terça-feira, 1 de julho de 2008

20 anos de estrada



Completo, neste dia 1º de julho, 20 anos de trabalho no rádio e de uma dedicação especial à Rádio Educadora 6 de Agosto, esta emissora que se transformou, ao longo dos anos, em um dos principais patrimônios do município de Xapuri, seja pela importância que o rádio, esse veículo de comunicação centenário, possui para as populações amazônicas, apesar das inovações tecnológicas, seja pela importância da própria emissora, que há quase quarenta anos mantém uma relação de extrema familiaridade com a comunidade local e de municípios vizinhos.

Quando aqui cheguei, em 1988, aos 16 anos, não imaginava que me tornaria radialista. Eu era apenas um menino matuto, vindo do seringal, repleto de timidez. A rádio era municipal e o prefeito era um já irrequieto Vanderley Viana em seu primeiro mandato. Fui admitido a pedido de um tio e “padrinho”, o falecido ex-prefeito Édson Dantas, de quem o prefeito rezava a cartilha. Vanderley Viana assinou minha carteira profissional no dia 1º de julho, ato do qual viria a se arrepender anos depois pelo fato de não conseguir colocar-me cabrestos. Para mim, modéstia à parte, contratar-me foi uma dos poucos acertos de Viana teve em toda sua vida como administrador.

Posso dizer que minha história profissional e também de vida se confunde com a história da própria “Rádio 6 de Agosto”, nome que homenageia a Revolução Acreana. Aqui encontrei pessoas que influenciaram de forma decisiva à minha formação moral e ética, que aplico tanto na vida profissional quanto pessoal. Aqui encontrei personalidades que fazem parte da história da emissora, como Náder Sarkis, Sebastião Rodrigues e os saudosos Messias Cavalcante e Walter Nicácio, este último um dos grandes patrimônios da emissora.

É verdade que quando cheguei à emissora ela já havia passado pelo seu “período de ouro”, quando grandes nomes por aqui passaram e fizeram grande sucesso, saindo, posteriormente, para trabalhar em outros lugares. Dois exemplos são os radialistas Ailton Farias, que trabalhou nas rádios Caiari e Eldorado, além de outras, em Porto Velho, Rondônia, e Raimundo Nonato da Cruz, que aqui era o R. N. Cruz e que depois, em Rio Branco, no Rádio e na TV, se tornou o Nonato Cruz que hoje apresenta o programa Manhã Difusora, na Rádio Difusora Acreana.

Minha relação com o rádio começou, no entanto, bem antes que começasse a trabalhar na pequena emissora como sonoplasta. O radialista Ailton Farias, meu cunhado, me levava, ainda garoto, para o estúdio, durante os programas, e para as transmissões de futebol no estádio Góes e Castro. Nosso futebol, a propósito, dava gosto de ver naquela época. Foi ali que comecei a pegar gosto pelo bom futebol e pelo rádio, através das narrações esportivas do próprio Aílton Farias e também de Andrias Sarkis, outro narrador fantástico.

Na Rádio 6 Agosto, tive quatro grande incentivadores. Sebastião Rodrigues, hoje comerciante, no período em que trabalhei como sonoplasta. Sem ele, acho que não teria aprendido a mexer com aqueles botões de uma obsoleta mesa de som e velhas vitrolas. Pouco tempo depois fui incentivado pelo diretor da emissora, Messias Cavalcante, a fazer um teste de locução. Foi o momento mais difícil desses vinte anos. Messias, falecido há alguns anos, foi um grande companheiro de profissão e amigo. Como locutor fez sucesso em Xapuri com o inesquecível programa “Correio Musical”.

Outro grande amigo, Náder Sarkis, foi meu espelho no rádio e uma espécie de ídolo ao alcance das mãos. Foi um dos melhores locutores de rádio que já pude ouvir, dono de uma belíssima voz e de uma maneira muito especial de fazer comunicação radiofônica. Excelente cantor, abandonou o rádio há alguns anos para se dedicar à música e ao magistério. Atualmente, se dedica à sua saúde, depois de ter tido um infarto no ano passado.

A quarta pessoa com quem tive uma ligação muito forte nesta trajetória na Rádio 6 de Agosto é Walter Nicácio Pereira, uma figura extraordinária que deixou sua marca impressa na história da emissora. Walter tinha uma personalidade marcante e uma grande identificação com o ouvinte da zona rural. Costumo dizer que ele não era locutor e sim animador de rádio. Fazia sucesso em qualquer evento em que houvesse um microfone ligado. Como já disse, é um dos grandes patrimônios da emissora e baluarte da sociedade xapuriense.

Termino dizendo que o grande propósito deste texto é o de registrar essa data importante para mim, destacando os grandes amigos, colegas e companheiros que fizeram - e os que ainda fazem - parte desta minha humilde trajetória nesta gloriosa emissora de rádio. Impossível lembrar de todos, por isso peço desculpas a quem não está aqui sendo citado. Fazem parte deste rol, entre outras tantas, figuras como: Francisco Monteiro Franco, Roberto José, Ricardo Melo, o “Todo Feio”, João Barbosa de Farias, Francisco Pereira, Uziel Alves, Ilário Rodrigues, Aldemir Rodrigues, Luiz Soares, Valdimar Barbosa, Joncirlei Barbosa, Joseni Oliveira, Odahil Cardoso Monte e vários outros.

Quero lembrar também de colegas importantes da Rádio Difusora Acreana, como Washington Aquino, que hoje não está mais lá, Ilson Nascimento, o "Maninha", o grande locutor esportivo Zezinho Melo e meu amigo Leônidas Badaró, boa cria da nossa emissora.

Que venham outros 20 anos.

3 comentários:

Unknown disse...

Caro, amigo raimari que ria lhe agradecer pelas lindas palavras destinadas ao meu avô e lembra de uma das visitas que eu fiz com meu avô a radio 06 de agosto em que ele mim falava que você seria um dos melhores radialista dessa queria radio e para varia acho que ele não estava errado abraços meu querido amigo.

Ass.: Dr. Cleibony Nicacio

Pitter Lucena disse...

Caro Raimari, gostaria de saber o telefone do Nader, meu grande amigo. Grande abraço, Pitter Lucena.

Unknown disse...

Caro Ramari, Toda a Familia do Messias Cavalcante Agradeçemos pelos elogios direcionados a ele.