quarta-feira, 4 de março de 2009

Acre em alerta contra a dengue

Agência Saúde

O primeiro balanço parcial de dengue de 2009, divulgado nesta quarta-feira (4) pelo Ministério da Saúde, mostra queda de 40,53% dos casos da doença nas seis primeiras semanas do ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. De acordo com o boletim preliminar, fechado com informações enviadas pelos estados até ontem (3), foram notificados 42.956 casos de dengue entre 1º de janeiro e 13 de fevereiro deste ano, contra 72.234 no mesmo período de 2008. A tendência de redução foi observada em todas as regiões do país.

Embora os dados sejam positivos, o Ministério da Saúde reforça a necessidade de garantir a continuidade das ações e a mobilização contra a doença. “O fato de termos redução das notificações indica que o combate à dengue deve ser mantido o ano inteiro. Governos federal, estaduais e municipais, em parceria com a população, devem manter-se mobilizados contra a doença”, afirma o secretário de Vigilância em Saúde, Gerson Penna.

“Os dados são positivos, porém, preliminares. Precisamos ter cautela e não dar trégua ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, uma vez que estamos, neste momento, no período do ano de maior ocorrência de casos no país”, reforça o secretário-adjunto de Vigilância em Saúde, Fabiano Pimenta.

O boletim informa que, até dia 13 de fevereiro, foram registrados 66 casos de Febre Hemorrágica de Dengue (FHD) com três óbitos. Quanto aos casos de Dengue com Complicação (DCC), houve 75 notificações com duas mortes nesse mesmo período.

ESTADOS

O número de casos de dengue caiu em 20 estados e no Distrito Federal. Em seis unidades da federação, houve um aumento de notificações em relação ao mesmo período do ano passado e estão em alerta. São eles: Acre, Amapá, Roraima, Bahia, Minas Gerais e Espírito Santo. No caso do Acre, o aumento é alarmante. Nas seis primeiras semanas de 2008 foram registrados 261 casos contra 5.562 no mesmo período em 2009.

As principais ações colocadas em prática até agora no Acre são: a definição de unidades sentinelas no município de Rio Branco para distribuição de kits NS1 (monitoramento do sorotipo viral com teste de sangue que permite diagnóstico rápido); assessoria técnica do Grupo Executivo da Dengue; recurso exclusivo para dengue repassado ao Estado através do Teto Financeiro de Vigilância em Saúde, em outubro: R$ 2,7 milhões, e investimento de R$ 115,9 mil na aquisição de quatro veículos e quatro equipamentos (nebulizadores costais motorizados) para distribuição ao Estado;

Nos estados em alerta, os municípios em que há alta transmissão estão intensificando as ações de controle. Chamam atenção, principalmente, as cidades de Jequié (BA); Baixo Guandu, Serra, Nova Venécia e Vitória (ES); Belo Horizonte, Coronel Fabriciano e Itanhomi (MG); Rio Branco (AC); Boa Vista (RR); e Macapá (AP).

Embora o Rio de Janeiro tenha registrado queda de 89,79% dos casos de dengue em 2009 em relação a 2008, o estado e municípios fluminenses também estão em alerta contra a doença porque há grande complexidade na Região Metropolitana da capital, como alta densidade populacional e condições climáticas muito favoráveis à multiplicação do mosquito transmissor da dengue.

MOBILIZAÇÃO

A mobilização para evitar um agravamento do quadro de dengue em 2009 foi intensificada pelo Ministério da Saúde em outubro do ano passado — meses antes do início do período de maior transmissão da doença, que vai de janeiro a maio. É neste intervalo que ocorrem aproximadamente 70% das notificações.

Na ocasião, foi anunciado o aumento de recursos para estados e municípios, que elevou para R$ 1,08 bilhão a verba para o combate à doença, e a compra e distribuição aos Estados de 270 nebulizadores costais motorizados, 200 veículos Kombi, 100 motocicletas, 40 veículos pick-up e 30 pulverizadores costais motorizados. Em parceria com o Ministério da Defesa, 2.300 militares foram colocados à disposição para o combate à dengue e atendimento a pacientes. Já a parceria com o Ministério da Educação permitiu levar informação a estudantes e professores, como o filmete “Vila Saúde”, que está sendo veiculado para alunos do ensino básico.

O ministro José Gomes Temporão manteve intensa agenda com os gestores nos estados e municípios — especialmente para alertar contra uma eventual desmobilização e interrupção das ações de controle no período de transição de prefeitos e equipes após as eleições municipais. O Ministério da Saúde também lançou uma nova campanha de mídia sobre a prevenção da doença e anunciou os resultados do Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) com o objetivo de lançar o alerta nacional de reforço de ações em áreas críticas, entre outras ações.

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