segunda-feira, 31 de março de 2008

Caex e sua herança maldita

Cooperativa Agroextrativista de Xapuri triplica compra de castanha em 2008, mas a situação da empresa não é boa, diz o presidente Luiz Íris de Carvalho. Com graves problemas herdados da gestão passada, a entidade que foi idealizada por Chico Mendes para atender aos interesses dos seringueiros acima de qualquer outro, luta para não ir à bancarrota com dívida de R$ 1 milhão com a Conab e pode ter todo o seu patrimônio penhorado pela justiça que já expediu carta precatória para levantamento e avaliação de bens da entidade.

A Cooperativa Agroextrativista de Xapuri – realizou durante o último final de semana a sua Assembléia Geral Ordinária do ano de 2008. O objetivo foi apresentar aos sócios a prestação de contas referente ao exercício de 2007 e avaliar a atual safra da castanha, que ainda está em andamento. O resultado do encontro, no entanto, não foi o esperado pelos dirigentes da entidade.
Com pouquíssima participação dos associados – apenas 25 de um total de 386 compareceram à assembléia – a cooperativa não conseguiu sequer apreciar a prestação de contas do exercício passado. O presidente da entidade, Luiz Íris de Carvalho, explica que diversas irregularidades, ocorridas no exercício de 2006, impediram o fechamento das contas deste ano.

A prestação de contas de 2006 contém uma infinidade de erros e não foi registrada na Junta Comercial do Estado do Acre. Entre as irregularidades apontadas pelo atual presidente estão a concessão de empréstimos a terceiros, realizados sem a assinatura de papéis, e a movimentação desastrosa do capital da empresa, atestada por balanços confusos e relatórios financeiros incompreensíveis.

Outro fato que agravou a situação da Caex foi a perda, em 2006, de 86 toneladas de castanha, no valor de 1 milhão e 65 mil reais, levadas para a Bolívia, como pagamento de uma dívida contraída junto à empresa Tahuamanu, daquele país. Luiz Íris afirma que não pode garantir se aconteceu desvio de dinheiro da cooperativa nos últimos anos, mas considera que houve, no mínimo, intensa irresponsabilidade na administração dos recursos públicos disponibilizados pelo governo federal.

Há dois anos a Caex não tem acesso aos recursos referentes ao Programa de Compra Antecipada da Castanha, liberados todos os anos para as cooperativas do estado. O motivo é a inadimplência herdada da gestão passada da entidade, que não pagou o dinheiro recebido da Conab – Companhia Nacional de Abastecimento – em 2005.

A dívida de 1 milhão de reais com a Conab pode levar a Caex a ter todo o seu patrimônio penhorado, inclusive a sua sede. Uma carta precatória ordenando o levantamento e a avaliação de bens da cooperativa já foi expedida pela justiça. De acordo com o presidente da entidade, só as usinas de castanha e de borracha ficam fora da penhora porque ainda são patrimônio do Ibama. A Caex detém apenas a concessão de uso das usinas.

O atual presidente conta que quando assumiu a direção da instituição, em maio de 2007, a cooperativa agonizava com dívidas que superavam a marca de 1,5 milhão de reais, devendo impostos municipais e estaduais, com a folha de pagamento atrasada há quase 5 meses e com o seu estabelecimento comercial praticamente sem nenhuma mercadoria nas prateleiras.

Para se manter em funcionamento, sem dinheiro para a compra da castanha, a cooperativa passou a sobreviver da fatia de 20% do mercado da borracha deixado pela fábrica de preservativos masculinos, sendo que a Caex ainda tinha que dividir essa parcela com outro comprador da região. Com as dívidas sendo aos poucos colocadas em dia, a Caex tenta se habilitar a receber os recursos do governo do estado para o pagamento da produção do látex destinado à fábrica de preservativos, que atualmente está sendo feito através da Cooperacre - Cooperativa Central de Comercialização Extrativista do Estado do Acre.

Criada em 1988, ainda sob a coordenação do líder sindical Chico Mendes, morto naquele mesmo ano, a cooperativa tinha o objetivo de eliminar do processo de comercialização da borracha a figura indesejável do atravessador (marreteiro) e viabilizar o desenvolvimento econômico dos seus associados. Passados quase 20 anos de sua criação, a Caex nem de longe parece ser aquela instituição sólida que recebia apoio e financiamento de ONGs e Fundações de governos internacionais.

O gerente da Caex na gestão passada, Salustiano Diogo, foi contatado por telefone. Ele informou que se pronunciaria a respeito das afirmações do atual presidente após ler esta matéria. O ex-presidente, Luiz Pereira, não foi encontrado.

A safra da castanha

A boa notícia da assembléia deste final de semana ficou por conta dos bons números da safra de castanha deste ano. A Caex divulgou que já comprou mais de 17 mil latas do produto, quase o triplo do volume negociado no ano passado que foi de 6 mil latas. A expectativa da cooperativa é de que até o fechamento da safra sejam compradas mais de 25 mil latas de 10 quilos, o que corresponde a 250 toneladas de castanha.

Em Xapuri, a lata de castanha está sendo comprada do produtor ao preço de 10 reais para o associado da cooperativa e de 9 reais para o não associado. Luiz Íris de Carvalho afirma que apesar da alta do preço no mercado internacional, a cotação do produto no mercado local ainda continua relativamente baixo no mercado local em virtude da supersafra ocorrida no país e da compra antecipada do produto.

“Apesar da alta do preço da castanha no mercado exterior, que regula o preço da castanha no Brasil, houve uma supersafra no país, o que tornou a oferta maior que a procura, deixando a cotação da castanha em baixa para o produtor”, explica ele.

Está prevista para o mês de maio a realização de uma assembléia geral extraordinária, quando a Caex pretende, enfim, resolver de forma definitiva as questões relacionadas às duas prestações de contas pendentes. Quanto ao destino tomado pelo dinheiro da compra da castanha, o conselho deliberativo da entidade resolveu solicitar ao Tribunal de Contas da União e ao Ministério Público Estadual a abertura de investigação. O TCU se manifestou na semana passada, requerendo informações e documentos à cooperativa, e o MPE não se pronunciou até o presente momento.

domingo, 30 de março de 2008

A arte de Rivasplata



O Tribunal de Justiça do Acre abriu na última sexta-feira, dia 28, a 4ª edição do projeto Mais Arte, que traz a exposição de pinturas do artista Jorge Rivasplata, organizada em três séries temáticas: Revolução Acreana, Florestar e Variedades.

"Jorge Rivasplata de La Cruz, peruano radicado no Acre há mais de 20 anos, gosta de ser identificado como um brasileiro que gosta de ampliar os espaços para a cultura no Estado e incentivar o gosto pelas artes plásticas entre as novas gerações.

A cultura e as tradições amazônicas são seus temas preferidos, com destaque especial para a Revolução Acreana. Os 24 anos de trabalho do artista constituíram um acervo de obras que retrata o Acre desde os primeiros desbravadores da região, até líderes como Chico Mendes e outros de importância na história de luta do povo acreano".

A exposição está aberta ao público no Tribunal de Justiça do Acre, no centro de Rio Branco, até o dia 30 de junho próximo.

As informações são da Assessoria de Comunicação Social do TJAC.

PT reafirma nome de Bira à prefeitura de Xapuri

O signatário da coluna Na minha opinião, Evandro Cordeiro, que escreve no site Notícias da Hora, anotou na manhã deste sábado (29) que o PT estaria se rendendo ao bom desempenho do PSB em Xapuri e que deveria apontar o candidato a vice-prefeito na chapa de Manoel Moraes. “Leonardo Brito, o presidente do partido no estado, viaja hoje cedo até lá para fechar a aliança”, afirmou o colunista.

Leonardo Brito realmente esteve na cidade no sábado. Em visita a alguns municípios da regional, se inteirou da conjuntura política local sem tocar em assunto ligado à relação entre PT e PSB. De Xapuri se dirigiu a Epitaciolândia, quando se reuniu com a direção do partido naquele município, onde o PT tentará chegar à prefeitura com a pré-candidatura já definida do diretor da Rádio Aldeia de Brasiléia, Marcos Fernando.

Efetivamente, quem veio a Xapuri neste sábado participar de um ato oficial da agremiação foi o ex-deputado federal Marcos Afonso, representando a Executiva Estadual do Partido dos Trabalhadores, e o que se viu foi algo bem diferente daquilo que vaticinou o colunista do Notícias da Hora. Em um ato de filiação que reuniu mais de 300 pessoas, às 20 horas, no pequeno salão do Mirantes Bar, o partido deu mais uma demonstração de que não abrirá mão da candidatura própria.

Em clima de início de campanha e de ratificação do nome do engenheiro agrônomo Francisco Ubiracy como pré-candidato único do partido, o PT homologou, no encontro, 122 novas filiações. Grande parte dos novos filiados é de jovens, segmento que andou um tanto esquecido pela sigla nos últimos anos, mas que, pelos discursos, promete ser um tempero a mais na luta do PT para retomar uma das prefeituras mais ambicionadas do estado.

Convidado para ser o palestrante da noite, o ex-deputado Marcos Afonso exaltou os avanços obtidos pelo governo Lula, lembrou a derrota para a prefeitura de Rio Branco em 1996 (para Mauri Sérgio), quando, segundo ele, ocorreu a maior compra de votos da história do Acre. Utilizou Xapuri como exemplo para mostrar o resultado de uma opção mal feita na hora de escolher aquele que vai administrar a cidade por 4 anos, e com relação ao prefeito Vanderley Viana como adversário do PT nas eleições, provocou: “Praga crescida é mais fácil de ser combatida”.

Já falando como nome único a ir à convenção municipal, Ubiracy agradeceu aos concorrentes internos (o suplente de vereador José Selmo Dantas e o gerente local da Seaprof José Nilberto Menezes) que abriram mão de suas candidaturas em nome da dele. Para ele, o PT já conquistou a primeira grande vitória dessas eleições: garantir a unidade partidária, tida como o maior trunfo para a disputa que promete ser dura.

O que o PT precisa mostrar em Xapuri é se realmente superou o trauma da derrota para Vanderley Viana nas últimas eleições municipais que levou o partido a um processo de desunião e disputas internas que o levaram a cometer o fiasco de lançar dois candidatos à Assembléia Legislativa nas eleições passadas. Se a tão falada unidade se mostrar restaurada, seus dirigentes mostram que lições foram tiradas da última derrota e o partido seguirá como uma das principais forças locais. Caso contrário, só o futuro poderá dizer sobre os destinos da sigla na terra de Chico Mendes.

Daqui para frente

A expectativa agora é para a reação do PSB às demonstrações seguidas do PT de que não cogita composição de chapa com o aliado de FPA, abdicando do cargo de prefeito. O partido tem se mantido taciturno neste início de ano sobre a confirmação da candidatura de Manoel Moraes. Somente em alguns setores da imprensa seu nome é citado como certo na disputa eleitoral. O próprio Manoel não afirma publicamente se será ou não candidato, apesar de garantir trabalhar com base em levantamentos periódicos que sempre lhe apontam vantagem sobre Ubiracy e Vanderley.

