sábado, 31 de maio de 2008

Brrrrrr!!!


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Certamente a manhã mais fria do ano no Acre. Em Xapuri a temperatura caiu a 12°C na madrugada. A previsão de temperatura máxima para hoje é de 26°C, mas vai cair novamente com o anoitecer. A previsão de temperatura mínima para o domingo também de 12°C. Confira os dados referentes a Xapuri no site do INPE e no canaldotempo.com, que emite relatórios a partir de Cobija, Bolívia.

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Folha de Xapuri: cinismo puro



É o cúmulo da desfaçatez e do cinismo a peça publicitária produzida pelo Departamento de Comunicação Social da Prefeitura de Xapuri e publicada sob o título de Folha de Xapuri. Com o pretexto de servir à divulgação das ações da prefeitura, o jornaleco é pura propaganda eleitoral antecipada do prefeito Vanderley Viana e um verdadeiro paiol de bravatas e mentiras deslavadas, a começar pela manchete de primeira página que diz que a cidade está sendo revitalizada.

Não basta estampar em um panfletinho mal elaborado uma meia dúzia de fotografias de algumas poucas benfeitorias ou rechear páginas com louvaminhas de assessores e pessoas escolhidas a dedo para convencer alguém de que Xapuri não atravessa um dos piores momentos da sua história. A prefeitura até tem maquiado alguns pontos da cidade com algumas obras sempre envoltas em suspeitas de irregularidades, mas o resumo que se pode fazer desta administração é extremamente sombrio e assustador.



Um bom exemplo do descaramento dos responsáveis pela propaganda do prefeito é a situação da educação municipal. Na segunda página do panfleto, uma manchete vai totalmente de encontro com as manifestações de professores e funcionários da educação, ocorridas durante esta semana. “Mais escolas, merenda de qualidade e valorização de estudantes e professores”, apregoa a cabeça de um texto que traz ao lado uma foto do secretário municipal de educação, Raimundo Marçal Chale.

Para começar, a zona urbana de Xapuri conta somente com uma escola municipal, uma das escolas-padrão construídas pelo governo do Estado há alguns anos em vários municípios e, no caso de Xapuri, posta sob responsabilidade do município. O estabelecimento iniciou o atual ano letivo em condições físicas tão precárias que os professores inseriram entre as suas bandeiras de reivindicação contra a prefeitura, além dos reajustes salariais, a imediata restauração da escola.

Na última terça-feira, os servidores da educação paralisaram as aulas em protesto contra a falta de palavra do prefeito, que não cumpre com as promessas feitas e submete o funcionalismo a um regime rigoroso de não reajuste salarial há mais de 3 anos, de acordo com informações dos sindicatos de servidores municipais e de trabalhadores na educação. Há servidores recebendo menos que o salário mínimo vigente no país, segundo denuncia a professora Marilza Socorro Ribeiro, ex-secretária e aliada política de Vanderley Viana.

A mesma professora denuncia também a falta de material didático nas escolas, a péssima qualidade da merenda escolar que se baseia, invariavelmente, em suco e bolacha, além do fato gravíssimo de os alunos estarem bebendo água suja na escola Rita Maia. Quanto à estrutura física da escola, foi realizada uma pintura às pressas para disfarçar as reais condições do prédio que continua sem oferecer o conforto e a segurança necessários para os alunos do ensino fundamental.

Na tarde desta sexta-feira, os protestos originados dentro da rede municipal de ensino começaram a se estender para os outros setores da administração, igualmente tratados a pão e água pela prefeitura de Vanderley. Em um ato público realizado na Praça Getúlio Vargas, no centro da cidade, o Sinteac – Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre – tentava se unir ao Semux – Sindicato dos Servidores Municipais -, para juntos enfrentarem o despotismo do prefeito.

A secretária de finanças, Aucelina Oliveira, fala de equilíbrio financeiro e pagamento do funcionalismo em dia, como méritos fabulosos da administração. Não vou aqui colocar em dúvida a sua palavra, mas é fácil falar com essa segurança quando não há transparência com relação à situação financeira e orçamentária do município, que impede toda e qualquer divulgação ou acesso a informações referentes a contratos, convênios, licitações e etc. Que o diga a Câmara, na figura de alguns vereadores que vivem a cobrar informações sem ser atendidos nas suas solicitações. Como o dito popular assegura que quem não deve não teme, estranha o fato de os parlamentares terem, recentemente, tido que apelar ao Ministério Público para poder saber o que se passa dentro das paredes obscuras da prefeitura. Além do mais, pagar salários em dia não é mérito, apenas mera obrigação.

A propósito, pagamento em dia em Xapuri somente dos funcionários efetivos. Quando se trata de prestadores temporários de serviços, a prefeitura de Xapuri se transforma em um verdadeiro pandemônio, com trabalhadores sem receber salários por meses seguidos, sem contrato formal de trabalho, sendo contratados e demitidos sem nenhum critério legal definido senão ao bel prazer do prefeito e de seus seguidores e daí por diante.

Recentemente, a Câmara aprovou um projeto que poderia ser considerado cômico se não fosse trágico. O prefeito encaminhou ao Legislativo um pedido de autorização para efetuar contratações em caráter temporário de excepcional interesse público. Estava em apuros com o Tribunal Regional do Trabalho para poder continuar pagando servidores contratados de maneira irregular. Entre clientelista e comprometida por razões camufladas, a maioria dos vereadores aprovou o disparate.

Na área de saúde, a prefeitura diz que a vida é levada a sério em Xapuri. Também não duvido, pois se até a vida, maior patrimônio que o ser humano possui, não estivesse sendo levada a sério, já estávamos irremediavelmente condenados. Basta que as pessoas não estejam sendo respeitadas. A equipe da saúde tem se empenhado, conseguido bons resultados na cobertura vacinal, o centro de fisioterapia tem prestado um excelente trabalho à comunidade, assim como os Agentes Comunitários de Saúde e os médicos do Programa Saúde da Família. Tudo isso é obrigação fundamental de qualquer governo. O que foge a isso é aberração, como o fato não explicado da falta de pilhas e coletores que paralisaram temporariamente o trabalho dos Agentes de Endemias da Funasa no combate à dengue, dias atrás.

Enfim, esclareço que nada tenho contra a divulgação dos feitos da administração municipal. Todos os governos se utilizam desse expediente. No entanto, isso não significa que tenhamos que ficar mudos diante da tentativa petulante de enganar as consciências através da utilização de sofismas perniciosos que se não forem combatidos podem tomar pretensões de verdades absolutas. E combater a mentira e o cinismo desvairado é o meu dever de ofício.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

De vira-latas a pitbull

O repórter Tião Maia esteve em Xapuri, nos últimos dois dias, cobrindo o julgamento dos acusados do assassinato do sindicalista Ivair Higino para o jornal Página 20. Antes de vir à cidade, entrevistou o ex-vereador e atual vice-presidente da Fetacre, Raimundo Mendes de Barros, que parece não ter aprendido a lição das últimas eleições municipais, quando a divulgação, pelo PT do município, de fotos do então candidato a prefeito Vanderley Viana algemado, quando foi preso por tráfico de drogas, fez um efeito contrário ao desejado: Vanderley cresceu e impôs aos petistas uma derrota traumática.

Na eleição deste ano, incorrer em igual erro pode trazer os mesmos efeitos do passado. No papel de vítima, Vanderley é capaz de ganhar um Oscar. Na conversa com o jornalista, Raimundão toma como base uma das costumeiras e estapafúrdias declarações que o prefeito costuma fazer na sua TV clandestina para oferecer o mote para a entrevista, que foi publicada na edição desta quarta-feira (28) do jornal. O ex-candidato a prefeito pelo PT nas últimas eleições denuncia o uso abusivo da retransmissora local do SBT, onde Vanderley faz campanha antecipada, achincalha e ameaça seus adversários.

Leia a seguir o texto que antecede a entrevista:

“Na campanha passada, eu era um vira-lata. Agora sou um pitbull. Se cuidem!”.

A declaração, em tom de ameaça, foi feita na semana passada pelo prefeito de Xapuri, Wanderlei Viana (PPS), num programa de TV em que ele comenta as eleições passadas e se apresenta para a próxima campanha como candidato à reeleição. A expressão “vira-lata” seria referência ao fato de, na época, em 2004, ele não ter mandato. “Pitbull” é, portanto, a definição canina de um homem investido de poder e se preparando para uma nova campanha.

Num programa de TV clandestino no qual ele viola a grade de programação da TV retransmissora do SBT (Sistema Brasileiro de Televisão) em Xapuri, com olhos vermelhos, dentes rangendo e trejeitos nada recomendados a um governante eleito pelo voto popular, o prefeito vem demonstrando que está muito longe da sanidade mental. Ou de fato assimilou a personalidade da raça de cão a que se referiu. O cão a cuja raça o prefeito xapuriense se comparou está associado à violência e a ataques cada vez mais freqüentes, incluindo seus donos. A agressividade da raça não é natural, defendem os criadores. Estaria associada à criação ruim e a um gene recessivo.

O tal gene, dizem os defensores da raça, pode atingir qualquer cão, independentemente de raça, mas que pode ser controlado a partir de criadores responsáveis, que devem estudar os cruzamentos e ter a consciência de não confiar exemplares a pessoas com perfil psicológico desviado.

O pitbull tinha reputação de cão leal e confiável durante as primeiras décadas do século passado. Nos últimos anos, contudo, essa imagem mudou. É considerado um animal extremamente violento, assassino de crianças e “merecedor” de banimento em alguns países. A raça é uma das quatro mencionadas especificamente na Lei de Cães Perigosos de 1991, no Reino Unido - as outras três são o fila brasileiro, o tosa japonês e o dog argentino.

Antes de se definir como cão, o prefeito xapuriense era conhecido pela alcunha de “Cotoco”, por ter desenvolvido, desde criança, a arte de ofender usando as mãos. Com o dedo-pilas, conhecido popularmente como o maior-de-todos, ereto e em forma de objeto fálico, o popular cotoco é uma ofensa porque, com a mão nessa posição, lembra um pênis humano em ereção. Embora antipático, o gesto se tornaria folclórico e o termo cotoco seria incorporado à identidade do prefeito. Contudo, depois que retornou ao cargo após amargar o ostracismo político por uma década - chegou a ser inclusive preso em flagrante pela polícia por uso e tráfico de entorpecente -, Wanderlei Viana agora usa as mãos para esmurrar adversários e até aliados.

A delegacia de polícia de Xapuri acumula mais de uma dezena de denúncias de pessoas que se dizem espancadas ou ameaçadas pelo prefeito, incluindo um de seus irmãos. É por isso que o ex-vereador Raimundo Mendes de Barros, o “Raimundão”, candidato petista derrotado na eleição vencida por Viana em 2004, está preocupado com a futura campanha eleitoral xapuriense.

Ele acha que o prefeito, em termos e violência, reúne os genes de cães perigosos, principalmente do pitbull, e a fúria própria tocada ao tóxico do qual ele é usuário.

