sábado, 15 de março de 2008

Os efeitos da pesquisa oculta

O pretenso candidato à prefeitura de Xapuri pelo PSDB, Marcinho Miranda, sentiu-se prejudicado pelo teor da postagem Pesquisa, publicada neste blog no dia 22 de fevereiro. Me disse isso em uma conversa de quase três horas, na última quinta-feira, em uma das salas da Rádio Educadora 6 de Agosto. Estava ele acompanhado do empresário Pedro Leite Silva, ex-gerente da empresa Silva e Sales Ltda.

No texto, faço um breve comentário sobre uma suposta pesquisa que teria sido realizada dias antes, encomendada pelo prefeito Vanderley Viana e não divulgada oficialmente. Já em um texto anterior tinha tido o cuidado de deixar bem esclarecido que não se tratava de nada oficial, senão mera conjectura, uma vez que não houve nenhuma divulgação sobre tal consulta, apesar de ser público e notório que pesquisadores realmente entrevistaram pessoas em vários pontos da cidade no final de semana anterior.

Como o suposto resultado da suposta pesquisa se tornou o assunto principal nas rodas da própria prefeitura, câmara e várias repartições municipais, pus-me a conversar com algumas pessoas do meio político e telefonei para algumas fontes de dentro da própria sede do executivo municipal. Como a informação se confirmava nas diversas fontes consultadas, publiquei o comentário que não tinha o propósito de ajudar nem prejudicar ninguém.

Como o texto se baseou em dados não oficiais, reconheço, em parte, como justa a reclamação de Marcinho Miranda, que aparece nos números boatados com 2% das intenções de voto, naquele momento em último lugar. Para o pré-candidato do PSDB, essa posição na tabela da corrida eleitoral de Xapuri, nas circunstâncias em que se deu a informação, prejudica enormemente sua futura campanha. Marcinho Miranda nega também que seja representante do segmento dos pecuaristas, como afirmo no texto.

Deixo bem claro, no entanto, que reconheço parcialmente essa razão quando se trata da decisão de publicar números não oficiais, mesmo tendo deixado o leitor consciente dessa realidade. O que quis ali foi apenas dizer que, sendo séria, a pesquisa seria favorável a este ou aquele pré-candidato. Quanto à opinião de que entre os nomes que se apresentam no momento o de Marcinho é o mais frágil, continuo pensando da mesma forma e explico.

Até o momento, o quadro eleitoral de Xapuri para as próximas eleições possui apenas três manifestas candidaturas devidamente estruturadas: Vanderley Viana (PPS), candidato à reeleição, decadente, mas com a máquina administrativa na mão; Manoel Moraes (PSB), nome teoricamente forte e respaldado pela boa votação para deputado estadual obtida nas últimas eleições; e Francisco Ubiracy (PT), por razões, acredito, mais que óbvias da força e organização sempre mostradas pelo partido que governa o Acre por três mandatos seguidos.

As alternativas que surgem na atualidade, como as candidaturas de Marcinho Miranda e Elenira Mendes, ainda me soam como improváveis. São jovens e promissoras lideranças que estão surgindo e Xapuri realmente precisa disso mais do que nunca; é certo que podem crescer, mas se isso vai acontecer só o tempo dirá, uma vez que os caminhos da política são mais incertos que os rumos da própria vida.

Mais hipotética ainda me parece a aliança entre PV, PP, PC do B e PMDB. É um quebra-cabeças ruim de ser montado, um mosaico de ideologias e vaidades diversas. É minha modesta opinião, entendam. Sei que mais uma vez esses comentários causarão beicinho e chorumela, como diz certo jornalista, mas não escrevo para agradar ninguém senão à minha própria necessidade de dizer o que penso.

Voltando ao assunto que deu origem a este texto, torno a dizer que não tive a intenção de ser parcial. Se mesmo assim entenderam que o fui, certamente foi por descuido ou imperícia neste ofício de falar através das linhas escritas. Não intenciono polêmicas com ninguém, muito menos com um bom colega de colégio e de uma rápida experiência em um bosquejo de movimento estudantil que se tentou em Xapuri em meados da década de 90. Refiro-me a Marcinho Miranda.

Naqueles anos, quando venci as eleições para presidente do Grêmio Estudantil da Escola Divina Providência – meus derrotados adversários foram Eliomar Soares “Galego”, ex-presidente do Diretório Municipal do PT, e o ex-assessor do prefeito Vanderley Viana, Joscires Ângelo -, Marcinho foi um grande parceiro e chegou a ir em meu lugar a São Paulo participar de um congresso da UBES – União Brasileira dos Estudantes Secundaristas. É uma amizade com certa dose de consideração que não foram encontrados na lata do lixo, sem dúvidas.

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