quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Crime da fazenda Paraná

Irmão da mulher de Darly comparece à delegacia de Xapuri para denunciar supostas ameaças do fazendeiro contra a esposa

Manoel Martins da Silva, irmão de Francisca Wanderléia Martins da Silva, mulher do fazendeiro Darly Alves assassinada no último domingo na fazenda Paraná, esteve na delegacia de Xapuri na manhã desta segunda-feira. Ele pretende informar o delegado Mardílson Vitorino de Siqueira, responsável pelo caso, sobre supostas ameaças que o fazendeiro teria feito contra a vítima.

As informações são da assistente da escrivania da delegacia de polícia de Xapuri, Francisca Flores do Nascimento. Segundo ela, Manoel foi orientado a retornar na próxima sexta-feira, quando o delegado, que está em Rio Branco no dia de hoje, retornará à cidade. Mardílson responde também pela delegacia do município de Epitaciolândia.

A família da vítima suspeita que Darly Alves tenha envolvimento com o assassinato da esposa, que foi morta por um filho do fazendeiro, José Góes Neto da Silva, 18, que está preso na delegacia de Xapuri. Em depoimento ao delegado Mardílson Vitorino, José Góes confessou o crime e assumiu toda a responsabilidade pela decisão de matar a madrasta. O único motivo apresentado por ele foi o fato de entender que “Léia”, não gostava de seu pai e tinha interesse em seu dinheiro.

Darly Alves disse, no dia do crime, que tinha um bom relacionamento com a esposa com quem convivia há quatro anos. “Ela gostava de mim, cuidava de minhas coisas e eu gostava muito dela”, afirmou ele enquanto esperava ser ouvido pelo delegado. O fazendeiro contou também que José Góes tinha ciúmes da madrasta e que esse seria o único motivo para que o filho resolvesse matá-la. Os familiares de Francisca, entretanto, discordam dessa boa convivência e afirmam que a mulher pretendia se afastar de Darly, motivo pelo qual estaria sendo ameaçada por ele.

Um ponto que pode pesar a favor de Darly é o de que foi o próprio fazendeiro quem indicou à polícia o possível paradeiro de José Góes após ter cometido o crime. Ele estava na casa de parentes no bairro João Eduardo, em Rio Branco, depois de ter fugido pela BR-17, e foi preso no mesmo dia pelo delegado de Xapuri, com o cartucho calibre 16, descarregado, que usou para matar a mulher, ainda no bolso. Contra, pesam seu passado e fama.

Para Mardílson Vitorino, o delegado, o caso já está praticamente encerrado. Resta saber se as informações trazidas pelo irmão da vítima terão força para fazer com que a polícia abra um novo procedimento com relação ao caso, uma vez que existe um réu confesso e que assume para si toda a responsabilidade pelo crime.

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