“É o mínimo que a gente pode dizer um homem que age dessa forma. É só a Justiça requerer as fitas da TV de Xapuri para ver a violência com a qual ele age”, disse “Raimundão”, que está em Rio Branco em busca de providência contra o prefeito por entender que, se algumas medidas não forem adotadas, as eleições municipais xapurienses este ano podem ser uma tragédia, “inclusive com derramamento de sangue”.

Para “Raimundão”, o clima em Xapuri 20 anos depois do assassinato de Chico Mendes é praticamente o mesmo do período em que era tramado o assassinato do sindicalista - coincidência ou não, na mesma época em que Wanderlei Viana exerceu seu primeiro mandato como prefeito. É sobre o clima em Xapuri e o temor pelo derramamento de sangue que “Raimundão” fala na entrevista a seguir: Um pitbull à solta em Xapuri.

Na realidade, o ex-vereador foi à Rio Branco para dar publicidade a uma questão recém-iniciada entre políticos do PT e o prefeito. Vanderley Viana lançou mão de algumas máquinas, que ninguém sabe de onde saíram, e caiu dentro de algumas áreas da Reserva Extrativista Chico Mendes sob o pretexto do intento de abrir alguns quilômetros de ramais.

A estratégia do prefeito, que é uma raposa felpuda na arte das artimanhas políticas, consiste no fato de sabendo que os serviços serão impedidos por não possuírem nenhuma licença ambiental, propagar a informação falsa, entre as comunidades carentes de vias de acesso, de que os ramais estarão sendo embargados pelos seus adversários do PT.

É inútil partir para esse tipo de reação contra um sujeito da categoria de Vanderley Viana. O jogo baixo e a troca de ofensas são suas armas preferidas, campos férteis para todo o seu arsenal de espertezas e ardis, como posar de pobre vítima de inúmeras perseguições daqueles que não se calam diante dos absurdos que é vezeiro em cometer.

A vitória da impunidade

O assassinato de Ivair Higino de Almeida começou a ser investigado efetivamente pela Polícia Civil de Xapuri somente em 1994, seis anos depois de o crime ter sido consumado, em 1988. O inquérito policial levou mais seis anos para ser concluído. Foram-se aí doze anos.

A falta de juízes com permanência efetiva em Xapuri em alguns períodos e uma montanha de recursos interpostos pelos advogados de defesa contra a pronúncia dos réus contribuíram para mais oito anos de impunidade para o caso.

E a impunidade foi consolidada ontem pelo Tribunal Popular do Júri de Xapuri, que absolveu dois dos três acusados da morte de Ivair. Somente um foi condenado e, mesmo assim, isso não significa que será punido pelo crime. Deverá ser beneficiado pela figura jurídica da prescrição retroativa.

A Constituição diz que a Lei pode retroagir para beneficiar o réu. Só não retroagirá para fazer com que a investigação do crime seja refeita de modo a não repetir a série de erros, omissões e negligências, ocorridos na fase policial, que produziram um processo demasiadamente arrastado e que não reuniu, no meu modo leigo de ver, provas cabais quanto à participação dos acusados no crime que vai completar 20 anos no próximo dia 18 de junho.

Se Cícero Tenório e Gentil Alves não participaram do crime, quem participou, além de Oloci, a quem os jurados entenderam culpado? Talvez a figura da "prescrição retroativa", caso ocorra, seja a única manifestação de justiça nesse caso.

Dos sete acusados pelo crime, dois foram absolvidos, dois foram beneficiados pela prescrição, por circunstâncias relacionadas à idade de ambos, dois estão foragidos, e somente Oloci Alves foi condenado. Confirmado o benefício previsto na Lei, obterá também ele a sua "absolvição".

Termina o julgamento do caso Ivair Higino

Oloci Alves da Silva foi o único condenado. Cícero Tenório Cavalcante e Gentil Alves foram absolvidos pelos jurados



Após mais de 15 horas de julgamento, o Tribunal Popular do Júri da Comarca de Xapuri decidiu pela absolvição de dois dos três acusados pelo assassinato do dirigente sindical Ivair Higino de Almeida, julgados nesta quarta-feira (28). Os jurados reconheceram que Cícero Tenório Cavalcante e Gentil Alves da Silva não tiveram nenhum envolvimento com os fatos relatados no processo, que culminaram com a morte da vítima.

O único condenado foi Oloci Alves da Silva, a quem o corpo de jurados considerou responsável, juntamente com outros envolvidos, pelos 8 tiros que tiraram a vida do dirigente sindical, na madrugada do dia 18 de junho de 1988, quando este se dirigia ao curral de sua propriedade, na BR-317, entre Xapuri e Brasiléia, para tirar leite de uma vaca para alimentar um filho que tinha, na época, apenas 38 dias de vida.
De acordo com a acusação, o sindicalista foi morto por motivação política e por ser aliado de Chico Mendes, que representava uma ameaça para os interesses dos fazendeiros. Além de ser dirigente do Sindicato de Trabalhadores Rurais de Xapuri e liderança da igreja católica, Higino era também candidato a vereador nas eleições municipais daquele ano.

Oloci Alves foi sentenciado pelo juiz Anastácio Lima de Menezes Filho à pena base de 9 anos de prisão, com redução de 1 ano, sendo fixada de forma definitiva em 8 anos, no regime semi-aberto. Apesar da sentença, Oloci deverá ser beneficiado pelo instituto da prescrição retroativa, que sendo decretada pelo juiz impedirá o Estado de executar a pena. Por esta figura jurídica, como o réu foi condenado a uma pena superior a 8 anos e inferior a 12, o crime prescreve em 16 anos, ou seja, a punibilidade será extinta e Oloci não chegará a ser preso.

O promotor Mariano Jeorge de Souza Melo, afirmou, após o julgamento, que a sentença não coloca um ponto final no processo, como muitos acreditam. Segundo ele, o Ministério Público vai recorrer da pena aplicada ao réu Oloci Alves para tentar elevá-la a um patamar que impeça que a prescrição retroativa o beneficie, evitando a impunidade. Quanto aos outros dois acusados, o promotor afirmou que a absolvição de ambos já era, de certa forma, esperada.

O público que esteve presente no Fórum de Xapuri aguardou pacientemente o desfecho do julgamento. Apesar da grande presença de pessoas na minúscula sala das sessões, não houve nenhum um tipo de manifestação - contrária ou favorável - à decisão dos jurados, após a leitura da sentença pelo juiz, que aconteceu às 23h11.

Dos sete implicados na morte de Ivair Higino, dois ainda estão foragidos e com prisão preventiva decretada pela justiça. São eles, o indivíduo conhecido pela alcunha de Cearazão, que teria, DE de acordo com os autos, matado Ivair Higino a mando de Cícero Tenório Cavalcante, e Jardeir Pereira, o “Mineirinho”, ambos citados nos autos do processo como co-executores do assassinato.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Caso Ivair Higino perto do fim

O julgamento dos acusados de matar o líder sindical Ivair Higino de Almeida entrou na sua décima hora e a previsão para o seu término não é para antes das dez horas da noite. Acabou há poucos instantes a primeira parte dos debates destinada à acusação, que teve o tempo de quatro horas e meia para expor as provas e tentar convencer os jurados da culpa dos réus.

O promotor Mariano Jeorge de Souza Melo sustentou as acusações contra os réus Cícero Tenório Cavalcante, acusado de ser um dos mandantes do crime, e Oloci Alves da Silva, implicado como um dos executores do assassinato.

Quanto ao réu Gentil Alves, o “tilinho”, também acusado de ser um dos autores dos disparos que mataram Ivair Higino, o promotor reconheceu a força do seu álibi, sustentado por várias testemunhas. Gentil afirma que na data do crime estava viajando para a cidade de Goiânia, estado de Goiás. Apesar desse álibi ter sido questionado pelo assistente da acusação, o advogado Gumercindo Rodrigues, o promotor afirmou que não vai pedir a condenação do réu.

Os advogados de defesa devem concentrar suas teses em cima da inconsistência das provas apresentadas pela acusação que, segundo eles, são baseadas quase sempre em depoimentos de testemunhas.

O advogado Francisco Valadares, que defende o acusado Cícero Tenório, afirmou que não há nenhuma prova material nos autos que sustente o envolvimento do seu cliente com o assassinato do sindicalista.

As cadeiras disponibilizadas para o público passaram todo o dia completamente ocupadas e muita gente acompanha de pé o julgamento na expectativa do resultado para esse caso que se arrasta há vinte anos e que está prestes a ter um ponto final.

Julgamento em Xapuri


Da esquerda para direita: Gentil Alves, Oloci Alves e Cícero Tenório

O período da manhã, no julgamento dos acusados pelo assassinato do dirigente sindical Ivair Higino, foi quase todo tomado pelo interrogatório dos réus. Cícero Tenório, Gentil Alves e Oloci Alves negaram participação no crime.

Cícero Tenório afirmou estar dentro de um ônibus, na BR-317, entre Brasiléia e Xapuri, no horário em que Ivair Higino foi morto. Ele afirmou ter chegado ao local do crime instantes depois de Ivair ser alvejado, onde teria visto pegadas de coturnos.

Gentil Alves disse estar em viagem à Goiânia, na época do crime. Oloci, por sua vez, afirmou não lembrar, mas acredita que estava na fazenda Paraná na hora do assassinato.

Ainda no período da manhã, foi iniciada a leitura de partes do processo, que contém mais de 1000 páginas. Em seguida, serão ouvidas as 12 testemunhas, de acusação e defesa, que compareceram ao Tribunal. Não há previsão para o fim do julgamento, que deve entrar pela noite.

O promotor de justiça que atua no julgamento é Mariano Jeorge de Souza Melo, assistido pelo advogado Gumercindo Rodrigues, que foi uma das personagens dos episódios de enfrentamento entre seringueiros e fazendeiros, ocorridos em Xapuri na década de 80.

Gumercindo Rodrigues diz acreditar na condenação dos acusados com base nos fortes indícios da participação deles no assassinato. Ele reconhece, no entanto, que o tempo já decorrido, além do fato de o inquérito policial ter sido iniciado somente em 1994, seis anos após o crime, pesam a favor dos réus.

A defesa dos acusados é feitas pelos advogados Sérgio Quintanilha (Gentil), Heitor de Andrade Macêdo (Oloci) e Francisco Valadares (Cícero Tenório).

O corpo de jurados está sendo formado por 4 homens e 3 mulheres.

terça-feira, 27 de maio de 2008

Vinte anos depois

Acusados de matar o sindicalista Ivair Higino vão a júri popular nesta quarta-feira. Família da vítima espera por justiça 20 anos depois

Foto: Jornal Página 20

Familiares de Ivair Higino, acompanhados da sindicalista Júlia Feitosa

O Tribunal do Júri de Xapuri vai levar ao banco dos réus, nesta quarta-feira, os acusados pelo assassinato do sindicalista Ivair Higino de Almeida, morto no dia 18 de junho de 1988, seis meses antes de o líder sindical Chico Mendes ter o mesmo destino.

Vão a julgamento Cícero Tenório Cavalcante, Oloci Alves da Silva e Gentil Alves da Silva, os dois últimos, respectivamente, filho e sobrinho do fazendeiro Darly Alves da Silva, condenado como mandante do assassinato de Chico Mendes, há 20 anos.

