chico Mendes.

De acordo com a coordenação do programa, 100% dos ramais daquela área receberão a eletrificação. Nas comunidades de difícil acesso, onde a implantação do sistema de eletrificação convencional é inviável, começarão a ser instalados a partir da semana que vem os equipamentos do sistema de placas solares. A meta é que em aproximadamente três meses, pelo menos 85% das comunidades daquela área já tenham recebido energia.

Luz para Todos no Brasil

No Brasil, 12 milhões de pessoas não têm acesso à energia elétrica, das quais 10 milhões vivem no meio rural. Para acelerar o processo de inclusão social deste contingente de brasileiros, o Governo Federal, por meio do Ministério de Minas e Energia (MME), está desenvolvendo, desde 2004, o programa Luz para Todos.

O Programa, direcionado para o meio rural, tem como meta levar energia elétrica a essas pessoas até 2008, antecipando em sete anos o cronograma de universalização do atendimento que, antes do Luz para Todos, estava previsto para ser concluído em 2015.

Para atingir esse objetivo, o Ministério das Minas e Energia - MME, que coordena o programa em âmbito nacional, com apoio da empresa Furnas Centrais Elétricas S.A coordenadora regional do programa - que desenvolve um trabalho integrado com os governos dos estados, as concessionárias de energia elétrica, cooperativas de eletrificação rural e demais ministérios.
A ligação da energia elétrica é gratuita para todos os consumidores.

Escolas anunciam retorno às aulas nesta quarta

Algumas escolas da rede estadual de ensino em Xapuri retornam às aulas nesta quarta-feira (16). Parece ser o fim de um movimento grevista confuso, sem adesão e cujos objetivos estão longe de corresponder, verdadeiramente, aos interesses dos profissionais da educação.

Não se trata de contestar o direito à greve, que, pelo visto, está sendo plenamente respeitado pelo governo, mas a manutenção da paralisação das aulas não está soando nesse momento como uma atitude sensata diante da proposta do governo que se mostra amplamente favorável na opinião de muitos professores que na capital não aderiram à greve e permanecem nas salas de aula.

Alguns professores, inclusive, denunciam o cunho político-eleitoreiro que se esconde por trás do movimento, fomentado por algumas lideranças sindicais de Rio Branco. Uma matéria do repórter Dílson Ornelas, de Cruzeiro do Sul, publicada ontem no Portal Ac24horas.com, oferece um exemplo desse sentimento que domina a maior parte dos profissionais em educação do Acre.

Leia a seguir:

Sinteac de Cruzeiro denuncia líderes do sindicato da capital

“Essa greve tinha um único sentido, que era servir à campanha eleitoral do Sinteac, no próximo dia 20 de junho. O governo está acenando com uma proposta melhor para a categoria e nós precisamos negociar para sair com um resultado positivo e transparente”, declarou na manhã dessa terça-feira o presidente do núcleo do Sinteac de Cruzeiro do Sul, Edvaldo Gomes.

O líder da categoria em Cruzeiro do Sul criticou duramente a iniciativa dos líderes da greve em Rio Branco, afirmando que "infelizmente a greve perdeu a característica de movimento sindical e passou a ser um movimento político e estratégico para eleições no sindicato e futuras eleições municipais na capital".

Ele lembrou que na assembléia da categoria em Cruzeiro do Sul, semana passada, ninguém foi a favor de paralisação. Na sua opinião "quem faltou ao trabalho terá que trabalhar aos sábados e isso é prejuízo para os alunos, porque aos sábados as aulas não rendem".

Para o sindicalista do Juruá, "essa greve começou errada e perdeu todo o seu sentido. É preciso entender greve como um movimento forte com todas as escolas fechadas. Alguns municípios que estavam em greve já retornaram às atividades em mais de 90 por cento das escolas de Rio Branco já está funcionando".

Dílson Ornelas (Ac24Horas)

terça-feira, 15 de maio de 2007

Metamorfose

O silêncio do prefeito Vanderley Viana em torno dos eventos misteriosos que o levaram a demitir o seu principal assessor, o professor José Everaldo Pereira, que além de homem forte da administração e braço direito do prefeito, era secretário municipal de educação, está sendo compensado com um comportamento mais equilibrado, aparentemente mais saudável e mais condizente com a posição de administrador público, embora para muitos, esse estilo de Viana não passe de uma espécie de factóide.

O prefeito estaria cheio de boas intenções, ou poderia estar se passando por bonzinho para recuperar o apoio da multidão de seguidores que o abandonaram ao perceber que o prefeito que elegeram em nada havia mudado em relação àquele que foi prefeito há mais de 16 anos atrás? Também poderia estar tentando desfazer a imagem construída, no decorrer da sua história de vida, de pessoa truculenta e “barraqueira”.

Outra possibilidade considerada é a proximidade das eleições. O mandato de Vanderley Viana está se esvaindo rapidamente sem nada fazer acontecer de positivo. Ao contrário do que se apregoou e prometeu, o município está bem pior que antes. Povo desiludido, funcionários com salários defasados, sem sequer receber os reajustes regulamentares, suspeitas de corrupção ou coisa pior. Para quem pensa em se reeleger, é agora ou nunca. Algo tem que acontecer, nem que seja a mudança de lobo para cordeiro em um simples estalar de dedos.

