domingo, 16 de maio de 2010

Fábio Jatene

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Encontrei a foto e o texto no jornal da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Não são tão recentes, na verdade a vinda do filho de Adib Jatene a Xapuri se deu em 2008, mas achei interessante postar aqui pelas informações sobre um pouco da história da família do famoso cardiologista xapuriense. Segue:

70 anos depois, de novo um Jatene nas ruas de Xapuri 

“Quase 70 anos depois que o garoto Adib Jatene deixou Xapuri, no estado do Acre, Fábio Jatene foi conhecer a cidade natal do pai e reviver a saga da avó, orgulho da família. “A cidade continua simples, muito pequena. Achei até a casa onde meu pai nasceu e velhos amigos da família”, conta.

A história que Fábio Jatene reviveu em Xapuri o enche de orgulho. “Meu avô, libanês da aldeia Petmelet, perto de Beirute, veio para o Brasil junto com um primo, na época da borracha”. O avô, Domingos Antonio, ficou em Belém, o primo foi para o estado do Acre e entrava na mata com tropa de burros para comprar borracha nos seringais. Mandava o produto de barco para o primo Domingos que o exportava.

Depois de casado com Anice Dib, que viera do Líbano com a mãe, Domingos foi para Xapuri comprar borracha e criar os quatro filhos. “Uma vez, voltou cedo da floresta com icterícia grave e morreu em seguida”, relata Fábio. Só com a mãe, os quatro filhos e uma menina que criava, Anice, viúva aos 25 anos, faz camisas para sobreviver. Após anos, reúne recursos para levar a família de “gaiola” a Belém. De lá, toma um navio para Santos e segue para Uberlândia, onde tinha parentes.

Em Minas, a mesma rotina: fazer camisas e calças, vendidas numa loja minúscula, mas que lhe renderam o bastante para os filhos estudarem fora. “A avó achava que só estudando em São Paulo poderiam entrar na faculdade. E acertou, pois meu pai fez Medicina na USP, meu tio Antonio fez Engenharia e Carmo, formou-se em Direito”. Quando a matriarca morre, aos 83 anos, os filhos estão formados, mas Adib queria ser sanitarista.

Após trabalhar com Alipio Correa Neto e instrumentar Zerbini nas primeiras cirurgias de estenose mitral, regressa a Minas, onde inventou um coração-pulmão com o qual fez extra-corpóreas em cães. “Meu pai já estava casado com minha mãe, que conheceu no bonde, quando veio a São Paulo para um evento, e Zerbini o convenceu a ficar. Por isso, acabamos vivendo em São Paulo”, conta Fábio.

Ele é um dos três “filhos de peixe” que se tornou cirurgião cardíaco, profissão também do irmão Marcelo. Ieda é cardiologista pediátrica, envolvida com problemas cardíacos congênitos. Dos quatro irmãos, só Iara fez carreira longe da medicina: é arquiteta. Conta que o pai nunca sugeriu aos filhos que cursassem medicina e confessa que seu sonho era ser piloto militar, depois optou por Veterinária, sempre apoiado pelo pai. “Ele me deu a maior força quando pensei em Veterinária”, lembra.

“Foi só no terceiro científico que optei por Medicina e não me arrependo”, diz. “Trabalhei 15 anos com meu pai; Ieda ainda trabalha com ele e acho que optamos pela Medicina pelo exemplo que vimos. Nunca houve pressão sobre a carreira que deveríamos seguir”. Até nisso, Fábio segue o que aprendeu com o pai. Deixou os filhos optarem livremente e um é publicitário, outro veterinário e a filha estilista. A unanimidade é o orgulho pela fibra da avó, a velha libanesa Anice Dib Jatene que, com seu esforço, formou a grande família Jatene”.

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