quarta-feira, 30 de julho de 2008

Tudo a seu tempo

Na vida tudo tem o seu tempo e a sua hora. O tempo de plantar e o tempo de colher fazem parte desta lei. Ninguém pode escapar a essa regra simples imposta pela Força Divina. Tudo tem também o seu preço. A nada ninguém permanecerá eternamente impune. No momento, paciência de Jó. Tudo a seu tempo.

terça-feira, 29 de julho de 2008

Fogo na prefeitura. Mais uma vez?

Um princípio de incêndio acaba de ser debelado na prefeitura de Xapuri. As informações que chegaram até agora dão conta de que o fogo se iniciou em um aparelho de ar-condicionado. Será o Benedito?

No segundo mandato do prefeito Júlio Barbosa um incêndio em uma das salas da prefeitura foi motivo de muita polêmica e um dos fatores da derrocada da administração petista em Xapuri. O fato foi explorado habilmente por Vanderley Viana que venceu as eleições seguintes.

Dinheiro público enterrado


Silêncio da prefeitura sobre a paralisação das obras de esgotamento sanitário. As obras de construção de três mil e duzentos metros de rede para atender cerca de duzentos e cinquenta domicílios no centro de Xapuri já começaram com problemas, em maio deste ano.
A gerência local do Deas - Departamento Estadual de Águas e Saneamento - alertou na época que a rede de canalização dos esgotos estava sendo feita acima da rede de distribuição, trazendo sério risco de contaminação da água.
Causava estranheza o fato de sendo uma obra de saneamento básico, cujo órgão concedente dos recursos é a Funasa, o Deas não ter sido convidado para participar de nenhum planejamento acerca dos cuidados que deveriam ser tomados com relação à rede de abastecimento de água.
Cabe, nesse momento, um esclarecimento à população sobre a situação, tanto de parte da prefeitura como da própria Funasa. Pessoalmente, tentei falar com os contatos cedidos pelo Deas de Xapuri. Ninguém atendeu.

domingo, 27 de julho de 2008

Trocando as bolas

Estou sendo acionado pelo prefeito Vanderley Viana no Juizado Especial Cível da Comarca de Xapuri por publicar neste blog, segundo as alegações do advogado Roberto Duarte, "várias ofensas ao reclamante e/ou Prefeito e Prefeitura Municipal tudo (sic) com intuito de prejudicar, agredir e atacar a imagem moral do Reclamante".

Como estou certo de que jamais utilizei esta página com o fim de fazer ofensas contra qualquer pessoa, nem mesmo contra Vanderley Viana, um sujeito cuja conduta dispensa comentários, estranhei a ação que pleiteia uma indenização de R$ 16.600,00 mais reparação de danos morais. Ocorre que ao ler a transcrição de um dos textos supostamente escritos por mim descubro que o mesmo não é de minha autoria e sim de um outro blogueiro.

Eis o trecho destacado pelo advogado de Vanderley Viana e que nunca foi escrito por mim:

"No final da tarde de ontem nas imediações da Rua Ibama fui vitima do transloucado e energúmeno Vanderley Viana de Lima o Prefeito Canino, onde atribuira a minha pessoa o adjetivo de Vagabundo. Como de costume, não sei se por imbecilidade ou em detrimento às substancias diariamente consumidas que no mínimo já deterioraram não somente seus lábios mas também seus pouquíssimos neurônios, o prefeito fanfarrão... E vagabundo é você prefeito canino".

O texto é do professor Joscires Ângelo, ex-assessor e atual desafeto do prefeito. Foi publicado no blog Xapuri News, página que já serviu para divulgar as ações da prefeitura.

O prefeito Vanderley Viana, que segundo seu advogado é "pessoa ética, cuja conduta sempre se pautou de forma lícita e digna", é campeão de processos por toda a sorte de agressões verbais e físicas, além de ataques contra a honra, calúnia e difamação contra seus adversários.

Há algumas semanas, Vanderley foi sentenciado pela juíza da Vara Cível, Zenair Ferreira, a pagar-me uma indenização de R$ 2.000,00, em ação movida por mim contra ofensas e calúnias proferidas em seu canal de televisão. O advogado Roberto Duarte recorreu da decisão da juíza e a ação vai subir a turma recursal do TJ.

Agora devo consultar um bom advogado sobre as medidas que posso e devo tomar contra a calúnia contra mim levantada.

sexta-feira, 25 de julho de 2008

De volta

Após alguns dias de recesso forçado, o blog Xapuri Agora retorna hoje a publicar postagens novas. Minhas desculpas àqueles que se acostumaram a encontrar aqui diariamente informações sobre nossa cidade.

Acabo de receber ofício encaminhado pelo deputado federal Fernando Melo, um dos ilustres leitores do blog, parabenizando-me pelos 20 anos de profissão. Segue um trecho da mensagem:

"Ilustríssimo jornalista Raimari Cardoso,

Permita-me chamá-lo de decano do rádio e cumprimentá-lo efusivamente pelo seu 20º aniversário à frente da Rádio Educadora 6 de gosto, reconhecidamente, um patrimônio de Xapuri e no qual você ingressou aos 16 anos.

Tão importante veículo de comunicação da Floresta Amazônica Acreana, esta emissora deve muito do seu êxito à sua pessoa. Deve dias e noites de esforço e até mesmo de sacrifício por tudo quanto produziu para consagrá-la entre as influentes emissoras desta parte do Norte Brasileiro.

Conforme você próprio salientou recentemente, a Rádio Difusora mantém, há quase quarenta anos, uma relação de extrema familiaridade com a comunidade local e de municípios vizinhos. Isso demonstra o quanto é querida e valorosa.

Raimari, o seu envolvimento com pessoas e com a própria história acreana lhe confere notoriedade e eu a reconheço. Admirei muito o seu gesto de nominar, uma a uma, aquelas pessoas que muito lhe influenciaram e deram as mãos desde o começo de sua profissão.

Tenha certeza: você soube retribuir com a mais alta recíproca – a que une o caráter e o profissionalismo".

FERNANDO MELO
Deputado Federal - PT/AC

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Vexame

Prefeitura não honra palavra e Atlético Xapuriense está fora da Copa Norte de Futsal

Jogadores e dirigentes da equipe estão revoltados com a atitude ainda não explicada pela prefeitura de cancelar as 12 passagens que levariam o time a Manaus, onde estrearia na competição regional na tarde desta segunda-feira contra o Mojuca, de Porto Velho.

A equipe deve ficar fora também da Taça Brasil de Futsal e de outras competições podendo sofrer uma suspensão de até cinco anos. Inconformados, alguns representantes da equipe que conquistou o último campeonato estadual de forma invicta, fizeram fortes críticas contra o prefeito Vanderley Viana na manhã desta segunda-feira.

O técnico Mauro Lopes afirmou que questões pessoais entre ele e o prefeito foram o motivo da decisão para que as passagens com destino a Manaus não fossem pagas. Já o goleiro da equipe, Richele Fadúl, o grande destaque da conquista do ano passado, disse que o prefeito destruiu o sonho de todos os jogadores de disputar competições de nível regional e nacional.

O presidente da Federação Acreana de Futsal, Alzemir Martins, anunciou que vai se pronunciar após as 16 horas de hoje sobre as consequências da ausência da equipe xapuriense na Copa Norte. Já os assessores da prefeitura para a área de esporte prometeram falar sobre o assunto somente amanhã.

Olha o fogo!

MT já lidera queimadas na estação seca da Amazônia

Altino Machado

A estiagem na Amazônia Legal começou e o Mato Grosso já lidera, com 316 focos, o ranking das queimadas, segundo as imagens dos satélites que abastecem o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.

Entre sábado e domingo, foram registrados 642 focos de queimadas na Amazônia Legal. Na listagem somente dos estados com ocorrência de focos, além do Mato Grosso, aparecem Pará (150), Tocantins (59), Rondônia (45), Maranhão (30), Amazonas (23) e Acre (5).

Numa tabela de 105 municípios com risco considerado crítico estavam listadas 52 cidades matogrossenses, sendo que quatro delas (Tangará da Serra, Bom Jesus do Araguaia, Brasnorte e Nova Bandeirantes) lideravam a mesma tabela, baseada no mapa de risco e nos focos detectados entre sábado e domingo.