O truque pode ser antigo, mas já começa a fazer os seus efeitos. Na semana passada, nos veículos de comunicação da capital, Vanderley estava irreconhecível: não se ouviam mais os berros, as veias do pescoço inchando perigosamente, nem as acusações e ofensas proferidas quase que indecifravelmente contra seus adversários do PT e do governo do Estado. Agora, o tom do discurso é de conciliação. Entusiasmado, anunciou aos quatro cantos a parceria com o governo do Estado que poderá, pela primeira vez em seu governo, provocar alguma mudança visível na paisagem da cidade: as ruas 17 de novembro, 6 de agosto e, quem sabe, Cel.Brandão, a principal e mais precária rua do centro da cidade, serão recuperadas.

Em alguns casos, o surto de boa vontade e delicadeza do prefeito não é capaz de apagar velhas mágoas e suspeitas do passado. Na semana passada, durante tentativa de visitar a Fundação Chico Mendes, junto com a vice-prefeita de Sena Madureira, Wânia Pinheiro, provou do próprio veneno e foi impedido de adentrar ao local pela cunhada de Chico Mendes, Deusamar, esposa de Zuza Mendes, irmão do líder sindical assassinado. Demitida da fundação, a funcionária reconheceu o erro que cometeu, mas diz não se arrepender.

“Esse homem foi um dos grandes perseguidores do meu cunhado e hoje quer passar a imagem de que era amigo de Chico”, disse ela, segurando uma carta deixada por Chico Mendes, na qual o sindicalista aponta a figura do então prefeito Vanderley Viana, em seu primeiro mandato, como um de seus grandes inimigos.

Coincidência ou não, o abrandamento das atitudes do prefeito começam a gerar alguns resultados que já eram sabidos por quase todo mundo. A presença do governo do Estado seria hoje muito maior no município se Viana assim tivesse agido desde o início de seu mandato. Além da parceria anunciada com o governo, começa a ser delineada também uma parceria com o Sebrae, que deveria estar acontecendo desde o ano de 2005. Em virtude dos bate-bocas e confusões constantes, a parceria que implantou aqui o Espaço Sebrae de Atendimento ao Empreendedor foi firmada com a Associação Comercial de Xapuri, que cedeu uma sala para as instalações do Sebrae no município. Na manhã desta segunda-feira (14), o superintendente do Sebrae-Acre, Orlando Sabino esteve em Xapuri e reuniu-se com o prefeito. A parceria continuará com a Associação Comercial, mas, agora, finalmente, a prefeitura passa a participar como está previsto na política de descentralização e interiorização das ações do Sebrae.

A aproximação, mesmo que tímida e cuidadosa, mostra que o governo de Binho Marques está voltado realmente para a comunidade, independentemente das divergências políticas. Apesar de os investimentos relacionados às fábricas de pisos e preservativos serem intensamente benéficos e auspiciosos para a vida econômica do município, a população sente a necessidade de participação, também, na área de estruturação da cidade, que pelo visto, a depender apenas das iniciativas da prefeitura, que se limita a consertar uma calçada aqui e a calçar de tijolos outra rua acolá, não saíra do campo dos sonhos a serem realizados.

Xapuri anseia por investimentos de grande porte, como a construção da ponte da Sibéria, o asfaltamento da estrada da Variante e a construção do Canal do Ginásio Coberto. Obras que vão melhorar a economia local e a qualidade de vida da população. E isso tudo só será possível, quando o município possuir um outro nível de enfrentamento político, mais sério e comprometido com os interesses da população que não está interessada nas pendengas geradas pela arena política em que se transformou Xapuri nos últimos anos. O que o povo espera é que o debate, mesmo que acirrado, possua como pano de fundo propostas para a melhoria das condições de vida no município.

A metamorfose comportamental do prefeito, se não convence a ninguém, também não pode ser motivo de desagrado, uma vez que isso pode trazer benefícios para a cidade. Deve ser entendida como a sua maneira de contribuir para que o município saia da contramão do desenvolvimento do Acre. Os últimos fatos mostram que sem a presença de determinadas peças promovidas a altos cargos da administração municipal a contragosto da população, o clima melhorou muito na cidade. Há certo grau, ainda mínimo, de confiança nas boas intenções do prefeito em estar aberto ao diálogo com o governo do Estado para que se possa, ainda, aproveitar alguma coisa do seu, até agora, conturbado e ineficiente mandato.

Que venham as parcerias e que Xapuri melhore bastante. Mas que aquelas dúvidas plantadas na cabeça das pessoas, os boatos sobre festas de aniversários pomposos que tomam formas reais pelos corredores e já ganharam até a imprensa, sejam devidamente esclarecidos. A pior das hipóteses para a radical mudança de postura de Vanderley Viana, seria a tentativa de esconder possíveis falcatruas de seus partidários e assessores na prefeitura, que pudessem vir à tona mais tarde. Isso, no entanto, só o tempo dirá.

domingo, 13 de maio de 2007

Uma campanha de preservação da vida

Projeto que nasceu na escola Heloísa Mourão Marques ganha as ruas pela conscientização ambiental

Um dos responsáveis pela poluição do meio ambiente, o óleo de cozinha pode contaminar a água dos rios e dos lençóis freáticos. Apenas um litro do produto é capaz de contaminar um milhão de litros de água.

Um projeto de autoria do jornalista e professor formado em Biologia, Jorge Braun, procura dar uma destinação segura e ao mesmo tempo útil a esse elemento tão utilizado no nosso dia-a-dia e que após o seu uso é jogado no ralo das pias ou diretamente no solo.