Por outro lado, aguardam-se também os desdobramentos das possíveis candidaturas de Elenira Mendes (PV) e Marcinho Miranda (PSDB). A primeira, envolvida nas atividades do Instituto Chico Mendes - que ela preside - para as comemorações dos 20 anos da morte de Chico Mendes, que acontecem este ano, parece não ter tido tempo para se dedicar ao assunto. Além disso, a divulgada união entre PV, PP, PC do B e PMDB parece já ter azedado. Alguns militantes influentes dos três primeiros não concebem uma aliança com os peemedebistas. É esperar pra ver no que vai dar.

Já Marcinho Miranda, que segue apostando em chances reais de ser eleito, resta saber se terá realmente cacife para sustentar sua participação no jogo. Com uma densidade eleitoral certamente baixa, o tucano de Xapuri não conta sequer com nomes expressivos entre os possíveis candidatos de seu partido à câmara, com exceção do vereador Clemilton Lima, o segundo mais votado nas últimas eleições municipais. Vale lembrar que o bom desempenho de Clemilton não se repetiu quando tentou uma vaga na Assembléia Legislativa no último pleito estadual.

Quanto a Vanderley Viana, comenta-se que corre o risco de não ter legenda para disputar a reeleição. A demissão de um apadrinhado de Márcio Bittar, que ocupava um cargo na prefeitura de Vanderley parece ter colocado farinha azeda na cumbuca dos dois. Pela tranqüilidade que o prefeito aparenta ao divulgar aos quatro cantos uma popularidade ilusória de 63%, é muito improvável que o PPS lhe bata com a porta na cara, afinal de contas o inquieto e sempre imprevisível Vanderley Viana é a última tábua a que o finado MDA tenta se agarrar.

sábado, 29 de março de 2008

O Brasil tem guerrilha

A revista ISTOÉ entrou na base da Liga dos Camponeses Pobres, um grupo armado com 20 acampamentos em três Estados, que tem nove vezes mais combatentes que o PCdoB na Guerrilha do Araguaia e cujas ações resultaram na morte de 22 pessoas em 2007.

No sábado passado, dia 21 de março, mais três bárbaros assassinatos na área dominada pelos insurgentes elevou para 25 a trágica contabilidade do conflito nos últimos 12 meses. Os três mortos, desta vez, são integrantes da organização clandestina.

O governo do estado de Rondônia, onde bate o coração da guerrilha, já solicitou a intervenção da Força de Segurança Nacional para combater os bandoleiros que estão espalhando o terror na região que estende de Jaru, no centro do Estado, às cercanias da capital Porto Velho, se alongando até a fronteira com a Bolívia, região onde eles acabaram de abrir uma estrada.

Amplamente conhecidos em Rondônia, os integrantes da LCP controlam hoje 500 mil hectares, onde existem 13 bases. No distrito de Jacilândia está o centro de treinamento do grupo guerrilheiro.

A reportagem feita pelos jornalistas Alan Rodrigues (texto) e Alexandre Santana (fotos) está disponível para os internautas no site Isto é Online.

sexta-feira, 28 de março de 2008

O blog do Xapuriense

Novo blog na praça, do xapuriense Carlos Estevão Ferreira Castelo, professor de Teoria Econômica da Universidade Federal do Acre. Espaço para as atividades docentes na Ufac e reflexões sobre economia, sociedade, futebol e Xapuri, certamente. Aos professor os votos de boas-vindas à blogosfera acreana.

◙ Carlos Estevão é filho do comerciante Estevão Pereira Castelo e de dona Aurélia Ferreira Castelo. O endereço do blog é http://carloscastelo.blogspot.com/.

Questão da Boa Vista: Sem "excessos"

Para a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, Derci Teles de Carvalho, não houve excessos por parte da polícia no ato de retirada de 9 famílias de uma área da fazenda Boa Vista, na última terça-feira, como denunciou o vice-presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais do Acre, Raimundo Mendes de Barros. Segundo ela, o mandado judicial, expedido pela juíza Zenair Ferreira Bueno Vasquez Arantes, teve o objetivo de fazer cumprir um acordo firmado pelos próprios posseiros com o fazendeiro Antônio Izídio de Souza, em audiência judicial, realizada em meados de 2008, e que não foi cumprido por parte dos mesmos.

Derci Teles explica que a disputa nessa área envolvia apenas 16 famílias e o fazendeiro, tendo havido a invasão de mais 9 famílias quando Antônio izídio resolveu ceder lotes de 5 hectares para os primeiros que lá chegaram e ocuparam a terra. Izídio, então, ajuizou ação na justiça para a retirada dos novos invasores que culminou com o acordo, através do qual os posseiros se comprometeram em sair das terras em um prazo de 20 dias. Passados mais de 6 meses, sem o cumprimento do acordado, a juíza expediu o mandado para a retirada forçada dos posseiros, que não reagiram à ação policial de cumprimento da ordem.

Um outro acordo garantiu a permanência das primeiras 16 famílias na área da fazenda, desde que aceitassem mudar do lugar onde se encontram atualmente, para ocupar outro mais ao fundo da propriedade, nas margens do igarapé Arroz-sem-sal. O acordo foi aceito pelos posseiros e essas famílias terão que se mudar em breve para a nova área. Na tarde de ontem, o sindicato realizou uma reunião no local e o clima, no momento, aparenta ser de tranqüilidade. Um representante da unidade do Incra em Brasiléia esteve em Xapuri nesta sexta-feira efetuando o cadastramento, no órgão, de todas as 25 famílias envolvidas nesta questão. As 9 que foram despejadas e as 16 que permanecem no local.

A seguir fotos da desocupação:

Policiais descansando à sombra e peão destruindo barracos.














Professores vestem luto em Xapuri

Joseni Oliveira

Com seus salários engessados há 3 anos, os servidores da rede municipal de ensino de Xapuri resolveram paralisar as aulas nesta sexta-feira como forma de advertência à gestão do prefeito Vanderley Viana, que também é professor.

A categoria reivindica reajuste salarial de 7% na data-base (maio), além da realização de concurso público e a restauração da única escola municipal na zona urbana, a escola Rita Maia. Professores e pessoal de apoio saíram às ruas, na manhã desta sexta-feira, vestindo preto, simbolizando luto contra a situação em que se encontra a educação municipal.

A presidente do núcleo local do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre (Sinteac), Edna Barbosa de Farias, afirma que os servidores lutam por reajuste há mais de 3 anos. Segundo ela, uma promessa de reajuste de 4% feita no ano passado não foi cumprida e agora os trabalhadores da educação querem 7% de aumento na data-base.

Para a professora Marilza Socorro Ribeiro, na função há 10 anos, a educação do município de Xapuri está defasada como um todo. Além das péssimas condições de trabalho, as perdas salariais dos últimos 3 anos estão, segundo ela, destruindo o poder de compra e a dignidade dos trabalhadores.

"Precisamos que o nosso salário acompanhe a inflação e os reajustes do salário mínimo. Nossa defasagem é de 3 anos e precisamos acompanhar essa evolução", diz ela.

A secretária municipal de educação, Maria Dorotéia Monteiro, informou que já havia sido sujerido aos professores, na tarde de ontem, uma reunião com o setor jurídico e com o contador da prefeitura para avaliar as possibilidades de aumento. De acordo com ela, a manifestação somente aconteceu porque os professores já haviam mobilizado alunos e funcionários para a paralisação.

O atual salário base dos professores do município é de R$ 1.059,00. A secretária Maria Dorotéia informou ainda que se reunirá com os professores na próxima semana para definir a situação.

Joseni Oliveira é repórter da Agência de Notícias do Acre em Xapuri.

Meu comentário: A julgar pelo histórico de bom senso e de boa vontade para com o diálogo do prefeito Vanderley Viana, os professores e demais servidores da educação podem se preparar para vestir luto o ano inteiro. Se durante os três primeiros anos de seu mandato o alcaide abusou do radicalismo e da intransigência, passando por cima da lei, no que diz respeito à data-base dos trabalhadores, será agora que vai mudar de comportamento? A não ser que a proximidade das eleições municipais amoleça seu coração de pedra. A ambição por mais 4 anos de mandato é coisa que pode obrar milagres.

Janelas do Tempo

O cronista xapuriense José Cláudio Mota Porfiro lança, logo mais à noite, no Sebrae/Centro, em Rio Branco, o livro "Janelas do Tempo", que reúne 110 crônicas publicadas no jornal Página 20 entre os anos de 2005 e 2006.

De acordo com a repórter Renata Brasileiro, que escreveu sobre o lançamento da obra no mesmo jornal, o livro traz abordagens de histórias acreanas, cultura dos povos que aqui moram e a visão política ideológica de muitos deles.

Porfiro diz que o livro é resultado do incentivo de alguns colegas, como da desembargadora Eva Evangelista e dos jornalistas Francisco Dandão, Marcos Afonso e Pitter Lucena. Todos, admiradores de seu estilo de escrever, cobraram-lhe o registro de suas incansáveis histórias.

“Sempre fui incentivado a tudo desde o começo. Quando ainda nem escrevia, há 16 anos, Dandão pediu que eu fizesse um artigo. Ele gostou do resultado, disse que eu levava jeito e pediu para que eu continuasse. Foram esses incentivadores que me ajudaram a seguir em frente e chegar à publicação do livro”, destacou.

Além das informações, a foto também foi colhida no jornal Página 20. Na postagem abaixo, uma das crônicas do José Cláudio sobre sua infância em Xapuri.

Reminiscências

José Cláudio Mota Porfiro

Não estou ainda para escrever reminiscências. Sou apenas um moço que já houve por bem atravessar meio século de vida bem vivida. Todavia, há dias em que umas lembranças muito ternas me vêm à memória. Às vezes me emociono. Às vezes divago um tanto, mas findo por retratá-las em papel, em meu nome e em homenagem a tantos quantos povoaram e tornaram realidade os meus sonhos juvenis.

Numa primeira época da infância longínqua, andei sobre pernas-de-pau lá na querida terrinha, com a finalidade única de olhar por cima das altas janelas dos turcos e portugueses vizinhos nossos. Os portugueses tinham vindo, sim, de Portugal, mas os turcos não eram turcos. Eram libaneses ou sírios. Os primeiros, de Beiruth, sempre cordiais, às vezes sorridentes. Os outros permaneciam irritadiços todos os dias da vida encarquilhada sob o peso de uma tradição de lutas. Haredine acruta! Eis a expressão mais freqüente nas bocas e nos lábios dos regatões oriundos das cercanias de Damasco, como lembra a Senhora Jalul.

Morávamos todos num casarão construído em 1913 pelo avô materno, Raimundo Calixto. Erguido em madeira de lei, o pavilhão era conjugado e dividido em quatro residências de tamanho razoável na Rua 24 de Janeiro, aquela que parte dA Limitada rumo à Matriz de São Sebastião. Até os nove ou dez anos, não conhecia muito além destes limites impostos pela avó cearense de maus bofes, rude e operante, sempre com uma tira de couro cru sobre o ombro, como um capataz a arregimentar os quatro ou cinco moleques feitos e bem feitos por papai.

