sábado, 10 de maio de 2008

Os partidos se movimentam

O jornal O Rio Branco noticia, na sua edição deste sábado, que em uma reunião realizada na tarde de ontem entre as principais lideranças do PMDB no Estado, incluindo o deputado federal Flaviano Melo, o deputado estadual Chagas Romão e o senador Geraldinho Mesquita, a direção do partido decidiu que está fora dos planos efetivar uma aliança com qualquer partido que componha a Frente Popular do Acre (FPA).

A decisão dos peemedebistas põe fim à cogitação feita por uma ala do PSB de Xapuri que defendia a tese de que o vice de Manoel Morais saísse de dentro do PMDB, que definiu o nome do engenheiro José Graciano como o pré-candidato do partido. De acordo com representantes da direção estadual do partido a intenção é não abrir precedentes em alianças com Frente Popular. Para os peemedebistas é fundamental continuar fazendo oposição a FPA.

Em Xapuri, a discussão interna do PMDB continua acirrada. O vice-prefeito João Dias, que havia sido apontado como pré-candidato a prefeito há algumas semanas, não aceitou a idéia de o partido não levar à frente uma candidatura própria, se recusando a compor qualquer chapa como candidato a vice-prefeito, e foi tirado do páreo, através de uma manobra arquitetada pelas principais lideranças partidárias.

A propósito, manobras nesses momentos de definição de candidaturas a cargos eletivos são bem comuns ao PMDB. O próprio prefeito Vanderley Viana se utilizou de artimanhas para vencer a forte oposição que tinha de importantes setores do partido para ser candidato nas eleições passadas. Prova disso foi o pontapé que o prefeito, depois de eleito, deu no partido, excluindo-o quase que totalmente de sua administração e batendo com a porta na cara de figuras expressivas como Flaviano Melo e Chagas Romão.

Outro fato político de Xapuri bastante comentado nas colunas políticas da imprensa estadual é a possível aliança entre PPS e PSDB, que uniria o prefeito valentão Vanderley Viana e o vereador “Karatê Kid” Clemilton Lima, como prefeito e vice nas eleições de outubro. Marcinho Miranda, o pré-candidato tucano, estaria sendo convencido a abandonar o objetivo de ser prefeito de Xapuri.

Quanto a Marcinho Miranda abandonar sua séria intenção em ser candidato, considero a hipótese improvável, dentro desta conjuntura. Talvez abrisse mão caso fosse ele o candidato a vice. Aliás, essa possibilidade já foi cogitada e, posteriormente negada por Marcinho. Já com relação à união entre Vanderley e Clemilton, essa é uma aventura bem possível de acontecer, mas de um prognóstico bastante desastroso, em todos os sentidos.

A relação entre os dois sempre foi mantida à base da máxima “uma mão lava a outra” e marcada por períodos intercalados de amor e ódio. Aliado na campanha vitoriosa de Vanderley à prefeitura, nas eleições passadas, Clemilton Lima passou a perna no prefeito já no dia da posse e da eleição da mesa diretora da câmara, quando o grupo da situação foi derrotado com a sua ajuda. Na oportunidade foi ameaçado de morte por Vanderley e chegou a andar com segurança pessoal por algumas semanas.

Pouco tempo depois, o vereador estranhamente desistiu da ação por ameaça que movia contra o prefeito na justiça e passou a defendê-lo energicamente na tribuna da câmara. Segundo comentou-se na época, um cargo na administração municipal oferecido à esposa do vereador teria esfriado os ânimos entre os dois aliados brigões. A trégua, no entanto, não durou muito. Logo estavam, os dois, às voltas com momentos ora de brigas, ora de afagos e conchavos.

Em 2006, o então Secretário Municipal de Educação, José Everaldo Pereira - espécie de assessor especial e poderoso do prefeito -, em documento encaminhado à Mesa Diretora da Câmara, denunciou a relação promíscua existente entre prefeito e vereador, quando tachou Clemilton de “pedinte de porta de gabinete” e lhe atribuiu alguns predicados ofensivos, como "trambiqueiro e venal", entre outros bem piores.

Se confirmada a aliança, será essa a dupla que poderá vencer as eleições em outubro: dois políticos desgastados pelo tempo, retrógrados e limitados, que nada têm de bom para oferecer a uma cidade que necessita urgentemente de uma administração moderna, versátil, inovadora e desamarrada da grande infinidade de vícios que infestam e contaminam a administração pública há muito tempo e que resultaram na situação de precariedade e inépcia a que estamos submetidos na atualidade.

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