Os outros acusados de envolvimento na morte de Ivair Higino, o fazendeiro Alvarino Alves e seu sobrinho Darcy Alves, esse condenado como sendo o autor do tiro que matou Chico Mendes, não serão levados a julgamento porque para eles o crime já prescreveu por circunstâncias relacionadas à idade de ambos.

O tempo de prescrição do processo para os dois acusados foi reduzido pela metade. No caso de Alvarino, por ter mais de 70 anos na época da pronúncia, e no caso de Darcy, por ser menor de 21 anos na época do crime.

Os réus e as 16 testemunhas arroladas no processo foram intimados à cerca de um mês para a sessão do Tribunal do Júri, que será presidida pelo juiz Anastácio Lima de Menezes Filho, e que deve ter início às 8 horas da manhã, com o sorteio dos sete cidadãos xapurienses que comporão o corpo de jurados.

Este será o julgamento de maior repercussão em Xapuri desde o caso do sindicalista Chico Mendes, que foi julgado em 1990, quando Darly e Darcy Alves foram sentenciados pelo juiz Adair José Longuini, na data em que Chico Mendes completaria 46 anos de idade, após quatro longos dias de estafante julgamento. Era o dia 15 de dezembro daquele ano.

O clima em Xapuri é de tranqüilidade, mas de evidente expectativa, em virtude da inevitável relação que há entre os dois crimes. A falta de uma solução ou de um ponto final para o caso de Ivair Higino tem sido, nesses últimos 20 anos, motivo de intensas cobranças à justiça e de acusações de desinteresse da parte daqueles que são ligados à causa defendida pelo sindicalista.

O julgamento acontece no apagar das luzes do tempo previsto para a prescrição do processo, que é de 20 anos, a ser completado no próximo dia 18 de junho. A ausência de provas materiais do crime, motivo do processo se arrastar por tanto tempo na justiça, também deve ser a maior das dificuldades para a acusação, que será feita pelo promotor Mariano Jeorge de Souza Melo, tendo como assistente o advogado Gumercindo Clóvis Garcia Rodrigues.

Ivair Higino foi assassinado na madrugada de 18 de junho de 1988, numa emboscada na porta de sua casa, na BR-317. O crime aconteceu em um momento de extrema tensão entre trabalhadores rurais e grandes proprietários de terra. Monitor das Comunidades Eclesiais de Base e um dos dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, Ivair Higino era um dos braços direitos de Chico Mendes na realização dos empates. Os dois estão sepultados lado a lado no cemitério da cidade.

Os pais do sindicalista, o aposentado José Higino de Almeida, 71 anos, e dona Luzia Maria Siqueira, de 66, devem comparecer ao julgamento. Ivair era o filho mais velho do casal.

Educação pressiona prefeito baloeiro

Funcionários da educação realizam manifestação contra promessas não cumpridas pelo prefeito Vanderley Viana



Os professores da rede municipal de ensino de Xapuri decidiram paralisar novamente as aulas nesta terça-feira depois de mais uma vez serem enganados pelo prefeito Vanderley Viana, com relação às promessas de reajuste salarial e outras reivindicações da categoria, como afirma a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Acre (Sinteac), Edna Barbosa de Farias.

Há cerca de um mês, segundo a sindicalista, os professores realizaram uma outra manifestação, quando reivindicaram da prefeitura o reajuste dos salários dos trabalhadores, congelados há três anos, e também a melhoria das condições físicas da escola Rita Maia, única da rede municipal localizada zona urbana, que se encontrava em péssimas condições.

A presidente do Sinteac informa que naquela oportunidade o prefeito assumiu o compromisso de conceder os reajustes, afirmando que retornaria em três dias para sentar-se à mesa de negociações com os professores. Como já era esperado, não apareceu mais, também não voltou a tratar do assunto com a categoria. Com relação à situação da escola, uma pintura feita às pressas apenas maquiou a situação de precariedade do estabelecimento de ensino.
A professora Marilza Socorro denuncia a falta de material didático na escola, a péssima qualidade da merenda, salários de alguns servidores com valor abaixo do salário mínimo, e coisa pior: “o prefeito instalou bebedouros em todas as salas de aula, mas a água que os alunos estão bebendo é imunda”, afirma ela.
Antes de realizarem o protesto em frente à prefeitura, os professores foram à Câmara exigir dos vereadores uma explicação para o fato de terem aprovado um aumento de 50% no salário do prefeito, no final do ano passado, e não se posicionarem a favor das demandas da categoria da educação. Embananados, os vereadores se resumiram a dizer que não elaboram leis de reajuste salarial.
Os professores reivindicam um reajuste de sete por cento no salário-base da categoria que é de mil e cinqüenta e nove reais. O núcleo do Sinteac em Xapuri informou também que decide na tarde desta terça-feira, com o restante da categoria, se continua ou não com a paralisação.

Falta de autonomia
O secretário municipal de educação, Raimundo Marçal Chale, como é costumeiro entre alguns assessores do prefeito, disse não querer se pronunciar naquele momento acerca da paralisação e das reivindicações dos professores. Informou, no entanto, que deverá se reunir com a categoria para uma nova conversa e somente então falará sobre o assunto.
Todos sabem em Xapuri que o secretário não se pronuncia porque não tem autonomia, no cargo que ocupa, para tomar nenhuma decisão por iniciativa própria, mesmo que seja simplesmente para falar sobre o assunto. Aguardará primeiro as orientações e as ordens do prefeito para poder conversar com os professores.
Resta saber se agora, depois de tanto serem enrolados pelo prefeito potoqueiro e sua equipe, os professores irão radicalizar o movimento pelas justas reivindicações, considerando que o reajuste anual na data-base está garantido em lei, ou se a manifestação de hoje é apenas mais um vôo de galinha, como diz o brocardo popular.

Pracinha da Sibéria ameaça ruir

Moradores do bairro Sibéria reivindicam reforma de um dos poucos espaços de lazer da comunidade. Pequena praça à margem do rio Acre ameaça desabar.

Fotos e informações: Joseni Oliveira


Preocupados com a segurança de crianças e idosos, que diariamente utilizavam o local para momentos de lazer, moradores do bairro Sibéria, em Xapuri, reivindicam a reforma da Praça da Esperança, localizada ao lado do barranco do rio.




A pracinha foi construída em madeira no ano de 2001, e de lá para cá nunca foi reformada. O local é um dos poucos espaços de lazer utilizado por praticamente todos os moradores do bairro.

A funcionária pública Francisca Macedo, é uma das moradoras do bairro que apela à prefeitura para que o local seja reformado. "O poder público tem que se sensibilizar com esta situação de desprezo com a comunidade", protesta.

O presidente da associação de moradores, João Jorge Cosmo da Silva, está preocupado com a proximidade da festa de aniversário do bairro, que acontece no início de junho. "Na situação em que a praça se encontra, existe risco à segurança das pessoas que virão participar dos festejos", diz ele.

O repórter Joseni Oliveira, da Rádio Educadora 6 de Agosto, tentou falar com o secretário de obras do município, Francisco Ferreira da Silva, para saber se há a previsão providências serem tomadas com relação à reivindicação dos moradores, mas o mesmo não foi encontrado e não atendeu às ligações feitas para o seu telefone celular.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

O lado bom de Xapuri

Centro de Fisioterapia da Secretaria Municipal de Saúde vai comemorar 4 anos de bons serviços prestados à população




Fundado no ano de 2004, o Centro de Fisioterapia de Xapuri é uma prova de que com dedicação, força de vontade e, sobretudo, com amor pelo que se faz, em oposição à escassez de recursos, é possível oferecer atendimento digno e humano à população. Com uma equipe composta por uma fisioterapeuta e não mais que duas ou três assistentes, o centro atende cerca de 40 pessoas por dia e já reabilitou e reintegrou ao convívio social um grande número delas.

Pioneira no interior do Estado, a unidade é referência no atendimento de pacientes com algum tipo de lesão ou seqüela no aparelho locomotor e outras de natureza congênita ou adquirida, com atendimentos fisioterapêuticos especializados nas áreas de ortopedia e traumatologia, geriatria, reumatologia, cardiologia, pediatria e pneumologia, neurologia, além de correção postural.

A coordenadora do Centro é a fisioterapeuta xapuriense Alessandra Pereira Caminha, formada pela Universidade de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Os serviços oferecidos pelo Centro, segundo ela, são muito importantes para a comunidade e possíveis, hoje em Xapuri, em virtude da descentralização dos serviços de fisioterapia que eram disponibilizados apenas na capital acreana.

“Antes os clientes tinham que se deslocar até Rio Branco para poderem fazer uso de serviços de fisioterapia, e hoje Xapuri já dispõe desses serviços há quase 4 anos, evitando custos e despesas, além de trazer melhorias na qualidade de vida dos usuários dos serviços”, afirma Alessandra Caminha.

No próximo dia 28 de junho o Centro de Fisioterapia vai realizar uma passeata pelas ruas da cidade em comemoração aos seus quatro anos de funcionamento em Xapuri. O evento, que contará com a parceria do Detran-Acre, chamará a atenção para os cuidados com os acidentes de trânsito, responsáveis pelos problemas de grande parte das pessoas que buscam tratamento na instituição. Alessandra diz que pretende reunir o maior número possível de pessoas que já fizeram tratamento no centro nesses 4 anos.

“O nosso objetivo é trazer para essa caminhada a maior quantidade de pacientes que já passaram pelo nosso tratamento. Pessoas que chegaram aqui sem poder andar e que saíram daqui caminhando com suas próprias pernas. A finalidade é, acima de tudo, de conscientização com relação aos acidentes de trânsito e de outra natureza, responsáveis por grande parte das lesões que temos tratado aqui”.

Pacientes satisfeitos com a atenção fisioterapêutica

Desde a sua criação o Centro de Fisioterapia vem alcançando resultados significativos na luta pela reabilitação e reintegração social de pessoas em todas as faixas de idade. Jennifer, de 5 anos, é uma das crianças atendidas pela doutora Alessandra, como a fisioterapeuta passou a ser chamada pelos pacientes. Vítima de meningite, a garota chegou ao tratamento sem nem ao menos conseguir sentar, em virtude das seqüelas da doença. Hoje, cerca de três anos e meio depois, ela já ensaia algumas passadas com a ajuda da mãe.

Raimundo Nonato Uchôa, 73 anos, é pai de quatro filhos. Há dois anos teve a perna direita amputada, devido complicações causadas por trombose e diabetes. Seu Caboclo, como é chamado carinhosamente pelos amigos, há mais de um ano realiza sessões de fisioterapia no centro de reabilitação de Xapuri e agora se alegra com a possibilidade real de voltar a andar. Ele já está quase pronto para receber uma prótese que irá lhe devolver o poder de se locomover sem a ajuda de muletas ou cadeira de rodas.

“Vai ser a maior felicidade da minha vida poder voltar a andar de bicicleta, como eu sempre gostei de andar para todo lugar aqui na cidade, e no dia 28 eu vou participar da passeata. De bicicleta, se Deus quiser”, diz ele.