Da escola, a campanha ganhou as ruas de Rio Branco, onde as donas de casa são orientadas pelos alunos a como proceder para armazenar o óleo para que o mesmo seja recolhido pelo projeto.

A iniciativa, porém, não ficou restrita à capital. Jorge Braun faz visitas ao interior do estado divulgando a campanha. Em Xapuri, por exemplo, fez contato com a Saboaria Xapuri, uma fábrica artesanal de sabonetes naturais, para que esta substitua a gordura animal utilizada na produção pelo óleo de cozinha usado.

A campanha O Meio Ambiente Agradece, que já ganhou direito a um programa semanal na Rádio Difusora Acreana, apresentado pelo próprio Braun (o programa vai ao ar todas as sextas-feiras às 13:30 horas), foi destaque também na edição deste domingo do jornal Página 20.

Clique aqui e leia a matéria completa, assinada por Andréa Zílio e Marcos Vicentti.

Ao Mestre, com carinho.

Comumente, em muitos 13 de maio, nesse horário, os (não muitos, mas verdadeiros) amigos que o Wando Barros cultivou durante sua vida já estavam reunidos em torno de uma mesa simples, naquele chapeú-de-palha de tantos momentos felizes. Na churrasqueira, a carne habilmente temperada pelo João (Macaquinho); no ambiente, o som do violão do Beleza era intercalado com o papo eclético xapuriense, mulher, futebol, política e até filosofia, tudo isso, é claro, regado com aquela skol gelada de costume.

Bons tempos aqueles, em que o Wando, Mestre ou Cacá, com seu jeito sincero - às vezes duro - de ser, nos proporcionou a honra de fazer da parte da "diretoria". A propósito, quanto à sua personalidade forte e posicionamentos francos, que agradava a alguns e incomodava outros tantos, Wando tinha algumas máximas que definiam o seu jeito de ser: "Ou você é meu amigo ou meu inimigo", "Só falo mal de quem eu gosto". Não perdia tempo em se preocupar com quem dele não gostava e muito menos com quem ele próprio não apreciava.

Foi no mesmo local citado no primeiro parágrafo, que o amigo Wando se despediu dos seus, no dia 22 de julho do ano passado. Hoje estaria completando 42 anos de uma breve, mas muito bem aproveitada vida, apesar de nos últimos 14 ter como companheira inseparável a cadeira de rodas, herança dos tiros que recebeu e que o tornaram paraplégico. A limitação imposta pelo trágico acontecimento não tornou-o uma pessoa frágil, vítima da vida. Aliás, dessa condição ele fugiu até a morte.

Em nome de todos os amigos que Wando deixou, não poderia eu, que fiz parte desse círculo durante muitos anos, principalmente durante o curso de licenciatura em Geografia, que concluímos juntos, deixar de fazer essa justa homenagem ao Mestre.



A Lista

Oswaldo Montenegro
Faça uma lista de grandes amigos
Quem você mais via há dez anos atrás
Quantos você ainda vê todo dia
Quantos você já não encontra mais
Faça uma lista dos sonhos que tinha
Quantos você desistiu de sonhar
Quantos amores jurados pra sempre
Quantos você conseguiu preservar
Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora
Hoje é do jeito que achou que seria?
Quantos amigos você jogou fora
Quantos mistérios que você sondava
Quantos você conseguiu entender
Quantos segredos que você guardava
Hoje são bobos ninguém quer saber
Quantas mentiras você condenava
Quantas você teve que cometer
Quantos defeitos sanados com o tempo
Eram o melhor que havia em você
Quantas canções que você não cantava
Hoje assobia pra sobreviver
Quantas pessoas que você amava
Hoje acredita que amam você

sexta-feira, 11 de maio de 2007

Governo e prefeitura Xapuri farão parceria para recuperar ruas da cidade

Uma parceria entre o governo do Estado e a prefeitura de Xapuri poderá colocar fim à situação de precariedade das duas principais ruas da área central da cidade. A informação foi dada ontem pelo prefeito Vanderley Viana (PMDB), em entrevista ao repórter Jorge Braun, no programa Gente em Debate da Rádio Difusora Acreana. Viana já havia visitado outros veículos de comunicação da capital, na manhã do mesmo dia.

As ruas que serão beneficiadas, 17 de novembro e 6 de Agosto, abrangem praticamente todo o centro comercial de Xapuri, cujas lojas tiveram suas fachadas totalmente restauradas, sendo preservada a arquitetura original e tombadas como patrimônio histórico e cultural pelo governo do Acre, na administração do ex-governador Jorge Viana.

Ao jornal Página 20, Vanderley afirmou que o governo deverá recuperar também a rua Cel. Brandão e pavimentar de tijolos algumas áreas periféricas da cidade. “Temos problemas sérios quanto à conservação das vias públicas, mas temos uma cerâmica produzindo tijolos e meio fio, e com o apoio do governo iremos conseguir pavimentar muitas ruas”, disse ele.

O prefeito falou também sobre investimentos que serão feitos no bairro da Sibéria, que é separado fisicamente da cidade pelo Rio Acre. A prefeitura recebeu repasse de convênio do Ministério do Desenvolvimento Agrário para a construção de um prédio novo para abrigar a fábrica de sabonetes mantida pelo grupo de mulheres daquela comunidade. O mesmo convênio prevê a compra de um veículo traçado para atender os produtores da Estrada de Petrópolis e a abertura de alguns açudes na região.

