segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Isolados

A Survival International divulgou nesta segunda-feira (31) novas fotos de índios isolados que vivem no Acre, perto da fronteira com o Peru. As fotos foram tiradas pela Fundação Nacional do Indio (Funai), que autorizou a organização, sediada em Londres, a utilizá-las como parte de sua campanha para proteger o território dos índios isolados.

As fotos mostram os índios em detalhe nunca visto antes e revelam uma comunidade próspera e saudável com cestos cheios de mandioca e mamão fresco cultivados em suas roças. Alguns isolados aparecem nas fotos com roupas e utensílios furtados das casas de brancos e índios da região

Continue a ler no Blog da Amazônia, por Altino Machado. 

A rua dos cataventos

Mário Quintana

Da vez primeira em que me assassinaram,
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha.
Depois, a cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha.

Hoje, dos meu cadáveres eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada.
Arde um toco de Vela amarelada,
Como único bem que me ficou.

Vinde! Corvos, chacais, ladrões de estrada!
Pois dessa mão avaramente adunca
Não haverão de arracar a luz sagrada!

Aves da noite! Asas do horror! Voejai!
Que a luz trêmula e triste como um ai,
A luz de um morto não se apaga nunca!

domingo, 30 de janeiro de 2011

Parabéns, Tabajara!

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Meu primo Carlinhos Castelo, na foto com esposa Vandinha Saady e o caçula Serginho, 3 anos, (Pedro, o primogênito, 14 anos, não estava na hora da foto), comemorou mais um ano de vida neste domigo, 30.

A data foi comemorada de maneira simples, sem festa tradicional, mas num encontro de amigos verdadeiros para meu privilégio ocorrido em minha casa nesta tarde/noite de domingo.

Carlinhos Tabajara é um grande sujeito, um bom amigo, e apesar de já ter vivido muito, como denunciam seus cabelos e barba branca (providencialmente retirada antes do registro), merece muito mais.

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Acima, Jair do Peroba, o aniversariante e este blogueiro velho tricolor de alma e coração. A razão do sorriso maior ser o meu? O primeiro é vascaíno e o segundo, palmeirense. Explicado?

Ao Tabajara velho de guerra muitos anos de vida, com paz na família, saúde, assim no corpo (menos gordura no abdômen) como na mente, e muito amor no coração.

A vida imitando a arte

Marcelo andava nu em uma rua de Xapuri quando foi preso pela polícia

A imagem acima repercutiu bastante em Xapuri nos últimos dias. O que teria levado um jovem notadamente do bem, pacato e de bom comportamento a sair andando nu pelas ruas da cidade de Brasiléia causando tumulto e indignação?

Marcelo Silva Pinheiro, 21 anos, eletricista e morador de Xapuri é o protagonista dessa inusitada história. Ele foi preso na última sexta-feira (29) quando caminhava pelas ruas da cidade fronteiriça da maneira que veio ao mundo.

Conhecido pelos mais íntimos como “Natureza”, Marcelo é um sujeito trabalhador e bastante querido em Xapuri, prova disso são os inúmeros comentários de apoio postados no site o Alto Acre, que noticiou o fato.

O pitoresco episódio lembra uma história famosa do escritor Fernando Sabino, O homem nu, que conta o drama de um sujeito que ao sair nu para pegar o pão na porta de seu apartamento foi surpreendido por uma rajada de vento que fez sua porta bater, deixando-o preso, totalmente nu, do lado de fora, somente com o pão nas mãos para esconder sua nudez.

Como havia combinado com sua mulher que não atenderiam a campainha, pois estavam se escondendo de um cobrador, o protagonista de repente se vê numa situação sem saída. Ao ser avistado pelos vizinhos de prédio ele se torna o inimigo número 1 da cidade, fugindo da polícia como se fosse um tarado.

Como na história de Fernando Sabino, adaptada para o cinema por Hugo Carvana em comédia estrelada pelo ator Claúdio Marzo, espero que tudo acabe bem e que o bom Natureza retome sua rotina como pessoa respeitada que é em sua cidade. Quanto aos motivos que o elevaram à fama repentina, só ele mesmo pode explicar.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Cadeira cativa!

- Via Diário do Nordeste.

“Bolsa Tiradentes”

Governo já deu pensão a sete trinetos de Tiradentes

Josias de Souza

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A pretexto de render homenagens à memória de Tiradentes, o governo brasileiro levou à forca o pescoço da Viúva.

A ditadura militar criou, em 1969 a ‘Bolsa Tiradentes’.

Destinava-se a brindar com aposentadorias vitalícias os "últimos três trinetos" do mártir da Independência.

Responsável pela restituição da memória da prebenda, o repórter Bernardo Mello Franco conta, na Folha:

Súbito, outros beneficiários foram brotando do nada.

Nas pegadas dos "últimos três" surgiram mais quatro descendentes de Tiradentes.

Comprovaram o parentesco e tornaram-se beneficiários da pensão –dois sob Sarney; uma sob FHC.

Decorridos 42 anos desde a instituição do mimo, uma ancestral do alferes continua apalpando a aposentadoria até hoje: a tetraneta Lúcia de Oliveira Menezes.

A despeito do baixo valor –dois salários mínimos—, o benefício desperta cobiça inaudita. Lúcia tem duas irmãs. Ambas cogitam requerer a pensão.

Não são as únicas. Descobriu-se que a árvore genealógica de Tiradentes é inacreditavelmente frondosa.

Lúcia avisa que tem algo como 200 parentes da mesma geração. "Tenho primo para tudo quanto é canto”, diz ela. “Eu acho que eles têm direito também".

Lucia receia que, além da parentela genuína, aproveitadores tentem tirar proveito da valiosa memória do mártir:

"Tem gente que gosta de se aproveitar, né? Mas eu acho difícil. A Justiça é lenta, mas não é injusta".

Vem de longe, como se vê, a cultura do privilégio que converteu o Brasil em empreendimento unifamiliar. Os ex-governadores "vitalícios" apenas aperfeiçoaram a técnica.

Quanto ao barulhinho que você ouve ao fundo, não se preocupe. É apenas o ruído dos pedaços de Tiradentes revirando na cova.

Blog do Josias.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Sintegesp/AC

Alguém precisa informar ao público interessado o que aconteceu com o Sindicato dos Gestores e Técnicos em Gestão Pública do Estado do Acre - Sintegesp/AC. A entidade representativa de classe comemorou, no ano passado, um “acordo” confuso com o governo que não trouxe nenhuma vantagem para a categoria, que vinha sofrendo uma defasagem de quase três anos em seus vencimentos, para depois desaparecer do mapa e não dar mais notícias.

Com o “acordo” fechado no ano passado, os Gestores de Políticas Públicas tiveram um acréscimo R$ 134,00 no seu piso salarial, que ficou passou de R$ 2.100,00 para R$ 2.234,00. O teto foi fixado em R$ 4.915,00 podendo ser atingido em até 15 anos, mediante confusos e rigorosos requisitos que seriam construídos junto com o sindicato.

O último ponto do “acordo”, chamado pelo Sintegesp de “conquista”, previa para o ano de 2011 o recebimento pela categoria dos Gestores de Políticas Públicas do Prêmio Anual de Valorização Profissional do Servidor – o chamado 14º salário –, o que deveria ocorrer universalmente em janeiro, podendo ser dividido em 2 parcelas, mas que, por enquanto, não ocorreu.

Alguém deve estar se perguntando o porquê da palavra acordo estar grafada entre aspas nos parágrafos acima. É simples. O acordo propalado pelo Sintegesp nunca existiu. O governo construiu sozinho as mudanças na estrutura do PCCS da categoria e o sindicato apenas disse amém ao que estava escrito. Nada mais do que isso.

A carreira de Gestor de Políticas Públicas no estado do Acre foi criada em 26 de janeiro de 2006, durante o mandato do então governador Jorge Viana, por meio da Lei 1.704, que exige curso de graduação de nível superior em qualquer área. 

Os cargos são vinculados à Secretaria de Estado de Gestão Administrativa e os gestores estão lotados nas diversas unidades do Poder Executivo, autarquia e fundação públicas, de acordo com o interesse da administração.

