terça-feira, 27 de maio de 2008

Educação pressiona prefeito baloeiro

Funcionários da educação realizam manifestação contra promessas não cumpridas pelo prefeito Vanderley Viana



Os professores da rede municipal de ensino de Xapuri decidiram paralisar novamente as aulas nesta terça-feira depois de mais uma vez serem enganados pelo prefeito Vanderley Viana, com relação às promessas de reajuste salarial e outras reivindicações da categoria, como afirma a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Acre (Sinteac), Edna Barbosa de Farias.

Há cerca de um mês, segundo a sindicalista, os professores realizaram uma outra manifestação, quando reivindicaram da prefeitura o reajuste dos salários dos trabalhadores, congelados há três anos, e também a melhoria das condições físicas da escola Rita Maia, única da rede municipal localizada zona urbana, que se encontrava em péssimas condições.

A presidente do Sinteac informa que naquela oportunidade o prefeito assumiu o compromisso de conceder os reajustes, afirmando que retornaria em três dias para sentar-se à mesa de negociações com os professores. Como já era esperado, não apareceu mais, também não voltou a tratar do assunto com a categoria. Com relação à situação da escola, uma pintura feita às pressas apenas maquiou a situação de precariedade do estabelecimento de ensino.
A professora Marilza Socorro denuncia a falta de material didático na escola, a péssima qualidade da merenda, salários de alguns servidores com valor abaixo do salário mínimo, e coisa pior: “o prefeito instalou bebedouros em todas as salas de aula, mas a água que os alunos estão bebendo é imunda”, afirma ela.
Antes de realizarem o protesto em frente à prefeitura, os professores foram à Câmara exigir dos vereadores uma explicação para o fato de terem aprovado um aumento de 50% no salário do prefeito, no final do ano passado, e não se posicionarem a favor das demandas da categoria da educação. Embananados, os vereadores se resumiram a dizer que não elaboram leis de reajuste salarial.
Os professores reivindicam um reajuste de sete por cento no salário-base da categoria que é de mil e cinqüenta e nove reais. O núcleo do Sinteac em Xapuri informou também que decide na tarde desta terça-feira, com o restante da categoria, se continua ou não com a paralisação.

Falta de autonomia
O secretário municipal de educação, Raimundo Marçal Chale, como é costumeiro entre alguns assessores do prefeito, disse não querer se pronunciar naquele momento acerca da paralisação e das reivindicações dos professores. Informou, no entanto, que deverá se reunir com a categoria para uma nova conversa e somente então falará sobre o assunto.
Todos sabem em Xapuri que o secretário não se pronuncia porque não tem autonomia, no cargo que ocupa, para tomar nenhuma decisão por iniciativa própria, mesmo que seja simplesmente para falar sobre o assunto. Aguardará primeiro as orientações e as ordens do prefeito para poder conversar com os professores.
Resta saber se agora, depois de tanto serem enrolados pelo prefeito potoqueiro e sua equipe, os professores irão radicalizar o movimento pelas justas reivindicações, considerando que o reajuste anual na data-base está garantido em lei, ou se a manifestação de hoje é apenas mais um vôo de galinha, como diz o brocardo popular.

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