Vanderley Viana falou ainda da fábrica de vassouras que serão produzidas a partir de garrafas plásticas de refrigerantes, que deverá ser inaugurada no próximo mês. De acordo com Viana, o empreendimento, que conta com o apoio do gabinete do senador Geraldo Mesquita, irá gerar 15 empregos diretos e contribuir para dar destinação a um elemento que contribui para a poluição do meio ambiente.

Outro convênio que poderá ser confirmado nas próximas semanas, entre governo e município de Xapuri, é referente à recuperação de ramais. O governo estará disponibilizando, inclusive, o maquinário para que os municípios realizem a melhoria e abertura de estradas vicinais. Até o ano passado, houve falta de entendimento entre Estado e município de Xapuri com relação à execução do programa de melhoria de ramais.

A prefeitura terá novidades a apresentar também quanto às obras de esgotamento sanitário, para as quais o Ministério da Saúde fez liberação de R$ 200 mil nesse início de maio, de um convênio no valor total de R$ 500 mil.

Parece que depois de dois anos e quatro meses de uma administração em que faltou ação e sobrou confusão, com o anunciado apoio do governo em obras de estruturação da cidade, que, diga-se de passagem, está um buraco só, finalmente algo de bom poderá acontecer.

Já não era sem tempo. Em Xapuri há muito o que se fazer.

CAS aprova projeto da Johnson

Jornal do Comércio

Em reunião realizada na Capital do Estado do Acre, Rio Branco, o CAS (Conselho de Administração da Suframa) aprovou incentivos fiscais para 45 projetos industriais, sendo que desse total 15 são de implantação. Juntos, os fabricantes planejam aplicar no pólo industrial da ZFM (Zona Franca de Manaus) US$ 720 milhões em investimentos totais e gerar 1.035 empregos diretos nos próximos três anos, prazo dado pela autarquia para que os investidores iniciem produção.

Os projetos aprovados pelos conselheiros prevêem exportações de US$ 250 milhões a partir do primeiro ano de atividade, chegando a mais de US$ 375 milhões no terceiro ano de implantação.

A reunião foi presidida pelo secretário executivo do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Ivan Ramalho, tendo ainda a participação do superintendente adjunto de Projetos da Suframa, Oldemar Ianck, do governador do Acre, Binho Marques, do prefeito de Rio Branco, Raimundo Angelin, e do vice-prefeito de Manaus, Mário Frota.

O secretário de Planejamento do Estado do Acre, Gilberto Siqueira, fez apresentação do que será a primeira fábrica de preservativos do país a usar látex de seringueira. Ela será inaugurada em junho, com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e funcionará em parceria com cooperativas de seringueiros. A fábrica é fruto da política do Estado de fomento ao desenvolvimento sustentável, apoiada pela Suframa.

Na oportunidade, Gilberto Siqueira defendeu o descontingenciamento dos recursos da Suframa, para que novos projetos como o da fábrica de preservativos sejam viabilizados na região.

Entre os principais projetos de implantação destacam-se os do setor de duas rodas, para produção de motocicletas e motonetas acima de 100 até 450 cilindradas, apresentado pela Miza Montadora Indústria e Comércio de Motos, e o de pneus para moto e bicicleta, da Neotec Indústria e Comércio de Pneus. A multinacional Johnson chega ao PIM para produzir ceras, detergentes, repelentes e odorizadores de ambientes, linhas de produção que irão gerar 189 empregos diretos.

Dos projetos e serviços industriais de diversificação aprovados, os destaques são os projetos da Digitron da Amazônia (microcomputadores portáteis), Amazon PC (UCP para microcomputadores), Jabil (TV em cores), Panasonic do Brasil e Jimmy (TV em cores com tela de cristal líquido), Sondai Eletrônica (gravadores áudio/vídeo no formato MP4 com tela de cristal líquido), Philips, Yomasa da Amazônia e Evadin (receptores de sinal de TV via cabo), e Reflect (espelho retrovisor interno eletrônico para veículo de quatro rodas).

Na área de eletroeletrônicos merece destaque o projeto de ampliação da Samsung para produção de monitores de vídeo e TV em cores com telas de cristal líquido. Também foram aprovados projetos de outros setores, estes voltados ao adensamento de cadeias produtivas, como os da Tecnokawa da Amazônia (peças de ferro e aço formatadas para ciclomotores e motonetas) e da WMTM (equipamentos para conversão de motores para uso de gás natural, redutor de pressão e válvulas para equipamentos de conversão de motores).

Fábrica de Preservativos

A produção da fábrica de preservativos, de Xapuri (Acre), a primeira do país a usar látex como matéria-prima, deve chegar a 200 milhões de unidades/ano. Esse número é duas vezes maior do que a previsão inicial. Com o novo empreendimento, espera-se viabilizar a economia extrativista da borracha e ampliar a distribuição gratuita de camisinhas na rede de serviços públicos de saúde.

Fábrica prever 600 empregos

A fábrica de preservativos contou com investimentos de R$ 8 milhões da Suframa para construção das instalações e mais R$ 20 milhões financiados por agências de fomento para aquisição de equipamentos. O projeto prevê a geração de 600 empregos diretos e indiretos e está sendo implantado em parceria com o governo do Acre e ministérios da Saúde, da Ciência e Tecnologia e do Meio Ambiente. A operação da fábrica será feita por meio de Parceria Pública Comunitária, que conta com 420 produtores da Reserva Extrativista Chico Mendes, nos municípios de Xapuri e Brasiléia.

