domingo, 21 de outubro de 2007

Barco da Leitura

Projeto Acreano é finalista do Prêmio Vivaleitura

O projeto Barco de Leitura, que funciona há dois anos na Reserva Cazumbá, em Sena Madureira-Acre, é um dos 15 projetos finalistas do Prêmio Vivaleitura e poderá ganhar R$ 25 mil em dinheiro. A premiação é uma iniciativa conjunta do Ministério da Educação (MEC), Ministério da Cultura (MinC) e Organização dos Estados Ibero-Americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI) e integra o Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL). “Para nós foi uma realização chegar à final, pois somos o único projeto do Norte a chegar lá”, afirma a coordenadora do projeto, Valdeneide Queiroz.

Barco da Leitura forma leitores em Sena Madureira

O desafio de incentivar a leitura na comunidade Resex Cazumbá-Iracema, em Sena Madureira, no Acre, era grande. O acesso às escolas é feito por meio do barco, no inverno e também por caminhadas pela floresta, no verão. A maioria da população, 62%, é formada por crianças e jovens e 50% dos adultos são analfabetos.

O local é uma Unidade de Conservação Federal de Uso Sustentável onde vivem 247 famílias, totalizando uma população de 1.232 pessoas. No ano passado, um grupo de professores decidiu criar um projeto para promover a aprendizagem e incentivar a valorização dos jovens por meio da leitura, reduzindo os indicadores negativos na área educacional.

Tinha início o projeto Barca da Leitura, que atende 500 crianças e jovens por meio de uma série de ações baseadas nos diversos gêneros literários como contos infantis, lendas, fábulas, poesia, cordel e romances.

Um dos principais desafios era criar um mecanismo de bibliotecas que não dificultasse o acesso à leitura em razão das dimensões da reserva e a dispersão da população. Para resolver o problema, a principal estratégia utilizada foi a criação de Círculos de Leitura, espaços públicos ou residenciais, cedidos voluntariamente, onde são oferecidos livros e materiais para os leitores.

O trabalho proporcionou o desenvolvimento na área de leitura, interpretação, comunicação escrita e oralidade. O projeto contou com a participação de oito professores e quatro escolas, de onde saíram 20 estudantes, escalados para atuar como agentes voluntários de leitura, inclusive na comunidade, lendo para aqueles que não sabem ler.

Eles também ficaram responsáveis pelo empréstimo e controle das obras, por atividades de leitura na família e ações culturais nos finais de semana. O trabalho deu frutos, como o expressivo crescimento do volume de livros emprestados e a visível melhoria da auto-estima dos participantes.

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