O mais velho dos lá de casa dormia em rede porque até hoje gosta. O outro dormia cheirando a avó. Eu tinha minha cama patente de solteiro. E os dois mais novos iam para o quarto principal. Certo é que, às nove da noite, ninguém estava acordado e, às cinco da matina, todos já estavam de pé, com os olhos arregalados esperando abocanhar uma ruma do pão que buscávamos na Padaria do Jorge Farofa Eluan, onde papai fazia umas extras.

Às terças ou quartas, de posse de uma espingarda calibre 12, papai, um verdadeiro bravo, partia de jeep, com o Padre José, para as caçadas nos seringais mais próximos, de onde trazia carne de caça suficiente para aplacar o nosso apetite de gigantes, e para a alimentação das freiras e das internas do nosso Colégio Divina Providência.

Vivia por ali, então, um moço, ainda em calções listados, criado pela esforçada avó. Ele atendia pelo pomposo nome de José Edmilson Gomes de Figueiredo. Os mais velhos logo o alcunharam Bacana. Só não fazia chover simplesmente porque não queria. O garoto era deveras saudável, no linguajar dos melhores manuais da moderna psicologia infantil. Certo é que, num daqueles dias distantes, já filho de prefeito, o doidivanas quis partir num circo só porque fazia umas acrobacias legais sobre uma bicicleta bem menor que ele. Todavia, o que mais me chamou a atenção foi um fator à parte.

Naqueles invernos drásticos, a chuva caía a cântaros. Em frente lá de casa, havia um pé de jenipapo e, sob a frondosa árvore, a água se avolumava. Da minha janela, só observava a molecada, posto que não conseguia fugir das vistas de Mariinha, a minha avó mais valente do mundo. Um dia, o Bacana, muito à frente do nosso tempo, olhou para a lagoa, foi buscar na casa da avó (dele) uma tábua de lavar roupa, amarrou uma corda a uma das extremidades desta e, de pé sobre a mesma, mandou que o Antônio Onça puxasse a prancha correndo pela beira da água. Certo é que o meu bom Bacana, grande amigo de infância, saiu fagueiro a deslizar fazendo marola. Depois vi muitos outros surfistas pela vida afora, mas igual a ele, pela originalidade, nunca mais. Hoje o personagem em apreço vive em Brasília, onde é conhecido pelo sugestivo epíteto de Mapinguari de Xapuri.

Depois, já nos anos setenta, este aprendiz de dublê cursava o ensino médio, à noite. De dia, como não havia emprego na sombra pra filho de pobre, trabalhava de servente de pedreiro calçando as ruas da cidade junto a uns parceiros muito sacanas que atendiam pelos nomes de Rastereiro, Tigurão, João Uchôa, Aurélio e Antonio Maria. Dava até para tirar uma boa grana e ajudar o Gibiri que, por aqueles tempos, já não agüentava se comportar tão bem sob o peso de três ou quatro pélas de borracha, como nos velhos tempos. Também, este fortuito escriba de linhas tortas já era rapazinho e, em altas horas, ingeria uns líquidos jamais recomendados pela mais verdadeira dentre todas as avós cearenses.

Razoável nas artes da Matemática, era muito melhor em Português, História, Geografia e Inglês. Por conta disto, tinha sempre um ou outro a pedir ajuda nas dificuldades que eram muitas, mesmo para quem nada fazia. É claro que arranjar namoradas já não se tornava tão difícil.

E, sob o sol causticante, numa certa tarde, o trabalho seguia na rua Floriano Peixoto, ali mais ou menos em frente ao Fórum... Recordo que, diariamente, desciam pela avenida principal, a Coronel Brandão, duas encantadoras moças de pele branca e cabelos louros. Os parceiros da faina já o sabiam e, quando as avistavam, faziam aceno e este mulato corria a se esconder para que as duas não o vissem trabalhando, suado, fedido, com a camisa amarrada na cabeça para que o sol não lhe queimasse o cabelo.

Eis que, num desses dias, os camaradas acharam por bem não avisar e, quando avistei as duas louras, já não havia como fugir... Mas não as consegui encarar, de forma alguma. Uma vergonha dessas nunca houvera passado. E o trauma foi tão medonho que, à noite, não fui para a aula.

Todavia, o inesperado ainda não acontecera. No outro dia, fui chamado a conversar com uma das minhas professoras que, ao lado das musas, disse a mim que todos sentiam imenso orgulho em caminhar ao lado de um adolescente trabalhador tão aplicado nos estudos quanto os melhores do colégio.

Sem querer ser piegas, e já sendo, afirmo ser por fatos como estes que, hoje, tenho tanto orgulho de vir de onde vim e de ainda preservar a amizade de pessoas que me fizeram tão bem. Graças a Deus!

Contribuição compulsória

Os servidores públicos de todo o Brasil têm neste mês de março um motivo a mais para se aborrecer na hora em que forem ao banco receber seus salários. O desconto de um dia de trabalho no contracheque dos funcionários para ser repassado a sindicatos, federações e confederações acontece todos os anos, mas ainda pega muita gente de surpresa.

Em outubro do ano passado, a Câmara dos Deputados aprovou uma emenda que torna opcional a chamada Contribuição Sindical. A emenda diz textualmente que essa contribuição será descontada na folha salarial, desde que haja autorização individual para este fim. A maior parte dos recursos (60%) vai para os sindicatos.

O projeto ainda terá que passar pelo Senado para entrar em vigor. Há, no entanto, dúvidas se a cobrança realmente será facultativa, já que ela está prevista na Constituição. O debate sobre o assunto é bastante acalorado no Congresso Nacional. De acordo com alguns parlamentares, a medida pode significar o fim dos sindicatos no Brasil.

Barca Brasília


Pitter Lucena

Os acreanos que vierem à Brasília para simples turismo ou a trabalho já têm diversão garantida: a Barca Brasília, um espaço de muito bom gosto de propriedade do também acreano Edmilson Figueiredo, o famoso Mapinguari, nascido e criado em Xapuri, terra do ecologista Chico Mendes. Com capacidade para 50 pessoas a Barca Brasília desfila diariamente pelas as águas do Lago Paranoá, levando diversão e entretenimento a turistas de várias partes do Brasil e do mundo.

Tive o prazer de fazer o agradável passeio no Barco Brasília no final do ano passado, durante o aniversário de minha filha Karina. Foram mais de três horas de pura emoção. A Capital Federal é muito mais bela vista das águas do Lago Paranoá. Vale à pena fazer o passeio com amigos e beber um chope geladinho regado a petiscos da culinária brasileira.

Para quem não sabe o Lago Paranoá é um dos cartões postais de Brasília, mas poucas pessoas conhecem sua história e seus inúmeros recantos de rara beleza. Para oferecer a oportunidade de acesso a esse imenso espelho d’água, a Barca Brasília leva turistas e estudantes a um agradável passeio.

Durante o passeio, além de o vento amenizar o calor do sol, o “comandante” Edmilson Figueiredo conta curiosidades e histórias do “mar de Brasília”.

Histórias como a da Vila Amauri, um dos acampamentos de trabalhadores dos canteiros de obra de Brasília, que ficava perto da Vila Planalto. E ainda fica. Só que, agora, entre 7 e 14 metros de profundidade, com algumas casas, tratores, automóveis e vários equipamentos que ficaram submerso no lago.

Quando foi feita a barragem para represar o Rio Paranoá, a previsão era de que o lago atingiria a cota mil de dois a quatro anos. Só que o vale encheu muito rápido do que o esperado e em apenas um ano atingiu a cota de mil metros acima do nível do mar. Com isso a Vila Amauri ficou submersa e os moradores tiveram de ser retirados às pressas. Muitos foram para o norte e deram origem à cidade satélite de Sobradinho; outros fixaram residência nas cidades de Taguatinga e Guará.

Brasília tem registrada a terceira frota náutica do Brasil, já que inclui as embarcações de Goiás, Tocantins e parte de Minas Gerais. “Só que 95% das pessoas que têm barco não conhecem muitos dos monumentos da orla do Lago Paranoá”, garante Edmilson.

Para melhorar essa situação, uma das propostas da Barca Brasília é fazer turismo náutico com uma nova leitura de Brasília. Para isso foi produzida a “Rota do Charme no Lago Paranoá” onde a Barca navega por áreas que valorizam a leitura do ecológico, do arquitetônico aliado à arqueologia do lago. O Centro de Excelência em Turismo da UnB está monitorado as pesquisas para que o comandante possa divulgar informações com segurança de todos esses tesouros.

Os córregos Bananal e Riacho Fundo são os maiores depositários do lago – eles é que formam o Rio Paranoá. Os córregos do Torto, Gama, Cabeça de Veado e outros de menor porte, também alimentam e abastecem de água o Lago Paranoá. Além da parte ecológica e histórica, a Barca Brasília oferece uma gastronomia simples, mas caprichada. O cardápio completo tem 30 itens de petiscos e 95 tipos de drinks.

A barca oferece um contraponto ao turismo cívico, que é o principal chamariz da capital. A partir do lago, é possível ver as pessoas nadando na região da Ermida Dom Bosco, a calma da tarde no Pontão do Lago Sul, a bateria antiaérea abandonada que protegia o Palácio da Alvorada, a área de segurança em torno do próprio palácio, a casa do colecionador de armas no Lago Norte, com canhões e charretes.

O Lago Paranoá tem 38 Km2 de superfície d’água, 40 km de extensão da ponte do Bragueto até o aeroporto. A profundidade média é de 12 metros e a máxima chega a 38 metros, nas proximidades da Barragem do Paranoá.

◙ Pitter Lucena é jornalista, acreano, trabalhou nos jornais A Gazeta, A Tribuna e O Rio Branco, e nas TVs Acre (Globo), Rio Branco (SBT), União (Bandeirantes) e Record (Rede Record), todos de Rio Branco (AC). Atualmente, é assessor de Imprensa no Senado Federal.

O texto foi extraído da Agência de Notícias Kaxiana.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Agressão à memória de Chico Mendes

A presidente do Instituto Chico Mendes, Elenira Mendes, assina uma nota de repúdio contra universitários do curso de jornalismo do Instituto de Ensino Superior do Acre (Iesacre), que publicaram uma postagem intitulada "Teorias e condenações de universitários radicais, fúteis e loucos", em um blog chamado Aldeia Sideral, onde o líder sindical Chico Mendes é retratado de forma agressiva e preconceituosa.

Eis um trecho do que os acadêmicos escrevem sobre Chico Mendes, destacado pelo jornalista Altino Machado e publicado em seu blog:

"Nunca pegou numa enchada (sic), era um preguiçoso e tinha vida conjugal dupla. A amante virou esposa e ficou com o dinheiro da pensão da outra. Chico liderava somente a cachaça no seringal. Assim como Moisés no mar vermelho (sic), Chico Mendes abriu o Rio Acre e atravessou com os seringueiros escravizados para a terra que nunca foi prometida, depois caminhou sobre as águas do Igarapé São Francisco. Chico Mendes não é Deus, mesmo depois de morto continua sendo o melhor marqueteiro e vai continuar trabalhando. Antes de ser assassinado Chico fez a "última ceia", repartiu a macaxeira e o gole de cachaça e entregou a seus discípulos (Jorge, Tião, Marina, Binho, Carioca, Angelim e Lula...)"