Em 22 municípios da Amazônia Legal não chove há dois meses, sendo 18 deles do Mato Grosso, como Tangará da Serra, onde foram registrados um total de 32 focos de queimadas. Da tabela de municípios considerados críticos, nos últimos 15 dias choveu apenas em Canutama (AM). No passado, Nova Mamoré (RO) chegou a permanecer 33,3 dias sem chuva.

Rio Branco, a capital do Acre, é uma das cidades consideradas de risco crítico. Está há 40 dias sem chuva. Outra é Porto Velho, a capital de Rondônia, onde não chove há 35 dias. Em Colniza e Aripuanã, ambas no Mato Grosso, a temperatura máxima foi de 34,1 e 33,9 graus.

Os focos de queimadas cairam para 273 na Amazônia Legal, de ontem para hoje, mas o Mato Grosso permanece na liderança com 110 ocorrências. Existem, ainda, queimadas detectadas na Floresta Nacional de Altamira (13), no Pará, no Parque Nacional Pacaás Novos (3) e Floresta Nacional Bom Futuro (1), em Rondônia, no Parque Nacional do Araguaia (TO) e até em Anavilhanas (AM), o maior arquipélago fluvial do mundo.

A reportagem completa no Blog da Amazônia.

Lutar ou brigar

Você prefere brigar ou lutar?

Quem briga, prende-se na superfície e nas aparências do conflito apresentado. É o forçar, o aborrecer, a negação do diálogo. Quem luta, muda conteúdo, aprofunda conceitos, valoriza e admira a qualidade do oponente (que pode ser uma idéia, uma direção proposta, uma propriedade nova ou diferente). Soma-se na luta.

Leia no Varal de Idéias, do jornalista e professor Marcos Afonso.

Salmo 23...

O Senhor é o meu pastor e nada me faltará;
Ele me faz descansar em campinas verdejantes
e me leva a águas tranqüilas.
O eterno me dá novas forças;
e me guia no caminho certo
Ainda que eu caminhe por um vale escuro
como a própria morte, não temerei.
Pois Deus, está comigo,
Tu me proteges e me diriges.
Preparas um banquete para mim
onde meus inimigos possam ver,
Sou teu convidado de honra e
enches meu copo até a borda.
Sei que a tua bondade e o teu perdão
ficarão comigo enquanto eu viver.
E todos os dias da minha vida
morarei na tua casa.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Desmatamento no Acre

Em um ano, foram mais de 13 mil hectares desmatados em áreas protegidas. Resex Chico Mendes é a campeã de desmatamento entre as unidades de conservação federais no Estado.

O Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) divulgou ontem (17) relatório anual sobre desmatamento em áreas protegidas no Acre. Segundo o órgão, em um ano (de 2006 a 2007) foram desmatados 13,6 mil hectares em terras indígenas e unidades de conservação estaduais e federais acreanas. Os dados fazem parte do Programa de Monitoramento de Áreas Especiais (ProAE), implantado em 2005 e que anualmente divulga informações específicas sobre estas áreas.

As terras indígenas foram as que mais sofreram o avanço no desmatamento, com acréscimo de 5,6 mil hectares. O total representa aumento de 155% em comparação ao período anterior (2005 a 2006). A área Kaxinawá Igarapé do Caucho foi a campeã de desmates, com 1,3 mil hectares devastados no último ano. Em seguida aparecem as terras indígenas Kaxinawá do Rio Jordão, com mil hectares desmatados, e Rio Gregório, com 612 hectares. Estas três áreas representam juntas o total de 52% de desmatamento em terras indígenas. Além destas, outras terras indígenas aparecem no relatório do Sipam com áreas de desmates significativos: Kaxinawá da Praia do Carapanã (392 hectares), Katukina/Kaxinawá (365) e Mamoadate (303).

As unidades de conservação federais tiveram redução no desmatamento em termos percentuais (-81%) em comparação ao período anterior, mas totalizaram a maior quantidade de desmates em números absolutos – mais de seis mil hectares. A Reserva Extrativista (Resex) Chico Mendes foi a campeã no ranking do desmatamento, com 2 mil hectares. Em segundo lugar aparece o Parque Nacional Serra do Divisor, com 1,2 mil hectares de desmates. Na seqüência estão três Resex: Alto Juruá (995 hectares desmatados), Riozinho da Liberdade (733) e Alto Tarauacá (513). Já as unidades de conservação estaduais foram as que mais tiveram redução no percentual de desmatamento (-84%), mas mesmo assim totalizaram 1,1 mil hectares de desmate. A Floresta Estadual de Rendimento Sustentável Antimary teve 373 hectares desmatados e a Área de Proteção Ambiental Igarapé São Francisco contabilizou 223 hectares.

“Nas unidades de conservação, embora existam reduções percentuais em comparação a períodos anteriores, não se pode esquecer que os desmatamentos nestas áreas são proibidos, portanto, são ilegais”, diz o gerente do Centro Técnico e Operacional do Sipam em Porto Velho (CTO/PV), José Neumar da Silveira. O CTO de Porto Velho é a unidade do Sipam que atua nos Estados de Mato Grosso, Rondônia e Acre.

Fonte: Assessoria de Comunicação do Sensipan - Porto Velho (RO).

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Impugnações

Pedidos de registro de candidatos, inclusive os impugnados, devem ser julgados até o próximo dia 16 de agosto

Até ontem (16), às 15 horas, os Cartórios Eleitorais no Acre haviam recebido 40 impugnações contra candidatos às eleições municipais de outubro de 2008.

Cabe a qualquer partido político, coligação, candidato ou ao Ministério Público Eleitoral (MPE), no prazo de cinco dias, contados da publicação do edital em que constam os nomes dos candidatos às eleições, questionar o registro de algum desses candidatos, em petição fundamentada.

Terminado o prazo de impugnação, passará a contar o prazo de sete dias para que o candidato, partido político ou coligação possam contestá-la, juntado documentos, indicando testemunhas e requerendo a produção de outras provas.

Caso constatado o pedido de registro de candidato inelegível ou que não atende às condições de elegibilidade e mesmo que não tenha havido impugnação, será indeferido pelo Juiz Eleitoral.

Todos os pedidos de registro de candidatos, inclusive os impugnados, devem estar julgados e as respectivas decisões publicadas, até o dia 16 de agosto de 2008.

Detalhes em Assecom TRE-Acre

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Polícia Civil do Acre tem novo diretor

O governador Binho Marques nomeou, na manhã desta quarta-feira, em ato realizado no Gabinete Civil, o delegado Emylson Farias para o cargo de diretor-geral de Polícia Civil do Acre.

Antes da nomeação para o cargo, Emylson Farias era o titular da Delegacia de Combate ao Crime Organizado (Decco).

Natural de Xapuri, o delegado tem 35 anos e é formado em Direito pela Universidade de Ribeirão Preto (SP), com pós-graduação em segurança pública. Leia mais na Agência de Notícias do Acre.

terça-feira, 15 de julho de 2008

Mortandade de peixes no Chipamanu




Se agrava a mortandade de peixes no rio Chipamanu, na fronteira entre o Brasil e a Bolívia, na comunidade "Piçarreira", onde há uma semana os peixes começaram a aparecer agonizantes nas margens do rio sem nenhum motivo aparente.
Moradores da área informam que começaram a morrer peixes pequenos, como mandis e traíras, e que agora perecem espécies maiores, como o surubim. Cerca de 12 famílias, que habitam aquela região, na divisa entre os municípios de Xapuri e Capixaba, estão sendo prejudicadas pela situação.
O fato causa estranheza e preocupação para os ribeirinhos que não estão mais consumindo a água do rio por medo de algum tipo de contaminação. As aulas na escola que atende as crianças das comunidades podem ser paralisadas porque a merenda escolar é preparada com a água do rio.
Há informações de que ocorre morte de peixes também no rio Ina, que deságua no Chipamanu a cerca de duas horas de barco acima da "Piçarreira". Os ribeirinhos suspeitam que exista relação entre a morte dos peixes e a constante presença de pescadores naquela região.
O diretor-técnico do Imac, Fernando Lima, informou hoje que uma equipe seguirá para a localidade nesta quarta-feira com o objetivo de averiguar o problema.
As fotos acima foram feitas por um morador com a câmera de um telefone celular.

Eleições municipais

O Tribunal Superior Eleitoral contabilizou até esta segunda-feira (14) 368.736 candidaturas registradas nos 26 estados, o que equivale a 92,1% das 400 mil candidaturas estimadas pela Justiça Eleitoral.