Para Alessandra, a felicidade está em ver os avanços dos seus "clientes" por menores ou mais lentos que sejam. Com uma dedicação imensa e um brilho no olhar comum a quem tem amor pelo ofício que escolheu, a profissonal comemora cada vitória alcançada com um sorriso largo. "O movimento de um dedo que não se mexia é um dia que ganho na minha vida", diz ela.

O centro de reabilitação atende de segunda a quarta-feira, durante todo o dia, de acordo com a disponibilidade do paciente, e chega a atender diariamente mais de 40 pessoas com tratamento, preventivo, convencional e orientação domiciliar. O paciente que necessitar de atendimento deve apresentar encaminhamento médico e agendar a consulta.

Tocha dos Jogos Escolares passa por Xapuri

Símbolo dos jogos homenageia o líder sindical Chico Mendes na sua passagem por Xapuri



O ponto alto da passagem da Tocha dos Jogos Escolares 2008 por Xapuri aconteceu em frente à Casa de Chico Mendes, recentemente tombada como Patrimônio Histórico Nacional.

A sobrinha do líder seringueiro, Suziane Gadelha Mendes, recebeu a tocha das mãos de sua tia, Elenira Mendes, e conduziu o símbolo dos jogos escolares por algumas ruas de Xapuri.

Elenira Mendes disse estar feliz pelo legado de Chico Mendes estar sendo envolvido também pelo esporte.


Fotos: Gleílson Miranda

Outro condutor da tocha foi o portador de necessidades especiais e ex-atleta Fabiano Souza. Para ele, a limitação física não pode ser obstáculo para a prática do esporte.

A etapa municipal dos jogos escolares acontece no período de 6 a 8 de junho. As escolas vencedoras irão representar Xapuri na fase regional dos jogos, em Rio Branco, entre os dias 6 e 13 de julho. Nesta etapa os alunos das escolas do vale do acre disputam vagas para a competição estadual.

Otimismo

De uma hora para outra surge a criatura mal-educada que lhe dá vontade de responder na mesma altura. Apesar de tudo, seja de forma diferente. A carranca feroz, o mau-humor é mascara que esconde tristeza ou revolta a pedir: "ame-me, compreenda-me". Não é soltando as palavras presas na garganta que irá mudá-la. Em pessoas assim, mexem mais por dentro as atitudes de aceitação, de não revide, olhar calmo porque fazem pensar no erro e se envergonhar. Mantenha a tranqüilidade e o pensar positivo. Um sorriso, um gesto, uma palavra, fazem milagres. O amor é um jato de água no fogo dos mal-educados e odientos.

Autor desconhecido

Otimismo todo dia

domingo, 25 de maio de 2008

Cabeças de camarão

Corrijo uma informação equivocada, que dei na postagem sobre o sistema de esgotamento sanitário que está sendo implantado em Xapuri, com uma boa notícia. O rio Acre não receberá o conteúdo que deslizará diariamente pelos canos, cujos nascedouros serão os vasos sanitários das residências desta ilustre cidade. Os restolhos serão depositados em umas espécies de caixas coletoras e depois recolhidos sabe-se lá por quem. Os peixes agradecem.

A propósito do assunto, recebo informações de que as ruas da área central da cidade, que acabaram de receber uma nova cobertura asfáltica cujas obras custaram, segundo a prefeitura, cerca de R$ 400 mil, serão escavadas para receber a tubulação. Ou seja, dinheiro público jogado no lixo por causa da conhecida incapacidade de planejamento e organização da administração municipal.

Se os recursos para esta benfeitoria já estavam previstos há um bom tempo, conforme consta no Portal da Transparência, por que não aguardaram para somente depois de fazerem o saneamento jogarem o asfalto? Pergunta que muitos estão se fazendo.

Diante deste fato, não me resta outra alternativa senão colaborar com uma ótima sugestão aos inteligentes seres que habitam a prefeitura: conectem alguns canos, destinados a captar os dejetos intestinais, nas cabeças dos responsáveis pela administração de Xapuri, pois dali sairá, certamente, o mesmo conteúdo. A tarefa, no entanto, não será das mais fáceis: a maioria deles é acéfala.

sábado, 24 de maio de 2008

Acerto ambiental

O novo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, conta ao Jornal do Brasil, edição deste sábado, como conquistou a chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, no encontro que tiveram com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, esta semana. Minc deixou claro que vai acelerar a emissão das licenças ambientais que vinham travando o Programa de Aceleração do Crescimento.

"Seremos mais exigentes, porém mais rápidos", informa.

Em troca, Dilma garantiu que destravará a criação de novos parques ecológicos, reclamados pela antecessora de Minc, Marina Silva. Isso facilita a montagem de um cinturão verde de proteção à floresta amazônica. "Aposto todas as minhas fichas no diálogo", resumiu o ministro.

Leia a reportagem de Cristine Gerk e Marcelo Ambrosio JB Online.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Inimigo público nº 1

Comentário feito pelo professor Joscíres Ângelo, em seu blog, com referência a ataques gratuitos a mim direcionados por serviçais do prefeito Vanderley Viana:

"É inegável que o inimigo público número 1 do Vanderlei, depois do Jorge Viana é o Raimari Cardoso, que aliás merece menção honrosa porque fez durante estes quase 4 anos de administração o que sequer os vereadores de oposição fizeram, que foi manter sem titubear ou se esquivar, uma postura de oposição inteligente e incansável, o Raimari não necessita que eu o defenda, mas gostaria apenas de enfatizar um paralelo. Enquanto a TV Xapuri denigre a imagem do Radialista para pouco mais de cem lares que duvido muito na hora do almoço muita gente se arriscar a ter uma congestão ao assistir grotescas anomalias televisivas, o Raimari, diariamente, por uma quantidade 5 vezes maior de tempo tem à sua disposição mais de 5 mil lares, entre zona urbana e rural, para realizar suas exposições, que por sinal são de excelente qualidade. Isso já diz tudo".

◙ Agradeço o apoio do amigo Joscires e teço algumas considerações: Inimigo é para mim um termo muito forte, prefiro adversário, pois considero não ter inimizades por ninguém. É claro que esta é uma posição unilateral, de minha parte. Quanto ao público, não reconheço, pois inimigos públicos que conheço em Xapuri, somente Vanderley e seus comparsas e adoradores.

Vice-prefeito João Dias: "Vice, nunca mais"

Conversei, nesta quinta-feira, com o insatisfeito vice-prefeito João Dias. Depois de ser derrubado do cavalo pelo deputado estadual Chagas Romão (PMDB), quando tentava emplacar seu nome como candidato à prefeitura pelo partido, deve tentar agora uma vaga na Câmara de Vereadores. Mesmo ainda podendo levar seu nome à convenção, em junho, Dias sabe que não conta com o apoio de quem realmente manda prender e soltar no partido.

Cansado de tomar rasteiras de seus aliados políticos, João Dias diz que o PMDB é uma grande decepção e que jamais aceitaria ser vice-prefeito em chapa nenhuma sem que antes houvesse uma consulta em que a população expusesse sua preferência. Com relação à decisão do partido em indicar o engenheiro José Graciano como pré-candidato, afirma que foi vítima de uma grande armação engendrada por Chagas Romão.

O vice-prefeito não se conforma com o fato de que, com toda a tradição e força que possui, o PMDB se submeta a situação humilhante de abrir mão da candidatura própria em favor do PSDB, um partido que não possui, de acordo com ele, nenhuma história em Xapuri. Outra grande mágoa de João Dias com seu partido é ter sido preterido por Graciano, “uma pessoa desconhecida no município”.

Só falta agora tentarem colocar farinha azeda também na cumbuca das intenções de ser vereador, de João Dias. Com a sorte que tem para ser enxotado por aqueles a quem se congrega, é somente isso o que resta acontecer. E com a clara revolta e insatisfação que tem demonstrado nos últimos dias, não poupando de críticas os comandantes do partido, não é difícil que logo logo os sectários da dupla PSDB/PMDB tentem lhe aplicar nova rasteira.

Esgotos podem contaminar água em Xapuri



As obras de construção de três mil e duzentos metros de rede de esgotamento sanitário para atender cerca de duzentos e cinquenta domicílios no centro de Xapuri já começaram com problemas. De acordo com a gerência local do Deas - Departamento Estadual de Águas e Saneamento - a rede de canalização dos esgotos está sendo feita acima da rede de distribuição, o que poderá trazer sério risco de contaminação da água no futuro.

O gerente do Deas no município, José Augusto Mirim, informa que já entrou em contato com a direção estadual do órgão para comunicar o problema. Mirim não sabe explicar porque sendo uma obra de saneamento básico, cujo órgão concedente dos recursos é a Funasa, o Deas não foi convidado a participar de nenhum planejamento acerca dos cuidados que devem ser tomados com relação à rede de abastecimento de água.

A obra, conveniada pela prefeitura, é importantíssima para a cidade, apesar de trazer uma série de transtornos temporários. Nesta quinta-feira (22), por exemplo, durante os trabalhos de aberturas das valas que vão receber a canalização, houve o rompimento de uma tubulação que provocou falta de água em grande parte da cidade. De acordo com o Deas o fornecimento já está sendo restabelecido.

Segundo informações prestadas pelo engenheiro responsável pelos serviços, Antônio José Castro Pinto, com a construção desse sistema de esgotamento sanitário os dejetos provenientes dos banheiros das residências receberão tratamento antes de chegar ao Rio Acre. O prazo para a conclusão da primeira etapa, que atenderá as ruas do centro da cidade, é de 90 dias. A segunda etapa deve ser realizada apenas em 2009.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Memórias do cárcere



Em 1987, quando Xapuri vivia sob as agruras do primeiro mandato do prefeito Vanderley Viana, a antiga delegacia de polícia da cidade, onde hoje os artistas do projeto Arte na Ruína apresentam seu espetáculo, era constantemente "freqüentada" por seringueiros que defendiam a floresta através dos famosos "empates" liderados por Chico Mendes. Até o governador Binho Marques, naquela época envolvido com o Projeto Seringueiro, também foi "hóspede" do lugar. Ao denunciar o desvio de merenda escolar, foi preso pelo próprio prefeito, que, não raro, fazia as vezes de delegado de polícia.

A 50 metros da velha delegacia, o seringueiro Chico Mendes foi morto com um tiro no peito, há 20 anos. O lugar ficou marcado pelo estigma da omissão e da negligência, tão denunciadas pelo próprio Chico, e ali permaneceu abandonado por vários anos, após a construção das novas instalações da polícia civil, em 2001, como um monumento à vergonha e à covardia tão peculiares àqueles tempos.

Há alguns dias, o governador esteve em Xapuri, visitando a Fundação Chico Mendes, que fica quase de frente com a antiga cadeia desativada. Ele falou aos membros do grupo que toca o projeto sobre a surpresa de encontrar jovens fazendo arte naquele local marcado por lembranças desagradáveis de um passado não muito distante.