Publicado no dia 9 de maio último.

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Associação Comercial no debate do desenvolvimento local

Parcerias com o Sebrae e Secretaria Estadual de Turismo resultam em apoio ao empreendedorismo e incentivo à atividade turística no município.

Fundada em 1913, a Associação Comercial de Xapuri é, segundo seu atual presidente, João Honorato Cardoso, a segunda mais antiga do Acre. É verdade que na maior parte desses quase cem anos de existência, a organização não existiu na prática, enfraquecida pela falência da atividade gomífera, sendo retomada há pouco menos de dez anos a partir da gestão de empresários novos como Antônio Pedro Mendonça e o próprio João Cardoso.

Testemunha da decadência econômica do município, a organização dos comerciantes de Xapuri luta contra enormes dificuldades que afetam a economia local e impulsionam as pessoas para atividade informal, bastante significativa no contexto atual. Nos últimos anos, sob a gestão do empresário João Cardoso, a associação comercial encontrou no governo do Estado e no Sebrae, os parceiros ideais para mudar a antiga realidade e passou a figurar como personagem importante, no âmbito local, dentro das discussões de importantes ações do governo para o município.

Com o governo do Estado, a associação conseguiu recursos para concluir a construção da sede da instituição, com a construção, inclusive, de um auditório com ar condicionado, com capacidade para receber cerca de 50 pessoas. O lugar é hoje um dos principais locais de reuniões, palestras e seminários realizados na cidade. A associação cobra dos realizadores de eventos desse tipo uma taxa para manutenção do espaço.

Desde 2005, a instituição mantém uma parceria com o Sebrae-Acre, através da qual foi implantado no município de Xapuri o Espaço Sebrae de Atendimento ao Empreendedor. A partir de então, o município passou a contar com uma infinidade de ações do Sebrae direcionadas a qualificação do empresariado local.

Foram centenas de cursos, seminários e consultorias realizados em pouco mais de um ano de atividade do Espaço Sebrae. No mês de abril passado, a parceria trouxe para Xapuri o requisitado Empretec, um programa internacional que reúne a ONU, a Agência Brasileira de Cooperação, Órgão do Ministério das Relações Exteriores, e o SEBRAE, como responsável pela sua execução no Brasil.

Outra parceria que começa a ser efetivada é com a Secretaria de Estado de Turismo, cujo secretário Cassiano Marques já possui uma relação bastante próxima com a associação. Ele era o superintendente regional do Sebrae na época da implantação do Espaço de Atendimento ao Empreendedor em Xapuri. Agora, a Associação Comercial poderá vir a ser responsável pelo gerenciamento das políticas de turismo no município. Para o presidente João Cardoso, esse é mais um desafio colocado à frente do empresariado local que, segundo ele, deve assumir a sua parcela de compromisso com a efetivação dessa política que vai trazer uma resposta positiva para a economia local.

Na semana passada, empresários, autoridades do Estado e do município, lideranças comunitárias e envolvidos com a questão do turismo reuniram-se no auditório da Associação Comercial para debater ações em favor do turismo na região. Na ocasião, o secretário Cassiano Marques apresentou o Plano Estadual de Turismo, que para Xapuri prevê um conjunto de ações e políticas que vão desde o fortalecimento da comunidade empresarial do município, disponibilizando assessoria técnica a micro e pequenas empresas formais e informais a implementação de atrativos turísticos estratégicos.

Durante o encontro os participantes assumiram o compromisso de adotar atitudes práticas para o fortalecimento da atividade, entre elas – e em caráter o mais breve possível – reativar o centro de atendimento ao turista e criar, no âmbito da Associação Comercial, um comitê para gerenciamento das políticas de turismo. Em breve estará sendo inaugurada a Pousada Ecológica do Seringal Cachoeira com atividades turísticas e estrutura para recepção de turistas em pleno funcionamento. Para Cassiano Marques “o turismo é a bola da vez enquanto atividade econômica”.

O Governo do Acre vê na atividade turística uma grande possibilidade de geração de riqueza e trabalho com valorização cultural. Até 2010, apenas em programas de fortalecimento, serão investidos R$ 46 milhões. Parte desses recursos já estão garantidos.

9 meses sem salário


Prefeito diz que servidor não quer trabalhar; funcionário diz que prefeito o persegue

Antônio Marcos de Oliveira, 35, pintor, funcionário do município de Xapuri, com 25 anos de serviços, lotado na Secretaria de Infra-estrutura, está sem receber seus salários desde o mês de setembro do ano passado.

Com mulher e dois filhos, Antônio Marcos, deve ao banco e faz bicos para sobreviver. Sua reclamação protocolada na Justiça do Trabalho, até agora não teve resultado positivo.

Servidor do município desde quando tinha 11 incompletos, ele foi tirado de folha por se recusar a exercer a função de gari imposta pelo prefeito Vanderlei Viana, mesmo ele tendo sua carteira de trabalho assinada como pintor.