Segundo o TSE, são 15.030 candidatos a prefeito, 15.035 a vice-prefeito e 338.671 a vereador. Do total, 292.074 são homens, o que equivale a 79,2% do total, enquanto as mulheres totalizam 76.662, ou 20,8%.

O maior número de candidatos (135.337) tem ensino médio, enquanto 76.482 informaram que têm ensino fundamental. Já 68.681 possuem ensino superior. Por outro lado, 311 informaram que são analfabetos.

Apesar de as estatísticas do TSE indicarem que há 311 candidatos analfabetos, a Constituição Federal estabelece que os analfabetos são inelegíveis. Se comprovado o analfabetismo, o candidato terá o registro indeferido.

O eleitor

O TSE divulga, a partir das 14h desta terça-feira, as estatísticas do eleitorado para as eleições municipais de 2008.

Os dados incluem a distribuição do eleitorado por sexo, faixa etária e grau de instrução.

Com essa divulgação, ficam definidos e conhecidos as quantidades de eleitores de cada município, aptos a votarem no pleito de outubro.

Brasil supera os 130 milhões de eleitores, diz TSE.

Com informações da Assessoria de Comunicação do TRE-Acre.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Mudança do fuso

Tião Viana recua a favor de referendo no Acre

Altino Machado

O senador Tião Viana (PT-AC), vice-presidente do Senado, anunciou nesta segunda-feira, 14, durante reunião com sindicalistas, em Rio Branco, que vai apresentar decreto legislativo acatando a proposta de um referendo para que a população do Acre possa decidir sobre uma lei de sua autoria, sancionada em maio pelo presidente Lula, que estabeleceu a redução do fuso horário no Estado.

Tião Viana também anunciou que vai formalizar um pedido para realização de plebiscito, após os estudos de prospecção em andamento no Acre, para que a população possa decidir sobre a exploração ou não de petróleo e gás no Estado. A decisão não é um recuo completo porque, embora tenha acatado a proposta de uma consulta popular, o senador disse que continuará fazendo a defesa da mudança de fuso horário que deixou o Estado com uma hora a menos em relação a Brasília.

Referendo é uma forma de consulta popular sobre um assunto de grande relevância, na qual o povo manifesta-se sobre uma lei após esta estar constituída. Desta forma, o cidadão apenas ratifica ou rejeita o que lhe é submetido.

Por causa da lei Tião Viana, o Acre e parte do Amazonas passaram a obedecer ao fuso “Greenwich menos quatro horas”, em substituição ao “Greenwich menos cinco horas”. A lei também atinge o estado do Pará, que passou a ser enquadrado no limite “Greenwich menos três horas” - o mesmo horário de Brasília -, em substituição ao limite anterior, de “Greenwich menos quatro horas”.

A decisão do senador em relação Acre decorre do enorme desgaste político produzido pela mudança de fuso horário, que submeteu a população a vários transtornos. Estudantes e trabalhadores, nas zonas rural e urbana, têm sido obrigados a acordar no escuro para o cumprimento de suas atividades no cotidiano.

Leia mais no Blog da Amazônia, em Terra Magazine.

Veja também “Caso Chico Mendes não mudou a Justiça”.

Morte de peixes no rio Chipamanu

Moradores de comunidades da margem brasileira do rio Chipamanu, na divisa entre os municípios de Xapuri e Capixaba, estão chamando a atenção para a ocorrência de morte de peixes naquela região por motivos desconhecidos. Desde a semana passada, uma grande quantidade de peixes como mandis e traíras têm aparecido morta ou agonizante nas margens do rio.

Os moradores de cerca de 12 comunidades estão preocupados com o mistério em torno da morte dos peixes. A direção do Imac já foi informada do problema e vai enviar uma equipe ao local nos próximos dias. Os moradores da região do Chipamanu são muito dependentes do rio, tanto com relação à pesca quanto ao uso da água para o consumo das famílias.

Os ribeirinhos já vinham enfrentando um grave problema relacionado à pesca predatória, praticada por pessoas que chegam de outros municípios, principalmente de Rio Branco, e retiram farta quantidade de várias espécies de peixes para ser comercializada em restaurantes da capital.

A dúvida que os moradores estão tendo agora é se a ocorrência da morte dos peixes tem alguma relação com pescadores ilegais que freqüentemente agem naquela região.

domingo, 13 de julho de 2008

Pum de vaquinha aquece o globo



Para minimizar o problema da emissão de metano (CH4) na atmosfera, resultante da ruminação e dos “puns” das vacas, cientistas argentinos buscam uma “dieta” que faça as vaquinhas emitirem menos gases. Eles usam bizarros tanques de plásticos, fixados na costa dos animais, para monitorar o quanto o boi produz de CH4. A ação pode até parecer piada, mas o problema é sério.

O CH4 é cento e vinte vezes mais potente que o gás carbônico (CO2) como combustível do aquecimento global. Na Argentina o metano é produzido por 45 milhões bois e corresponde a 30% das emissões. No mundo o gado também é responsável por 28% das emissões dos gases que aquecem o planeta. Veja mais no Blog do Planeta.

sábado, 12 de julho de 2008

Ayres Britto

Cristiano Mariz


O ministro Carlos Ayres Britto, presidente do Tribunal Superior Eleitoral, é o entrevistado da revista Veja desta semana. Ele diz que o TSE trabalha para garantir eleições limpas no Brasil e explica porque é contra a candidatura de políticos "fichas sujas" a cargos eletivos.

"Meus colegas entenderam que o político multiprocessado pode se candidatar. Eu não. Quando um político exibe processos que evidenciam um namoro com a delituosidade, ele não pode representar a coletividade".

Ayres Britto é voto vencido no TSE na discussão sobre a anunciada divulgação de uma lista com os nomes de candidatos em débito com a justiça através da internet, que terminou, como era de se esperar, não vingando.

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Adolescente morre afogado no Rio Acre

Mais uma morte trágica no rio Acre, em Xapuri. O adolescente Gustavo Lunardi, de 17 anos, filho do pecuarista Agenor Lunardi, morreu afogado na tarde desta sexta-feira nas águas próximas à praia do Mirantes Bar, onde é realizado todos os anos o festival de praia da cidade.

Relatos de pessoas presentes na praia no momento do afogamento dão conta de que o adolescente tentava atravessar o rio a nado quando desapareceu rapidamente nas águas. O corpo foi encontrado cerca de uma hora depois do trágico acontecimento. Gustavo era o mais novo dos três filhos do casal Agenor e Elizete Lunardi.

Apesar do baixo nível das águas, nesta época do ano, o rio Acre é sempre perigoso. Afogamentos são registrados praticamente todos os anos e os jovens sempre estão entre as vítimas. Em 2005, o jovem Caleb do Nascimento Mota morreu de forma parecida, na Praia do Inferno, também no rio Acre, causando extrema comoção na cidade.

◙ O atestado de óbito assinado pela Drª Fabíola, médica de plantão quando o adolescente deu entrada no hospital Epaminondas Jácome, aponta infarto como causa mortis, segundo informação da direção da casa de saúde.

Ibama multa Vale

Por Luana Lourenço, da Agência Brasil

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) multou a mineradora Vale em mais de R$ 5 milhões por depósito e venda ilegais de madeira em Paragominas, sudeste do Pará.

De acordo com o Ibama, a Vale comercializou 9,5 mil metros cúbicos de madeira in natura e mantinha outros 612 metros cúbicos de madeira, em toras, num depósito. A quantidade é suficiente para encher 15 caminhões.

A companhia também foi autuada por não apresentar registro no Cadastro Técnico Federal (CTF) do Ibama e não ter apresentado os relatórios do CTF referentes aos anos de 2006 e 2007.

Em nota, o Ibama disse que a Vale “precisa desmatar muitas áreas verdes para avançar suas frentes de lavra e essa atividade gera volumes de madeira de diversas essências”.

Diretor da Vale diz que multas foram mal-entendido

O diretor de Sustentabilidade da Vale, Luiz Claudio Castro, contestou hoje (10) as multas de mais de R$ 5 milhões aplicadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Ele afirmou que um “erro técnico” da empresa teria levado a distorções encontradas pelo Ibama.

“Foi um erro técnico associado a um inventário florestal de 2005, um equívoco lamentável que gerou um mal-entendido”.