- Olha, eu fico super feliz de ver Arte na Ruína, eu até tinha pensado que a gente poderia transformar essa delegacia num museu, num museu mais vivo, que pudesse contar um pouco da história dessa delegacia, não sei se todo mundo sabe, mas essa delegacia aqui, já ficou abarrotada de seringueiros, num dos empates importantes. Aqui ficou o Raimundão, Manoel Estébio, uma turma bem grande ficou presa e precisou um grande movimento pra libertar todo o pessoal daqui, o Chico tava sempre presente também, intervindo lutando contra as injustiças.

- Eu mesmo também fui hóspede dessa delegacia, em 87 quando o prefeito (Vanderley Viana) estava desviando a merenda escolar, eu fui denunciar e acabei preso na delegacia, depois de uma pequena discussão com o prefeito e ele mesmo me prendeu e eu fui hóspede daqui dessa delegacia. É algo que deve ficar no passado, num passado não só o prédio, mas essas histórias devem fazer parte do passado, a história da injustiça que aconteceu com muita força nesse espaço, ela agora é contada de outra forma e ela também pode ser transformada.

- Fico muito feliz por isso, de saber que nas celas agora a gente tem uma vida renascendo, com o cinema com o teatro, com as várias formas de expressão, então eu quero desejar a vocês muita sorte neste projeto, quero que renda muitos frutos e filhos, porque acho que o Acre hoje está vivendo um momento interessante porque lá nos anos 70 e nos 80 um grupo de jovens começou a fazer teatro, começou a fazer cine clube, isso foi que ajudou a criar uma identidade de povo acreano.

- Nos 70, quando o Dantinhas era governador, ele queria acabar com a tradição, com a identidade da floresta, o slogan era um novo Acre, derrubava todo o patrimônio arquitetônico das cidades acreanas que lembravam o passado e foi justamente o movimento cultural dos jovens que resgatou uma identidade de índios, de seringueiros, de floresta e de Amazônia que permitiu a construção de um movimento que hoje está se transformando em coisa interessantes em vários lugares do Acre que repercute no Brasil e até no mundo. Então parabéns pra vocês, eu espero que este trabalho tenha vida longa.

Acesse o blog Arte na Ruína e conheça o projeto.

Coração Valente

80 mil torcedores empurram o tricolor carioca para semi-final histórica da Taça Libertadores da América

Foto: GloboEsporte.com


O técnico são-paulino Muricy Ramalho havia avisado na véspera do duelo histórico do Maracanã: "Adriano é um perigo". Sim, ele é realmente perigoso, até marcou o gol de empate no segundo tempo da partida, mas na noite desta quarta-feira, no maior do mundo, quem reinou soberano foi o atacante Washington, o Coração Valente, autor do primeiro e do último gol da incontestável vitória tricolor que colocou o time das Laranjeiras, pela primeira vez, nas semi-finais da Taça Libertadores da América.

- Sabia que era o meu dia. Graças a Deus tive a felicidade de fazer os gols, sou iluminado. Foi um grande jogo, só tenho que agradecer aos meus companheiros. É a melhor coisa do mundo. Vamos lutar por esse título, nosso time está muito forte - desabafou Washington após o jogo.

O Flu aguarda agora seu adversário, que será definido nesta quinta-feira. Tudo vai depender de uma combinação de resultados, porque dois clubes do mesmo país obrigatoriamente se enfrentam na semifinal. Portanto, se o Santos se classificar, terá pela frente o Tricolor.

Caso o San Lorenzo vença a LDU, no outro confronto das quartas-de-final, o time argentino pegará o perigoso Boca Juniors, em um clássico argentino. Se o América do México e a LDU se classificarem, o Flu jogará contra o Boca Juniors.

Se América e San Lorenzo passarem, o adversário dos cariocas será a equipe mexicana - os únicos fora das possibilidades de cruzamento com o clube das Laranjeiras são LDU e San Lorenzo.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Em tempo

Recebi uma série de reclamações e contestações referentes às informações sobre alguns dados de uma pesquisa de opinião realizada pelo Instituto Data Control que decidi publicar aqui neste espaço, no dia de ontem. Vêm de alguns leitores do blog e de alguns pré-candidatos que não aparecem entre os primeiros colocados. Adianto, com todo respeito, que não faço pesquisas, apenas divulgo o que chega até mim. Esclareço também que não me interessa favorecer A, B, C ou D.

Tomei a decisão de publicar, por duas vezes, resultados de pesquisas de opinião encomendadas por partidos ou políticos envolvidos com o processo eleitoral que se aproxima por entender que os maiores interessados em saber como está a situação de momento, com relação à sucessão municipal - os eleitores -, geralmente ficam alheios a essas informações que costumam viajar de boca em boca ou ser utilizadas por alguns setores da imprensa acreana para beneficiar um ou outro candidato.

Nas duas oportunidades, sempre fiz questão de deixar claro que as pesquisas são suspeitas, quando divulgadas publicamente, pelo fato de serem encomendadas por pessoas ou partidos interessados na disputa. O que se nota, no entanto, é que apesar de não ganharem as páginas dos jornais, os números oriundos dos levantamentos findam sendo utilizados com fins de influência de eleitores, pois, em virtude do pequeno tamanho da cidade, são transmitidas de um a outro sem nenhuma base confiável.

Em nenhum momento atendi pedido de quem quer que seja para tornar pública alguma informação. E sempre que resolvi por publicar, o fiz com base em informações que considerei confiáveis e seguras. Tenho em mãos alguns extratos de pesquisas fornecidos por fontes que tenho o direito e o dever de preservar. Nem todas tornei públicas por considerar algumas absurdas. Outras, mais sensatas, resolvi divulgar alguns dados, por minha livre iniciativa e sem interesse de prejudicar ninguém.

No dia 22 de fevereiro, por exemplo, divulguei números de uma suposta pesquisa (veja aqui) encomendada pelo prefeito Vanderley Viana, manifesto candidato à reeleição, que apontava o empresário Manoel Moraes de Sales (PSB) em primeiro lugar, com boa vantagem sobre Ubiracy Vasconcelos (PT) e Vanderley Viana (PPS), empatados em segundo. Elenira Mendes e Marcinho Miranda apareciam em seguida com 6% e 2%, respectivamente. Os números me foram confirmados por pessoa de confiança do prefeito.

Ontem, de posse de dados de um estudo realizado pelo Instituto Data Control, resolvi divulgar alguns números, mesmo contra a vontade da fonte que me confiou as informações. Nesta, o pré-candidato do PT, Ubiracy Vasconcelos, aparece em primeiro lugar, levando inexpressiva vantagem sobre Vanderley Viana, em segundo, na abordagem espontânea. Já na abordagem estimulada, Marcinho Miranda sobe para segundo com pequena diferença atrás do petista, que continua em primeiro em dois cenários diferentes. Em todas as simulações o empresário Manoel Moraes aparece em quarto lugar.

Em todo caso, para evitar mais polêmicas em torno do assunto, resolvi suprimir da postagem os números que já eram conhecidos de grande parte dos moradores da cidade antes que eu tivesse a idéia de publicá-los. Mais transparência é o que a população pede a um processo político-eleitoral que se dá, sem exceções, à sua revelia.

Organização comunitária

A Associação de Moradores do bairro Sibéria, em Xapuri, se prepara para comemorar 21 anos de existência.


João Jorge Cosmo da Silva
A história do Município de Xapuri é constituída a partir da organização dos seus munícipes em sindicatos, associações de produtores e comunitárias que se contraporiam, ao longo dos tempos, às políticas de exploração indiscriminada dos recursos naturais e do homem produtor.

Com pouco mais de 13 mil habitantes, o município de Xapuri tem problemas que pouco a pouco vêm comprometendo o desenvolvimento do seu capital social, econômico, político e ambiental. Nos últimos 04 anos, cresceu o número de crianças e adolescentes em situação de risco social e pessoal; aumentou o índice de violência, furtos, empobrecimento financeiro e o desajuste familiar.

Impulsionados pelos graves problemas e carências que fazem parte do dia-a-dia da vida das pessoas nos bairros, em 10 de junho de 1987 foi criada a Associação dos Moradores do Bairro da Sibéria, com o objetivo de unir as pessoas, com o fim de lutarem em favor daquilo que era necessário para melhor viverem no seu bairro. Ao completar 21 anos de existência, sendo protagonista de suas próprias metas de ações e projetos, a Associação tornou-se ao longo dos anos, a principal organização comunitária urbana de Xapuri.

A comunidade da Sibéria, que se localiza numa área terra que equivale a 60% da área geográfica do município de Xapuri, fica isolada da cidade pelo Rios Acre, principalmente por não dispor de nenhum instrumento de integração - como uma ponte sobre esse mesmo rio - tem cerca de 1.800 habitantes, que vivem em situação precária. Alijada de serviços básicos fundamentais, 100% da comunidade não possui esgotos ou tratamento similar; não possui calçamento de ruas; 50% das residências possui luz elétrica através de rabichos. A renda da maioria das pessoas do bairro não ultrapassa R$ 150,00 mensais.

Nos últimos anos, passou-se a comemorar o aniversário de Fundação da Comunidade que neste ano de 2008 completará 21 anos de existência. Por ter se tornado uma das maiores festas de Xapuri, não pode deixar de ser comemorada, pois une os moradores através da comercialização de produtos da região, de práticas esportivas e culturais, fortalece os saberes tradicionais, além valorizar a luta de um povo tão sofrido. O Projeto na Comunidade a Vida é Melhor, apresentado pela Associação de Moradores do Bairro da Sibéria, tem a pretensão de firmar parcerias na realização do evento de comemoração do 21º Aniversário da Sibéria, que acontecerá no período de 10 a 14 de junho de 2008.

A Comunidade da Sibéria, localizada nas margens esquerda do Rio Acre e Rio Xapuri, no Município foi povoada a partir da segunda metade da década de 60, do século XX, com o advento das atividades econômicas da pecuária. A necessidade de se derrubar grandes áreas de mata virgem durante o processo de implantação das fazendas para a criação e engorda de gado, provocou uma ruptura na base produtiva tradicional da região, que era a extração do látex da seringueira, árvore nativa da região. Com isso, uma grande quantidade de trabalhadores rurais (Seringueiros e castanheiros), foram obrigados, seja de maneira pacífica ou violenta, por ação dos jagunços (pistoleiros) dos fazendeiros, a abandonarem suas áreas de terras e migraram para a cidade.

A migração do homem do campo para a cidade facilitou o surgimento de vários bairros nos arredores do centro urbano de Xapuri. Um dos bairros que mais sofreu mudanças em sua estrutura demográfica, até por ser geograficamente formado por terras devolutas, sem nenhum tipo de resistência que impedissem as pessoas de construírem ali suas residências, foi o Bairro da Sibéria, que sem estruturas de saneamento básico, rapidamente maquiou-se de bairro periférico, transformando-se em um local insalubre, onde se proliferam vários tipos de doenças, colocando em risco a vida das pessoas, principalmente das crianças.

