quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Evandro Cordeiro explica

O repórter e colunista do jornal O Rio Branco, Evandro Cordeiro, explica em sua coluna na edição de hoje do matutino a sequência de fatos que o levaram a veicular uma informação sobre o fazendeiro Darly Alves que, mais tarde, se mostrou equivocada. Darly não saíra de Xapuri para um hospital em Rio Branco, como fizeram o jornalista acreditar as fontes a que ele recorreu. Eis as explicações:

"Com relação à suposta barrigada que estão anunciando aos quatro ventos dada por este repórter, esclareço o seguinte:

Estive, sim, em Xapuri, na companhia do diagramador Ray Melo e do cinegrafista Chico Teixeira. Fui ao município atraído pela promessa de um amigo do fazendeiro Darlyzinho de que o pai dele, Darly Alves da Silva, me concederia longa entrevista. Nada mais interessante que, nos 20 anos da morte de Chico Mendes, conceder um espaço para o homem acusado de matá-lo. O velho receberia nossa reportagem. Pelo menos era a promessa.

Ao chegar à cidade, provavelmente orientados por advogados, eles desistiram da idéia. Um dos amigos de Darlyzinho ligou para seu celular. Do outro lado da linha o filho do fazendeiro teria dito que estava em Brasiléia, mas que no final da tarde passaria direto para Rio Branco. O propósito da viagem seria para acompanhar seu pai, que havia sido transferido às pressas para a capital, por ter tido seu estado de saúde agravado.

Ainda me informaram em Xapuri, inclusive um funcionário do hospital que não quis se identificar, que Darly sofre de depressão em elevado estágio, desde o assassinato de sua companheira, Francisca Wanderléia. Acredito, então, que não tenha havido má fé em nenhum momento.

Da parte do fazendeiro Darlyzinho, também acho que tenha apenas tentado se livrar da insistência da reportagem. Insistência da qual, a rigor, ele havia sido vítima há uma semana pelo repórter da Rede Globo, Ernesto Paglia.Para se livrar do repórter global a família usou subterfúgios similares.

Para se ter uma idéia, um dos filhos de Darly se justificou ontem ao repórter Altino Machado, que também tentava uma entrevista:

- O pai tem sofrido demais. Tem tido crise de choro, disse Oloci Alves ao colega, no Fórum Barão do Rio Branco.

Embora o jornalista tenha a obrigação de checar todas as informações, há momentos em que isso não é possível. Nesse caso, dizem os manuais, recorre-se às informações de fontes. Barrigadas não são meu forte. Publicar notícias importantes, sim".


Não sei se o repórter se refere a mim, que registrei aqui nesse blog o possível equívoco da informação, como o responsável pelo "anúncio aos quatro ventos" da barriga, que em jornalismo significa notícia falsa. Em todo caso, garanto que em nenhum momento atribuí ao jornalista o uso de má fé na divulgação da informação. Comer mosca é osso do ofício de todo profissional dessa área.

2 comentários:

cordeiro disse...

De forma alguma, meu caro Raimari, me reportei a você. Foram os jornais aqui da capital que insinuaram má fé deste humilde repórter no caso do Darly. Muito pelo contrário, com relação a você. Já o tenho, imagine, na con ta de meus amigos, embora não nos conheçamos. Vou, inclusive, fazer cometário idêntico na coluna de hoje. POde reparar amanhã.
Um abraço forte e a primeira cerveja - se é que você bebe - em nosso primeiro encontro será minha!

cordeiro disse...

Ah! Faço outro registro. Todo repórter aqui da capital recorre a seu blog no final da tarde.
Apenas para você ter ciência de que, certamente, ele (seu blogo) é um dos melhores dentre aqueles produzidos no interior.
Outro abraço