Em 2005, a Vale obteve autorização da Secretaria de Meio Ambiente do Pará para retirar até 11 mil metros cúbicos de madeira, no entanto, retirou menos de um quarto desse total, segundo a mineradora.

“O Ibama presumiu que o fato de ter um inventário florestal autorizando a retirada de 11 mil metros cúbicos e terem encontrado 2,7 mil metros cúbicos, significa que teríamos vendido os demais. Mas isso não aconteceu. Não é essa a linha de atuação da Vale. Não vivemos de madeira”, disse Castro em entrevista por telefone.

Na avaliação do responsável pela operação do Ibama, Paulo Maués, o possível "erro técnico" não justifica a divergência encontrada pelos fiscais."Se a Vale apresentou esse dado para o órgão ambiental do estado para obter autorização, então houve má-fé da empresa e ela vai ter que responder por isso", argumentou à Agência Brasil.

O inventário, segundo Castro, é feito por amostragem, e considera 14% da área total de 358 hectares do empreendimento de mineração de bauxita. “O inventário é como um senso demográfico, só que a amostra escolhida na ocasião estava muito longe de ser semelhante ao todo, o que gerou distorções e a discrepância de números. Era muito concentrada”.

Segundo o coordenador do Ibama, "até que se prove o contrário, está faltando madeira lá". Na avaliação do diretor da Vale, o Ibama “foi muito cartesiano” na ação. Castro anunciou que a mineradora irá contratar uma empresa independente para refazer o inventário e, inclusive, verificar se há falhas em outros documentos para empreendimentos da Vale na região.

“Vamos sentar com o Ibama, mostrar os números, demonstrar o que aconteceu, ouvir os pontos de vista. Temos certeza que a multa será cancelada”, disse. “Eventualmente iremos recorrer administrativamente”, acrescentou.

Segundo Paulo Maués, "não há nenhuma hipótese" de cancelamento imediato da autuação."A multa só pode ser cancelada por meio de processo administrativo", frisou. "Se houve apresentação de dados errados, a empresa vai ter que se explicar judicialmente", acrescentou.

A Vale informou que os responsáveis pelo “mal-entendido” foram desligados da empresa.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Artigo de luxo

Carne bovina de Xapuri é a mais cara do Alto do Acre



A seqüência de reajustes ocorridos nos últimos dois meses tornou a carne bovina de Xapuri a mais cara da região do Alto Acre. Nesta semana, as tabelas de quatro açougues da cidade marcam um preço médio de carnes como alcatra e chã de dentro de oito reais e cinqüenta centavos, enquanto em Epitaciolândia, a menos de 80 quilômetros de distância, a mesma carne é encontrada ao preço de seis reais e cinqüenta centavos. Carnes como filé e picanha chegam a quatorze reais e cinqüenta centavos em Xapuri, enquanto em Brasiléia e Assis Brasil esse preço não passa dos onze reais.

O aumento exagerado no preço da carne está afetando diretamente não apenas o consumidor comum, mas também a parcela da economia local que depende essencialmente do produto, como lanchonetes e pequenos restaurantes. Pedro Rocha do Nascimento, dono de um pequeno lanche, diz que está sendo obrigado a diminuir o tamanho dos salgados para não aumentar os preços. “Eu comprava carne de R$ 3,00 e agora estou pagando R$ 6,00 pelo quilograma”, afirma ele.

A grande maioria dos donos de açougues responsabiliza o frigorífico, que monopoliza o comércio da carne em Xapuri, pelos constantes aumentos no preço do produto, que são imediatamente repassados ao consumidor. A carne em Xapuri sofreu, no abatedouro, cinco aumentos do ano passado até agora. Para se ter uma idéia da alta, no primeiro semestre de 2007 o quilograma da carne no único frigorífico da cidade custava dois reais e setenta centavos. Hoje, esse preço é de quatro reais e setenta centavos. Uma diferença de dois reais ou quase setenta e cinco por cento. Nos municípios vizinhos a carne está chegando aos açougues ao preço de R$ 4,00 o quilograma.

O proprietário do frigorífico Frigoverde, Mirco Soares, explica, mas não convence. Ele alega que os aumentos no preço da carne são resultado da falta de oferta de bois para abate. Segundo ele, os criadores da região estão preferindo vender o gado para frigoríficos da capital, que oferecem um preço mais vantajoso. De 60 abates diários, o frigorífico de Xapuri, de acordo com Mirco Soares, está realizando apenas 30, uma queda de cinqüenta por cento.

A verdade é que se houvesse concorrência no abate, a carne estaria custando bem menos nos açougues da cidade, apesar do real aumento dos preços. Como não há, pior para o povão que tem de se desdobrar para continuar tendo à mesa, se não a picanha e o filé, pelo menos carne com osso e pescoço.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Prefeitura vigiada

Do colunista Evandro Cordeiro, no site Notícias da Hora:

- Uma fonte minha da Polícia Federal assegura que uma prefeitura entre Capixaba e Brasiléia está sendo vigiada. Haveria indícios de irregularidades fortíssimos.

Prefeitura entre Capixaba e Brasiléia? Qual será???

Fiado para o prefeito, só amanhã!

Nem o início da campanha eleitoral é capaz de fazer com que o prefeito Vanderley Viana não se envolva em confusões e tumultos. O último faniquito de Viana foi contra a esposa do adversário de urna, o empresário Manoel Moraes (PSB), que se recusou a vender fiado para a prefeitura.

Credora do município à espera de receber débitos pendurados de longa data, Maria Auxiliadora se negou a despachar ao prefeito barraqueiro uma botija de gás de cozinha. O resultado foi um verdadeiro escândalo promovido pelo dito cujo em pleno centro comercial da cidade.

O espetáculo, que aconteceu no último final de semana, foi assistido por dezenas de pessoas que se aglomeraram para acompanhar mais uma performance de baixarias e descontrole emocional do sujeito. Esperemos que não seja esse o tom da disputa eleitoral, que só está começando.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Saboaria Xapuri, iniciativa comunitária



Nesta simples casa de madeira, localizada em um bairro pobre de Xapuri, chamado Sibéria, um grupo de mulheres transforma trabalho e determinação, mesclados a elementos tradicionais da floresta, como andiroba, copaíba e outros, em uma das mais bonitas iniciativas comunitárias do Estado do Acre: a premiada Saboaria Xapuri.

Raimari Cardoso
Joseni Oliveira


A falta de empregos fez a Associação de Moradores do Bairro Sibéria, em Xapuri, buscar formas alternativas de gerar renda a partir do trabalho comunitário. A pequena fábrica de sabões e sabonetes, produzidos a partir de sebo de gado ou restos de gordura da cozinha é uma dessas idéias que têm dado certo, apesar da falta de incentivo e até mesmo da falta de vontade política e má-fé de algumas autoridades.

Lideradas por Carmita Pereira de Souza, as mulheres do bairro Sibéria logo descobriram que além do sabão, poderiam produzir e vender detergentes, desinfetantes e ainda sabonetes e outros produtos de beleza aromatizados à base de óleo de copaíba, andiroba e diversas ervas da floresta, gerando ocupação e renda para a comunidade.

Foi assim que surgiu a Saboaria Xapuri, no dia 17 de junho de 1990, que com apoio tecnológico da Fundação de Tecnologia do Acre (Funtac) e empresarial do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), está prestes a colocar formalmente seus produtos no mercado, atingindo, finalmente, seu objetivo de gerar emprego e renda para aquela comunidade, tida como uma das mais organizadas de Xapuri.



No decorrer de seus 18 anos de funcionamento, a Saboaria Xapuri já recebeu dois prêmios importantes. No ano de 1996 a fábrica foi vencedora do Prêmio Finep de Inovação Tecnológica na categoria Inovação Social e em 2006 recebeu o Prêmio Chico Mendes de Florestania.

A coordenadora-chefe da saboaria, Carmita Pereira de Souza, que participou da fundação da fábrica há 18 anos, conta que antes as condições do espaço físico eram precárias, mas que hoje a situação é melhor. “No início construímos um chapéu de palha com muita dificuldade, fizemos um bingo para arrecadar o dinheiro para comprar o material e pagar a mão-de-obra. Hoje, graças a Deus, o espaço está bem melhor, pois conseguimos ampliá-lo e compramos novas máquinas para aperfeiçoar o sabão”, comemora ela.