A postagem foi retirada pelos editores do blog, entre os quais está o repórter da TV Acre, Francisco Costa, depois que Altino Machado fez uma dura crítica à forma e ao conteúdo da página. Em seguida, todo o restante do conteúdo foi retirado do ar e o blog foi reformulado, pelo menos na aparência. Na manhã de hoje postaram, em tom de ironia, o Hino Acreano e imagens das bandeiras nacional e acreana, de Chico Mendes, Plácido de Castro e da Floresta Amazônica.

Leia a seguir a manifestação da filha de Chico Mendes:

"Sabemos que o meio acadêmico se constitui em ambiente ideal de questionamento dos padrões ditados pela sociedade. Todos que tiveram a oportunidade de cursar uma faculdade sabem do que estou falando, porém a liberdade de expressão no ambiente universitário jamais pode extrapolar o respeito ao indivíduo como pessoa detentora de padrões éticos e morais.

Podemos livremente questionar determinada ação de um individuo sem atingir mortalmente a sua honra, ou caluniar a sua índole. Podemos não concordar com os ideais de um grupo sem que haja animosidade e falta de caráter na crítica. Mas tudo isso só é possível se considerarmos que o sujeito que se expressa livremente seja alguém que detenha condições éticas, morais, emocionais e, acima de tudo, intelectuais para fazê-lo.

O conteúdo do blog Aldeia Sideral, sob a responsabilidade de alguns universitários do Iesacre, se revelou no mínimo degradante à memória das virtudes idealizadas em defesa da floresta por meu saudoso pai, o seringueiro Chico Mendes. É uma vergonha que no grupo esteja o estudante Francisco Costa, que já atua no mercado como repórter da TV Acre, emissora afiliada à Rede Globo. Como uma metralhadora anticultural, o grupo disparou uma rajada de inverdades acerca da figura de Chico Mendes, o que denota falta de equilíbrio intelectual ao publicá-las. Caso pretendam seguir a carreira jornalística, pelo tom que adotaram, deverão fazer parte do jornalismo marrom, sensacionalista e medíocre.

Como ficou provado pleno desconhecimento de tais universitários em relação à vida de Chico Mendes, recomendo que tenham a coragem de sair de suas salas de aula climatizadas, que abdiquem por algumas semanas das suas farras e visitem as comunidades seringueiras de Xapuri. Chico Mendes lutou para que o povo de sua terra tenha pleno domínio da verdade, visto que nos seringais não estava assegurado pelo poder público o direito fundamental à vida ou à dignidade de manutenção da vida.

Meu pai jamais direcionou sua luta àqueles que hoje e sempre estiveram ao lado dos ubres fartos do poder político. Se muitos dos amigos de luta dele estão no poder, isso decorre da verdade assumida democraticamente pelo voto da maioria. E também é a prova de que a ideologia de um mundo melhor, pregado por Chico Mendes, não era uma utopia, mas uma possibilidade real que podemos concretizar a cada dia.

Os estudantes de jornalismo do Iesacre, asseclas da imbecilidade dominante de certas classes, deveriam no mínimo aprender a respeitar a vida pessoal de figuras que na compreensão popular se concretizam como marcos de extrema significância. Chico Mendes é fator de sensibilização da continuação de um ideal, de uma realidade social mais digna a todos que estão à margem das políticas públicas.

Infelizmente, para universitários desse naipe, é bem mais prático acompanhar a disputa do Big Brother, saber a escalação dos times cariocas e paulistas, ou, ainda, folhear a ultima edição da revista masculina preferida, do que pesquisar de fato a vida de Chico Mendes.

É inconcebível que tenhamos ainda que suportar tamanha falta de conhecimento e de identidade cultural no contexto acreano a partir de jovens de uma universidade particular. Quiseram 15 segundos de fama afrontando a memória do movimento sindical, dos povos da floresta, ultrajando sobremaneira a figura do líder Chico Mendes.

Desnecessário relatar a importância que meu pai tem para lutas e conquistas que hoje beneficiam o povo do Acre. Mas quero ressaltar que os pretensos universitários deveriam aprender a analisar fatos históricos e não a deturpá-los.

Eles ofenderam à minha família e à memória do povo de Xapuri, que reconhece por direito o significado da luta de meu pai. Mas o que esperar de pessoas que certamente fazem parte de uma camada social que sempre se pautou por explorar a classe que Chico Mendes defendia?

Que a virtude da sabedoria desça sobre os universitários apedeutas e junto com ela o espírito da responsabilidade e da sensibilidade social".

Elenira Mendes

quarta-feira, 26 de março de 2008

Raimundão acusa juíza de insensatez

O vice-presidente da Federação de Trabalhadores Rurais do Acre, Raimundo Mendes de Barros, o Raimundão, classificou como "violência" o cumprimento de um mandado judicial que expulsou famílias de produtores rurais de uma área em litígio no seringal Boa Vista, em Xapuri.

O mandado de manutenção e reintegração de posse, em favor do fazendeiro Antônio Izídio de Souza, foi expedido pela juíza Zenair Ferreira Bueno Vasquez Arantes, da Vara Cível da Comarca de Xapuri. Apesar da revolta dos posseiros, que prometiam resistir à expulsão, a ação de desocupação das terras aconteceu de forma pacífica. No entanto, pelo menos cinco barracos foram destruídos à moto-serra pela Polícia Militar.

Raimundo de Barros reagiu à medida judicial creditando a situação à lentidão com que o Incra está tratando o processo de regularização das terras da gleba Sagarana, área remanescente da Reserva Extrativista Chico Mendes que é palco de problemas gerados pela indefinição de limites há cerca de 15 anos e onde ocorre a disputa em questão. Raimundão acusa ainda a juíza Zenair Ferreira de insensatez na condução da questão.

- Um ato de violência como esse só ocorre por causa da morosidade de um órgão como o Incra e da insensatez de uma magistrada, afirma ele.

Apesar da expulsão, 16 famílias ainda permanecem no local por força de um acordo celebrado em audiência judicial. Esse acordo determina que os posseiros terão apenas que sair do local onde estão e se estabelecer em outro, que foi oferecido por Antônio Izídio, mais ao fundo da propriedade. A resistência das famílias em ir para essa área dá-se, segundo seus representantes, pelo fato do lugar ser ruim de água e longe de vias de acesso e da rede de energia elétrica.

A propósito, a abertura de um ramal e a chegada do programa Luz para Todos nesta localidade foi, de acordo com as lideranças do lugar, o motivo que levou Antônio Izídio a se interessar pela área de maneira especial. Os agricultores não reconhecem o direito de Antônio Izídio sobre a terra. Para eles, o antigo capataz da fazenda Boa Vista, abandonada há mais de 15 anos por seus legítimos proprietários, seria apenas mais um posseiro, como eles, que já havia ocupado a área onde ficava a sede da fazenda sem, no entanto, fazer uso da terra.

Antônio Izídio, por sua vez, alega direito sobre as terras como ressarcimento de dívidas que os legítimos donos têm para com ele. Em 2007, cedeu lotes de 5 hectares para que 16 famílias fizessem uso da terra. Após a chegada dos benefícios citados acima, ele teria resolvido empurrar essas famílias para os fundos da propriedade, o que deu início aos desentendimentos. Para piorar a situação veio a invasão de outras famílias que agora foram expulsas pela justiça.

terça-feira, 25 de março de 2008

Carcará nota 1000

O título acima é o mesmo de um patético panfleto, contendo ofensas e calúnias contra mim, escrito por um analfabeto funcional que bem conheço, e deixado à minha porta na manhã desta terça-feira. Coisa de gente da insignificância de quem causou dores inúteis à própria mãe para vir ao mundo viver como um parasita abjeto nas entranhas da sociedade.

Não posso provar a autoria do delito, pois o palerma, como de costume, não assinou embaixo das canalhices que tentou escrever, mas sei quem, de forma sorrateira, como fazem os bons ladrões, afixou à minha cerca na calada da noite. Pelo modus operandi, também imagino quem seja o co-autor. E não pensem que é o prefeito.

Não desperdiçaria meu tempo em me preocupar com manifestações rasteiras deste tipo se não soubesse que partem dos mesmos indivíduos que não se cansam de postar no meu e-mail e na caixa de comentários deste blog injúrias e ameaças eivadas de um sentimento tão baixo quanto são suas vidas medíocres.

No arremedo de texto o facínora faz rasgados elogios ao prefeito da cidade, o Carcará nota 1000, segundo o título. Segundo ele, Xapuri é uma Suíça e Vanderley Viana uma estrela que nunca se apagará. Nada contra os puxa-sacos desse tipo, precisam alimentar suas bocas sujas e famintas. Mas daí partir para ofensas morais levianas contra quem faz críticas e assina o que escreve é um covardia sem tamanho. Só tenho pena do prefeito, que tem que agüentar gente pior que ele a lhe bajular o dia inteiro.

No discurso aquela velha cantilena, do PT que passou oito anos no poder, que nada fez, que roubou e patati e patatá, sempre tentando me acusar de fazer a defesa de supostos desmandos que, segundo as mentes brilhantes que cuidam de Xapuri, ocorreram num passado não muito distante. O que tenho eu a ver com isso? Se roubaram, que alguém denuncie, apresente provas e exija providências da justiça.

Além de canalhas e mentirosos são mal informados. Não sei se a ignorância é real ou pura má-fé. Caso se ativessem a ler alguma coisa do que costumo escrever saberiam que fui o primeiro a divulgar informações sobre as irregularidades apontadas pelo TCE nas contas do ex-prefeito Júlio Barbosa, que não chegam nem perto das verdadeiras aberrações apontadas pelo mesmo tribunal com relação às contas do atual prefeito, que mereceram uma inédita manifestação do conselheiro Antônio Jorge Malheiros, presidente do Tribunal de Contas do Estado, que jamais havia visto anormalidades tão graves em contas públicas.

É possível que o atual prefeito não tarde a figurar na mesma lista de inelegíveis do TCE onde está Júlio Barbosa. E se tornar inelegível não significa o mesmo que ser corrupto ou ladrão. Simples erros ou descuidos na hora de prestar contas do uso do dinheiro público são suficientes para tal. Também nunca ouvi falar que Francisco Ubiracy, virtual candidato a prefeito pelo PT, tenha fugido de Xapuri por roubo na administração petista, como começam a apregoar os autores dos panfletos clandestinos. Quem tem evidências desse fato e não o denuncia pode ser considerado como verdadeiro criminoso. Se acusa sem provas deveria estar preso.

Deixo claro que não estou aqui a defender ninguém. Àqueles em quem confio e convido a entrar em minha casa não precisam ser defendidos senão por si mesmos. A bajulação jamais fez parte das minhas relações de trabalho ou amizade. Para mim só se constrói amizades e relações de confiança com base na sinceridade, mesmo que esta, às vezes, não agrade aos ouvidos de quem a escuta.