De acordo com a lei que criou a carreira, as atribuições eram propor, elaborar, coordenar e exercer atividades relacionadas à gestão de políticas públicas nos aspectos técnicos e administrativos relativos à formulação, implementação, execução, acompanhamento e avaliação, bem como de direção e assessoramento em escalões superiores da administração pública estadual direta, autárquica e fundacional.

Os gestores seriam responsáveis ainda por planos, programas e projetos estaduais direcionados ao desenvolvimento sustentável nas áreas de infra-estrutura, produção, economia, comércio exterior, inclusão social, meio ambiente, saúde, educação e segurança pública.

O trabalho consistiria também em elaborar, executar e acompanhar o orçamento estadual e o plano plurianual; desenvolver estudos e pesquisas aplicadas à gestão; propor, elaborar e executar políticas de incentivos ao desenvolvimento regional; elaborar, gerenciar e executar convênios, contratos e operações de crédito em âmbito nacional e internacional.

A Lei 1.704 criou também 350 vagas para o cargo de Técnico em Gestão Pública, de nível médio. Entre as atribuições, estavam exercer atividades de nível intermediário a fim de fornecer auxílio técnico e administrativo, favorecendo o exercício do gestor nas suas atividades.

As atribuições de Gestores e Técnicos em Gestão estão no tempo pretérito nos parágrafos acima porque na prática esses profissionais, em sua grande maioria, jamais desempenharam as funções previstas na Lei. Foram espalhados pelas diversas secretarias estaduais para exercer as mais diversas funções determinadas aos critérios de seus chefes imediatos. 

De promessas de modernização do serviço público e de solução para os cabides políticos que infestam o governo, esses profissionais passaram a apenas quantidade a engrossar a folha de pagamento. Sentindo-se abandonados e desvalorizados, após acreditarem na possibilidade de uma carreira promissora, muitos debandaram, através de concurso público, para outras áreas.

Infelizmente, o sorriso realização profissional que aparece no rosto do sujeito que aparece na imagem acima, que ilustra a página do Sindicato dos Gestores e Técnicos em Gestão Pública do Estado do Acre na internet, não faz parte da realidade daqueles que, como eu, esquentaram banco de faculdade por 4 anos para depois prestar concurso e desempenhar uma função que poderia ter bem mais destaque e valorização na estrutura funcional do estado do Acre.

O Sintegesp informava seus poucos associados através de uma home page e de um blog. As últimas informações, em ambas as páginas, foram postadas no dia 4 de abril do ano passado, um domingo. O telefone informado no blog (68 3224-1720)‎ não atendeu às várias ligações que fiz nos últimos dias. O Xapuri Agora se coloca à disposição dos atuais diretores do sindicato para qualquer esclarecimento.

Edvaldo Souza

Visibilidade na internet

Edvaldo

Análise Politike, realizada entre 01 de janeiro de 2010 e 26 de janeiro de 2011, comparou a repercussão na web dos deputados estaduais eleitos no Acre: Jamyl Asfury (DEM), Edvaldo Souza (PSDC) e Manoel Moraes (PSB).

Entre os estaduais avaliados, Edvaldo Souza obteve maior visibilidade, totalizando 344 menções na web. Logo em seguida, aparece Manoel Moraes, com 164 referências na rede. Enquanto que Jamyl Asfury repercutiu em aproximadamente 29 menções.

Edvaldo Souza foi o estadual que mais repercutiu na blogosfera: foram 174 posts. A principal menção é datada de outubro de 2010, referente à manchete: " Renovação na Aleac é de 50%", sobre a renovação de 12 das 24 vagas disponíveis para o mandato de 2011 a 2014, no Acre. Entre os novatos a serem diplomados estava Edvaldo Souza (PSDC).

Em sites noticiosos, Edvaldo obteve 46 menções. A principal é datada de dezembro e refere-se à diplomação dos candidatos eleitos no Estado. Entre os nomes dos deputados estaduais divulgados no site está o de Edvaldo.

A POLITIKE é uma empresa especializada em análises pela internet. Analisa a influência e a relevância de formadores de opinião para disseminar informações estratégicas.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

“Bolsa-bandido”

“É engraçado o cidadão trabalhador comum receber hoje seu mísero - se tiver um emprego - salário de R$ 510 enquanto os bandidos, sem trabalhar e ainda comendo às custas do Estado, terem um salário superior ao das pessoas de bem. Esse é o Brasil”.

Comentário acima é do jornalista Washington Aquino, do programa Gente em Debate da Rádio Difusora Acreana, durante entrevista com a representante da Assistência Social do INSS no Acre, Sônia Silveira, na manhã desta quianta-feira, 27.

Aquino se refere ao Auxílio-reclusão, excrescência criada durante o governo de Fernando Henrique Cardoso e aperfeiçoado no de Luís Inácio Lula da Silva. Sônia explicou que o presidiário tem direito ao auxílio-reclusão de até R$ 810 ao mês enquanto permanecer sob a custódia do estado.

Fraude

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A prefeitura de Xapuri providenciou uma proteção de vidro para a suposta imagem de Nossa Senhora Aparecida, surgida misteriosamente aos pés de São Sebastião, mas igreja ignora o que para muitos seria uma aparição da santa.

O prefeito Ubiracy Vasconcelos explicou que a partir do momento em que a imagem passou a ser muito visitada, as pessoas tocaram a tocá-la e riscá-la na tentiva de descobrir o que haveria por baixo da figura, daí a ideia de protegê-la da ação dos curiosos.

Bira Vasconcelos fez questão de deixar claro que a medida de colocar uma proteção na imagem não representou nenhum juízo de valor com relação à suposta aparição. “Resolvemos preservar, apenas, para que a igreja, depois, resolvesse o que fazer”, explicou.

O padre Francisco das Chagas, pároco de Xapuri, se manifestou sobre a imagem dizendo que facilmente se percebe que a figura surgida na base da estátua de São Sebastião é obra de um artista de pouco talento.

“Não é necessária nenhuma investigação para se chegar a conclusão de que aquela imagem é obra de alguém que quis criar um fato novo, aproveitando-se da força da fé do povo. E o autor da obra ainda foi muito ainda foi muito infeliz nesse trabalho”, concluiu o padre.

A misteriosa figura surgiu quando um ajudante de pintor raspava a base de concreto para a nova pintura, em razão da Festa de São Sebastião. Ao se deparar com a forma que apareceu à sua frente, largou o serviço e se pôs a divulgar o achado.

Muita gente visitou a imagem, fotografou, rezou e acendou velas, como mostra a fotografia que ilustra a postagem. Com o veredito do padre, será apenas  mais um episódio a fazer parte do extenso rol de histórias a serem contadas em Xapuri.

Emylson Farias

O secretário de Polícia Civil do Acre, Emylson Farias, deu posse a mais seis peritos criminais, com especialização em medicina veterinária, engenharia civil e florestal. O ato de posse dos novos profissionais ocorreu nessa quarta-feira, 26, com a presença do secretário de Segurança Pública, Renir Graebner, entre outras autoridades ligadas ao setor.

O chefe da Polícia Civil ressaltou o esforço do governo no combate à criminalidade e citou como exemplo os investimentos na área de segurança e a redução em 50% nas ocorrências de crimes contra vida, em 2010, na região do Juruá. Farias disse também que, com o ingresso dos novos servidores, a ciência forense (prova técnica pericial) da Polícia Civil ganhará mais celeridade e qualidade no atendimento ao cidadão.

Xapuriense, o delegado Emylson Farias visitará sua cidade natal neste fim de semana e será entrevistado por este blogueiro sobre segurança pública no Acre, atuação da Polícia Civil e outros assuntos no programa Xapuri em Destaque da Rádio Educadora 6 de Agosto, que vai ao ar aos sábados a partir das 10 horas da manhã.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Dengue: Rio Branco no topo da lista

Secretarias estaduais de Saúde terão prazo de 24 horas para avisar o Ministério da Saúde sobre casos graves de dengue e as mortes causadas pela doença. A edição desta quarta-feira (26) do Jornal Nacional escancarou para o Brasil o drama da dengue em Rio Branco, capital do Acre, que está no topo da lista de capitais em risco de sofrer um surto da doença. Clique aqui para ver a reportagem completa da equipe do JN no Ar.

Monteirinho

Acordeonista Monteirinho lança novo trabalho. Intitulado Acre em Música, projeto reúne o autêntico forró dos seringais.