Antônio Marcos afirma que desde então tem sido vítima de perseguições seguidas, já chegando quase às vias de fato com o prefeito pelo menos em duas oportunidades. O livro de ponto da Secretaria de Infra-Estrutura, segundo ele, foi escondido pelo prefeito por 4 meses, para que o ponto seu ponto não pudesse ser registrado.

As informações do servidor foram confirmadas pelo secretário de infra-estrutura na época, Francisco Damião Bispo. Damião, que é testemunha de Antônio Marcos na ação movida na justiça do trabalho, afirmou que Antônio Marcos é vítima de perseguição por parte do prefeito, uma vez que em sua opinião o servidor sempre se comportou de maneira correta no desempenho de suas obrigações. Segundo sua versão, numa das tentativas de conversar com o prefeito, Antônio Marcos foi agredido verbalmente por Viana, que ainda chamou a polícia para prender o trabalhador que reivindicava receber seus salários em atraso.

Procurado na manhã de hoje para falar sobre a denúncia do servidor, o prefeito Vanderlei Viana afirmou, por telefone, que Antônio Marcos não recebe porque não trabalha. Não quis falar mais sobre o assunto e garantiu que seu advogado Miguel Ortiz daria mais informações, posteriormente, sobre o caso.

Persona non grata

Francisco Damião Bispo, presidente do Diretório Municipal do PMDB em Xapuri:

“Vanderlei Viana não é candidato à reeleição pelo meu partido”.

"Para ser candidato, ele terá que disputar no voto com pelo menos mais três pré-candidatos, inclusive, eu".

O Presidente do Diretório Municipal do Partido do Movimento Democrático Brasileiro – PMDB de Xapuri, Francisco Damião Bispo, voltou à carga contra Vanderlei Viana e afirmou que o prefeito não é candidato à reeleição pelo partido. Damião Bispo já havia afirmado em entrevista concedida ao programa radiofônico “Nossa Amazônia”, da Rádio Educadora 6 de Agosto, que no seu partido Vanderlei é “persona non grata”.

Para o presidente do partido, o comportamento e a postura político-administrativa tomada pelo prefeito na condução da administração municipal não se enquadram no perfil de transparência que o PMDB deve imprimir, segundo ele, nesta nova fase de participação na vida política acreana, além, ainda, de Viana ter traído as principais lideranças peemedebistas nas últimas eleições.

Um dos mais antigos militantes do partido em Xapuri, Francisco Damião Bispo foi eleito presidente do diretório municipal nas últimas eleições nacionais do PMDB com os votos de 71 dos 87 membros aptos a votar. Damião Bispo é também o 1º suplente de vereador pela coligação que levou Wanderley Viana de volta à prefeitura de Xapuri depois de 16 anos.

De aliado político do prefeito, tendo assumido, inclusive a pasta municipal da infra-estrutura, Damião passou a condição de adversário de Wanderley Viana, depois que os dois se envolveram em uma luta corporal, quando trocaram socos e pontapés em pleno pátio da prefeitura municipal, briga que, segundo ele (Damião), foi motivada por divergências relacionadas às ações da prefeitura.

A má relação entre o prefeito peemedebista e o seu partido se agravou, de acordo com Damião Bispo, quando nas últimas eleições, o prefeito de Xapuri virou às costas para algumas lideranças como o atual Deputado Federal e Presidente Regional do PMDB, Flaviano Melo, e o Deputado Estadual Chagas Romão, que era candidato à reeleição, quando estes vieram a Xapuri para pedir o apoio de Wanderley às suas candidaturas.

O prefeito disse não aos candidatos do seu partido – antigos aliados a quem já havia recorrido por inúmeras oportunidades, e que, por ironia do destino, sairiam vencedores do pleito - e apostou todas as fichas nas candidaturas do casal Narciso e Célia Mendes, ambos derrotados para deputados federal e estadual, respectivamente.

Na noite desta terça-feira (8), em conversa informal, o dirigente municipal do partido afirmou que Vanderlei Viana não é candidato do PMDB nas próximas eleições e que caso pretenda confirmar a sua candidatura vai ter que enfrentar pelo menos três pré-candidatos na convenção municipal, entre eles, o próprio Damião. Os outros dois nomes seriam os do atual vice-prefeito, João Dias, e do encarregado da Empresa Real Norte em Xapuri, Francisco Furtuoso.

Francisco Damião afirmou ainda que o PMDB não tem participação nenhuma na administração de Vanderlei. “O partido foi abandonado por ele”, disse. Ele afirma ainda que o prefeito usou o partido apenas para se eleger, tendo em seguida traído as principais lideranças e apoiadores. “Vanderlei não cumpriu com nenhum acordo político firmado em campanha. Eu mesmo, só assumi a Secretaria de Infra-Estrutura por causa do vice-prefeito João Dias, enquanto esteve lá”, afirmou Damião classificando de audácia, a atitude de Vanderlei em se sentir candidato do partido à reeleição.

Dias atrás, o deputado Chagas Romão declarou que não irá interferir nessa discussão nem a favor, nem contra Vanderlei. A decisão ficará, segundo ele, por conta do diretório municipal. Viana não deverá contar, também, com o apoio do deputado federal Flaviano Melo, a quem bateu com a porta na cara nas últimas eleições.

quarta-feira, 9 de maio de 2007

Cooperativismo de crédito

Mergulhados em uma crise sem precedentes na história do município, situação agravada pela proximidade com a área de livre comércio de Brasiléia e Epitaciolândia, que atrai mensalmente grande parcela da população da cidade em busca de melhores preços e mais variedade de produtos que não são oferecidos no mercado local, os comerciantes de Xapuri buscam alternativas para fugir da pindaíba que atinge àqueles que ainda resistem às dificuldades impostas pela falta de circulação de dinheiro na praça local.

