quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Descartada febre amarela proveniente do Acre

A médica Maria Eugênia, do Hospital Felício Rocho, de Belo Horizonte, descartou clinicamente a possibilidade de febre amarela para os sintomas apresentados pelo fazendeiro G.J.R., de 48 anos, morador da cidade de Acrelândia. Eugênia aguarda os exames laboratoriais que estão sendo realizados na Fundação Ezequiel Dias para confirmar a avaliação clínica.

Geraldo Rocha está há oito dias internado no Felício Rocho. Ele começou a passar mal ( sentia dor de cabeça, febre) no dia 29 de dezembro e, no último dia 4 de janeiro, decidiu viajar a Cuiabá m busca de tratamento. Dali, partiu para Belo Horizonte porque tem parentes em Minas. "Pelo relato clínico da médica que cuida do paciente, está descartado o diagnóstico para febre amarela", assegurou, nesta quarta-feira, o secretário de Saúde do Acre, Osvaldo Leal.

O secretário determinou ao Serviço de Vigilância Epidemiológica acompanhamento permanente da situação no País. A técnica Elaine Costa mantém contato freqüente com a médica do fazendeiro de Acrelândia e confirma que o paciente está lúcido e tranqüilo, conversando normalmente.

De acordo com a Vigilância Epidemiológica, entre 2000 e 2007 foram registrados 20 casos suspeitos de febre amarela no Acre mas nenhum foi confirmado. O último caso de febre no Estado ocorreu em 1942 em Sena Madureira.

Edmilson Ferreira
Agência de Notícias do Acre


Saiba o que é a febre amarela

A febre amarela é uma doença infecciosa causada por um vírus conhecido como flavivírus.

A transmissão não é feita diretamente de uma pessoa para outra. O contágio ocorre através do mosquito que após picar uma pessoa infectada, pica outra, se essa não for vacinada contrai a doença. A febre amarela pode aparecer tanto em áreas urbanas, como silvestres e rurais. Sendo que, em áreas silvestres a transmissão é realizada pelo mosquito do gênero Haemagogus, que picam os macacos, principais hospedeiros e posteriormente o homem, já em áreas urbanas a transmissão é realizada pela pessoa não imunizada, que uma vez infectada em áreas silvestres, serve como fonte de infecção para o Aedes aegypty (mosquito da dengue).

O vírus e a evolução clínica da doença são semelhantes. A diferença está apenas nos mosquitos transmissores e no lugar onde a infecção foi adquirida. Os sintomas aparecem entre o terceiro e o sexto dia após a picada. A pessoa sente febre, dor de cabeça, calafrios, náuseas, vômito, dores no corpo, icterícia e hemorragias de gengivas, nariz, estômago, intestino e urina.

Apresenta curta duração, no máximo dez dias. Como não existe tratamento específico para febre amarela, este consiste em repouso, reposição de líquidos e uso de medicação sintomática, como o paracetamol, evitando os salicilatos, em função do risco de hemorragias. O diagnóstico é essencialmente clínico, em formas mais graves é realizado através do isolamento viral em amostras de sangue ou de tecido hepático.

A vacina é a única forma de evitar a doença. A primeira dose deve ser tomada a partir de 1 ano de idade e reforço a cada dez anos. A vacina é recomendada também a todas as pessoas que viajam para regiões endêmicas como: Centro Oeste, Norte, Maranhão, Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina. Uma das formas de prevenção é estar informando a população sobre a doença e como evitá-la: não deixando águas paradas se acumularem em cisternas, caixas d'água, lata, pneus e vasos de plantas.

Situação em todo o País

Informe da Secretaria de Saúde de Minas Gerais esclarece a situação naquele Estado e no País. Com a chegada do verão, das chuvas e do calor, cria-se o momento propício para a reprodução dos mosquitos transmissores de dengue e febre amarela. Neste ano, há uma importante transmissão de febre amarela no Estado de Goiás, onde ocorreram casos humanos e epizootias (mortandade de macaco) em 28 municípios. Dentre estas mortes, houve também a confirmação de um macaco positivo, em um parque na zona urbana de Anápolis.

Até 1999, a vigilância deste agravo era pautada, exclusivamente, na ocorrência de casos humanos. A partir daquele ano, com a observação de morte de primatas não humanos em vários municípios de Tocantins e Goiás, tais eventos passaram a ser vistos como sinalizadores de risco de casos humanos de febre amarela.

Não existem medidas efetivas de controle destas populações de animais. Quando a epizootia ocorre nas proximidades de áreas urbanas ou nas áreas limítrofes destas com as áreas rurais, também está indicada a intensificação das ações de controle do Aedes aegypti, para que este não transmita a infecção nas cidades.

Em 2007, foram notificadas epizootias de primatas não humanos em nove estados do país: Goiás, Tocantins, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Piauí, Distrito Federal e Rio Grande do Norte. No entanto, houve confirmação laboratorial para febre amarela apenas em Goiás, até o momento. Nestes Estados, houve registro de epizootias em 48 municípios. Em relação aos casos humanos, foram registrados seis casos em quatro estados: Amazônia, Pará, Roraima e Goiás.

"A vacina é o único meio de prevenir a febre amarela. Portanto, as pessoas devem atualizar sua carteira de vacinação", pediu Elaine Costa, do Serviço de Vigilância Epidemiológica do Acre.
Em entrevista coletiva o ministro da Saúde, José Gomes Temporão reafirmou que a situação está sob controle graças às medidas preventivas adotadas nos últimos anos.

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