Há quem diga que um raio não cai no mesmo lugar duas vezes. No caso do ancião Wálter Pacífico de Oliveira, de 80 anos de idade, essa premissa não pode ser considerada verdadeira. Ele morreu na madrugada desta quinta-feira depois de ser atropelado por uma motocicleta conduzida pela mesma pessoa que há cerca de quatro anos havia atropelado a sua esposa, que também faleceu em virtude do acidente.
O condutor da moto é Rubinez de Almeida Aguiar, de 37 anos, que pilotava a moto Honda XR, placa MZN 4734, quando colidiu com o senhor Wálter nas imediações da praça do cemitério São José. A vítima do atropelamento foi levada ao hospital de Xapuri e depois transferida para Rio Branco, onde faleceu na madrugada desta quinta-feira. A trágica coincidência é assunto muito comentado na cidade durante o dia.
Sem entrar no mérito da culpa pelo acidente, chamo atenção mais uma vez para o alto grau de risco que existe hoje nas estreitas e sem calçadas ruas de Xapuri. Condutores em geral dirigem em alta velocidade, não raramente embriagados, ciclistas e pedestres andam displicentes e desatentos ao perigo, tudo isso somado à falta fiscalização. Sem contar com as leis, que não punem os criminosos do trânsito como deveriam.
Se medidas imediatas não forem tomadas para disciplinar o trânsito na cidade, como instalar barreiras para reduzir a velocidade e agir com rigor contra os infratores do volante, mais acidentes irão acontecer, lamentavelmente. Xapuri não possui condições de ter um trânsito minimamente seguro com tantos fatores de risco para a ocorrência de acidentes, principalmente pessoas irresponsáveis à direção de carros e motocicletas.
Quanto ao acidente que vitimou o senhor Wálter Pacífico, a coincidência está apenas no fato de ter sido morto da mesma maneira - e com a participação da mesma pessoa - que sua esposa. Não há coincidência na recorrência do acidente, que é fruto da falta de medidas punitivas e vista grossa das autoridades para os abusos que se cometem diariamente nas ruas de Xapuri.
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