Apesar do otimismo de dona Carmita, a situação do empreendimento comunitário poderia ser outra - muito melhor - não fosse a falta de compromisso da atual administração municipal. Os recursos de um convênio com o Ministério do Desenvolvimento Agrário, destinados à melhoria das condições físicas e de funcionamento da indústria artesanal não foram, até o momento, aplicados pela prefeitura, prejudicando sobremaneira o bom andamento da atividade.

O convênio de nº 562973 , que pode ser consultado no Portal da Transparência, firmado entre prefeitura de Xapuri e o referido Ministério, tem por objetos a "construção de açudes, construção de fábrica de sabonetes e compra de veículo traçado". Do valor de R$ 134.381,00, destinados aos três objetos, R$ 37 mil foram destinados à construção da fábrica, segundo à direção da associação de moradores, mas apenas o "veículo traçado" foi comprado e, mesmo assim, teve a sua finalidade desviada.

O carro serviria para dar suporte às duas outras atividades, ou seja: à saboaria e à piscicultura que seria desenvolvida nos açudes que também nunca foram construídos. Ao contrário disso, o prefeito adquiriu uma caminhonete de luxo para passear no asfalto e atender ao seu gabinete, sem oferecer nenhuma assistência à população, e ainda tentou devolver à fonte o dinheiro que sobrou, numa clara atitude de má-fé e falta de vontade com a comunidade do bairro.

De acordo com o presidente da Associação de Moradores do Bairro Sibéria, João Jorge Cosmo da Silva, se os recursos tivessem sido aplicados no ano passado, como estava previsto no projeto, seriam suficientes para adequar a fábrica às exigências do Departamento Estadual de vigilância Sanitária e de outros órgãos fiscalizadores. Além disso, segundo ele, poderiam estar sendo gerados mais 10 empregos diretos para a população, sem contar com um maior volume de matéria-prima que estaria sendo comprada, gerando renda para os seringueiros.

Atualmente, a Saboaria Xapuri tem apenas cinco funcionárias e funciona no período da tarde. Nos últimos meses a fábrica aumentou sua capacidade de produção, chegando a fabricar cerca de 1.600 unidades de sabonetes por mês. A produção de detergente também aumentou, passando de 400 litros para 800 litros por mês. Essa produção, no entanto, não pode ser formalmente comercializada por não estar adequada às exigências da lei pela falta dos investimentos supracitados.

João Jorge explica que os produtos são comercializados informalmente, no mercado local, e que para garantir a segurança dos consumidores, a Funtac participa como parceira trabalhando a melhoria da qualidade e apresentação do produto, além de testar a pureza dos óleos regionais de copaíba, andiroba e outros elementos naturais utilizados na produção dos sabonetes. Segundo ele, há procura pelo produtos em várias regiões do país e até mesmo do exterior, depois de alguns exemplares de sabonetes serem levados por turistas para diversos lugares.

"Nós estamos tentando conseguir que a prefeitura conclua a execução do projeto e torne possível os investimentos na fábrica, que serão muito importantes para a formalização da nossa produção. Com isso, poderemos contratar um químico responsável que assine o nosso produto para que possamos conseguir, também, a autorização da Vigilância Sanitária para funcionarmos", diz o presidente da associação.

Apesar dos obstáculos impostos pela falta de recursos financeiros, continua firme o propósito das valentes mulheres da Saboaria do bairro Sibéria, em Xapuri, de desenvolver um trabalho comunitário, com práticas populares de fabricação de sabões, sabonetes e outros produtos naturais, utilizando recursos da floresta, na busca por uma melhor qualidade de vida e dignidade, com base no caráter sustentável e no grande alcance social da sua produção.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

"Desrespeito e afronta à Educação"

Greve fracassa e professores voltam às aulas



Os professores da rede municipal de ensino de Xapuri resolveram voltar às aulas nesta segunda-feira, depois de mais de 30 dias de paralisação. Apesar do retorno às atividades, a categoria não conseguiu nenhum sucesso na luta pelos reajustes que não são concedidos há quase 4 anos. O único reajuste aconteceu no primeiro ano de mandato do prefeito Vanderley Viana, em 2005.

A presidente do Núcleo do Sinteac - Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre - em Xapuri, Édna Barbosa de Farias, disse hoje que os funcionários da educação resolveram voltar ao trabalho em nome dos cerca de 700 alunos da única escola municipal da zona urbana, a escola de ensino fundamental Rita Maia, que estavam com o ano letivo ameaçado.

Era grande a preocupação de pais e responsáveis de alunos com a falta de aulas. Muitos já procuravam por vagas para seus filhos nas escolas estaduais para que os mesmos não perdessem o ano. Preocupação que parece não existir da parte do prefeito, que não aceita sequer conversar com os professores.

"Foram várias tentativas de negociação sempre sem a presença do prefeito. O secretário de educação e outros assessores sempre se dizem desautorizados a tomar qualquer decisão", afirma a presidente do núcleo local do Sinteac. Os professores reivindicam um reajuste de 7% e afirmam que as perdas salariais da categoria já somam 19,12% no período.

Essa foi a segunda paralisação do ano de professores da prefeitura em Xapuri. Na primeira, realizada no mês de março, os professores vestiram luto e saíram às ruas em protesto contra a situação da educação no município. O máximo que conseguiram foi fazer o prefeito dar risadas e chamá-los de preguiçosos na televisão.

Na última paralisação, os professores passaram a reclamar também contra as péssimas condições de funcionamento das escolas, principalmente a escola Rita Maia. A professora Marilza Socorro denunciou a falta de material didático na escola e a péssima qualidade da merenda escolar e da água consumida pelos alunos.

Édna Barbosa garante que apesar do retorno ao trabalho a categoria vai continuar realizando manifestações e protestando, através de atos públicos, contra a situação que ela classifica como "ato de desrespeito e afronta ao segmento dos profissionais da educação".

O secretário de educação do município, Francisco Marçal Chale, já foi procurado inúmeras vezes, mas sempre se recusa a falar publicamente sobre o impasse.

Fábrica de preservativos de Xapuri



Os primeiros preservativos sexuais masculinos fabricados com látex de seringal nativo e tecnologia cem por cento acreana estarão disponíveis no mercado, distribuídos pelo Ministério da Saúde, dentro de no máximo 50 dias. A idéia é de que, nas festas de fim de ano, quando o ministério distribui preservativos por meio do Programa Nacional de DST/Aids na casa dos bilhões, um bom percentual da quantia seja oriundo da fábrica Natex, inaugurada em Xapuri no último mês de abril. A partir deste ano, a perspectiva do Ministério da Saúde é alcançar 3 bilhões de unidades distribuídas anualmente.

Reportagem completa de Tião Maia, no jornal Página 20.

domingo, 6 de julho de 2008

Bulcão



Como anunciado aqui há alguns dias, o fotógrafo free-lance J. L. Bulcão já está em Xapuri trabalhando em uma reportagem sobre o universo que envolve os 20 anos da morte do líder sindical Chico Mendes, assassinado em 1988.

Além de ser apresentado a empresas de comunicação, o trabalho deve fazer parte do primeiro livro do jornalista, que ainda está em fase de planejamento.

Com 20 anos de carreira no fotojornalismo, Bulcão começou na extinta revista Manchete, passou por Veja e depois ganhou o mundo indo, primeiramente, para Nova York, em 1994, onde trabalhou para a Gamma LIAISON Agency. Em 1994 se radicou em Paris, cidade onde passou a atuar pela Gamma Presse Agency e também onde constituiu família e vive até hoje.

Com trabalhos já realizados sobre a Amazônia, essa é a primeira vez que o fotógrafo vem ao Acre. A partir desta segunda-feira ele começa a visitar os diversos locais e personalidades relacionados com a história de Chico Mendes. Um dos focos será mostrar o que mudou na vida do seringueiro e da própria cidade após os acontecimentos de 20 anos atrás, que mobilizaram o mundo.

- Não será um trabalho que consistirá apenas em imagens, mas também em histórias. Por isso a importância de se conversar com o máximo de pessoas que fazem parte da trajetória do líder sindical e que melhor do que ninguém conhecem a realidade desta parte da Amazônia, disse Bulcão em uma conversa que durou quase toda a manhã deste sábado, no restaurante Açaí, da Pousada Xapurys, no centro de Xapuri.