Por Rose Farias

Conhecido artista popular, o músico e acordeonista Francisco Monteiro de Carvalho, o Monteirinho, prepara a produção do seu mais novo trabalho em CD, intitulado Acre em Música, previsto para ser lançado no próximo mês de fevereiro.

Financiado com recursos da Lei Estadual de Incentivo à Cultura da Fundação, do governo do Estado, o CD reúne 14 composições de autoria do artista, consideradas verdadeiras pérolas da cultura popular dos seringais.

Fã de Dominguinhos, Sivuca, Trio Nordestino e Elba Ramalho, o músico traz em seu mais novo trabalho composições que revelam sua simplicidade de homem do seringal, além de traduzirem o amor pelo Acre e a preocupação com o meio ambiente, como nas músicas A luta não foi em vão (homenagem a Chico Mendes), Rio Acre e Bicharada.

“Boa parte das minhas letras vem por inspiração; em outras, as pessoas me contam um 'causos' e eu invento a letra, que traz uma mensagem social e romântica. Minha música é mais forró, marcha e bossa nova”, afirma.

Quem conhece bem Monteirinho sabe de sua herança de homem simples, filho de seringueiros, nascido no seringal Cachoeira, em Xapuri. Ele é o autêntico artista que carrega nas veias a herança nordestina e retrata em suas letras as maravilhas da Amazônia, mostrando que por essas bandas de cá também se produz forró de qualidade.

O 'forrozeiro da floresta', como costuma ser chamado pelos amigos que o acompanham, é figura indispensável nos eventos culturais, emprestando sempre sua verve de artista regional em suas apresentações acompanhado de sua banda, Os Bagunceiros do Forró. Monteirinho costuma dizer que a ordem é ninguém ficar parado, quando se apresenta em festas e bailes da capital e de outros municípios acreanos. É nesse momento que as pessoas se contagiam, embaladas pelo ritmo do forró puxado por seu inseparável acordeon.

Com mais de 50 anos dedicados à música, Monteirinho é um artista que traz a beleza poética de suas canções, feitas, como ele define, “para todos os gostos”, o que revela sua versatilidade musical.

Fonte: Agência de Notícias do Acre.

TJAC via satélite

Tribunal de Justiça do Acre vai utilizar rede de satélites para interligar Comarcas mais distantes.

Agência TJAC

Para mitigar a barreira geográfica que isola as comarcas mais remotas do Estado, o Tribunal de Justiça do Acre passará a utilizar em breve uma rede de satélites. As antenas serão instaladas por equipe do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e fazem parte do projeto de integração da Amazônia Legal – que inclui também os estados do Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará e Roraima.

A parceria firmada em 2010 entre o CNJ e o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam) vai possibilitar a chegada da Internet banda larga e melhorar a comunicação entre os sete tribunais de Justiça da região Norte que integram a Amazônia Legal.

Um projeto-piloto será desenvolvido nas comarcas de Assis Brasil (AC), Vitória do Jarí (AM), Benjamim Constant (AM), Alto Parnaíba (MA), Tabaporã (MT), Jacareacanga (PA), Caracaraí (RR) e em um barco da Justiça Itinerante no Amapá. No Acre, as antenas devem ser instaladas nos próximos meses, e devem garantir a comunicação simultânea de voz e dados, via Internet.

O convênio assinado pelo Conselho Nacional de Justiça prevê a instalação de 200 antenas em comarcas da região Norte.

A instalação dos equipamentos faz parte do Acordo de Cooperação Técnica firmado em 2009 entre o Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), órgão vinculado à Casa Civil da Presidência da República e o Conselho Nacional de Justiça.

Os Ombros Suportam o Mundo

Carlos Drummond de Andrade

Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Tempo de absoluta depuração.
Tempo em que não se diz mais: meu amor.
Porque o amor resultou inútil.
E os olhos não choram.
E as mãos tecem apenas o rude trabalho.
E o coração está seco.

Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Ficaste sozinho, a luz apagou-se,
mas na sombra teus olhos resplandecem enormes.
És todo certeza, já não sabes sofrer.
E nada esperas de teus amigos.

Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Teu ombros suportam o mundo
e ele não pesa mais que a mão de uma criança.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação.

Os versos acima foram publicados originalmente no livro "Sentimento do Mundo", Irmãos Pongetti - Rio de Janeiro, 1940.  Foram extraídos do livro "Nova Reunião", José Olympio Editora - Rio de Janeiro, 1985, pág. 78.

Visite "Biografias".

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Acidente na balsa

Corda não resiste e caminhão-caçamba cai no Rio Acre

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Um caminhão-caçamba da empresa Cepel Engenharia, que fazia o transporte de material para as obras de asfaltamento de ruas no bairro Sibéria, em Xapuri, caiu no Rio Acre na manhã desta terça-feira (26) depois que a corda que atracava a balsa quebrou. Com o rompimento da corda, a balsa se afastou da margem e o caminhão caiu nas águas no momento em que subia na embarcação.

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O motorista José Ferreira da Silva (ao centro), 53, que tem mais de 30 anos de experiência, nada sofreu. Segundo ele, nada pôde ser feito para evitar que o carro, carregado de areia, caísse nas águas do rio. Outra pessoa que também estava no veículo no hora do acidente também não se feriu.

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Acima, o motivo do acidente. Em vez de um cabo de aço, uma corda de náilon, que apesar de grossa, não aguentou o peso que a caçamba carregada de areia exerceu sobre a embarcação no momento da subida. A responsabilidade pelo serviço de travessia de veículos e pessoas para a outra margem do Rio Acre em Xapuri através da balsa é do Departamento de Estradas de Rodagem, Infraestrutura Hidroviária e Aeroportuária do Estado do Acre (Deracre).

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Como a reivindicada ponte sobre o Rio Acre em Xapuri ainda é apenas um sonho distante, a balsa é a única alternativa da atualidade para a travessia de veículos entre as duas margens. No caso de veículos pesados como o caminhão-caçamba que caiu no rio, fica uma certa impressão que o tamanho da balsa que está em operação na cidade não é adequado para suportar tanto peso.

“Somos todos culpados”

João Marcelo Garcez

A vida é muito barata em certos lugares.

Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis, Niterói e Rio de Janeiro, cidades vítimas de enchentes e desmoronamentos recentes, que o digam.

Imprevidência administrativa, falta de uma política de ocupação de solo urbano.

A maior tragédia ambiental já ocorrida no Brasil escancara o desleixo de quem governa.

E até de quem já não governa mais.

Olhares compungidos, lastimam o infortúnio de centenas de famílias dizimadas.

Mas abrir mão da aposentadoria vitalícia, felizmente contestada pela OAB, nem pensar.

E a tal isonomia entre os cidadãos brasileiros?

Tornou-se indignação bem-pensante dizer que o aquecimento global e as mudanças climáticas afetam urgência e conscientização.

Rodeio que mascara a realidade dos fatos.

Sim, o planeta grita faz tempo, mas, muito antes disso, já elegíamos gente que “está se lixando” para a opinião pública.

É VOCÊ quem manda em sua cidade, em seu país.

Ocupantes do governo nada mais são do que VOCÊ lá representado.

Não foi VOCÊ quem, afinal, votou?

Triste conclusão: somos todos culpados pela tragédia.

João Marcelo Garcez (31) é jornalista e publicitário.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

“Estelionato histórico”

A Revolução Acreana completa hoje 108 anos do seu término e um mito criado nos anos de 1980 sobre o seu início ainda teima em distorcer a história. Na procissão de São Sebastião, no último dia 20, como de costume o padre Francisco das Chagas fez uma das paradas em frente ao prédio da Casa Branca para fazer uma bênção no local como se ali houvesse tido início a luta armada liderada por Plácido de Castro e seus soldados-seringueiros.

Na verdade, há quase três décadas os turistas que visitam Xapuri são levados a crer que o prédio da "Casa Branca", tombado como patrimônio histórico e cultural de Xapuri, foi a sede da Intendência Boliviana onde ocorreu o célebre encontro entre o coronel Plácido de Castro e o intendente boliviano da então Mariscal Sucre, Juan Dios Barrientos, que marcou o início da Revolução Acreana. Veja abaixo a placa de tombamento do prédio.