Polícia desaloja posseiros no seringal Boa Vista

Confirmadas as informações recebidas ontem, de posseiros estabelecidos na região do seringal Boa Vista, de que a polícia cumpriria hoje uma determinação da justiça para retirá-los do local.

Uma guarnição da PM de Xapuri atravessou o Rio Acre nas primeiras horas da manhã desta terça-feira e se dirigiu à área disputada por posseiros e um antigo gerente da Fazenda Boa Vista, abandonada pelos legítimos proprietários há cerca de 15 anos.

Onze policiais militares estão desmanchando as casas construídas na área por cerca de 10 posseiros que não fazem parte do grupo de 16 famílias que fizeram um acordo com o gerente Antônio Izídio de Souza, que defende para si a posse das terras. Essas 16 famílias permanecem, por enquanto, no local, mas terão que se deslocar para a área que foi cedida por Antônio Izídio no acordo firmado em audiência judicial.

De acordo com o repórter Joseni Oliveira, que está acompanhando o cumprimento dos mandados de manutenção e reintegração de posse expedidos pela juíza Zenair Ferreira Bueno Vasquez Arantes, da Vara Cível da Comarca de Xapuri, não está havendo resistência à ação da polícia. Segundo ele, algumas casas já estavam desocupadas quando a polícia chegou e alguns posseiros fazem a colheita de restos de lavouras existentes no local.

O vice-presidente da Federação de Trabalhadores Rurais do Acre - Fetacre -, Raimundo Mendes de Barros, informou que uma comissão composta por representantes de órgãos ligados à questão agrária se dirigirá a Xapuri ainda nesta terça-feira para discutir e avaliar a situação dos posseiros desalojados.

Posseiros podem ser retirados de área ocupada

Representantes de 16 famílias de posseiros estabelecidos na fazenda Boa Vista, distante de Xapuri cerca de 10 quilômetros, chamam a atenção para o possível cumprimento, nesta terça-feira (25), de uma ordem judicial de reintegração de posse da área ocupada naquela região em favor de Antônio Izídio de Souza, antigo gerente da propriedade, que defende para si o direito sobre as terras ocupadas.

A informação que a Polícia Militar promoveria a retirada à força das famílias de agricultores do local foi dada por um dos líderes dos posseiros chamado José de tal. O impasse na região já dura alguns anos, tendo se agravado no ano passado quando o clima chegou a ficar tenso, com ameaça de confronto entre posseiros e o próprio Antônio Izídio. A área de terra está dentro da chamada Gleba Sagarana, maior foco de conflito agrário do município de Xapuri.

Na tarde de ontem, a presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, Derci Teles de Carvalho, informou desconhecer a informação. Quem também ignora qualquer ação nesse sentido é o vice-presidente da Fetacre, Raimundo Mendes de Barros. Ele afirmou que a situação dos posseiros é muito complicada pelo fato de terem assinado um termo de acordo, em audiência judicial, abrindo mão da área em troca de outra oferecida por Izídio.

Procurada pela reportagem da Rádio Educadora 6 de Agosto na manhã desta segunda-feira, a juíza da Vara Cível da Comarca de Xapuri, Zenair Ferreira Bueno Vasquez Arantes, informou através de um servidor do Fórum que não poderia atender o repórter Joseni Oliveira para falar sobre o assunto. Diante do silêncio da magistrada, clique aqui e leia mais sobre os problemas fundiários que podem se agravar no município de Xapuri.

segunda-feira, 24 de março de 2008

Grande xapuriense

Raimari,

Estive aí na Semana Santa. Te procurei para um papo, mas não encontrei. Não tinha teu telefone.

Notei grande diferença nas ruas da cidade. As principais foram asfaltadas. Ponto para o Prefeito?

Muitos locais públicos estão sendo privatizados. O Mercado dos colonos, ao lado da casa de meus pais, virou um lanche durante a noite. Na praça da Coronel Brandão, existe bares. Eu sou contra, mas...

Sobre as eleições, as pessoas com que falei afirmaram que o Wanderley tem chances reais, principalmente se as candidaturas anunciadas se concretizarem.

Falaram-me de Marcinho (eu não sei de quem se trata), de Elenira, Ubiracy, Manoel e Wanderley.

Afirmaram que o Manoel abre para o PT. Será?

Que a Elenira tira votos do PT, na sua principal base.

O Marcinho ajuda a dividir votos.

Aí Wanderley tem chances. Que achas???

Olha. Na sexta, o Zé Claudio Porfiro lança seu livro no SEBRAE. Será às 20:00 horas. Se tiver por aqui comparece que ele merece. É um grande Xapuriense.

Abraços.

Carlos Estevão

Carlos Estevão é professor de Teoria Econômica da Ufac. É um grande xapuriense, a exemplo do Zé Cláudio, que lança na próxima sexta-feira o livro de crônicas "Janelas do Tempo". Duas grandes mostras do capital intelectual que Xapuri formou, mas dos quais não dispõe nos seus quadros administrativos, para infelicidade geral do município. A mensagem acima foi postada no texto "Parabéns, Princesa do Acre", logo ali embaixo.

Boa semana!


sábado, 22 de março de 2008

Parabéns, Princesa do Acre!

Xapuri: 103 anos de história sem nada para comemorar

Terra formosa,
terra gentil,
és Princesa do Acre,
glória dos Acreanos,
orgulho do Brasil.

Xapuri comemora hoje 103 anos de fundação longe de corresponder aos ufanosos adjetivos cantados no refrão do seu hino municipal. É, na atualidade, entre as mais antigas cidades do Acre, uma das mais atrasadas do estado, seja economicamente, seja no sentido de organização social e política de sua sociedade.

Considerada o "Berço da Revolução Acreana", Xapuri costuma ser chamada por seus filhos de a "terra do já teve". Movida e dirigida, no passado, por famílias de comerciantes de origem sírio-libanesa, em sua maioria, a cidade já esbanjou luxo no pequeno centro urbano, com uma economia em ascensão baseada na extração do látex.

Em Xapuri já existiram fábricas, cinemas, algumas das maiores casas comerciais do estado, aviadoras de seringais produtivos, e um sistema educacional rigoroso e eficiente que chegou a trazer gente de Belém, segundo contam os mais antigos, para estudar no Instituto Divina Providência, das Irmãs Servas de Maria Reparadoras.

A partir da década de 1970, Xapuri chama a atenção do mundo devido à denúncias feitas pelo líder sindical Chico Mendes. Ligado à causa dos trabalhadores rurais, Chico Mendes é assassinado em 1988, deixando um legado importantíssimo na história do movimento ecológico mundial.

A morte de Chico Mendes trouxe algumas mudanças no cenário político municipal com alguns de seus companheiros sendo eleitos para cargos dos poderes legislativo e executivo e os povos da floresta atingindo uma condição de vida superior àquela do passado. Mas nada que trouxesse extraordinárias transformações na realidade de atraso econômico e social aconteceu em decorrência disso.

Na atualidade, Xapuri tem nas ações do Projeto de Desenvolvimento Sustentável do governo do Estado a expectativa de retomar a rota do desenvolvimento perdida no decorrer das últimas décadas. As duas fábricas - de pisos e preservativos - implantadas pelo governo são esperanças de aquecimento da economia local com a geração de emprego e renda.

Às voltas com mais uma eleição municipal, neste ano, Xapuri busca encontrar uma solução para as seguidas más administrações. A desorganização administrativa, a inércia, a falta de respeito e diálogo com o povo, a fraca atuação da câmara de vereadores, a cidade sempre do mesmo jeito, abandonada e esburacada, são razões para eu acreditar que hoje nada temos a comemorar.

Sábado de aleluia sem carne

Prefeito Vanderley Viana toma caminhão de frigorífico e Xapuri fica sem carne bovina no sábado de aleluia.

Para quem segue a tradição de se abster do consumo de carnes vermelhas na Semana Santa, o jejum poderá ser mais prolongado este ano em Xapuri. Em pleno aniversário da cidade, os açougues amanheceram sem carnes neste sábado de aleluia, em virtude de o único abatedouro do município não ter conseguido realizar as entregas.

O gerente do frigorífico Frigoverde, Mirco Soares, acusa o prefeito Vanderley Viana de ter tomado de volta o caminhão com o qual o frigorífico faz a entrega de carnes - que é pertencente à prefeitura - sem nenhum comunicado prévio. Mirco diz desconhecer os motivos que levaram o prefeito a tomar mais essa atitude tresloucada.

Não entro no mérito de quem esteja certo ou errado, mas o que nós temos a ver com as arengas de Vanderley Viana? Por que razão deixar a cidade sem carnes em um dia como hoje, prejudicando os açougueiros e privando a população do acesso a um produto básico da sua alimentação? A decisão de reaver o caminhão neste sábado, após dois dias em que não houve abates em virtude da Semana Santa foi uma coincidência ou um ato perniciosamente deliberado?

As perguntas acima deveriam ser respondidas por aqueles que acham que as críticas que faço às atitudes do prefeito são fruto de uma perseguição injusta contra um homem trabalhador, mártir político e outras sandices inventadas por quem vive a defender uma administração absurdamente ruim, que sequer respeito oferece ao povo a deveria servir.

E já que acham que fazer críticas é o meu ofício, mando uma também aos administradores do Frigoverde. Como único estabelecimento habilitado a abater gado em Xapuri é uma vergonha que ainda dependa da prefeitura e dos humores de um prefeito sabidamente destemperado para efetuar um serviço tão básico como a entrega de carnes.

Como sou ciente que o prefeito não me atenderia para dar sua versão sobre o episódio e sabedor que seus assessores não passam de meros serviçais sem nenhuma autonomia, não perdi meu tempo em procurá-los. O que não significa que este espaço não esteja à disposição dos mesmos para as devidas explicações, se houverem.

sexta-feira, 21 de março de 2008

Epidemia de dengue no RJ

As autoridades do estado do Rio de Janeiro admitiram, após terem insistentemente negado, a existência de uma epidemia de dengue, que, segundo números divulgados hoje, avança ao ritmo de um caso reportado por minuto.

Até hoje, segundo os últimos números oficiais, em modificação hora após hora, eram 23.555 os casos registrados na cidade do Rio de Janeiro, mas ao somar com os detectados em localidades vizinhas, chegavam a mais de 35.902 desde janeiro último.

O número de mortos, ao longo do ano, girava em torno de 49, mas o número poderia ser muito maior, pois os médicos ainda esperavam pelo resultado de exames de outras 49 pessoas que faleceram com suspeitasde possuir a doença.

Segundo relatório da Secretaria estadual de Saúde e Defesa Civil, dos incluídos na lista de falecidos, 29 casos ocorreram na cidade do Rio, onde, segundo alguns especialistas, uma combinação de fortes chuvas e deficiências de saneamento básico criaram o habitat perfeito para a reprodução do mosquito "Aedes aegypti", que transmite a doença. Segundo dados oficiais, a metade dos doentes corresponde a crianças de até 14 anos de idade, dos quais 25 já faleceram.