Na próxima semana publicarei aqui uma entrevista com o fotógrafo.

Leia também Um contador de histórias fotográficas.

sábado, 5 de julho de 2008

Seringal Albrácia

José Cláudio Mota Porfiro

A poeira é quase areia, de manhãzinha, nos caminhos e varadouros do campo e da mata. Pés descalços pisam-na e a sentem friinha. Há orvalho nas sororocas e mata-cavalos e cipós de fogo. A caminhada é ainda lenta e preguiçosa. Tenho treze anos, sou criado na cidade e, em vista da falta de hábito, ainda estou um tanto sonolento. O roçado não é tão longe. Eu e minha tia levamos uma enxada e um terçado, cada um. O primo de doze anos vai à frente portando uma espingarda calibre 28. Há tatu, paca, cotia, mutum, canção e muitas imbiaras. A intenção é que nós menores revezemos a enxada que vou levando.

De cima de um morrete, avisto a plantação. Aos meus olhos é gigantesca, e muito sozinha. Há mandioca de fartura. Há bastante cana caiana, algumas ainda pendoando. Há velhos pés de milho sobre os quais o feijão amadureceu. Há tocos e troncos de árvores mortas, enegrecidas pelo fogo do roçado, sobre os quais o gurgutuba já está seco e em ramas emboladas, pronto para ser batido. É julho no seringal.

A grande roça de macaxeira deve ser conservada limpa a enxada, por obra das mãos grossas de minha tia, irmã de minha mãe, uma índia grande, bonita e de cabelos longos e brilhantes em banha de porco perfumada. O feijão de arranca - gurgutuba - deve ser arrancado à mão, mas só a partir de amanhã, terça. Na sexta, cortaremos e transportaremos cana no lombo do Fogoso, um burro bastante dócil, quase preguiçoso, e, no sábado, faremos uma grande moagem para a produção de rapadura, mel, alfinim e açúcar gramixó... Bom é lembrar que a bóia, o pão nosso do almoço e da janta, fica por conta de Maria José, minha prima de sete anos apenas... Espírito e coração de valentes!...

É terça de manhãzinha e o caminho orvalhado é o mesmo. São seis e meia e já estamos colocando a rama do feijão seco sobre uma velha lona. Às nove, de posse de cacetes de maçaranduba, passamos a bater na trouxa amarrada onde os feijões se soltam das vagens. A russara dá coceira no corpo inteiro do aprendiz da vida dura. É isso o dia todo e também na quarta e na quinta. Acabamos, enfim. Agora, tudo fica por conta da tia Nalgídia que, habilmente, sacode o gurgutuba no ar, a partir de uma peneira grande, com a finalidade de livrar-se dos restos de folhas e gravetos.

É sexta e a faina dobra porque, a partir das cinco da manhã, já é hora de ir para o roçado cortar a cana, cedinho, para pegar menos russara. É muita cana. O burro Fogoso dá umas vinte viagens, cada uma, carregando umas cem ou mais. A tia foi cortar uma estrada de seringa e nós, meninos, de tarde, vamos colher o látex com o qual será feita uma bola de jogar e uns sapatos de seringa caprichados. O tio está azeitando as moendas e limpando o vasilhame a ser utilizado na moagem, inclusive o tacho.

Dormirão no Morada Nova - nome da colocação - o Aprígio, o Arigó, o filho do seu Salvador e um peruano conhecido por Valvito. Chegaram já era tardinha para botar força na engenhoca.

Às três da manhã faz um frio da peste, no dizer do tio Perneta. Porongas e lamparinas iluminam a madrugada. Os quatro homens se abraçam com a engenhoca; e haja força. Eu, o primo Ireno e o menino do seu Salvador ficamos pegando o bagaço para devolvê-lo à minha tia, esta, encarregada de, mais uma vez, enfiá-lo nas moendas gritantes. Às dez, a parte mais pesada está concluída. É hora do fogo no tacho. É a vez de a minha avó mostrar todo o engenho e a arte nordestinos para dar o ponto na garapa que vira mel. E é abelha pra todo lado! Agora mesmo uma me pega pelos beiços que logo ficam por acolá. Doeu que só o cão!

Domingo não é dia de trabalho. É dia de divertimento. Por isto, a pedida é pescar no igarapé Miguel Doido. Fomos de manhãzinha... Comemos traíras fritas fresquíssimas com feijão e arroz. Dos deuses! Conversamos potoca, chupamos laranja e lemos folhetos de cordel sentados na beira da barraca. Agora, colocamos arreios em dois potros, para os mais novos. O tio monta uma égua quase dourada de nome Lalinha. Na primeira arrancada rumo à porteira, de repente, eis que a minha montaria estancou e eu fui cuspido indo ter com as fuças numa toceira de capim santo... Fiquei todo ralado... É pra aprender...!

É domingo novamente. É bom chegar ao barracão do Albrácia aí pelas oito para uma pescaria no rio Acre ou no igarapé Morro Branco, porque os adultos ainda não estão bêbados. Depois, a cachaça corre farta e, lá pelas cinco quase seis, passou por mim um pai trambecando, com um garotinho de uns dois anos num jamaxi, uns três outros meninos ou meninas atrás, a pé em suas roupinhas quase andrajosas, e a ainda jovem mãe atrás da turminha tão triste... E pensar que o pai, naquele estado, está acostumado a atravessar as famigeradas pontes, no escuro, e as crianças também, inclusive, o que vai dormindo no jamaxi... Se morre, não sabe nem porque já está no céu e já tem asas... Ó Deus de misericórdia!

Num desses domingos, o menino do comboieiro Guilherme, de uns onze anos, campeava o gado e viu um seringueiro bêbado querendo atravessar o igarapé Morro Branco. O homem disse-lhe que jogasse a corda amarrada na chincha do burro; ele se amarrou pela cintura e saltou no igarapé em repiquete, pela última vez, o burro empacou, não saiu do lugar e o Zé Vaz morreu afogado deixando a mulher e oito filhos. Ó céus!

O parapeito é quase uma instituição seringueira. De tardezinha, aos domingos, é praxe ficar ali planejando não-sei-o-quê. Eles sonham em “derribar” a casa de palha e fazer uma nova, agora coberta de zinco, o sonho de qualquer morador da mata.

Fato é que, depois, a madeira foi comprada e serrada, o zinco também. E tudo ficou aguardando o verão, época em que seria tornado realidade o grande sonho. Mas veio o infausto. O menino mais novo, de criação, acendeu um cotôco de vela por sobre uma barata cascuda. Esta, num piscar de olhos, subiu pelo barrote da casa velha, foi pela parede de paxiúba e, enfim, alcançou a palha. Pegou fogo a madeira. O zinco derreteu. O sonho ruiu. Fazer o quê!... Compraram uma casa “na rua”, em Xapuri.

No aceiro do campo, perto da cerca, há uma cajazeira enorme, onde os meus tios depositam quase sempre um copo de cachaça em honra do caboclinho da mata, uma entidade dita espiritual em que a seringueirada toda acredita, apesar dos milagres de São Sebastião, o guerreiro que, lá de cima, nos livra da onça, da cobra ou da queda de uma ponte qualquer, estas, sempre feitas de um só tronco de bacaba ou patoá ou jitó ou manitê... São tantas, principalmente no inverno...

Atividade difícil também é cortar cavaco para o defumador. O instrumento é o machado sobre o qual também tenho alguma habilidade; mas o corte na árvore já derrubada deve ser milimetricamente calculado, a olho, de forma a que o cavaco saia perfeito para os fins que lhe cabem. Há uma certa árvore cujo lenho faz mais fumaça que as outras na hora da coagulação do látex. Vai-se pela floresta adentro até encontrar o bendito pé de breu rosa.

Todo o relato acima data de três ou mais décadas de vida de uma família que, como tantas, sonhou que sonhou, mas realizou quase nada ou muito pouco. Os igarapés, os varadouros, o verde, os roçados e aquela gente concreta, hoje, já não são os mesmos. Viraram defuntos que já não sonham mais, com raras exceções. O próprio barracão do Albrácia ruiu há uns trinta anos.

Tudo são coisas de um outro tempo... Tudo por lá é, hoje, tão melancólico, principalmente, porque me vem à lembrança um excerto de 1859, de Robert Ave-Lallement (citado por Laélia Rodrigues): “impenetrável floresta ensombra a superfície da maioria dos rios e cobre imensas planícies de eterna verdura que, com as torrentes, oferecem a imagem do infinito.” Já não é bem assim...