Uma dessas alternativas está na tentativa de criação de uma cooperativa de crédito que ofereça aos empresários locais e população de baixa renda a concessão de crédito e prestação de serviços financeiros de forma mais vantajosa que os oferecidos pelas instituições bancárias, ou seja, emprestando a menores taxas e remunerando aplicações a taxas maiores, com menos tarifas e exigências. Além de empresários, a idéia da criação da cooperativa está sendo apoiada por funcionários públicos.

Iniciada há cerca de 2 anos atrás, a organização possui hoje 34 cooperados e administra um capital pouco superior a R$ 30 mil reais. A intenção da direção da sociedade ainda informal é de que até o final desse ano a cooperativa já possua um número superior a 100 cooperados. No início de 2008, o grupo pretende apresentar ao Banco Central do Brasil o seu projeto de viabilidade econômica para formalizar a cooperativa.

No início desta semana, a Associação Comercial de Xapuri realizou uma palestra com o objetivo de discutir o assunto e levar informações aos interessados sobre o sistema de funcionamento de uma cooperativa de crédito. Para isso, foi trazida a Xapuri a empresa de consultoria NCA Assessoria e Treinamentos Empresariais, que deverá ser a responsável pela preparação da documentação de constituição da cooperativa a ser apresentada futuramente ao Banco Central. Participou, também, da palestra, o presidente da CB-CRED – Cooperativa de Crédito do Corpo de Bombeiros de Rio Branco, com 400 cooperados, que engloba também funcionários do judiciário acreano. Eudemir Bezerra falou da sua experiência de quase dez anos no cooperativismo e das vantagens que a iniciativa pode trazer para comerciantes e funcionários públicos de Xapuri.

Para o presidente da cooperativa de Xapuri, Antônio Pedro Mendonça, a cooperativa de crédito trará enormes benefícios para a sociedade local, pois trata-se, segundo ele, do melhor mecanismo de inclusão econômica e social que pode ser aplicado dentro do sistema capitalista. “A cooperativa de crédito vai fazer com que o nosso dinheiro circule mais dentro do nosso próprio município, gerando mais empregos e criando novas e melhores oportunidades de investimentos empresariais, no caso dos comerciantes, e também pessoais, uma vez que a participação é aberta a qualquer cidadão”, disse ele.

Entusiasmados, também, com a idéia estão alguns empresários do setor agropecuário, principalmente os da produção de leite. O pecuarista Marcinho Miranda saiu da palestra empolgado com as informações que obteve. Ele relatou uma experiência de pecuaristas no Estado de Rondônia, que através do cooperativismo conseguiram construir um grande frigorífico com capacidade de abate de 600 cabeças de gado por dia. Segundo ele, está faltando aos acreanos a cultura do cooperativismo, tão difundida em outras regiões do Brasil. Cerca de 20 produtores de leite estariam predispostos a aderir à cooperativa.

Antônio Maria Alves é empresário do setor de modas, e mesmo estando afastado temporariamente da atividade, é um dos grandes entusiastas da criação da cooperativa de crédito. De acordo com ele, a comunidade local precisa se organizar e apostar numa alternativa para reduzir as dificuldades impostas pela conjuntura econômica que na atualidade não é das mais favoráveis para os xapurienses. “Além de ser um instrumento que facilita o acesso ao crédito com vantagens que não são oferecidas pelos bancos, a cooperativa será responsável por ações de alcance social, através da promoção de programas sócio-culturais”. Segundo Antônio Maria, é importante que os governos se atentem para o apoio ao cooperativismo e participem da iniciativa, juntamente com as demais organizações civis, com o objetivo de promover o desenvolvimento local sustentável.

Associação Comercial acredita no cooperativismo

Outro entusiasta da iniciativa é o presidente da Associação Comercial de Xapuri, o empresário João Honorato Cardoso. Há dois anos à frente da instituição, ele acredita que o cooperativismo seja um caminho promissor para empresários e comunidade. Ele é secretário financeiro da cooperativa e incentivador das ações de divulgação e conscientização de novos cooperados.

“Há que ser feito um trabalho de conscientização da sociedade da importância desse projeto. Não podemos mais aceitar impassíveis as condições adversas, as dificuldades e a burocracia que são impostas pelo sistema bancário convencional”, disse ele.

Cooperativismo de Crédito no Brasil

No Brasil as primeiras cooperativas surgiram no início do século XX, em São Paulo e no Rio Grande do Sul. Elas são regidas pela lei 5.764, de 16 de dezembro de 1971, que define a política de cooperativismo, institui o regime jurídico das sociedades cooperativas e dá outras providências.

As cooperativas são sociedades civis, compostas por pessoas, com forma e natureza jurídica próprias, sem fins lucrativos e não sujeitas à falência. Adicionalmente, as cooperativas de crédito são instituições financeiras integrantes do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Por essa razão, seu funcionamento é definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e suas operações fiscalizadas pelo Banco Central do Brasil, que para tanto emite os atos normativos necessários.