O último caso confirmado foi o de um bebê de oito meses que morreu durante a madrugada de hoje em um hospital da zona norte da cidade. A situação é a pior vivida desde 2002, quando a dengue matou cerca de 90 pessoas em solo fluminense; 54 delas viviam na capital.

Só nesta quinta-feira foram confirmados 2.053 novos casos, o que supôs uma alarmante média de 1,4 por minuto. Apesar do alerta de muitos médicos, na semana passada, sobre as novas dimensões do assunto, somente na quinta-feira as autoridades estaduais aceitaram que estão diante de uma dura epidemia, uma qualificação à qual o prefeito do Rio, Cesar Maia, ainda resiste.

O secretário de Saúde do governo, Sergio Cortes, admitiu a existência da epidemia e pediu "desculpas" aos doentes pela autêntica "Via-Sacra" sofrida nos dias atuais em hospitais abarrotados que não são suficientes para atender a enorme profusão de pacientes.

Embora ainda não reconheça a epidemia e assegure que a situação começou a ser controlada, a Prefeitura do Rio recomendou hoje que, apesar das intensas temperaturas, próximas a 37 graus, as crianças usem calça comprida, meias e sapatos fechados.

A idéia é minimizar a possibilidade de as crianças serem picadas nas pernas pelos mosquitos, que, segundo os especialistas, têm o hábito de voar a poucos centímetros do solo. À delicada situação nos hospitais, que tiveram que pedir, esta semana, camas adicionais ao Exército, se somou agora a ameaça de que se esgotem as reservas de plaquetas, necessárias para se tratar os doentes.

O Hemorio fez hoje uma chamada a possíveis doadores, pois a demanda por plaquetas aumentou 50% e calcula-se que, caso o ritmo atual seja mantido, as reservas existentes se esgotarão no próximo domingo.

Para tratar de impedir que se chegue a esse extremo, um ônibus equipado com aparatos usados na extração de sangue começou a percorrer, hoje, a cidade, em busca de possíveis doadores.

O Governo federal também estendeu o alerta e o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, criou um "gabinete de crise", que se reunirá na próxima segunda-feira, após as festividades da Semana Santa, a fim de estudar uma forma de auxiliar as autoridades regionais.

Uma medida que com certeza será adotada é a convocação das Forças Armadas para auxiliar na tarefa de fumigação, tal como foi feito em Brasília no começo do ano. A capital federal registrou na ocasião um surto de febre amarela, doença tropical transmitida pelo mesmo "Aedes aegypti".

Fonte: Agência EFE

Concurso da Segurança Pública

Os candidatos que participaram do concurso público para a Secretaria de Gestão Administrativa do Acre devem ficar atentos. O Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (Cespe/UnB) informa que que o resultado final nas provas objetivas, para todos os cargos deverá ser divulgado na próxima terça-feira, dia 25, no site do Cespe/UnB.

Nesta data, também será feita a convocação para a prova de aptidão física, somente para os cargos de Agente Penitenciário, de Delegado de Polícia, de Escrivão de Polícia e de Perito Criminal - todas as áreas; e a convocação para os exames médicos, exceto para os cargos de Agente Penitenciário, de Delegado de Polícia, de Escrivão de Polícia e de Perito Criminal - todas as áreas.

As provas objetivas, realizadas no dia 24 de fevereiro, fazem parte do concurso para o preenchimento de 1.213 vagas na Polícia Civil e do Instituto de Administração Penitenciária do Acre. Dessas, 37 destinam-se aos cargos de nível fundamental, 1.028 aos cargos de nível médio e 148 aos de nível superior.

Para nível fundamental, as oportunidades são para Auxiliar de Manutenção Geral e Auxiliar de Serviços Gerais. Já os candidatos de nível médio disputam vagas nos cargos de Agente Penitenciário, Auxiliar Administrativo, Escrivão de Polícia, Motorista, Programador, Técnico em Agricultura e Técnico em Informática. Os cargos para nível superior são das áreas de Administração, Direito, Serviço Social, Contabilidade, Nutrição, Engenharia, entre outras.

Os aprovados e convocados para os cargos de nível superior terão vencimento básico de R$ 1.568,20, acrescido de gratificações, que variam para cada cargo. Para nível médio, o vencimento básico será de R$ 580,00 e, para nível fundamental, de R$ 420,00, ambos acrescidos de gratificações.

quarta-feira, 19 de março de 2008

O preço salgado do peixe fresco

Quem quiser manter a tradição de não comer carnes vermelhas nos dias que antecedem à Sexta-feira Santa têm duas opções: encarar o velho e infalível feijão com arroz sem a "mistura" ou assaltar o próprio bolso para atender a sanha exploradora dos comerciantes de peixes que exigem até R$ 7,00 pelo quilograma do pescado nem sempre de qualidade garantida.

Desde sempre, o comércio de peixes é precário em Xapuri. Falta variedade e locais minimamente adequados de venda. Geralmente vêm de açudes da região, de onde são retirados somente nesta época de procura maior pelo produto, e têm sabor de lama; ou do rio Acre, que ainda consegue fornecer alguns mandins ou piranambus, que são vendidos de forma ambulante, pendurados em varas pelas ruas da cidade.

Entre comer um apetitoso filé ou uma saborosa picanha, ambos custando, em média, o mesmo preço do peixe vendido por essas bandas, é difícil optar pelo pescado, que principalmente nesta época do ano vira artigo de luxo. Ainda bem que a igreja já "liberou" há alguns anos os seus fiéis do hábito imposto pela religião, mas que há muito tempo já não era rigorosamente seguido até mesmo por aqueles que vão à missa todos os domingos.

TRE empossa Membros da Classe de Advogados

O jurista xapuriense Ivan Cordeiro Figueiredo tomou posse nesta terça-feira (18), às 15 horas, como Membro Efetivo da Classe dos Advogados do Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE-AC), em Sessão Solene realizada no Plenário e presidida pelo Desembargador Samoel Evangelista, Presidente da Corte Eleitoral.

Ivan Figueiredo foi nomeado pelo Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, conforme consta do Diário Oficial da União – DOU nº 35, Seção 2, página 2, de 21 de fevereiro de 2008, junto com o jurista Maurício Hohenberger. Eles atuarão no biênio 2008/2010 e ocupam as vagas deixadas pelos advogados Marco Antônio Palácio Dantas e Julieta França de Oliveira, respectivamente, em razão do término de seus Biênios na Corte Eleitoral acreana.

Os juristas foram indicados por meio de listas sêxtuplas pela Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Acre, junto ao Tribunal de Justiça do Estado do Acre e no qual tiveram a aprovação de seus nomes para integrarem o TRE-AC, na categoria de Juiz Titular, da Classe dos Advogados - e posteriormente, por meio de listas tríplices, foram nomeados pelo Presidente da República.

Com informações da Assessoria de Comunicação do TRE-Acre.

terça-feira, 18 de março de 2008

Licença para desmate e queima

IBAMA orienta extrativistas sobre penalidades para desmate e queima sem autorização

Fernanda Gomes

O IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) está orientando as famílias que moram na Reserva Extrativista Chico Mendes a não desobedecerem às normas de desmate e queima nas áreas de proteção ambiental.

O extrativista que por ventura iniciar esses trabalhos sem a devida autorização do IBAMA poderá responder por crime ambiental. O Instituto Chico Mendes, agora responsável por acompanhar as ações nas reservas, estará definindo com as comunidades o local e data para a expedição da licença de desmate e queima.

O prazo para adquirir a licença foi aberto mais cedo este ano pelo Instituto do Meio Ambiente do Acre (Imac). O documento pode ser requerido na sede da regional alto acre em Brasiléia até julho deste ano.

Na hora de fazer o pedido de licenciamento, o extrativista deve apresentar o registro da terra onde mora, o CPF e o RG. Já o posseiro precisa estar munido do documento que comprove que ele faz parte da associação rural local.

PDE-Escola

Escolas da Rede Estadual de Ensino realizam fase de monitoramento do PDE – Escola. Em 2008 serão investidos mais de cem mil reais na melhoria do ensino.

Joseni Oliveira

A Representação da Secretaria de Estado de Educação em Xapuri está realizando durante esta semana a fase de monitoramento do PDE-Escola - Plano de Desenvolvimento de Educação da Escola.

O PDE-Escola tem por objetivo fortalecer a autonomia da gestão escolar a partir de um diagnóstico dos desafios de cada escola. A definição de um plano de gestão para a melhoria dos seus resultados de aprendizagem dos alunos também faz parte dos objetivos do plano.

Para Xapuri, nove escolas, sendo cinco da zona urbana e quatro da zona rural, foram habilitadas como prioritárias e estão em fase de elaboração de seus planos de desenvolvimento da escola.

O PDE-Escola vai integrar as ações do PDE nacional e direcionar o foco das unidades de ensino para o aluno. A meta principal a ser alcançada em 2008 é melhorar a média do IDEB - Índice de Desenvolvimento da Educação Básica que foi baixo em 2007 em todas as escolas habilitadas para receber os recursos.

Ao todo serão destinados neste ano R$ 108 mil para as escolas habilitadas em Xapuri. Parte dos recursos são oriundos do FNDE - Fundo Nacional de Desenvolvimento da Escola do Ministério da Educação e outra parte do governo do Estado do Acre.

Investimento federal

Municípios do Alto Acre e Capixaba elaboram metas para o programa Territórios da Cidadania

Fernanda Gomes

Representantes do poder público e da sociedade civil estiveram reunidos nesta segunda-feira (17), durante todo o dia, no auditório do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri. O encontro teve como objetivo elaborar propostas para atender as metas do programa Territórios da Cidadania no decorrer de 2008.

O articulador do Ministério de Desenvolvimento Agrário, Jânio Aquino, explicou que esse foi um momento de planejar as ações da primeira etapa do programa. O encontro contou com a apresentação das matrizes específicas das ações do programa para o território do Alto Acre e Capixaba.

Entre outras ações, foram discutidas as demandas para as áreas de educação e cultura e de direitos e desenvolvimento social. Estiveram presentes representantes das áreas de cultura, educação, ação social e conselhos tutelares dos municípios da regional.

O mesmo encontro acontecia simultaneamente em Brasiléia e Epitaciolândia e discutia infra-estrutura, saúde, saneamento e acesso à água e organização sustentável da produção. As atividades foram conduzidas por delegados do Ministério do Desenvolvimento Agrário.

O governo federal está disponibilizando recursos na ordem de 28 milhões 207 mil e 880 reais para serem aplicados em 49 ações nas áreas de organização sustentável da produção, saúde, saneamento e acesso a água, educação e cultura, infra - estrutura e apoio à gestão territorial na regional do Alto Acre e Capixaba. A previsão para o inicio das ações é para o mês de abril deste ano.
  • Para acompanhar informações sobre o programa Territórios da Cidadania acesse o Portal da Cidadania.