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O historiador Marcos Vinícius Neves afirma que a versão, criada na década de 1980, é um "estelionato histórico". O prédio, na verdade, foi erguido em 1910 para servir como hotel e restaurante, e nos anos 80 do século passado foi erroneamente classificado como tendo sido a Intendência Boliviana na qual, em 6 de agosto de 1902, foi deflagrada a Revolução comandada por Plácido de Castro.

Veja o que o historiador diz em dois artigos publicados na coluna Miolo de Pote, do jornal Página 20, dos quais extraí os trechos abaixo (leia aqui e aqui):

"Isso me lembra a atrocidade cometida há alguns anos atrás quando um doido inventou que a Casa Branca de Xapuri tinha sido a Intendência Boliviana atacada por Plácido de Castro em 06 de agosto de 1902. Mesmo que os velhos senhores de Xapuri contassem que a verdadeira Intendência Boliviana tinha sido no local onde hoje está o Hospital Epaminondas Jácome. Só importava que parecia uma boa idéia ter o local do início da Revolução pros turistas visitarem e pronto! Uma mentira que de tão repetida acaba tomando foros de verdade. O problema é desfazer o erro depois, mas isso não é problema dos marketeiros, esses só querem continuar vendendo Coca-cola...”

“Não bastaram, para desfazer a “invencionice” de quem queria a todo custo produzir atrativos turísticos, os protestos de antigos xapurienses que sabiam que ali nunca tinha sido a Intendência Boliviana de Mariscal Sucre. Assim como não foi suficiente o desenvolvimento de trabalhos de historiadores dando conta de que aquele prédio era mais recente que os acontecimentos da Revolução Acreana e que havia abrigado apenas atividades comerciais”.

“Até hoje a fraude da “Casa Branca” de Xapuri continua sendo ensinada às novas gerações de acreanos e prejudica enormemente a compreensão da formação de uma das cidades mais importantes da história do Acre. Afinal, na verdade, a Intendência boliviana ficava abaixo da boca do rio Xapuri (e não acima como está a “Casa Branca”) para viabilizar a cobrança de impostos sobre a borracha produzida nos seringais desse rio além dos seringais do rio Acre. Assim turistas acreanos, brasileiros e estrangeiros seguem sendo enganados por um verdadeiro estelionato histórico. E infelizmente existem muitos outros exemplos de ações semelhantes por todo o Acre”.

Nas fotos abaixo, o hospital Epaminondas Jácome, verdadeiro local onde funcionou a Intendência Boliviana, e a placa que informa ter sido ali o local do início da Revolução Acreana.

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Hospital de Xapuri: "Um doido inventou que a Casa Branca de Xapuri tinha sido a Intendência Boliviana".

Capiberibes lançam portal em defesa dos mandatos

Informativo abaixo está sendo enviado a jornalistas via e-mail.

Caros amigos e amigas,

Eu e minha companheira Janete estamos vivendo uma situação kafkiana, absurdamente inédita, creio que única na história republicana, três vezes cassados, uma na ditadura duas na democracia, como se não bastasse, nós que em passado recente, conjulgávamos o verbo malufar, hoje temos em Maluf o "ficha limpa Nº 1" da república. Sem esmorecer, dispostos a travar o bom combate, comunico-lhes que está na internet um portal de informação a nosso respeito, (www.justicaparaoscapiberibes.com.br), com espaço para colher assinaturas em defesa de nossos mandatos e da soberania do voto popular. Sei que nosso problema é político, nosso adversário, José Sarney, é poderoso, usa seus tentáculos e sua força para nos esmagar, não temos a quem recorrer a não ser a opinião pública para denunciar, o que disse o Prof. Dallari em artigo, a utilização desonesta dos meios institucionais implantados para a promoção da justiça. Espero contar com o apoio de vocês assinando e divulgando o site em suas redes de amigos.

Abraços.

João Capiberibe.

Nota da Agência Brasil, na manhã de hoje (24/01):

O ex-governador do Amapá João Capiberibe (PSB), que concorreu ao senado nas últimas eleições, entrou com uma ação no Supremo Tribunal Federal (STF) para ser diplomado em 1º de fevereiro. Para isso, Capiberibe quer que a Corte suspenda os efeitos da Lei da Ficha Limpa sobre sua candidatura e que seus mais de 130 mil votos sejam validados, conforme informações divulgadas nesta segunda-feira.

Os advogados de Capiberibe querem que a Ficha Limpa não se aplique ao caso de seu cliente enquanto o STF não se posicionar em definitivo sobre o assunto. "Deve prevalecer a vontade popular dos mais de 130 mil eleitores que o elegeram senador da República pelo Estado do Amapá", afirmaram. O Supremo julgou a validade da lei no ano passado, mas a votação terminou empatada e o critério para a aplicação ficou para ser decidido caso a caso.

Capiberibe teve seu registro de candidatura negado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) porque teve o mandato de senador cassado em 2004, por captação ilícita de votos, o que o tornaria inelegível até 2010.

O ex-governador, então, entrou com um recurso contra a decisão do TSE, mas ele ainda não chegou ao STF, já que tem que ser liberado pelo presidente da corte eleitoral. Para que o processo seja apreciado a tempo da diplomação, a defesa de Capiberibe entrou com uma cautelar para que o pedido seja analisado com urgência.

Do Blog do Edinei Muniz

O povo pagou a conta da paixão

No Acre acontecem coisas que até Deus duvida e o diabo nem quer saber. O caso a seguir é um exemplo. Lá em Xapuri - a Ipiranga do Acre - existe um bairro muito antigo chamado pelo povo de “Bolívia”, apesar do seu verdadeiro nome ser Braga Sobrinho, em homenagem a uma das mais fortes casas aviadoras da região no início do século passado.

Talvez por insistência dos moradores em chamarem o bairro pelo nome do inimigo, toda aquela gente humilde, no início da ditadura militar, foi vítima de uma história inusitada envolvendo um certo político da Arena – A Aliança Renovadora Nacional -, que comia, bebia e engordava junto com os militares.

O alcaide da época andava enrabichado com a filha de um certo fazendeiro do lugar e, lá pelas tantas, com a fatalidade do casório praticamente se consolidando, resolveu pagar o dote da noiva com dinheiro público. Eu explico.

O bairro da Bolívia, que não passa de uma única e longa rua, é cercado por duas pontes: uma fica na entrada (início da rua), ligando o resto da cidade ao bairro propriamente dito, a outra, fica no final, interligando a “Bolívia xapuriense” a uma certa fazendola, que na época pertencia ao sogrão do nosso herói apaixonado.

Pois bem, coincidência ou não, nesse mesmo período, a Prefeitura de Xapuri recebeu dos militares recursos suficientes para a construção de uma ponte em alvenaria.

Bom, agora chegamos ao ponto máximo da nossa historinha. Recebido o recurso, o nosso Dom Juan ficou numa dúvida infernal: construir a ponte do início da rua, e assim beneficiar a imensa maioria dos moradores, ou fazer a do final, que só serviria para o sogro? Eis a questão.

E não é que o infeliz optou pela segunda alternativa. Difícil de acreditar, mas é a mais cristalina verdade.

A imagens mostram o desfecho final desse triste fato. Passados mais de 40 anos, o resultado é o seguinte: a primeira ponte, necessária a 99,99% dos moradores, continua com estrutura de madeira, e a outra, que hoje, assim como naquela época, atende a uns dois ou três, está lá toda no concreto armado, quarentona.

Contando ninguém acredita. Se duvidar, vá lá pessoalmente e confira.

Edinei Muniz é xapuriense, advogado e escreve no blog Verbo Jurídico.

Cinema acreano

A Associação Acreana de Cinema (ASACINE), a Fundação Elias Mansour e a Fundação Municipal de Cultura de Xapuri realizam, no período de 24 a 28 de janeiro, Mostra de Filmes Acreanos e Oficina Técnica de Formação em Cinema e Vídeo. A programação ocorrerá no Museu Casa Branca, no horário das 19 horas. Serão seis filmes, todos acreanos, é claro. E para participar da oficina, as inscrições estão sendo feitas no próprio local. Os filmes em cartaz, são:

Sujeito Coletivo – documentário de Marcos Fernando;

Revolução Acreana - documentário de Adalberto Queiroz;

Trottamondos- transformando sonhos em realidade - documentário de Gilberto Farias;

Mais Educação - HSC documentário;

Fala Xapuri - documentário de Adalberto Queiroz;

Que Droga é Essa - Fiçção de Inez de Andrade.