Culturalmente, o bairro se transformou numa salada, que só conhece os ingredientes quem a produziu. Muitos costumes diferentes, que provocam muitas discussões e intrigas entre vizinhos, além da falta de trabalho e de perspectiva de vida. Quase sempre, no entendimento de algumas pessoas, bebidas alcoólicas foram a causa. Com isso, muitas famílias foram destruídas; adolescentes se prostituíram na busca de sobrevivência e a violência aumentou consideravelmente.

A denominação Sibéria teve sua origem no período da Primeira Guerra Mundial. Importante matéria prima, utilizada na produção de materiais bélicos, muitos países passaram a se interessar pela borracha natural da Amazônia, com isso, nas áreas onde existia uma grande quantidade de árvores de seringueira, foram implantados os seringais, e, em torno dos quais ficavam os seringueiros, sempre subordinados ao patrão, que tinham por sua vez, vínculos econômicos importantes com os industriais que vendiam a borracha para países interessados.
A partir deste vínculo com outros países, a grande maioria dos seringais de Xapuri e do Acre foram denominados (identificados) com o nome de algum país ou estado estrangeiro, tais como: Venezuela, Japão, Filipinas, etc. e nesta linha de identificação está o seringal Sibéria, que é um dos maiores da região. Devido à ligação geográfica, econômica e populacional das pessoas do Seringal Sibéria com a localidade hoje denominada Sibéria, nasceu o bairro da Sibéria, que fica limitado a Leste com a margem esquerda do Rio Acre e o Município de Rio Branco, a Oeste e Norte com a Reserva Extrativista Chico Mendes e ao Sul com a margem esquerda do Rio Xapuri.
Depois de quase dois anos de muitas reuniões, discussões, namoros e celebração de contratos entre os moradores, foi fundada oficialmente, em 10 de junho 1987, a Associação dos Moradores do Bairro da Sibéria. Sua fundação foi motivada pelo isolamento, sofrimento e estado de miséria em que estavam vivendo os moradores da comunidade. Com o propósito claro de juntar as pessoas em torno de objetivos comuns, tais como: a luta em favor de escolas pública na comunidade, energia elétrica, água potável, arruamento, emprego e renda, escoamento e beneficiamento da produção agrícola etc. Em menos de 5 anos de existência, a Associação dos Moradores do Bairro da Sibéria transformou-se na principal organização comunitária do município de Xapuri.
Com uma proposta de desenvolvimento comprometida com a melhoria do nível vida das pessoas de forma coletiva, direcionada principalmente para as famílias mais carentes, a comunidade conseguiu, a partir do envolvimento da grande maioria dos moradores, junto aos governos estadual e municipal, algumas vitórias importantes em diversas áreas.
Saneamento básico: distribuição de água tratada e canalizada para 99% das residências, implantação de 3 poços artesianos, luz elétrica em 80% das residências, construção de 40 módulos sanitários, abertura e limpeza de algumas ruas com coleta de lixo residencial, etc.
Na área do produção: transporte temporário para transportar os produtos dos pequenos agricultores, melhorias de áreas agrícolas, construção de açudes para a piscicultura, máquinas e equipamentos para o beneficiamento de alguns produtos agrícolas.
No setor educacional: luta em favor da reforma e ampliação da escola de ensino Fundamental Madre Gabriela Nardi, informatização da Escola “Madre Gabriela”, implantação da escola de ensino infantil São João do Guarani e implantação na comunidade da maior escola comunitária de informática de Xapuri, com 20 microcomputadores.
Na área de produção e geração de emprego e renda: implantação da cerâmica comunitária, do açougue comunitário, da beneficiadora de arroz, implantação de hortas comunitárias, mercado da Sibéria, fábrica de produção de produtos de limpeza, marcenaria comunitária, hoje, responsáveis por mais de 20 empregos diretos.
Na área da cultura: construção do Centro Comunitário “Reginaldo Fernandes”, implantação da biblioteca comunitária, além de uma vasta programação cultural que acontece durante o ano: festa da mães, festas juninas, festa dos aniversariantes do mês, aniversário da Sibéria, festa de final de ano, Natal, etc.
Na área da segurança: construção e implantação do posto policial.
Tudo isso, fez da associação da Sibéria uma entidade respeitada e capaz de ser uma força propulsora na proposta de desenvolvimento sustentável do Município de Xapuri.
◙ João Jorge cosmo da Silva é presidente da Associação dos Moradores do Bairro Sibéria.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Opinião do Leitor

"Xapuri há muito tempo merece um administrador que trate-a com carinho. Um administrador que faça uma revolução econômica, política e social na cidade, assim como Jorge Viana e seus seguidores fizeram no Acre , especialmente na capital – Rio Branco. Os xapurienses precisam pensar bem e agir com bastante inteligência para que desenvolvimento do município chegue o mais rápido possível para bem dos bravos filhos xapurienses. ABRAM OS OLHOS. CHEGA DE ATRASO".

Pesquisa indica eleição disputada em Xapuri

As primeiras pesquisas de opinião sobre as eleições municipais deste ano, realizadas em Xapuri até o momento, são todas suspeitas e servem apenas para avaliações internas, apesar de, às vezes, serem utilizadas para vitaminar este ou aquele (pré) candidato. Foram todas encomendadas pelos partidos ou pelos próprios concorrentes. Algumas são absurdas ou beiram o ridículo, como uma que diz que o prefeito Vanderley Viana teria, à época em que foi realizada, (entre os meses de março e abril) uma intenção de votos superior a 63%. Pura piada. Outras são mais coerentes com a realidade que se pode atestar acompanhando o dia-a-dia dos fatos e assuntos políticos da cidade.

Uma dessas pesquisas mais sensatas foi realizada no último dia 25 de abril pelo Instituto Data Control, de Rio branco, e mais do que a situação individual de cada pré-candidato, em vários cenários diferentes e em abordagens espontâneas e estimuladas, mostrou que o eleitor xapuriense ainda não tem idéia certa sobre em quem irá votar. Em uma consulta espontânea, 68% dos eleitores consultados não sabem em quem vão votar. Na consulta estimulada com todos os manifestos pré-candidatos confirmados até o momento, esse número cai para 24%, mas ainda fica em primeiro lugar. Isso mostra que a eleição de Xapuri não tem favoritos e que a campanha e o corpo a corpo é quem vão definir a parada.

O levantamento do Data Control mostra também alguns dados importantes e ao mesmo tempo tristes com relação à situação do município. Das 150 pessoas entrevistadas em vários bairros da cidade, 22,7% são analfabetas; 49,3% têm ou cursam o ensino fundamental completo; 20,7% têm ou cursam o ensino médio; e apenas 7,3% possuem ou cursam o nível superior. 72% dos entrevistados têm renda mensal inferior a R$ 830,00 e 28,7% vêem no desemprego o maior problema da cidade. Mesmo assim, 46,7% afirmam que gostam da cidade e 55,3% garantem que estão satisfeitos com a vida que levam.

Com relação à intenção de votos, na pesquisa de intenção espontânea, quando o entrevistador apenas pergunta ao eleitor em quem ele pretende votar, sem apresentar um quadro com nomes, o levantamento aponta empate técnico entre Ubiracy e Vanderley. Já na intenção estimulada, em que o entrevistador apresenta um quadro com uma relação de possíveis candidatos, em dois cenários o pré-candidato do PT aparece à frente, com pequena vantagem sobre Márcio Miranda, do PSDB, que toma o segundo lugar de Vanderley Viana, do PPS.

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Os jornais em Xapuri no século XX

Encontrei recentemente, na internet, um interessantíssimo artigo, de autoria da professora Maria Alzenir Alves Rabelo Mendes, que trata sobre a trajetória do jornalismo impresso em Xapuri durante o século XX e sua relação com a formação social, cultural e histórica da cidade. Com invejável formação acadêmica em Letras, Didática e Pesquisa, a professora Maria Alzenir acabou de defender seu mestrado cujo tema foi Marcas da memória cultural nas crônicas jornalísticas de Xapuri- 1900 a 1920.

No artigo Os jornais em Xapuri (Acre) no século XX, a autora traça o percurso da formação da sociedade xapuriense através dos jornais que circularam na cidade durante o século passado. Formada não somente por brasileiros nordestinos, como também por sírios, libaneses, turcos, portugueses e italianos, que deram imensa contribuição cultural para o desenvolvimento da cidade, a sociedade xapuriense viveu um período de efervescência das atitudes artísticas e literárias nas primeiras décadas do século.

Eis um trecho:

"Embora Xapuri estivesse isolada, geograficamente, na selva amazônica, lá aportavam companhias de teatro nacionais e internacionais para se apresentarem no Teatro Variedade, onde eram representadas peças teatrais e concertos. Estes se davam sob a regência de maestros e pianistas, que pelo nome deviam ser estrangeiros, como por exemplo, o Professor Reffoli, as pianistas Emma Biari, Mile, Gerechter, que tocavam “Verdi a quatro mãos” (Jornal Acreano, 03 de maio de 1909). E pessoas que propiciavam shows musicais como a cantora Rosita de La Plata, para uma platéia que vestia “tailleur de cachimir e teissor” (Jornal Acreano, 04 de janeiro de 1908. p. 1; Jornal Correio do Acre, 1910; Jornal O Acre, 27 de março de 1913)".

Entre os muitos jornais que circularam em Xapuri, estão: o El Acre (1901), O Acre (1907), o jornal Acreano (1907-1910), O Correio do Acre (1910 a 1913), o Alto Acre (1914), semanário Commercio do Acre (1915) e muitos outros.

Seguem mais alguns trechos do artigo:

“A fundação de jornais em Xapuri iniciou-se ainda na época em que a cidade não dispunha de nenhum outro meio de comunicação além de cartas, bilhetes ou recados que eram confiados aos comandantes dos navios cargueiros, aos regatões, comboieiros ou aos membros da antiga Guarda Nacional.”

“A circulação do primeiro jornal em Xapuri, o El Acre, instalado na aduaneira de Porto Acre, em 1901 pelo governo boliviano, deu-se quando a cidade, sob o domínio boliviano, ainda se chamava Mariscal Sucre, antes da Revolução Acreana”.

“Em Xapuri, o afloramento da imprensa deu-se juntamente, e pode-se dizer em função dos gloriosos tempos propiciados pelo grande volume da produção extrativista. Os jornais da época dão conta de noticiar a saída de até 20 navios cargueiros, lotados, do porto de Xapuri em um só mês. (O Acreano, 04 de setembro de 1908. p. 1)".

“De 1915 a 1918, houve melhorias na zona urbana: a cidade recebeu mais uma escola, um matadouro, a fonte de água, além de possuir o maior centro comercial da região, chegando ao total de quarenta e quatro casas comerciais. Sendo a maior delas a da firma Belchior Gallo, A Limitada, uma das mais importantes casas aviadoras da região, com frota própria, navios para a época de chuvas e lanchas para o período de estiagem, quando os rios não permitiam a passagem dos navios de grande porte”.

