quarta-feira, 13 de junho de 2007

Látex de seringal nativo é supervalorizado

O preço do látex praticamente triplicou. Além da nova cotação do produto, seringueiros ainda ganham novas oficinas de trabalho.

MONTEZUMA CRUZ
agenciaamazonia.com.br

A fábrica de preservativos masculinos em Xapuri, a 188 quilômetros de Rio Branco, valorizou a cotação do látex, informa o Governo do Estado do Acre. O produto passou de R$ 1,20 para R$ 3,40. O seringueiro recebe ainda R$ 0,70 por quilo de borracha seca. Semanalmente, cada produtor entrega de um a oito tambores. A capacidade de cada tambor é de 30 litros e deste total, metade é borracha seca e outra metade água. O pagamento é mensal.

A fábrica de camisinhas de Xapuri, terra do líder ambientalista Chico Mendes, é a única do mundo a utilizar látex de seringal nativo. Às vésperas da inauguração do empreendimento, técnicos da Secretaria de Assistência Técnica e Extensão Rural e Secretaria de Extrativismo e Produção Familiar intensificam o modo de entrega da matéria-prima que moverá a indústria. Segundo o gerente de produção e abastecimento, Aldenor Ferreira, a Reserva Extrativista Chico Mendes foi dividida em rotas e o transporte do látex é feito a partir dos pontos de recolhimento.

Dez pontos

Ferreira explica que o ponto é apenas mais um elemento adicionado ao dia-a-dia dos seringueiros desde o início do projeto. Dez pontos já funcionam nas colocações (núcleos de extração do látex) para que os seringueiros possam manipular a matéria-prima e conservar as ferramentas. Eles situam-se em pontos estratégicos da reserva, com acesso de caminhão para escoamento da produção.

Nesses mesmos locais a qualidade da matéria-prima é testada. De acordo com o gerente do Seringal Chora Menino, Edissandro Silva Souza, jovens seringueiros foram capacitados a fazer a recepção do látex, pesagem e retirada de amostra para esses testes. Eles também determinam o percentual de borracha seca.

Para o coordenador de campo, João Pereira da Silva, os gerentes são o elo dos seringueiros com a fábrica.

Com a instalação da indústria de preservativos, os seringueiros ganharam módulos sanitários, pontos de captação de água e placas que captam energia solar nas colocações. O Governo do Acre destaca no atual estágio a melhoria dos ramais de acesso à área produtora. O escoamento do látex em tempo hábil é essencial para o sucesso da produção, explicam os técnicos.

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