É só conferir.

Porto Acre comemora o fim da Revolução Acreana

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Samuel Bryan, Agência de Notícias do Acre.

Há 108 anos, na região que se tornaria Porto Acre, no dia 24 de janeiro, acreanos liderados por Plácido de Castro e bolivianos do outro lado viviam os últimos momentos das batalhas da Revolução Acreana, quando finalmente Puerto Alonso se rendeu e hasteou sua bandeira branca. Hoje, a cidade de Porto Acre parou para comemorar essa importante data para todos os acreanos, que marca a data de nascimento do Estado do Acre.

Durante as comemorações e homenagens, Abrahin Farhat, o Lhé, representante da Confraria da Revolução Acreana, explicou: “Durante a manhã, há 108 anos, Porto Acre era um fogaréu de balas de canhão e apenas às 18 horas o lado boliviano levantou sua bandeira branca”. Durante a Revolução Acreana, em 6 de agosto de 1902, o militar gaúcho José Plácido de Castro foi enviado ao Acre pelo governador Silvério Néri e iniciou a revolução. Os revolucionários tomaram toda a região, exceto Puerto Alonso, que se rendeu somente em 24 de janeiro de 1903, data que marca o fim das batalhas.

Após esse momento, Plácido de Castro decretou o Estado Independente do Acre, transformando a região por um curto período de tempo num país independente. “Somos o único povo que lutou para ser brasileiro. Porto Acre é a cidade que tem a certidão de nascimento do Acre”, relembra Lhé. Os detalhes sobre a história da Revolução Acreana talvez sejam pouco conhecidos até pelos próprios acreanos, mas ainda assim fascinam quem a conhece, como um escritor espanhol que se dedicou a escrever uma obra que retrata a história de Galvez, chamada "Estrela Solitária".

O prefeito de Porto Acre, José Maria, reafirmou o compromisso histórico de Porto Acre, cidade que também comemora seu aniversário junto com o fim da Revolução Acreana. “Temos que construir e contar ainda mais essa importante história”, resumiu. Até janeiro de 2012, Porto Acre deve receber o Museu da Revolução, que, além de retratar os fatos da Revolução Acreana e manter um acervo que conte essa história, também reconstruirá as trincheiras das batalhas.

Um livro, uma homenagem

A solenidade de comemoração do fim da Revolução Acreana também contou com a presença do poeta e escritor de cordel Elias Rosendo, que lançou seu livro "A Conquista do Coronel Plácido de Castro". Com quase 90 anos, Elias Rosendo escreveu essa obra recheada de poemas sobre os momentos marcantes da revolução e destacou seu maior personagem. “Foi aqui que tentaram derrubar o navio do Plácido de Castro com uma corrente atravessando o rio. Muita gente morreu para realizar esse sonho”, conta o poeta.
Também foi realizada uma homenagem a outro herói da revolução, o militar Francisco José dos Bastos, o Capitão Carioca. Uma placa em sua homenagem foi erguida, relembrando todos aqueles que lutaram para que o Acre fosse incorporado ao Brasil. Porto Acre realizou atividades esportivas durante todo o dia para comemorar o fim da Revolução Acreana.

Nota: A fotografia que ilustra a reportagem mostra a Sala de Memórias, que guarda preciosidades como pedaços da corrente utilizada para tentar afundar o navio do coronel Plácido de Castro (Foto: Gleilson Miranda/Secom).

Que coisa, hein?

Não sei como essa foto foi postada aqui. Acho que o editor do blog Imprensa em Foco descobriu meu login e minha senha.

domingo, 23 de janeiro de 2011

Elias Marreta

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Recebi email do meu amigo Sancley Salim cobrando uma homenagem do blog a seu avô, Elias Monteiro, também conhecido como Elias Marreta ou simplesmente Breque, falecido no início deste ano. Não sei por qual razão tomei conhecimento da morte do velho Breque somente vários dias depois de sua partida para o plano superior. Como passei batido, resolvi deixar a homenagem por conta do próprio Sancley. Aliás, acho que nada que eu escrevesse ficaria melhor que a própria mensagem do neto de Elias.

“Olá Raimari,

Estou usando este espaço porque você sempre prestou homenagem a todos os habitantes de Xapuri que partiram para o plano Divino. Só que eu não vi nada que relatasse no seu blog o falecimento do meu avô Elias Monteiro, o Breque. Não por ser meu avô, mas acho que pelo trabalho que ele prestou à população de Xapuri como grande carpinteiro e marceneiro que era, merecia uma singela homenagem. Se você puder prestá-la, a família ficaria muito feliz. Somos fãs de seu blog. O meu avô faleceu no dia 07 de janeiro de 2011 aos 89 anos de idade.

Um grande abraço!”

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Como homenagem minha, posto as duas imagens acima feitas no dia 22 de dezembro de 2009, dia da entrega do Prêmio Chico Mendes de Florestania daquele ano, que ocorreu no Salão Paroquial da Igreja de São Sebastião, aqui em Xapuri. A data marcava os 21 anos da morte do líder sindical. Na tarde daquele dia, o então governador Binho Marques conversou por vários minutos com Elias Monteiro no meio da praça Barão do Rio Branco, que fica em frente à igreja.

Nota: Apesar de se encontrarem no meu arquivo pessoal, as fotos não são minhas. Foram esquecidas em meu computador por um dos dois fotógrafos da Agência de Notícias do Acre que cobriram o evento naquele dia, Sérgio Vale ou Gleílson Miranda.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Ainda sobre a Festa de São Sebastião

Sim, a Festa de São Sebastião de 2011 foi uma das melhores dos últimos anos. A igreja esteve sempre lotada na realização das Novenas, que começaram no dia 11, e a procissão, apesar da chuva, teve um número de pessoas superior ao do ano passado. Foi elogiável também o trabalho das equipes da paróquia encarregadas das organização geral da festa, desde a arrecadação de prendas para os bingos e leilões à preparação litúrgica das celebrações que reuniram milhares de pessoas desde o início do Novenário.

Foi positiva também a participação da prefeitura na preparação da cidade para a maior festa do município. A mesma organização dos últimos anos naquilo que ficou conhecido como o grande Shoping Popular de Xapuri, que abrigou cerca de 300 comerciantes, além  frentes de serviço, com recuperação de ruas, tapa-buracos, recuperação da iluminação pública, coleta de lixo em horários alternativos de lanchonetes e similares, além da montagem do shopping popular com 182 boxes para os tradicionais marreteiros e 20 boxes na praça de alimentação.

Mas vamos agora aos pontos negativos da festa deste ano que não podem ser esquecidos, até para servir de subsídio para o próximo ano, quando a maior celebração religiosa de Xapuri completará 110 anos de existência. Começo pela dificuldade anual que a igreja tem tido com a sonorização da procissão, muito ruim em minha opinião nos últimos anos e péssima em 2011. Apenas dois carros de som, com potência reduzida, deixaram grande parte da procissão sem ouvir ou, no máximo, ouvindo muito mal, a celebração que ocorria durante o cortejo.

Como a contratação de uma estrutura de som que atenda às necessidades da festa custa muito caro para as condições da igreja, sugiro que parcerias sejam buscadas com muita antecedência, seja com o governo ou com a iniciativa privada, para garantir uma sonorização à altura da grandeza do evento. Além do caráter religioso, a Festa de São Sebastião é a grande marca da cidade de Xapuri e a qualidade da sua realização em todos os sentidos só a fará crescer e trazer mais visitantes e investimentos para a cidade.

Outro ponto negativo, que precisa ser corrigido pela administração municipal através do diálogo com as autoridades estaduais, é com relação à atuação do aparato de segurança pública que vem de Rio Branco para dar suporte a Xapuri. Quando não é a truculência de policiais fardados que marca presença é o rigor exagerado e desnecessário dos responsáveis pela aplicação do Código de Trânsito Brasileiro, como aconteceu neste ano.

Não se trata de ir contra o que está na Lei, mas é inadmissível que durante todo o ano a população reclame da falta de fiscalização e rigor da polícia quanto aos abusos cometidos no trânsito, como a embriaguez no volante e o excesso de velocidade, e num momento de festa, quando a cidade está recebendo visitantes, centenas de pessoas serem multadas pelo simples fato de estarem com as viseiras dos capacetes levantadas.