Avaliação

Fechada a enquete realizada por este blog entre os dias 15 de fevereiro e 15 de março, a avaliação dos leitores para a administração do prefeito Vanderley Viana se assemelha com outra realizada no mês de dezembro do ano passado pelo blog Xapuri News, criado pela assessoria de comunicação da prefeitura para divulgar as ações da atual gestão municipal.

Na enquete feita pela assessoria do prefeito votaram 64 pessoas, das quais 50 (78%) optaram pela opção ruim, 6 (9%) pela opção boa e 8 (12%) pela opção excelente. Não foi disponibilizada a alternativa péssima. Cerca de dois meses depois comentou-se uma pesquisa interna do prefeito que confirmaria essa rejeição. A suposta pesquisa nunca foi divulgada.

O resultado da enquete do Xapuri Agora foi o seguinte:

Como você avalia, até agora, a administração do prefeito Vanderley Viana?

Ótima: 54 votos (19%)
Boa: 10 votos (3%)
Ruim: 19 votos (6%)
Péssima: 194 votos (70%)

Votantes: 277

Relembro que enquete não pode ser considerada pesquisa de opinião e não tem valor científico algum.

Cataclismo!

Extraído do blog do Josias.

segunda-feira, 17 de março de 2008

Mais sangue derramado na Amazônia

O blog do jornalista Altino Machado noticia que a morte de um defensor da floresta amazônica no Peru é destaque nesta segunda-feira no jornal americano The New York Times, sem que tenha causado repercussão no Acre e no Brasil.

O assassinato do representante governamental Don Julio García Agapito foi noticiado no dia 11 de março no mesmo blog. O motivo do crime foi a apreensão de um carregamento ilegal de mogno, no Departamento de Madre de Dios.

Leia duas postagens sobre o assunto no blog do Altino clicando aqui e aqui.

sábado, 15 de março de 2008

Chico Mendes para o mundo árabe

Uma equipe da emissora de televisão árabe Al Jazeera esteve em Xapuri nesta sexta-feira fazendo filmagens e entrevistas para um documentário sobre a vida do líder sindical Chico Mendes. Entre os entrevistados estão o ex-governador Jorge Viana, a presidente do Comitê Chico Mendes, Júlia Feitoza, o advogado Gomercindo Rodrigues, Abrahin Farhat, o popular "Lhé", o ex-prefeito Júlio Barbosa e a filha de Chico Mendes, Elenira Mendes, que preside o instituto que leva o nome do pai.

De acordo com o diretor Asaad Tahar o documentário terá de 40 a 50 minutos e será exibido somente no canal de notícias em língua árabe da Al Jazeera. A emissora lançou mundialmente seu canal de notícias em inglês em 2006, com o nome Al Jazeera International, alterado posteriormente para Al Jazeera English. A TV enfoca os acontecimentos do Oriente Médio sob uma visão árabe a um público acostumado a versões ditadas pelos interesses políticos de Estados Unidos e Inglaterra.

As transmissões da televisão do Catar começaram a chamar a atenção do ocidente ao mostrar manifestações populares anti-americanas em seguida aos atentados de 11 de setembro. Sua cobertura das guerras do Afeganistão (2002) e do Iraque (2003) fugiu do patriotismo exagerado que caracterizou as transmissões das grandes redes de TV norte-americanas.

Veja o sítio em inglês da TV Al Jazeera.

Entendimento

Só em 2008, serão investidos mais de R$ 5 milhões na melhoria dos salários dos trabalhadores em Educação

O teto salarial de R$ 3.184, proposto pelo Governo do Acre para ser implantado até dezembro de 2008, foi aprovado na assembléia convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sinteac), ocorrida na manhã de sexta-feira na quadra de esportes do Colégio Barão de Rio Branco. Outro investimento do Governo aprovado pela assembléia geral dos trabalhadores diz respeito à realização de curso superior para os profissionais de apoio administrativo.

O Governo vai analisar as planilhas da Universidade de Brasília (UnB) com proposta de grade curricular e custos dos cursos. Também será discutida com o sindicato a implantação de um curso Técnico Educacional para os servidores de apoio administrativo. "O mais importante é que todos saíram ganhando", avaliou o governador Binho Marques (assista ao depoimento do governador Binho ).

"É um sonho que se realiza", afirmou Manoel Lima, para quem o respeito entre as instituições valoriza o servidor da Educação. "Com o respeito às instituições, toda a Educação sai fortalecida", reconhece Lima. (assista ao depoimento do presidente do Sinteac, Manoel Lima ).

Edmilson Ferreira
Agência de Notícias do Acre

Os efeitos da pesquisa oculta

O pretenso candidato à prefeitura de Xapuri pelo PSDB, Marcinho Miranda, sentiu-se prejudicado pelo teor da postagem Pesquisa, publicada neste blog no dia 22 de fevereiro. Me disse isso em uma conversa de quase três horas, na última quinta-feira, em uma das salas da Rádio Educadora 6 de Agosto. Estava ele acompanhado do empresário Pedro Leite Silva, ex-gerente da empresa Silva e Sales Ltda.

No texto, faço um breve comentário sobre uma suposta pesquisa que teria sido realizada dias antes, encomendada pelo prefeito Vanderley Viana e não divulgada oficialmente. Já em um texto anterior tinha tido o cuidado de deixar bem esclarecido que não se tratava de nada oficial, senão mera conjectura, uma vez que não houve nenhuma divulgação sobre tal consulta, apesar de ser público e notório que pesquisadores realmente entrevistaram pessoas em vários pontos da cidade no final de semana anterior.

Como o suposto resultado da suposta pesquisa se tornou o assunto principal nas rodas da própria prefeitura, câmara e várias repartições municipais, pus-me a conversar com algumas pessoas do meio político e telefonei para algumas fontes de dentro da própria sede do executivo municipal. Como a informação se confirmava nas diversas fontes consultadas, publiquei o comentário que não tinha o propósito de ajudar nem prejudicar ninguém.

Como o texto se baseou em dados não oficiais, reconheço, em parte, como justa a reclamação de Marcinho Miranda, que aparece nos números boatados com 2% das intenções de voto, naquele momento em último lugar. Para o pré-candidato do PSDB, essa posição na tabela da corrida eleitoral de Xapuri, nas circunstâncias em que se deu a informação, prejudica enormemente sua futura campanha. Marcinho Miranda nega também que seja representante do segmento dos pecuaristas, como afirmo no texto.

Deixo bem claro, no entanto, que reconheço parcialmente essa razão quando se trata da decisão de publicar números não oficiais, mesmo tendo deixado o leitor consciente dessa realidade. O que quis ali foi apenas dizer que, sendo séria, a pesquisa seria favorável a este ou aquele pré-candidato. Quanto à opinião de que entre os nomes que se apresentam no momento o de Marcinho é o mais frágil, continuo pensando da mesma forma e explico.

Até o momento, o quadro eleitoral de Xapuri para as próximas eleições possui apenas três manifestas candidaturas devidamente estruturadas: Vanderley Viana (PPS), candidato à reeleição, decadente, mas com a máquina administrativa na mão; Manoel Moraes (PSB), nome teoricamente forte e respaldado pela boa votação para deputado estadual obtida nas últimas eleições; e Francisco Ubiracy (PT), por razões, acredito, mais que óbvias da força e organização sempre mostradas pelo partido que governa o Acre por três mandatos seguidos.

As alternativas que surgem na atualidade, como as candidaturas de Marcinho Miranda e Elenira Mendes, ainda me soam como improváveis. São jovens e promissoras lideranças que estão surgindo e Xapuri realmente precisa disso mais do que nunca; é certo que podem crescer, mas se isso vai acontecer só o tempo dirá, uma vez que os caminhos da política são mais incertos que os rumos da própria vida.

Mais hipotética ainda me parece a aliança entre PV, PP, PC do B e PMDB. É um quebra-cabeças ruim de ser montado, um mosaico de ideologias e vaidades diversas. É minha modesta opinião, entendam. Sei que mais uma vez esses comentários causarão beicinho e chorumela, como diz certo jornalista, mas não escrevo para agradar ninguém senão à minha própria necessidade de dizer o que penso.

Voltando ao assunto que deu origem a este texto, torno a dizer que não tive a intenção de ser parcial. Se mesmo assim entenderam que o fui, certamente foi por descuido ou imperícia neste ofício de falar através das linhas escritas. Não intenciono polêmicas com ninguém, muito menos com um bom colega de colégio e de uma rápida experiência em um bosquejo de movimento estudantil que se tentou em Xapuri em meados da década de 90. Refiro-me a Marcinho Miranda.

Naqueles anos, quando venci as eleições para presidente do Grêmio Estudantil da Escola Divina Providência – meus derrotados adversários foram Eliomar Soares “Galego”, ex-presidente do Diretório Municipal do PT, e o ex-assessor do prefeito Vanderley Viana, Joscires Ângelo -, Marcinho foi um grande parceiro e chegou a ir em meu lugar a São Paulo participar de um congresso da UBES – União Brasileira dos Estudantes Secundaristas. É uma amizade com certa dose de consideração que não foram encontrados na lata do lixo, sem dúvidas.

sexta-feira, 14 de março de 2008

Justiça Eleitoral no rádio

A partir desta sexta-feira (14), as informações relacionadas ao voto dos brasileiros chegarão também aos ouvintes de rádio. A Rádio Justiça vai passar a transmitir o programa semanal Brasil Eleitor, com a cobertura dos julgamentos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e as notícias da Justiça Eleitoral em cada um dos estados. O programa poderá ser acessado pela Internet (www.radiojustica.gov.br) e retransmitido, gratuitamente, por rádios públicas e privadas em todo o território nacional.

Com um formato de revista, o Brasil Eleitor terá quadros fixos que vão abordar temas culturais, artísticos e históricos. Para aproveitar um dos mais dinâmicos veículos de comunicação, o programa abrirá espaço para a interação com o público, que poderá fazer perguntas sobre o funcionamento do processo eleitoral e tirar dúvidas sobre a votação e regras das eleições no quadro “Fala Eleitor”. Cientistas políticos, especialistas e professores universitários responderão às questões dos eleitores.

O programa vai divulgar ainda as peculiaridade e curiosidades relacionadas às eleições em outros países. Já o quadro “Arte e Política” vai abordar a utilização da música, cinema e artes plásticas como instrumento na disputa política. Os livros que tratam do processo eleitoral, das campanhas políticas e também do direito eleitoral serão o tema de destaque no quadro “Outras Letras”.

Como sintonizar:

1. Em FM, na freqüência 104.7 MHz, em Brasília.
2. Na internet, no endereço www.radiojustica.gov.br.
3. Via satélite, pelo Brasilsat B4, freqüência de descida 3649 MHz, polarização vertical, symbol rate 4,399 Mbps, FEC 3/4, PID de Áudio 0350.

Assessoria de Comunicação do TRE-Acre.

Proibido morrer

O prefeito de uma vila no sudoeste da França ameaçou os moradores com uma punição severa caso eles morressem. O problema é que não há mais espaço no cemitério local para enterrar ninguém.