“Os reflexos negativos da centralização do governo do Território atingiram a cidade de Xapuri. Pois, conforme se pode observar na entrevista da Irmã Serva de Maria Reparadora, Alfreda Patrini, concedida à pesquisadora do CNPq, Suzy Andréia, o quadro geral da cidade, em 1928, era de miséria. Segundo a freira, este foi o principal motivo pelo qual ela veio designada para servir no Colégio recém - fundado, Divina Providência. Irmã Alfreda disse que queria servir em um lugar onde houvesse maior necessidade e a mandaram para Xapuri, onde já se encontravam outros religiosos como o Pe. Felipe Galerani, Diretor do colégio, irmã Mercedes, Ester Bressan e a Madre Priscilliana Bellon. Esse grupo de Católicos europeus eram os promotores de eventos culturais, a partir de então, como representações de peças teatrais, manutenção de jornais de curta duração e agremiações estudantis. Além de propiciarem no colégio Divina Providência, aulas de piano, canto e balé, ministrados pela professora e maestrina, Elaís Meira Eluan. Ainda segundo o depoimento da irmã Alfreda, pelos idos de 1947 a 1949, quando a indústria gomífera da Amazônia tomava novo impulso em função da Segunda Guerra Mundial, havia muita pobreza em Xapuri, impondo às freiras, sob a direção de D. Júlio Mattiloli, então bispo da Prelazia Acre e Purus, fazer campanha de arrecadação de donativos junto aos seus familiares que ficaram na Europa. Assim, vinham roupas, remédios e alimentos, que eram distribuídos pela igreja à comunidade local”.

Leia o artigo completo e outros textos da professora Maria Alzenir Alves Rabelo Mendes no site Usina de Letras.

Vitimizar Vanderley, não pode.

Concordo com o colunista político do jornal A Gazeta, Luís Carlos Moreira Jorge, quando diz que as denúncias feitas pela bancada do PT e pelo vereador Raimundo Gondim (França) contra Vanderley Viana, nesta altura do campeonato, podem lhe favorecer. Os vereadores e a própria câmara, como um todo, já tiveram tempo e motivos de sobra para colocar o prefeito contra a parede e não o fizeram. Se até agora não juntaram provas concretas dos desmandos que juram existir é porque nunca investigaram de forma efetiva e, quando tentam, sempre o fazem de forma a deixar transparecer o viés político-partidário, como no caso de agora. É hora de deixar o homem quieto e procurar derrotá-lo nas urnas.

Desde o seu início, a administração de Vanderley Viana é marcada por suspeitas de irregularidades e por loucuras e esquisitices que até Deus duvida que possam partir de um gestor público eleito pelo povo. No dia de sua posse se recusou a fazer o juramento tradicional (e obrigatório), ameaçou de morte o vereador Clemilton Lima, foi acusado de pagar um show do cantor Paulo Diniz com dinheiro do Fundef, ocasião em que foi denunciado até por aliados de sua campanha, permitiu a construção de bares em praças públicas sem autorização da câmara e uma mais uma série de desmandos atribuídos a ele por vereadores e ex-aliados políticos. Nunca sofreu nada por isso tudo.

Apesar de todas as acusações e intrigas envolvendo o nome do prefeito, ele continua livre, leve, solto e risonho, aparecendo razoavelmente bem nas pesquisas internas realizadas até agora. Vanderley parece imune a tudo e a todos. Não respeita as leis, ignora a câmara, não comparece a audiências judiciais, utiliza um canal de TV para agredir os adversários e fazer propaganda irregular, coleciona processos na justiça por calúnia, difamação, agressão física, racismo, entre outros, mas segue o seu caminho tortuoso demonstrando não se preocupar com as conseqüências que seus atos possam lhe trazer no futuro, nem se abater com a ofensiva de seus opositores. A população também não parece estar preocupada com isso. Se não o quer mais como prefeito, não manifesta nenhuma reação ou indignação com as suas doidices. O comodismo abate Xapuri em todos os sentidos, e os vereadores, por darem o exemplo, são os principais culpados por isso.

A maneira de Vanderley Viana administrar é arcaica, espalhafatosa e desorganizada. Disso ninguém duvida. Que ele não possui equilíbrio emocional e de nenhum outro tipo, também não há dúvidas. Sua equipe de assessores, com raras exceções, é grotesca, na realidade ele administra sozinho, os secretários são meras figuras decorativas. Não conta com o apoio que normalmente teria se fosse uma criatura civilizada. Mesmo assim, em meio a denúncias de irregularidades e licitações obscuras, consegue fazer algumas coisas interessantes e ainda arruma tempo para aplicar derrotas constantes aos vereadores de oposição.

Senão vejamos:

Entre denúncias de irregularidades com recursos do convênio federal destinado à recuperação da rua Rodovaldo Nogueira, cujo processo de licitação até hoje não foi explicado, findou deixando a rua asfaltada, mesmo que a metade do serviço tenha sido feito pela própria prefeitura e não pela empresa vencedora do certame, contratada para aquele fim. A câmara estrebuchou, mas logo calou. Igualmente abstrusa foi a história do recapeamento asfáltico feito nas ruas do centro comercial, que já não davam mais condições de tráfego. O serviço foi feito, o resultado ficou bom, é verdade, e até hoje os vereadores procuram saber quanto custou a obra, sem ter informações concretas sobre como se deu o processo de licitação e contratação da firma. Afirmam que custou menos do que aquilo que prefeito alega.

Recentemente, Vanderley conseguiu aprovar na câmara um projeto de lei que lhe autorizou a fazer contratações de funcionários por necessidade temporária de excepcional interesse público. Até aí tudo bem. O que ocorre é que, além do caso não caracterizar, de acordo com a lei, o excepcional interesse público, o prefeito já havia contratado anteriormente, a dedo, os funcionários. Alegou, para tanto, o fato de muitos servidores do quadro efetivo estarem se aposentado ou com férias acumuladas. Todos os vereadores presentes aprovaram o projeto.

No final do ano passado o prefeito já havia conseguido uma proeza que muitos consideravam impossível. Após ser dura e seguidamente criticado na câmara por não conceder reajustes salariais aos servidores públicos e funcionários da educação, que têm sindicatos distintos, aprovou nessa mesma câmara o aumento do seu próprio salário em 50%, com o voto da grande maioria dos vereadores. Durante esses mais de três anos dessa administração, os salários do funcionalismo são praticamente os mesmos deixados pelo ex-prefeito Júlio Barbosa de Aquino.

São apenas alguns poucos exemplos de como o prefeito de Xapuri foi deixado completamente à vontade durante esses últimos três anos. Querer apertá-lo agora é uma atitude tardia e que sempre será interpretada como perseguição política, por mais justas que as razões possam parecer. O correto é colocar a mão na massa e trabalhar para apresentar boas propostas à população. O povo de Xapuri já sabe de cor e salteado quem é Vanderley Viana, aliás já bem o sabia quando o elegeu nas eleições passadas. Cabe a esse mesmo povo dizer agora se ele deve ou não dar continuidade a uma administração municipal que nada de novo ou de bom trouxe para Xapuri.

domingo, 18 de maio de 2008

"O Acre era um lixo"

O jornalista Altino Machado traz em seu blog, neste domingo, uma postagem sobre o trabalho dos estudantes Davi Sopchaki, 20, (engenharia florestal), e Thiago Fialho, 21, (direito). Os dois participam na web do fórum SkyscraperCity, mais conhecido como SSC, cujo tema é urbanismo, com uma vasta quantidade de imagens sobre o assunto.
Segundo Altino Machado, Davi e Tiago não são petistas, mas passaram os últimos meses dedicados em reunir uma seqüência de fotos para mostrar a transformação promovida pela prefeitura de Rio Branco e o governo estadual na capital acreana. Mudanças realizadas em municípios como Cruzeiro do Sul e Xapuri também aparecem nas fotografias.
Em Rio Branco é possível ver o antes e o depois do Parque da Maternidade, do Parque Tucumã, da Via Chico Mendes, do Palácio Rio Branco, do Memorial dos Autonomistas, do acesso ao aeroporto, da Praça do Seringueiro, da Praça dos Povos da Floresta, do Hospital da Criança, do Mercado Velho, da Praça da Revolução, da Gameleira, da Tentamen e de várias outras transformações da paisagem urbana da capital.
No caso de Xapuri, pode-se ver o antes e o depois das ruas 17 de Novembro e 6 de Agosto, que formam o histórico centro comercial da cidade. Seguem as fotos:
Antes
Depois




Em Xapuri houve também a restauração do prédio da antiga prefeitura, transformado no Museu do Xapury. A câmara de vereadores do município vai votar nesta semana um projeto de lei que doa ao Estado do Acre o patrimônio municipal. No entanto, a transformação mais importante realizada pelo governo do estado em Xapuri nos últimos 10 anos foi o asfaltamento da Estrada da Borracha, conhecida antes por Ramal do Entroncamento - trecho de 12 quilômetros que liga a cidade à BR-317.
O governo do estado iniciou há alguns anos, em Xapuri, um trabalho de retirada das casas comerciais localizadas na margem do Rio Acre, na extensão das ruas que compõem o centro comercial. A área foi ocupada a partir da década de 70 com a permissão do poder público municipal e ainda hoje a prefeitura permite que alguns comerciantes e empresários ali edifiquem pequenos comércios e bares.
Algumas lojas chegaram a ser retiradas, no início da Rua 6 de Agosto, após seus donos serem indenizados, mas, por razões pouco conhecidas, infelizmente, o projetou foi paralisado logo no seu começo. Virar a cidade de frente para o rio seria uma transformação importante para Xapuri que, segundo alguns contam, começou a ser chamada de 'Princesinha do Acre' pela beleza da fachada de suas casas comerciais avistadas pelos navios que chegavam pelo Rio Acre, durante o melhor período da produção da borracha no século passado.
Clique em "Acre - Melhorias urbanas nos últimos 10 anos - Fotos de antes e depois das obras" para ver todo o trabalho de Thiago Fialho e Davi Sopchaki.

sábado, 17 de maio de 2008

Marina fala

Demissão amadurecia desde 2007



A senadora e ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (PT-AC), concedeu entrevista, na tarde deste sábado, ao programa Mundo Sustentável, da Rádio CBN. Ela reconheceu o impacto internacional provocado nos últimos dias por seu pedido de demissão da pasta federal após, segundo ela, "5 anos, 4 meses e 14 dias de intenso trabalho" em torno da agenda ambiental.

O jornalista André Trigueiro, comentarista de meio ambiente da emissora, perguntou à ex-ministra porque ela escolheu aquela terça-feira, 13 de maio (data próxima a eventos importantes como a III Conferência Nacional de Meio Ambiente, o lançamento do Programa Amazônia Sustentável (PAS) e a visita da chanceler alemã Angela Merkel ao Brasil) para deixar o ministério. Marina disse que o pedido de demissão já estava maduro. A senadora revelou que em 2007, dias após a transição do primeiro para o segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, já havia sinalizado a intenção de deixar o cargo de ministra, escrevendo uma carta que não chegou a ser entregue à Lula.