Funcionários do Detran foram a emissora de rádio local anunciar que seria feito na cidade um grande serviço de educação e conscientização no trânsito e o que se viu foi uma ação excessivamente truculenta e repressiva. Motoristas eram parados a todo o instante em vários pontos da cidade e multados com todo o rigor que a lei determina, é claro, mas onde fica o bom senso que costumar ser colocado em prática no cotidiano da cidade?

Comparo o que aconteceu este ano em Xapuri a uma pessoa ser convidada para almoçar na casa de alguém e lá chegando ser maltratado pelo anfitrião. Ressalto que essa opinião não tem o objetivo de afrontar o que está na letra fria da lei, mas que bom seria se tudo o que está escrito na Carta Magna fosse colocado em prática de forma tão católica como fizeram os agentes da segurança pública neste ano em Xapuri.

Devo dizer que, a despeito da situação citada acima, o trabalho da polícia como um todo foi muito bom. A conduta do pessoal do trânsito foi um caso à parte. Eu, particularmente, não tomei conhecimento de nenhum registro de violência durante a festa, com a exceção de um homicídio ocorrido no bairro da Sibéria, num caso que não teve nenhuma ligação com a realização do evento.

Outra coisa que em minha opinião prejudicou a festa foi a falta de controle da prefeitura sobre a política de preços, vamos dizer assim, praticada na praça de alimentação. É também inadmissível que comerciantes usufruam do espaço construído e mantido com dinheiro público para despudoradamente explorarem as pessoas na frente do Santo. Encontrei alguns barraqueiros vendendo uma latinha de cerveja ao preço de R$ 3,00 ou uma cumbuca de caldo ou sopa de qualidade duvidosa custando a bagatela de R$ 8,00.

No parque infantil os ingressos variavam entre R$ 3,00 e R$ 4,00 para as crianças brincarem não mais que 3 minutos. Valores altíssimos para a maioria das famílias da cidade, que são de baixa renda e não possuem condições financeiras de bancar uma diversão como essa aos filhos. Faço essa crítica porque sou sabedor que o custo cobrado pela prefeitura pelo uso do solo é baixo e não justifica essa loucura pelo lucro fácil que ocorreu este ano.

Repito que esta é apenas a minha opinião sobre os pontos que considerei negativos na festa de São Sebastião deste ano. Se você quer expressar a sua é só postar aí embaixo, nos comentários, que serão, como sempre, muito bem-vindos. Viva São Sebastião, nosso padroeiro, e que venha 2012.

A foto que ilustra o post é do meu colega Haroldo Sarkis.

Durante a festa…

Tião Viana firma compromisso com prefeitura de Xapuri para obras de infraestrutura urbana. Pavimentação de ruas e apoio à produção rural deverão ser as principal ações da parceria entre governo e prefeitura em 2011.

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No intervalo entre a procissão de São Sebastião e o show do padre Antonio Maria, o governador Tião Viana e os senadores Jorge Viana e Aníbal Diniz se tiveram uma reunião de trabalho com o prefeito Bira Vasconcelos. No encontro, segundo informou posteriormente o prefeito, foi firmado um compromisso de apoio do governo do Estado à prefeitura para obras de infraestrutura.

Em entrevista à Rádio Educadora 6 de Agosto, Bira Vasconcelos afirmou que Xapuri deverá ter cerca de 10 quilômetros de ruas pavimentadas em tijolos e também em asfalto até o final deste ano. A cidade conta hoje com a Cerâmica Municipal novamente funcionando com a capacidade de produzir 20 mil tijolos por dia, produção que será destinada a esse objetivo.

Antes mesmo do anúncio, Tião Viana já havia garantido o recapeamento asfáltico da rua Major Salinas, que faz do trajeto da procissão do Santo Padroeiro e estava em péssimas condições. Segundo o prefeito, durante a reunião dessa quinta-feira o governador do Acre também anunciou investimentos em ações de apoio à produção rural no município.

Então, mais vez, que venham os bom ventos, como pede meu colega blogueiro Maxsuel Maia, jovem de boa cepa e dono excelentes ideias no bom texto abaixo que escreveu em seu blog Maxsuel Xapuri e que eu tomo a liberdade de postar aqui no meu por achar que tem tudo a ver com a notícia que acabo de dar acima. 

Tá andando

Maxsuel Maia

O fim de 2010 e início de 2011 realmente chamam a atenção no que diz respeito a administração do prefeito Bira Vasconcelos. Após encerrar 2010 com a inauguração de várias obras, entre elas a ponte da Bolívia, o ginásio poliesportivo e a iluminação do estádio de futebol, o prefeito inicia 2011 com muita força e ações que certamente beneficiarão boa parte da população xapuriense. Nas rodas de conversas pelas ruas de Xapuri o assunto principal é esse, a coisa começou a andar, demorou é verdade, mas começou.

Nesses primeiros dias de 2011, a prefeitura de Xapuri já realizou o calçamento de algumas ruas, asfaltou a conhecida Major Salinas, acaba de iniciar o asfaltamento do bairro da Sibéria e está organizando o que talvez seja a maior festa de 20 de janeiro de todos os tempos, com o show católico do padre Antônio Maria.

Como cidadão xapuriense fico contente com as ações da prefeitura, na esperança de que tais ações se multipliquem e que o prefeito Bira deslanche em seu mandato e possa nesses dois últimos anos de sua gestão promover o desenvolvimento da nossa querida Xapuri.

A chegada de Tião Viana ao governo do estado, e as circunstâncias como ele chegou, aumentam ainda mais as expectativas em relação aos dois últimos anos de mandato do prefeito Bira, afinal, a Frente Popular precisa recuperar terreno após o fiasco obtido nas urnas no último pleito, e para isso deve investir pesado em todos os municípios do estado.

O novo governador e seus principais secretários estão visitando as cidades do Juruá e em breve deverão visitar também o Alto Acre, espero que cheguem logo em Xapuri e que abram os cofres para o prefeito Bira. Esperemos pela boa vontade de Tião Viana, já que Binho Marques não foi tão generoso assim com nossa cidade.

Que os bons ventos cheguem a Xapuri e lá fiquem por muitos anos; e que governo e prefeitura se unam e trabalhem juntos pelo desenvolvimento da nossa cidade. Tem que mostrar serviço, senão é tchau e benção.

Foto: Sérgio Vale/Secom-Acre.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Carisma e simplicidade

Padre Antonio Maria emociona milhares de pessoas no encerramento do Novenário de São Sebastião, em Xapuri.

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Um show para ficar marcado por muito tempo na lembrança das pessoas que assistiram a apresentação do padre-cantor Antonio Maria no encerramento da 109ª Festa de São Sebastião, Santo Padroeiro de Xapuri, na noite dessa quinta-feira.

O sacerdote levou o público literalmente às lágrimas cantando músicas consagradas. Ele mesmo confessou que se emocionou muito no momento em que faltou energia e mesmo assim as pessoas continuaram cantando.

Outro momento forte aconteceu quando o padre Francisco das Chagas entregou um presente da paróquia de Xapuri ao padre Antonio Maria. Emocionado, o artista católico retribuiu com um forte e longo abraço no líder da igreja xapuriense.

Depois de show, o padre recebeu várias pessoas no seu camarim, entre elas o repórter Joseni Oliveira, que não conseguia esconder a emoção do encontro com o religioso. A propósito, enquanto escrevia este post, meu colega Joseni perdia um de seus onze irmãos, falecido nesta tarde de causas naturais.

Quando foi informado que do lado de fora do seu camarim havia um repórter de rádio, o sacerdote tratou de mandá-lo entrar imediatamente. Sabedor que na Amazônia esse ainda é o único veículo que chega a todos as classes sociais, ficou feliz de saber que sua mensagem chegaria aos seringueiros e produtores rurais.

Na entrevista de cerca de 4 minutos, o padre Antonio Maria afirmou que ao entrar na cidade já sentiu uma emoção muito grande. Disse ter se emocionado mais ainda quando viu os rostos das pessoas que mesmo na chuva aguardavam pelo início de seu show.

“Xapuri é uma cidade conhecida no mundo inteiro, e hoje aqui a emoção foi demais até pelo fato de São Sebastião ser o padroeiro aqui como é o padroeiro da minha terra, o Rio de janeiro, então é um dia muito especial para mim e passá-lo aqui com vocês foi muito bom”, disse o simples e carismático padre Antonio Maria.