Em um comunicado fixado em escritórios públicos, o prefeito Gerard Lalanne avisa aos 260 moradores da vila de Sarpourenx: "Todas as pessoas que não possuem um lote no cemitério e gostariam de ser enterradas em Sarpourenx estão proibidas de morrer nesta paróquia. Trangressores serão severamente punidos."

O prefeito disse que foi forçado a tomar essa medida drástica depois que a cidade vizinha de Pau não autorizou a aquisição de terras particulares para a ampliação do cemitério.

Lalanne, que acaba de completar 70 anos, disse que lamenta não ter conseguido uma solução positiva para o dilema. "Pode ser motivo de riso para alguns, mas não para mim", afirmou.

Do portal G1.

Raimundo Figueiredo, o "Jia".

Morreu ontem, em Rio Branco, o escrivão de justiça aposentado, Raimundo Dias Figueiredo. Conhecido popularmente pela alcunha de "Jia", Raimundo Figueiredo era um dos muitos filhos do casal de patriarcas João Dias Figueiredo, nordestino do Rio Grande do Norte, e Maria Castelo Figueiredo, de origem indígena, formadores da tradicional família Figueiredo de Xapuri.

Nascido no seringal Novo Catete, Raimundo Figueiredo era irmão do também falecido ex-prefeito de Xapuri, Júlio Dias Figueiredo, e de Ricarda Figueiredo da Silva, minha mãe adotiva, entre outros. Exerceu a função de escrivão de justiça durante muitos anos na comarca de Xapuri . O velório acontece na sede da Loja Maçônica de Xapuri e o sepultamento às 15 horas desta sexta-feira, no cemitério São José.

quinta-feira, 13 de março de 2008

Enquanto isso, próximo ao portal...

Moradores do ramal do "Fura" estão isolados desde a última terça feira (11) da zona urbana de Xapuri. A ponte que liga a comunidade à Estrada da Borracha não resistiu às últimas chuvas e caiu deixando os moradores dessa região sem acesso à cidade.

A ponte fica localizada a cerca de 250 metros do portal de entrada da cidade, espécie de elefante branco recém-inaugurado pela prefeitura de Xapuri. Os moradores que trafegam pelo ramal afirmam que reivindicam a recuperação do acesso há mais de dois anos.

O morador e representante da comunidade, Joel Santos de Araújo, afirma que as famílias estão completamente isoladas e estudantes estão sem poder freqüentar as aulas.

- Em vez de construir esse portal que não serve para nada, nossa ponte poderia ter sido recuperada, diz ele expressando revolta.

Segundo Joel, a prefeitura foi informada da situação e até o momento os moradores não receberam nenhuma posição a respeito do assunto. Desde ontem chove na região de Xapuri e o igarapé que passa pelo ramal do fura está ameaçando transbordar, dificultando ainda mais a passagem dos moradores.

O secretário de obras da prefeitura, Francisco Ferreira da Silva, o Neném Borges, informou que a prefeitura vai se reunir nos próximos dias com a comunidade para discutir as providências a serem tomadas. Segundo ele, parte da madeira para a reconstrução da ponte já foi retirada e que o restante depende ainda de licenciamento do Ibama.

Maria da Penha

Com sete anos de atraso, Maria da Penha Maia Fernandes, 63 - que deu o nome à lei que pune com mais rigidez os agressores de mulheres -, receberá uma indenização de R$ 60 mil do governo do Ceará, informa nesta quinta-feira a reportagem de Kamila Fernandes publicada na Folha de São Paulo (íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal).

Em 2001, a cearense conseguiu uma vitória na Comissão Interamericana de Direitos Humanos da OEA (Organização dos Estados Americanos), que determinou que o Estado do Ceará pagasse uma indenização de US$ 20 mil por não ter punido judicialmente o homem que a agredia e que até tentou matá-la: seu ex-marido. Após postergar o pagamento, o Estado decidiu finalmente pagá-la, em valores corrigidos.

A Lei Maria da Penha, aprovada em 2006, aumentou no país o rigor nas penas para agressões contra a mulher no lar, além de fornecer instrumentos para ajudar a coibir esse tipo de violência.

Ela virou símbolo da luta contra a violência à mulher depois de sofrer agressões do então marido Marco Antônio Heredia Viveros durante seis anos. Foram ainda duas tentativas de homicídio praticadas por ele, em 1983. Em uma delas, com um tiro pelas costas, Viveros a deixou paraplégica.

Leia a matéria completa na Folha desta quinta.

quarta-feira, 12 de março de 2008

Elenira Mendes visita o presidente do Senado

Senado vai publicar livro sobre
o julgamento de Chico Mendes


Montezuma Cruz
montezuma@agenciaamazonia.com.br

Os capítulos da morte e do julgamento dos autores e mandantes do assassinato do líder seringueiro Chico Mendes serão editados pelo Senado Federal. Este foi o compromisso firmado pelo presidente do Senado Federal, Garibaldi Alves (PMDB-RN), em sua primeira audiência da manhã de hoje (quarta-feira). Mesmo depois de passar a madrugada no plenário e de dormir pouco, o senador foi simpático, demonstrou conhecimentos históricos e manifestou seu sentimento pela luta dos seringueiros amazônicos.

Alves recebeu parte da bancada federal e a direção do Comitê Chico Mendes, criado por entidades não-governamentais, sindicais e estudantes. Eles estão organizando os atos que vão lembrar o 20º ano da morte do líder Francisco Alves Mendes Filho. Chico foi morto no dia 22 de dezembro de 1988, em Xapuri, a 188 quilômetros de Rio Branco, no Sudeste do Acre. Graças à entidade, o crime não ficou impune e a sociedade brasileira passou a receber mais informações a respeito da vida dos trabalhadores rurais, seringueiros e índios no Acre e na Amazônia.

Membros do Comitê e do Instituto Chico Mendes desejam que o julgamento dos assassinos do líder seja visto como a data em que a justiça passou a ser mais rápida na Amazônia e no País. Acompanhados do senador Sibá Machado (PT-AC), dos deputados Fernando Melo (PT-AC) e Gladson Cameli (PP-AC), e de assessores dos demais parlamentares, os dirigentes Gumercindo Rodrigues, Julia Feitoza, e Elenira Mendes, presidente da Fundação Chico Mendes, ouviram do presidente do Senado a promessa de editar os anais do julgamento.

"Aquele foi um grande feito da justiça. Naquele julgamento, a justiça começou a condenar e a fazer assassinos e mandantes de assassinatos no campo irem para a cadeia", disse Sibá. Gumercindo, companheiro de luta de Chico, manifestou a Alves a grande expectativa dos acreanos em torno da publicação. Na terça-feira, dirigentes do comitê reuniram-se em São Paulo com o jurista e ex-ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.

A cada parlamentar e visitante que lhe foram apresentados o presidente indagou a qual partido pertencia e adicionou comentários. De Elenira, quis saber a idade de Chico ao morrer: 44 anos, completados no dia 15 de dezembro de 1988. Perguntou-lhe também a idade que tinha na época: quatro anos. Elenira informou-lhe que vem lutando para continuar a obra do pai em favor dos direitos humanos e da protenção ambiental.

Elogiado pelo presidente, Sibá explicou-lhe que a publicação poderá servir às faculdades de Direito do País. E aproveitou para pedir-lhe para que a TV Senado inclua em sua programação matérias jornalísticas que mostrem o trabalho de Chico em defesa da Amazônia. Também sugeriu uma exposição no Legislativo sobre Chico e a questão ambiental.O senador petista convidou Alves a comparecer a um grande evento no Acre, de 15 a 22 de dezembro deste ano, com a apresentação de grupos de rock de todo o mundo, para celebrar a memória de Chico Mendes. Garibaldi prometeu ir.

Justiça Eleitoral alerta partidos

Partidos políticos têm um mês para entregar lista de filiados aos cartórios eleitorais

O prazo para os partidos políticos enviarem aos cartórios eleitorais a lista completa e atualizada de seus filiados termina na segunda semana de abril. O período de apresentação desses dados à Justiça Eleitoral foi determinado no artigo 19 da Lei 9.096/95 (Lei dos Partidos Políticos). O partido que não apresentar nova relação de filiados dentro do prazo fixado terá os dados de filiação considerados inalterados.

A Resolução 19.406/95, que traz instruções para fundação, organização, funcionamento e extinção dos partidos políticos, estabelece, ainda, que cada partido enviará ao juiz eleitoral da respectiva zona, para arquivamento e publicação na sede do cartório, lista atualizada dos nomes de todos os seus filiados na respectiva zona eleitoral.

A lista dos inscritos tem que ser apresentada pelas legendas entre os dias 8 e 14, nos meses de abril e outubro de cada ano, no horário de expediente normal dos cartórios. Também devem constar da relação os números dos títulos eleitorais e das seções em que os filiados estão inscritos e a data de deferimento das filiações (Lei 9.096/95, artigo 19, caput, redação dada pela Lei 9.504/97, artigo 103).

O envio das informações à Justiça Eleitoral – de 8 a 14, em abril e outubro - pode ser prorrogado quando a data inicial ou final coincidir com dia não útil: sábado, domingo ou feriado, por exemplo (Resoluções do TSE 20.793/2001, 20.874/2001, 21.061/2002, 21.709/2004 e 22.164/2006). Neste ano, o dia 8 de abril será uma terça-feira e o dia 14 cairá na segunda-feira.

Filiação

Para provar que o candidato se filiou ao partido será levada em consideração a última relação de eleitores recebida e armazenada no Sistema de Filiação Partidária (parágrafo 6º da Resolução 19.406 do TSE). Portanto, se a relação não for emitida e enviada à Justiça Eleitoral dentro do prazo legal, a lista dos filiados permanecerá inalterada, valendo a remetida anteriormente (parágrafo 7º). O eleitor que se sentir prejudicado por eventual má-fé dos dirigentes das legendas poderá requerer ao juiz eleitoral a intimação do partido para que seja garantida a entrega das informações sobre a filiação (parágrafo 8º).

No caso dos filiados interessados em disputar as eleições municipais de 2008, o registro deveria ter sido feito até o dia 5 de outubro do ano passado – um ano antes da data marcada para o pleito -, em cumprimento ao calendário das eleições municipais de 2008. Estar filiado a partido político no mínimo um ano antes das eleições é a primeira das exigências que o futuro candidato deve cumprir para ter a candidatura homologada pela Justiça Eleitoral.

Desligamento

Também pela regra da filiação partidária, definida na Resolução 19.406 do TSE, o desligamento de um partido tem que ser solicitado por escrito ao órgão de direção partidário, com cópia enviada ao juiz eleitoral, com vistas a garantir a exclusão da última relação de filiados que fica arquivada no Sistema de Filiação Partidária (art. 38). O eleitor que se filiar a outra legenda tem prazo até o dia imediatamente posterior ao da nova filiação para comunicar a mudança ao partido e ao juiz. A filiação não comunicada dentro do prazo caracterizará dupla filiação e tanto a filiação anterior quanto a pretendida serão consideradas nulas. (artigo 39, parágrafo único).

Com informações da Assessoria de Comunicação do TRE-Acre.