Antes tão rijo e sonhador, Raimundo Nonato, o velho tio cearense, de Morada Nova, ficou cego devido a fumaça do defumador que lhe envenenou os olhos. Depois, emagreceu, arqueou pra frente, arranjou uma bengala e, enfim morreu, na Rua Major Salinas, em Xapuri. Com a velhinha, minha tia, um ano depois, aconteceu o mesmo.

São vidas de pessoas humílimas que também contribuíram com o seu esforço e o seu sangue para a honra e para a glória desta terra de caudilhos.

◙ José Cláudio Mota Porfiro é xapuriense, doutor em História e Filosofia da Educação pela Unicamp e autor do livro de crônicas Janelas do Tempo. Escreve no blog Impressões Gerais.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Que prefeito é esse?

Não é de hoje que o Sinteac denuncia inutilmente os desmandos do prefeito Vanderley Viana com relação ao uso de recursos da educação. Partiu do sindicato dos trabalhadores em educação a denúncia que levou a Câmara a criar, em 2006, uma Comissão Especial de Inquérito para investigar a malversação de recursos do Fundeb, que acabou em pizza. Agora a guerra declarada é contra os mais de três anos em que Vandeco leva os professores no bico sem conceder reajustes salariais à categoria. A seguir a íntegra de um impresso distribuído na cidade durante a última manifestação:

"ACORDA XAPURI

QUE PREFEITO É ESSE?

É fácil responder. Um prefeito que não respeita os servidores e nem a população.
Os Trabalhadores em Educação de Xapuri estão há 33 dias de greve.

MOTIVOS?

-Desde 2005 não foi concedido reajuste salarial. Em todas as negociações, a resposta foi sempre NÃO. A perda salarial da categoria com base no INEP é de 19,12%

-Frente à reivindicação dos trabalhadores por melhores condições de trabalho e salário, o prefeito diz nos meios de comunicação que a reivindicação é indecente.

-Indecente é a prefeitura comprometer os salários dos trabalhadores com seus desmandos e gastos excessivos, inviabilizando a reposição salarial dos servidores da prefeitura. Além disso, ameaça descontar os dias de greve.

SITUAÇÃO DA PREFEITURA HOJE

A última prestação de contas para o TCE, o gasto com pessoal chegou a 64,02%, ultrapassando o que determina a LRF que é de 54%. Até a presente data ainda não prestou conta dos gastos orçamentários do 1º semestre de 2008. ISSO É CRIME. SABEM POR QUÊ?

1- Porque assim podem poupar e precarizar o serviço, pois existem servidores provisórios recebendo abaixo do salário mínimo.

2- o descompromisso é tão grande, que a prefeitura não prestou contas em 2008 dos gastos orçamentários dos recursos do FUNDEB, para o Conselho e nem para a população.TUDO ISSO É CRIME.

Como se não bastasse o desequilíbrio, a falta de postura de um gestor municipal, agora o prefeito afronta um dos segmentos mais importantes da sociedade brasileira: OS TRABALHADORES EM EDUCAÇÃO.

A população do município de Xapuri é reconhecida pela sua história de luta, de solidariedade e acima de tudo, construiu uma unidade que extrapola os limites do Brasil.

Portanto, quem foi eleito para governar esse povo, precisa ter um perfil que esteja à altura dessa história. Infelizmente Xapuri vive o pior momento de ataque a democracia, o respeito aos direitos do cidadão, e afronta à cultura da moral e dos bons costumes.

O SINTEAC nunca se calou diante das atitudes de gestores autoritários, por conta disso conquistamos o respeito da sociedade. Neste sentido, A DIREÇÃO CENTRAL DO SINTEAC está se colocando a frente desse movimento, comprando essa briga em favor da população xapuriense".

Leia também As confusões de um prefeito fora de controle.

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Seaprof põe fim a protesto



A gerência da Seaprof em Xapuri resolveu o impasse com os produtores rurais que ameaçavam bloquear a Estrada da Borracha em protesto contra a situação dos ramais que dão acesso à região do assentamento Tupá.

Os manifestantes colocaram fim ao protesto após receberem da direção da secretaria no município a informação de que 11 quilômetros de ramais serão beneficiados dentro da área do assentamento e mais 14 na via de acesso à região.

Cerca de 150 produtores rurais da região do assentamento ameaçaram fechar um dos acessos de Xapuri à BR-317. Os agricultores estavam acampados em frente à fábrica de preservativos Natex.

No post abaixo eu digo, erroneamente, que a Estrada da Borracha é o único acesso por via terrestre a Xapuri. Na realidade, há um outro acesso em boa condições de tráfego: a Estrada do Café, recuperada recentemente pelo governo do Estado.

Foto: Joseni Oliveira

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Protesto em Xapuri

Assentados do Incra ameaçam fechar Estrada da Borracha

A Estrada da Borracha, que liga Xapuri à BR-317, pode ser bloqueada a qualquer momento por produtores rurais da região do assentamento Tupá. No final da tarde desta quarta-feira, cerca de 150 agricultores se deslocaram para as proximidades da fábrica de preservativos Natex, onde começaram uma manifestação.

De acordo com alguns participantes da manifestação entre as razões do protesto estão, principalmente, as péssimas condições dos ramais que dão acesso à região onde eles estão assentados. A PM já está no local e por enquanto a situação é tranquila, com os veículos transitando normalmente pela estrada.

Há a previsão de que o movimento ganhe um número maior de produtores durante a noite e que a estrada seja fechada na manhã desta quinta-feira. Os manifestantes garantem que pernoitarão no local. A Estrada da Borracha é o único acesso por terra a Xapuri.

Outras informações pela manhã.

PV dividido

Fora da disputa pela prefeitura de Xapuri, Elenira Mendes me garantiu ontem que sua participação nesta eleição se resumirá ao apoio aos candidatos ao cargo de vereador pelo Partido Verde.

Insisti perguntando se existia a possibilidade de apoiar alguém na eleição majoritária.

- Vou apoiar os nossos candidatos e minha participação deve ficar nisso, disse ela.

O PV de Elenira decidiu na última hora se juntar à aliança liderada pelo PSB, depois de quase fechar com PT e PC do B.

Ouvi de gente do próprio partido que a filha de Chico Mendes não gostou da decisão - ela preferiria uma aliança na proporcional com o PC do B. Como a decisão da maioria foi pelo PSB, ela apóia, mas...

A verdade é que o PV saiu da convenção bastante dividido e os seus votos deverão se espalhar entre diversos candidatos.

terça-feira, 1 de julho de 2008

20 anos de estrada



Completo, neste dia 1º de julho, 20 anos de trabalho no rádio e de uma dedicação especial à Rádio Educadora 6 de Agosto, esta emissora que se transformou, ao longo dos anos, em um dos principais patrimônios do município de Xapuri, seja pela importância que o rádio, esse veículo de comunicação centenário, possui para as populações amazônicas, apesar das inovações tecnológicas, seja pela importância da própria emissora, que há quase quarenta anos mantém uma relação de extrema familiaridade com a comunidade local e de municípios vizinhos.

Quando aqui cheguei, em 1988, aos 16 anos, não imaginava que me tornaria radialista. Eu era apenas um menino matuto, vindo do seringal, repleto de timidez. A rádio era municipal e o prefeito era um já irrequieto Vanderley Viana em seu primeiro mandato. Fui admitido a pedido de um tio e “padrinho”, o falecido ex-prefeito Édson Dantas, de quem o prefeito rezava a cartilha. Vanderley Viana assinou minha carteira profissional no dia 1º de julho, ato do qual viria a se arrepender anos depois pelo fato de não conseguir colocar-me cabrestos. Para mim, modéstia à parte, contratar-me foi uma dos poucos acertos de Viana teve em toda sua vida como administrador.

Posso dizer que minha história profissional e também de vida se confunde com a história da própria “Rádio 6 de Agosto”, nome que homenageia a Revolução Acreana. Aqui encontrei pessoas que influenciaram de forma decisiva à minha formação moral e ética, que aplico tanto na vida profissional quanto pessoal. Aqui encontrei personalidades que fazem parte da história da emissora, como Náder Sarkis, Sebastião Rodrigues e os saudosos Messias Cavalcante e Walter Nicácio, este último um dos grandes patrimônios da emissora.