- Cheguei a escrever uma carta sinalizando minha saída, mas não a entreguei porque era um período de transição. Se ele a acolhesse, eu estaria saindo em um processo normal de transição e de troca de ministros. Não haveria impacto nenhum, embora não tivesse esta intenção. Foi meu primeiro aviso, mas na época nós conversamos, colocamos a agenda em dia e começamos a trabalhar - afirmou Marina, descrevendo que o presidente teria se comprometido, na ocasião, com os programas ambientais "e cumprido a maioria deles".

A senadora e ex-ministra, que estará no Acre na próxima sexta-feira, conversou também, neste sábado, por telefone, com o jornalista Altino Machado. Perguntada sobre o que aprendeu em cinco anos de ministério, Marina respondeu:

- Aprendi, e não foi agora, com muitas pessoas ao longo da vida, como Chico Mendes e dom Moacir Grechi, que a gente tem que olhar de baixo para cima. De baixo para cima a gente consegue enxergar o que está acima de nós. A Amazônia está acima de nós.

Leia a postagem sobre a conversa no blog do jornalista.

Eleições municipais

TRE realiza Seminários Intermunicipais sobre Eleições 2008


Desembargador Samoel Evangelista, presidente do TRE do Acre

O Tribunal Regional Eleitoral do Acre começará por Xapuri a série de seminários intermunicipais sobre as normas para as eleições municipais deste ano. Os eventos, realizados pela Escola Judiciária Eleitoral do TRE, em conjunto com os Juízos Eleitorais, acontecerão em todas as zonas eleitorais do estado.

O Presidente do TRE-AC, Desembargador Samoel Evangelista, fará a abertura do Seminário Intermunicipal de Xapuri na próxima terça-feira, dia 20 de maio, na escola Divina Providência, no horário das 9h às 12h e das 13h30min às 17h.

No dia 21 de maio, próxima quarta-feira, o Seminário Intermunicipal será realizado em Brasiléia (AC), no Centro Cultural Sebastião Dantas, com as mesmas atividades e nos mesmos horários do Seminário realizado em Xapuri.

Nas palestras estarão em pauta: o registro de candidatura; propaganda político-eleitoral; captação ilícita de votos; utilização indevida de recursos de campanha e prestação de contas.

Entre os palestrantes estão: os juízes eleitorais, Anastácio Lima de Menezes Filho, da 2ª Zona e Leandro Leri Gross, da 6ª Zona; os promotores eleitorais, Mariano Jeorge de Sousa Melo, da 2ª Zona e Nelma Araújo Melo de Siqueira, da 6ª Zona; os servidores do TRE, Sandro Roberto de Oliveira Bezerra, Secretário Judiciário, e Altamiro Dantas Cruz, Coordenador de Controle Interno.

O Seminário é destinado a pré-candidatos, parlamentares, profissionais da área jurídica, consultores políticos, assessores, profissionais de ciências contábeis, acadêmicos, representantes de partidos políticos, servidores da Justiça Eleitoral e demais interessados.

O objetivo do Seminário é proporcionar ao público-alvo, visão atualizada sobre o processo eleitoral e procedimentos de campanha, com especial atenção às recentes mudanças interpretativas na área do Direito Eleitoral.

Informações e inscrições (gratuita) poderão ser feitas diretamente nos respectivos Cartórios Eleitorais ou por meio dos telefones: (68) 3542-2495 / 3542-2513 (2ª Zona Eleitoral – Xapuri); (68) 3546-3933 / 3546-3942 (6ª Zona Eleitoral – Brasiléia), bem como na Escola Judiciária Eleitoral (EJE), por meio do telefone (68) 3212-4492.

Informações sobre os seminários em outros municípios e sobre a preparação da Justiça Eleitoral para as eleições municipais deste ano, no site do TRE-ACRE.

Correlações e causalidades

Luciano Pires

Você sabe qual é a diferença entre correlações e causalidades? Não? Você não está sozinho. A maioria das pessoas confunde uma com a outra.

Correlações acontecem quando as coisas se relacionam. Por exemplo, o Zé adora a festa junina da igreja. Ele vai vestido de caipira e com uma barba desenhada com carvão. E se mata de dançar e comer batata-doce. E então fica como um zepelin: grande, gordo e cheio de gás. Tanto a festa junina como a roupa de caipira, a barba de carvão, a dança e a batata-doce têm a mesma correlação com os gases do Zé. Mas não têm a mesma relação de causalidade.

A causalidade está entre a batata-doce e os gases. Se o Zé comer batata-doce numa festa italiana ou numa praia ou em casa em frente à televisão, terá gases. A batata-doce causa gases. “Se eu fizer isso, acontece aquilo”. Isso é ciência. Isso é causalidade.

O problema é que a maioria das pessoas não se dá ao trabalho (ou não tem capacidade) de pensar para entender essas relações. No Brasil (e não só aqui), a turma sai dizendo que festa caipira dá gases. Que roupa de caipira dá gases. Que pintar barba com carvão dá gases. Que dançar dá gases. E tem neguinho tentando convencer neguinho que soltar gases provoca festas caipiras...

Isso acontece por ignorância, má fé ou estratégia política / comercial.

O pessoal da propaganda, por exemplo, é mestre no assunto. Quando você liga a televisão e vê o anúncio irresistível daquele aparelho “Ab-dane-se” para abdominais, não dá vontade de comprar na hora? E quando recebe o pacote em casa e lê o manual, você sempre encontra a recomendação de que o aparelho “funciona melhor se você regular a alimentação e realizar exercícios físicos freqüentes”. Pois é. O Ab-dane-se tem correlação com a perda de peso. Mas a causalidade da perda de peso é a regularização alimentar e os exercícios físicos. No entanto está lá na televisão: compre já nosso produto milagroso e perca 7 quilos em 2 dias... Só trinta minutos diários... Correlação transformada em causalidade pra meter a mão em seu bolso.

Igual àquele gordinho feio tomando cerveja na praia e rodeado de boazudas. A cerveja, a praia e o mar têm correlação com as boazudas. Mas a propaganda transforma a correlação que importa em causalidade: tome esta cerveja que você ganha as gostosas! Percebeu?

Em política é a mesma coisa. Lembra quando a ex-ministra do meio ambiente Marina Silva mostrou a correlação das políticas adotadas pelo governo com a redução do desmatamento na Amazônia? Mostrou como se esta fosse causada por aquelas. No entanto, a causalidade era a redução dos preços internacionais da carne bovina. Quando o preço internacional subiu, o desmatamento recomeçou com a mesma fúria anterior. E não houve política que o segurasse.

Quer mais? Quando a justiça ordenou a prisão preventiva do pai e da madrasta da menina Izabella Nardoni, o fez porque ambos estavam tão correlacionados com o crime que se tornaram suspeitos. Mas o povo, alimentado pelo espetáculo da mídia, entendeu como causalidade. Se foram presos preventivamente é porque cometeram o crime. São culpados. Taca pedra neles...

Mas e se forem? “Se”... Por causa do “se” consideramos que todo homem de saia é gay. Que toda mulher dirige mal. Que todo político é ladrão. Que todo empresário é explorador. Que todo pobre é honesto.

Entender as correlações não significa entender as causas do comportamento.

Portanto preste muita atenção nos discursos dos educadores, dos políticos, dos jornalistas, das autoridades e dos vendedores que confundem correlações com causalidades.

Eles querem influenciar suas decisões.
Eles querem determinar seu futuro.

Luciano Pires é jornalista, escritor, conferencista e cartunista, e lidera o Movimento pela Despocotização do Brasil. Leia mais no Café Brasil.

Reforma da Língua Portuguesa

O parlamento português aprovou ontem o acordo ortográfico da língua portuguesa já ratificado por Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe.

Entre as novas regras, estão o fim do trema e do acento agudo nos ditongos abertos "ei" e "oi" em palavras paroxítonas, como "idéia".

Da Sucursal da Folha de São Paulo em Brasília

Em tese, mesmo sem a aprovação de Portugal, as novas normas já estariam em vigor no Brasil, porque para isso bastam as assinaturas de três países da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa).

A implantação da reforma ortográfica, porém, estava sendo adiada devido a não-adesão de Portugal. Agora, o país europeu estabeleceu um prazo de seis anos para a adaptação de livros e provas de concurso público, entre outros.

O acordo foi firmado em 1990. Em 1995, o Congresso brasileiro o aprovou. Agora, a implantação definitiva depende só de um decreto do presidente Lula, ainda sem data.O MEC (Ministério da Educação) informou, via assessoria de imprensa, que, na semana que vem, o ministro Fernando Haddad irá procurar o seu par no governo português para definir um cronograma conjunto.

No Brasil, porém, o prazo de adaptação será mais curto. Recentemente, o MEC determinou que, em 2010, os livros didáticos de escolas públicas já terão de estar adaptados. As editoras podem começar a mudança já no ano que vem.

O ministério irá definir também um cronograma para a implantação das novas regras em outros suportes, como livros de literatura e dicionários.

Entre as novas regras, estão o fim do trema, do acento agudo nos ditongos abertos "ei" e "oi" em palavras paroxítonas, como "idéia" e "jibóia", e do acento diferencial para distinguir o verbo "pára" da preposição "para". Também deixarão de existir consoantes mudas ainda usadas em Portugal ("óptimo").

A reforma causou polêmica em Portugal. Nesta semana, um abaixo-assinado contrário a ela obteve 33 mil adesões.Um dos motivos para que Portugal demorasse a aprovar o acordo, que é de 1990, foi a pressão das editoras nacionais, que tinham medo de perder mercado para as brasileiras.

Editoras brasileiras ouvidas pela Folha de São Paulo, porém, dizem que ainda há dificuldades para entrar nos mercados africano e português, como as diferenças de vocabulário e de currículo.

Leia mais sobre o assunto (assinantes do jornal ou do UOL) na Folha de São Paulo.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

Barbeiragem

da Folha Online

O ex-governador do Acre Jorge Viana (PT) disse nesta quinta-feira (15) que colocar o ministro Roberto Mangabeira Unger (Assuntos Estratégicos) na coordenação do PAS (Plano Amazônia Sustentável) foi uma "barbeiragem". Viana foi sondado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para substituir Marina Silva no Ministério do Meio Ambiente.

Como Viana tem interesses políticos - quer ser candidato ao Senado, em 2010 -, Lula acabou fechando com Carlos Minc, secretário estadual do Rio de Meio Ambiente. Marina, que já estava desgastada no governo, se irritou com o fato de Lula ter colocado Mangabeira na coordenação do PAS, uma área que tem muita relação com sua ex-pasta.

Para Viana, Mangabeira ainda é um "aluno" em se tratanto de assuntos da Amazônia. "Respeito o professor Mangabeira Unger, ele é professor de Harvard, o professor dos professores, mas em matéria de Amazônia eu acho que ele é aluno", disse ele em entrevista exclusiva à BandNews FM.

Mais cedo, Minc, disse que iria sugerir ao presidente Lula que convidasse Viana para assumir a coordenação do PAS. "Sugeri que o PAS tenha um coordenador-executivo local. Viana conhece a Amazônia, os governadores e prefeitos da região. É amigo da Marina Silva. Não vai se negar a isso", disse Minc.

Questionado se aceitaria o convite, Viana diz que não quer cargo no governo e que vai ajudar informalmente no que for preciso.