Não sou um cantor que é padre; sou um padre que canta; que evangeliza cantando (Pe. Antonio Maria).

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Chuva, fé e devoção

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Milhares de católicos ignoraram a chuva e reeditaram pela 109ª vez, nesta quinta-feira (20), a maior festa religiosa de Xapuri e uma das mais importantes manifestações de fé de todo o Acre. A força da festa do Santo Padroeiro de Xapuri contrariou até o pessimismo de quem acreditava que a procissão deste ano teria um número inferior de pessoas com relação a edições anteriores. Com o encerramento da missa, que começou às 15:00 horas e se estendeu até às 16:20, uma enorme multidão serpenteou a cidade, entoando cânticos e louvores ao Santo protetor.

Abaixo, uma seleção de imagens da procissão feitas por mim enquanto transmitia o evento pela Rádio Educadora local no que teria sido uma das melhores transmissões dos últimos anos não fosse uma queda de energia que por vários minutos prejudicou toda a sonorização. Presentes em Xapuri, o governador Tião Viana e os senadores da República Jorge Viana e Aníbal Diniz puderam testemunhar um dos grandes problemas que a cidade enfrenta na atualidade: a ineficiência do sistema de fornecimento de energia elétrica. Mas, voltando às imagens:

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Por um bom trecho da procissão, o bispo Dom Joaquim foi protegido da chuva por esse senhor de cabelos brancos e camisa listrada.

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Pelo 5º ano em Xapuri, o padre Francisco das Chagas conduziu mais uma procissão do Santo Padroeiro da cidade.

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Pelas ruas de Xapuri, o andor de São Sebastião é disputado pelos fiéis. A chuva não é obstáculo para a fé e a devoção ao Santo.

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De volta a igreja é a vez das fitas e enfeites da imagem de São Sebastião serem disputadas pelos fiéis.

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Por mais de uma hora, após a bênção final feita por Dom Joaquim e Padre Chagas, a imagem de São Sebastião foi tocada pelos milhares de fiéis que participaram de mais uma grande festa em Xapuri.

Mariete

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Como fiz no ano passado, volto a registrar aqui o trabalho da valente Mariete Costa, que todos os anos se ocupa de ornamentar a imagem de São Sebastião. Devota do Santo Padroeiro de Xapuri há muitos anos, Mariete se dedica a aprontar a imagem do mártir para a procissão como agradecimento a uma graça recebida que ela não revela. A dedicação de Mariete fez dela um símbolo vivo da Festa de São Sebastião em Xapuri.

Ética é como cautela e caldo de galinha…

Peço desculpas pela indelicadeza, mas não consigo tolerar a atitude de quem constrói uma reportagem com informações dos outros e não usa a honestidade de citar o autor ou mencionar a fonte.

No post Breve história da Paróquia de Xapuri reproduzi texto do site da Diocese de Rio Branco fazendo pequenas mudanças em alguns termos como, por exemplo, trocando o pronome demonstrativo “naquelas” por “nestas”, com o único propósito de inverter no espaço a posição do autor.

Pois bem. Ao escrever uma notícia sobre a Festa de São Sebastião em Xapuri, o repórter Gleydison Meireles, do jornal O Rio Branco, lança mão do mesmo texto que busquei sem se dar ao trabalho de fazer a mesma pesquisa que fiz.

A má conduta ficou clara pela presença das mudanças efetuei e evidenciada de vez pela repetição de alguns erros de digitação que cometi, o que pode ser conferido se você clicar aqui para ler o texto do repórter e cotejar com o que postei aqui no blog.

Além de não informar o seu leitor de que havia copiado o texto deste blog, o jornalista esqueceu também de mencionar a fonte original, o site da Diocese de Rio Branco, como fiz eu ao oferecer aos meus leitores conteúdo que não é de minha autoria.

Que Deus ilumine a mente do caro repórter do jornal O Rio Branco e que o padroeiro São Sebastião administre generosas doses de bons costumes à sua conduta profissional. Como cautela e caldo de galinha, ética também não faz mal a ninguém.

Promessa

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A igreja de São Sebastião ganhou mais uma imagem do santo padroeiro de Xapuri. Presente da prefeitura, ela já está exposta ao lado do cruzeiro, local de acendimento de velas.

A nova imagem é a mesma que estava colocada sobre o portal de entrada da cidade, demolido no ano passado. Foi restaurada e, posteriormente, pintada pelo bispo Dom Joaquim em pessoa.

Ao conhecer a imagem salva da destruição do portal, Dom Joaquim prometeu ao padre Chagas que se a prefeitura a doasse à igreja, ele viria a Xapuri para pintá-la depois que fosse restaurada.

Promessa feita, promessa cumprida.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Breve história da Paróquia de Xapuri

Igreja Católica se prepara para realizar a 109ª Festa de São Sebastião.

Com informações do site da Diocese de Rio Branco.

A Igreja Católica, em Xapuri, teve suas origens na devoção dos primeiros nordestinos que chegaram nestas terras. Na época, as condições precárias faziam com que o sofrimento das pessoas crescesse a cada dia. A única esperança era buscar refúgio na proteção divina. Foi desta situação que surgiu a devoção a São Sebastião por estas bandas.

Em janeiro do ano de 1902, segundo os antepassados, um grupo de 100 pessoas se reuniu para homenagear São Sebastião, santo considerado protetor contra os flagelos, doenças, a fome e a guerra.

Até o ano de 1910, quem deu assistência religiosa nesta região foi o padre Francisco Leite Barbosa, que era pároco da paróquia Nossa Senhora de Nazaré de Lábrea. Antes, esta região pertencia à Diocese de Manaus, no Amazonas. Foi então, nesse ano de 1910, que o bispo de Manaus, em visita pastoral, veio a essa região e notou a necessidade de criar 4 novas paróquias. Foram elas: paróquia São Sebastião no Antimary, paróquia São Sebastião em Xapuri, paróquia Nossa Senhora da Conceição no seringal Empresa e paróquia Nossa Senhora da Imaculada Conceição em Sena Madureira. 

Criada a paróquia de São Sebastião de Xapuri ficaram encarregados dela os padres: Benedito de Araújo Lima (1910 – 1913) e Joaquin Franklin Gondim (1914 -1916). Durante esses anos aconteceu uma grande crise religiosa.

Com a morte do sacerdote de Sena Madureira, Monsenhor Antonio Fernanes da Silva Távora, aos 13 de setembro de 1916, e a retirada dos dois padres de Xapuri, a região de Empresa, Xapuri, Sena Madureira e Antimary, foram confiados aos trabalhos de um único sacerdote, o italiano padre José Tito.

Com essa situação foram vários os males semeados que vieram abater-se sobre o povo, e o trabalho iniciado com tanto ardor, correu o risco de perder-se, uma vez que um só sacerdote, não podia atender tão vasta região.

Em 1921, após a criação da Prelazia do Acre e Purus,  confiada à Ordem dos Servos de Maria, foi designado para a paróquia de Xapuri o padre Felipe Gallerani. Nesse mesmo ano o padre Felipe convidou as Irmãs Servas de Maria Reparadoras, que já tinham uma comunidade em Sena Madureira, para também formarem uma comunidade religiosa em Xapuri.

Assim, a Igreja caminhou com mais firmeza e as Servas de Maria, trazendo as experiências de sua terra natal, iniciaram vários movimentos religiosos implantando-os em todo o Acre e também na Paróquia São Sebastião de Xapuri, juntando-os aos já existentes: Pia União das Filhas de Maria, Congregação Mariana, Confraria N. Srª. Das Dores, São Vicente de Paolo e Cruzada Eucarística.

Padre Felipe Gallerani ficou à frente dos trabalhos, em Xapuri, até o ano 1937. Voltou depois, em 1942, ficando até 1954. Durante o intervalo desses anos, ficou como pároco o padre Fernando Marchioni.

No ano de 1944 começaram os projetos para a construção de uma nova igreja matriz. A primeira pedra do novo templo foi colocada por ocasião da festa de São Sebastião, em 1945, homenageando assim os 25 anos da chegada dos Servos de Maria ao Acre.