É verdade que quando cheguei à emissora ela já havia passado pelo seu “período de ouro”, quando grandes nomes por aqui passaram e fizeram grande sucesso, saindo, posteriormente, para trabalhar em outros lugares. Dois exemplos são os radialistas Ailton Farias, que trabalhou nas rádios Caiari e Eldorado, além de outras, em Porto Velho, Rondônia, e Raimundo Nonato da Cruz, que aqui era o R. N. Cruz e que depois, em Rio Branco, no Rádio e na TV, se tornou o Nonato Cruz que hoje apresenta o programa Manhã Difusora, na Rádio Difusora Acreana.

Minha relação com o rádio começou, no entanto, bem antes que começasse a trabalhar na pequena emissora como sonoplasta. O radialista Ailton Farias, meu cunhado, me levava, ainda garoto, para o estúdio, durante os programas, e para as transmissões de futebol no estádio Góes e Castro. Nosso futebol, a propósito, dava gosto de ver naquela época. Foi ali que comecei a pegar gosto pelo bom futebol e pelo rádio, através das narrações esportivas do próprio Aílton Farias e também de Andrias Sarkis, outro narrador fantástico.

Na Rádio 6 Agosto, tive quatro grande incentivadores. Sebastião Rodrigues, hoje comerciante, no período em que trabalhei como sonoplasta. Sem ele, acho que não teria aprendido a mexer com aqueles botões de uma obsoleta mesa de som e velhas vitrolas. Pouco tempo depois fui incentivado pelo diretor da emissora, Messias Cavalcante, a fazer um teste de locução. Foi o momento mais difícil desses vinte anos. Messias, falecido há alguns anos, foi um grande companheiro de profissão e amigo. Como locutor fez sucesso em Xapuri com o inesquecível programa “Correio Musical”.

Outro grande amigo, Náder Sarkis, foi meu espelho no rádio e uma espécie de ídolo ao alcance das mãos. Foi um dos melhores locutores de rádio que já pude ouvir, dono de uma belíssima voz e de uma maneira muito especial de fazer comunicação radiofônica. Excelente cantor, abandonou o rádio há alguns anos para se dedicar à música e ao magistério. Atualmente, se dedica à sua saúde, depois de ter tido um infarto no ano passado.

A quarta pessoa com quem tive uma ligação muito forte nesta trajetória na Rádio 6 de Agosto é Walter Nicácio Pereira, uma figura extraordinária que deixou sua marca impressa na história da emissora. Walter tinha uma personalidade marcante e uma grande identificação com o ouvinte da zona rural. Costumo dizer que ele não era locutor e sim animador de rádio. Fazia sucesso em qualquer evento em que houvesse um microfone ligado. Como já disse, é um dos grandes patrimônios da emissora e baluarte da sociedade xapuriense.

Termino dizendo que o grande propósito deste texto é o de registrar essa data importante para mim, destacando os grandes amigos, colegas e companheiros que fizeram - e os que ainda fazem - parte desta minha humilde trajetória nesta gloriosa emissora de rádio. Impossível lembrar de todos, por isso peço desculpas a quem não está aqui sendo citado. Fazem parte deste rol, entre outras tantas, figuras como: Francisco Monteiro Franco, Roberto José, Ricardo Melo, o “Todo Feio”, João Barbosa de Farias, Francisco Pereira, Uziel Alves, Ilário Rodrigues, Aldemir Rodrigues, Luiz Soares, Valdimar Barbosa, Joncirlei Barbosa, Joseni Oliveira, Odahil Cardoso Monte e vários outros.

Quero lembrar também de colegas importantes da Rádio Difusora Acreana, como Washington Aquino, que hoje não está mais lá, Ilson Nascimento, o "Maninha", o grande locutor esportivo Zezinho Melo e meu amigo Leônidas Badaró, boa cria da nossa emissora.

Que venham outros 20 anos.

Caex completa 20 anos

Cooperativa de seringueiros idealizada por Chico Mendes completa vinte anos de fundação



Joseni Oliveira

A Cooperativa Agroextrativista de Xapuri completou, nesta segunda-feira, vinte anos de fundação. Administradores e sócios da entidade realizaram uma assembléia extraordinária, no auditório do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, com o objetivo de fechar a prestação de contas do exercício 2007 e comemorar a data especial.

A Caex foi criada no dia 30 de junho de 1988, ainda sob a coordenação do líder sindical Chico Mendes, com apenas 34 sócios. A cooperativa tinha o objetivo de eliminar do processo de comercialização da borracha a figura indesejável do atravessador e viabilizar o desenvolvimento econômico dos seus associados.

Passados 20 anos de sua criação, a cooperativa tem hoje 386 sócios e uma dívida de quase 1 milhão e 200 mil reais com a Conab – Companhia Nacional de Abastecimento. Com graves problemas herdados da gestão passada, a entidade que foi idealizada por Chico Mendes para atender aos interesses dos seringueiros acima de qualquer outro, vive um momento de luta para escapar da bancarrota.

A empresa chegou a ter todo o seu patrimônio penhorado pela justiça que expediu carta precatória para levantamento e avaliação de bens da instituição. Nos 12 meses, a atual diretoria vem travando uma verdadeira batalha para negociar dívidas e ainda assim conseguiu triplicar o volume da compra da castanha, um dos esteios da sobrevivência da Caex.

O atual presidente da Cooperativa, Luís Íris de Carvalho, mais conhecido como Licurgo, que está no cargo desde maio do ano passado, a nova diretoria encontrou a entidade praticamente falida, devendo impostos municipais e estaduais, com a folha de pagamento com quase cinco meses de atraso e com o seu estabelecimento comercial praticamente sem nenhuma mercadoria nas prateleiras. Licurgo conta que nos últimos anos uma série de atitudes da última gestão da empresa levou a cooperativa à iminência da falência total.

O maior golpe foi a perda dos recursos do Programa de Compra Antecipada da Produção de Castanha, que eram disponibilizados pela Conab. A má gestão do dinheiro levou a Caex à inadimplência com o governo federal em um valor superior a 1 milhão de reais, sem que ninguém saiba onde o dinheiro foi parar. A situação praticamente inviabilizou a Cooperativa.

O momento atual, segundo Luís Íris, é de otimismo com o futuro da Caex. Dívidas foram negociadas, encargos sociais foram atualizados e salários de funcionários foram regularizados. A pendência com a Conab será quitada em um prazo de no máximo três anos, o que de acordo com ele, renovará a confiança da instituição.

"Apesar das muitas dificuldades que enfrentamos, consideramos que ainda temos muito o que comemorar. Principalmente o resgate da importância da cooperativa para a vida e a sobrevivência do seringueiro. É compromisso nosso manter vivo aquele ideal do Chico (Mendes) quando imaginou a criação da cooperativa", disse o presidente Licurgo.

Um dos fundadores e o primeiro presidente da Cooperativa, o ex-prefeito Júlio Barbosa de Aquino considera que a Caex é a responsável pela valorização do extrativismo, principalmente da borracha e da castanha, como meio de sobrevivências das populações dos seringais.

"A partir da criação da Caex, a borracha e a castanha passaram a ter como instrumento regulamentador do seu preço a própria cooperativa. E isso foi extremamente importante para a economia do seringueiro aqui em Xapuri", disse ele.

PV se une a PSB e PP

A Executiva Municipal do PV decidiu ontem aderir à aliança composta por PSB, PP, PTN e PSL, que tem a candidatura majoritária de Manoel Moraes (PSB) e Mirco Soares (PP). A informação foi dada na manhã de hoje pelo presidente do diretório municipal do Partido Verde, Auricélio Azevedo.

A aliança liderada por PT e PC do B chegou a anunciar como certa a adesão do PV no último domingo, mas a recusa de grande parte dos filiados do partido em compor aliança com PT e PC do B, principalmente depois que o nome do empresário João Cardoso foi descartado da indicação para vice na chapa majoritária, como queriam os “Verdes”, levou a definição para um caminho diferente.

O PV, segundo Auricélio, entra na aliança no chamado “chapão”, com iguais oportunidades que os demais partidos aliados na eleição proporcional. O partido pretende eleger pelo menos um vereador entre os três candidatos que lançará. Os nomes são: o próprio Auricélio Azevedo, Luceni e Pedro Teles.