domingo, 29 de novembro de 2009

Trabalho escravo em Xapuri

O site agazeta.net destacou, nesta semana que está findando, a informação de que trabalhadores rurais foram encontrados em situação de trabalho escravo em uma propriedade rual no município de Xapuri, mas omite, infelizmente, o nome da fazenda e de seu proprietário. Se a fiscalização for intensificada, esse, certamente, não será o único flagrante de pessoas sendo mantidas nessas condições aqui por essas. 

Outra realidade que está escondida por trás do silêncio das pessoas prejudicadas é a situação de “subemprego” em que se encontram funcionários em alguns comércios varejistas de Xapuri. Informação de um empregado de uma dessas empresas dá conta de que é comum que pessoas trabalhem sem carteira assinada, o que lhes priva de qualquer direito trabalhista, além de serem expostos a uma jornada de trabalho superior a que está prevista em lei sem serem remunerados por isso.

Em alguns casos, pessoas seriam contratadas por breves períodos (6 meses, por exemplo) e dispensadas logo em seguida, sem receber as verbas referentes a férias e décimo terceiro salário porporcionais. O que facilitaria essa prática pelos comerciantes seria uma espécie de acordo pré-ajustado entre contratante e contratado. Entre permanecer desempregado e obter um trabalho nessas condições, o candidato ao cargo opta pela segunda. Se descumprir o acordo e pleitear os direitos trabalhistas na justiça, o funcionário passa a ser considerado um “traíra” e ficará sujo no mercado de trabalho local e passará a ser evitado quando buscar emprego em outras empresas.

Não tenho como provar que o que vai acima está ocorrendo em Xapuri, visto que as pessoas que se sentem prejudicadas não se atrevem a colocar em riscos seus “empregos” denunciando os burladores da legislação trabalhista. O silêncio e a cumplicidade forçada de quem precisa levar o sustento para a família colaboram com os infratores. Mas basta que o Ministério do Trabalho intensifique a fiscalização para que essa realidade ultrajante seja comprovada em vários postos de trabalho em Xapuri.

Um comentário:

Carlos Augusto disse...

Isso não é novidade em Xapuri, só basta a justiça do trabalho dar uma fiscalizada nos supermercados de Xapuri aí sim vocês irão ver a exploração da mão-de-obra executadas pelos donos das empresas. Sem falar na fábrica de preservativos Natex, vários funcionários estão trabalhando mais de 50 horas semanais e não recebem nada nas horas ultrapassadas, com direito apenas de 30 minutos para almoçar. Agora imagine o tratamento desses exploradores donos de fazenda, que humilham e tratam seus trabalhadores como se fossem animais. Acorda Justiça do Trabalho!!!
Abraços.