Elenira Mendes fará retratação pública ao prefeito

A Presidente da Fundação Chico Mendes, Elenira Mendes, não foi favorável à atitude de sua tia e funcionária da Fundação, Deusamar Mendes, que na tarde de ontem impediu que o prefeito Vanderlei Viana entrasse no museu, quando ele acompanhava a vice-prefeita de Sena Madureira, Wânia Pinheiro, que visitava a cidade.

De acordo com informação prestada por testemunhas, além de barrar a entrada do prefeito no museu, Deusamar o ofendeu moralmente. A atitude causou um grande constrangimento para a vice-prefeita de Sena Madureira e se transformou em ameaça de ação judicial por parte de Vanderlei Viana, que encaminhou ofício à presidência da Fundação Chico Mendes deixando claro que tomará essa medida.

Deusamar se demitiu após uma discussão com Elenira, que não apoiou a atitude da funcionária. "O museu é um local público, aberto à visitação, não se justifica a falta de profissionalismo", disse um dos assessores da fundação, minutos atrás, por telefone. Ele informou que elenira está preparando uma nota pública de retratação ao prefeito pelo episódio.

Segue o documento encaminhado pelo gabinete do prefeito à presidência da Fundação Chico Mendes, que nos foi encaminhado via e-mail:

OF/GAB/PREF/N°156/2007 Xapuri/AC, 09 de maio de 2007.

A Ilma. Sra.
Elenira Gadelha Mendes
Presidente da Fundação Chico Mendes.
Nesta.

Ilustríssima Senhora Presidente:

A Administração Superior da Prefeitura Municipal de Xapuri, representada por esta Chefia de Gabinete, indignada e surpresa, faz chegar até essa Presidência e demais componentes da Fundação Chico Mendes, seu mais veemente repúdio à conduta e atos praticados por empregada dessa entidade em face do senhor Prefeito Wanderley Viana de Lima, quando essa autoridade, acompanhada pela Vice-Prefeita de Sena Madureira, Sra, Vanda Pinheiro, visitava a sede dessa Fundação.

Para os fins pertinentes de ordem interna, informamos que na tarde de 08 de maio do ano em curso, uma funcionária da Fundação, ademais de impedir ilegal e abusivamente a visitação do local pelo ilustríssimo senhor Prefeito de Xapuri - naquele momento ciceroneando comitiva de autoridades de Sena Madureira, comandada pela sua Vice-Prefeita -, sem o menor motivo, publicamente destratou, caluniou e difamou a maior autoridade civil deste Município, chegando ao cúmulo de fechar as portas da Fundação na frente dos visitantes.

A irracional conduta da preposta dessa Fundação não pode ser admitida sob hipótese alguma, já que se trata de ato discriminatório e violento que compromete não apenas a moral pública do Prefeito deste Município, senão também os fins pretendidos pela Fundação Chico Mendes com a sua Sede, transformada em local aberto à visitação pública.

Saliente-se, ainda, que a desmotivada agressão moral ao Senhor Prefeito, adjetivado com palavrões, calúnia e difamações de diversa índole, deverá ser objeto de representação junto à justiça deste Estado, eis que inadmissível aceitar passivamente comportamentos desajustados e indevidos como o aqui relatado, principalmente quando proferidos de forma pública, já que presenciado por diversas pessoas que se encontravam no local.

Atenciosamente,

Prof. Joscires Ângelo
Chefe de Gabinete

Vereador Iran

Chegam informações de que o vereador Iran Vasconcelos realizou uma reunião com produtores rurais, na última segunda-feira, na boate Err’s Bar, com o fim de fazer uma mobilização para ir até Rio Branco reivindicar do governo a recuperação dos ramais do município. Pura demagogia do vereador que nunca se preocupou, nem interveio nas recusas do prefeito em fazer parte do programa de melhoramento de ramais dos governos federal, estadual e prefeituras em anos passados.

Iran Vasconcelos não tem outro interesse senão cooptar eleitores e obter dividendos eleitorais com a realização de reuniões e torneios de futebol. Vive fazendo entrega de kits de telefonia celular que deveriam ser entregues pela prefeitura. Um jogo sujo que denuncia a relação tantas vezes anunciada entre alguns vereadores e o prefeito: troca-se a entrega de benefícios às comunidades por apoio na câmara.

Deveria sim, fazer mobilização para pedir ao seu prefeito que não prejudique os produtores da Gleba Sagarana e Estrada de Petrópolis, deixando de usar os recursos da emenda do senador Geraldo Mesquita, destinados à compra de um trator e escavação de poços semi-artesianos, para comprar uma máquina retroescavadeira que terá serventia durante o período eleitoral para negociação de votos.

Se não tomarem cuidado o mesmo acontecerá com o convênio do Ministério do Desenvolvimento Agrário que destina recursos para a construção de um novo prédio para a Saboaria Xapuri e a compra de um veículo traçado para escoamento de produção agrícola. Já fala-se na compra de uma pá mecânica.

Voltando ao vereador Iran, sua voz não foi ouvida, na sessão de hoje, quando a maioria dos vereadores criticou o atraso no pagamento de funcionários provisórios. Alguns têm cinco meses de salários atrasados. Há um pai de família que há 9 meses não recebe seus salários, vítima de uma perseguição covarde imposta pelo prefeito. Seu nome é Antônio Marcos, tem 25 anos de trabalho no município. Isso é o que vereador deveria ver e combater, como representante do povo que se diz ser, mas que na realidade não passa de um reles serviçal do prefeito.