No dia 11 de janeiro de 1953 foi inaugurada oficialmente a nova matriz com uma bonita celebração eucarística. No dia 25 de julho de 1956 os sinos foram colocados na nova torre da igreja. No dia 07 de maio de 1957 foram colocadas as estátuas de cimento de Santa Inês e de São Sebastião, que até hoje guarnecem a igreja, doadas pelo bispo Dom Júlio Matiolli.

E, assim, a história continuou. Também o padre José Carneiro de Lima deixou sua marca neste chão. Ele adorava o verde, a mata. Tudo o que era verde o atraía. Trabalhou na paróquia de Xapuri até 1979, quando foi transferido pra Rio Branco. Depois, em 1978, chegaram a Xapuri os padre Otávio Destro e Cláudio Avallone. Em 1980 chegou o padre Luciano.

Com a chegada dos novos vigários, a organização dos trabalhos na paróquia tomou novos rumos. Como nas demais paróquias foram organizados os grupos de evangelização, com a experiência das Ceb’s. Já nas comunidades do interior os padres continuaram realizando as conhecidas desobrigas.

Hoje a Paróquia conta com 32 comunidades espalhadas pelas diferentes regiões do município de Xapuri.

Responsabilidade Social

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Na véspera do dia do padroeiro de Xapuri, São Sebastião, prefeitura e governo do Estado realizam grande mutirão de atendimento nos moldes do Ação Global. Participam do evento a equipe do programa Saúde Itinerante, Hemoacre, Detran, INSS, Caixa Econômica Federal e vários órgãos do governo municipal, com destaque para as secretarias de Saúde e de Assistência Social.

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Na fila dos atendimentos médicos, palhaços e bonecos animam a população que aguarda a vez de consultarem os diversos especialistas que participal da ação. A previsão da coordenação do programa de Responsabilidade Social é de que cerca de duas mil pessoas, pelo menos, passem por qualquer uma das modalidades de atendimento que estão à disposição do público durante todo o dia de hoje em Xapuri.

Padre Antônio Maria encerrará festa em Xapuri

Programação faz parte dos festejos de São Sebastião. O sacerdote vai interpretar canções que trazem mensagens de alegria e fé.



Por Rose Farias

A história da festa de São Sebastião se confunde com a própria história de Xapuri. Este ano, a celebração, que completa 109 anos, reúne muita fé e devoção ao santo padroeiro do município. Para celebrar a data, o governo do Estado, em parceria com a prefeitura de Xapuri, preparou uma programação de atividades que inclui o show com o padre Antonio Maria. A apresentação acontecerá num palco montado na praça da Igreja de São Sebastião, às 20 horas, logo depois da procissão.

Padre Antonio Maria será acompanhado por uma banda composta por oito músicos. Com mais de 30 anos de dedicação aos ensinamentos da Palavra de Deus, o religioso faz da música um instrumento que revela um trabalho engajado com a missão de pregar o Evangelho.

No show, o padre vai apresentar canções que trazem mensagens de alegria, paz e amor, composições que retratam a fé em Deus, características de sua obra. Ele interpretará o repertório do seu 16º CD, intitulado Prisioneiro do Amor, que reúne 14 faixas e traz participações especiais de Fernando & Sorocaba, Elba Ramalho, Tânia Mara e a cantora católica Eliana Ribeiro.

Nesse trabalho, um dos destaques é a canção "Com a Tua Mão", de Nicodemos Costa.

O repertório de Prisioneiro do Amor traz ainda a faixa "Nossa Senhora da Berlinda", letra e música do padre Antonio Maria, composta em 1987 para a Virgem de Nazaré.

Outras canções compõem o show, como "Jesus Salvador", conhecida na voz de Roberto Carlos. “Na juventude meus ídolos eram os da Jovem Guarda, e Roberto Carlos já tinha seu trono no meu coração de jovem”, comenta. Para completar o rico repertório, "Peregrina do Amor", composta em parceria com a compositora Fátima Leão.

O show que traz todo o repertório de Prisioneiro do Amor é um presente à família acreana e revela uma obra que exalta o amor por meio de belas canções.

A arte de Marcos Lenísio

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Perambulando pela internet, encontrei a pintura acima do professor e artista plástico autodidata Marcos Lenísio, natural do município de Cruzeiro do Sul. A obra, que faz parte da exposição Retratando o Acre, mostra de 16 telas de pontos turísticos e populares de vários municípios, como a igreja de São José, em Tarauacá, a passarela Joaquim Macedo, em Rio Branco e a igreja de São Sebastião, em Xapuri, nosso mais importante cartão postal, sem dúvida nenhuma.

Clique aqui para conhecer mais do trabalho desse artista excepcional.

Que beleza!



O repórter Joseni Oliveira, meu colega de Rádio Educadora de Xapuri, criou um blog para falar de rock'n roll. O sujeito pretende ir ao Rock in Rio 2011, a ser realizado no mês de setembro na cidade maravilhosa, e para isso já comprou seu Rock in Rio Card na pré-venda de 100 mil ingressos que se esgotaram num piscar de olhos.

Mas, apesar da louca paixão que Joseni diz nutrir pelo rock, a melhor coisa que ele postou até agora em seu blog foi a foto acima, realmente digna de elogios, considerando que foi tirada com a câmera de um telefone celular. A imagem mostra parte da área central de Xapuri depois de uma chuva, num fim de tarde, com um arco-íris ao fundo. Realmente, uma beleza.

Já quanto aos conhecimentos musicais do bravo repórter, o comentário fica por conta do jornalista Leônidas Badaró, que atualmente está no comando do jornalismo da TV Aldeia e apresentando, com sua beleza e simpatia, o Jornal do Meio-Dia, carro-chefe da emissora estatal:

"Essa é boa. O nosso amigo Joseni Oliveira entende tanto de rock quanto nós de física nuclear. O conhecimento musical dessa figura tão querida se restringe ao repertório do (grupo) Babilônia nas noites de sábado do Mirantes Bar".

Tá dito.

“Sinucão”

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Notícia boa para os amantes do velho sinucão. Esse patrimônio xapuriense será mais uma vez reativado a partir desta quarta-feira no mesmo local de tantas histórias.

Já para os apreciadores de uma boa pizza, a informação é que na parte de trás do bar estará funcionando a já conhecida pizzaria do Tung e da Dayse. 

Então, é só conferir, a partir desta quarta-feira, fazendo votos de que o empreendimento tenha vida longa como mais uma boa opção de lazer para os habitantes deste povoado.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

“Os Guardiões da Amazônia”

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O fotógrafo J.L Bulcão envia o convite acima para a exposição fotográfica Les Gardiens de l’Amazonie (Os Guardiões da Amazônia), à mostra em Paris entre 18 de janeiro e 22 de fevereiro. A exposição mostra as melhores fotos do livro de mesmo nome, resultado de trabalho realizado em parceria com o designer Antoine Olivier.

O livro-exposição Os Guardiões da Amazônia mostra que a preservação da Amazônia está ligada à sobrevivência de seu povo, através dos seus conhecimentos e práticas tradicionais, os nativos da Amazônia são, segundo Bulcão e Antoine, os seus melhores guardiões.

O trabalho da dupla franco-brasileira foi montado em cima de quatro atividades extrativistas da Amazônia. A seringa, aqui no Acre; o guaraná, em Maués, no Amazonas; o açaí, no Pará; e o babaçu, na região do Bico do Papagaio, no norte do Tocantins.

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Na foto acima, Antoine (que não gosta de ser chamado de Olivier) e Bulcão durante visita que me fizeram na Rádio Educadora, no dia 20 de outubro de 2009, um pouco antes de pegarem a estrada para a colocação Fazendinha, no seringal Cachoeira, onde realizaram parte do trabalho que vai à exposição a partir de amanhã.

Bulcão já havia realizado um trabalho fotográfico em Xapuri, em 2008 (veja aqui), sobre os 20 anos da morte do líder sindical Chico Mendes. Naquela oportunidade, o fotógrafo passou uma semana percorrendo várias localidades da reserva extrativista que leva o nome do ambientalista morto em 1988.

Não irei à exposição, mas fico muito grato aos amigos pelo convite. Também os considero guardiões da Amazônia por compreender a importância de trabalhos desse nível para a conscientização do grande público quanto às questões ambientais que os amazônidas vivem. Clique aqui para conferir algumas fotos e outras informações (em francês).