sábado, 31 de dezembro de 2011

Feliz Ano Novo!

Feliz ano novo a todos vocês, leitores assíduos ou não, que compartilharam da trajetória do blog neste ano que finda, cheio de sucessos, fracassos e alegrias.

Ciente de que  blog não foi inventado para agradar nem para fazer feliz, mas sim para dizer, contradizer, contrapor e resistir, desejo feliz 2012 a todos, indistintamente.

“será que eu falei o que ninguém ouvia, será que eu escutei o que ninguém dizia”?

Não importa. Que o ano novo seja pleno para todos, tanto os que primam pela democracia quanto os que insistem em reviver os porões.

Ano novo de bênçãos, equilíbrio, realizações, amor e paz é o que desejo a todos vocês neste instante ébrio mais sóbrio do ano.

Ponto Chic restaurado e democratizado

Sérgio Roberto Gomes de Souza

Fala-se em Xapuri de uma mobilização para “revigorar” o “Ponto Chic”, antigo clube da cidade onde se degustavam bebidas, jogavam partidas de bilhar e realizavam festas. A ideia é interessante, no entanto, tenho algumas ressalvas.

O “Ponto Chic” sempre foi um espaço restrito, de exclusão. Suas festas, incluindo seu carnaval, foram reservados a uma certa “aristocracia” local, se é que podemos usar o termo. Dele sempre passaram distantes os que alguns insistem em ter como “indesejáveis”. As camadas mais pobres de Xapuri nunca foram bem-vindas.

No dia 23 de dezembro fui a um evento realizado no Clube, lá chegando, encontrei rostos e sons conhecidos, tive certa sensação de Déjà vu. O ambiente estava por demais agradável com o Magão, o Luís Beleza e o Almir entoando belas melodias e pessoas agradáveis circulando pelo ambiente. Estava com meu grande amigo Chiquinho Barbosa com quem travei boas prosas. Claro que não estava perfeito, afinal, faltava alguém muito importante, a Daniele, meu amor.

Pode parecer implicância, mas, alguma coisa além da “Dani” faltava no local. Percebi somente depois, faltava “alma”. O local, na penumbra, parecia satisfazer-se com os poucos que lá estavam e parecia repetir: “este é o ambiente restrito onde só se ‘encaixam’ os que têm certo perfil ‘estético’ e ‘moral’ adequado”.

Nas minhas conversas com o Chiquinho Barbosa percebi como ele, ao contrário de outros, poucas lembranças tinha do lugar. Chiquinho nasceu, foi criado e se constituiu como militante dos movimentos sociais no seringal. Tornou-se posteriormente, por méritos próprios, vereador em Xapuri. Foi ai que percebi: o “Ponto Chic”, parece padecer de uma maldição: ele não suporta, como diz Michelle Perrot, “os excluídos da História”.

No entanto, a presença de alguns personagens chamou atenção. Lá estava o meu grande amigo Wanderley Peres (Pererequinha) e seus familiares em uma mesa, esbanjando alegria. Rebusquei minhas memórias e lembrei-me do período em que ficávamos tentando entrar no “Ponto Chic” sem conseguirmos, contávamos no período com a parceria do Paulo Sérgio e, em algumas vezes, do meu primo/irmão Julinho Figueiredo. Apareceu um fio de esperança: lá estavam o Chiquinho e o Wanderley muito a vontade no local e percebi, podemos tomar este espaço da “aristocracia” e transformá-lo em um espaço democrático. Poderíamos romper com a dicotomia que sempre existiu em Xapuri: Os “indesejáveis” vão para o “Forro do Juvenal” - local que frequento com muita assiduidade e adoro – e os “desejáveis” no “Ponto Chic”.

Recordei-me, então, de quando Marilena Chauí assumiu o cargo de Secretária de Cultura na gestão da prefeita Luiza Erundina, em São Paulo. No período, Marilena abriu as portas do Teatro Municipal, espaço de muita ostentação, para que alunos de escolas públicas e pessoas de baixa renda frequentassem. Marilena Chauí democratizou um espaço aristocrático.

Sugiro o mesmo com o “Ponto Chic”. Vamos nos mobilizar para que o espaço seja restaurado, no entanto, que não se promova uma “assepsia” de sujeitos sociais. Experiências assim são desastrosas. Em Rio Branco, por exemplo, com a derrubada das casas de madeira que se apinhavam na Praça da Bandeira e a construção do que o governo denominou como “Novo Mercado Velho”, muitos sujeitos sociais que estavam ali há décadas foram excluídos. Eles não eram personagens desejáveis na nova estética que foi estabelecida. Como frequentador do Velho Mercado, convivi com muitos destes personagens: o Cupuaçu, a Loira do bar, o Pato Rouco, o Leví, o Paraíba, a saudosa D. Dulce, para citar alguns. Estes sujeitos desapareceram e ninguém dá notícia.

Revigorar o “Ponto Chic” pode ser uma ótima opção, se democratizarmos o acesso ao clube. Ele precisa ser um espaço caracterizado pela diversidade de sons, sujeitos, estéticas e concepções. À harmoniosa musicalidade do Magão, Beleza e Almir, deve somar-se o som dos forrós do Forró do Juvenal; aos “bailes de gala” os festejos populares.

Por fim, destaco que não sou contrário a ideia, apenas faço algumas ressalvas, aproveito para louvar a atitude dos professores Rubens (Rubinho) e Carlos Estevão, figuras que nunca esqueceram suas origens e muito orgulham Xapuri. Mas insisto, vamos democratizar o “Ponto Chic” e, se de todo caso não der certo, pedimos para o Julinho Figueiredo compor um samba para o local. Vai ser tiro e queda.

Sérgio Roberto Gomes de Souza – xapuriense, professor da UFAC

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Confraternização dos Servidores Municipais

Na festa de confraternização dos  servidores municipais, realizada durante esta quinta-feira (30), no clube Sumaré, o prefeito Bira Vasconcelos agradeceu o empenho de cada um em fazer o melhor pela população xapuriense, oferecendo serviços de qualidade. Bira falou dos desafios que tem para o ano de 2012, e de tudo que já foi superado e realizado dentro do seu plano de governo.

A programação teve inicio às 10 horas da manhã e reuniu centenas de pessoas entre servidores e familiares, que se divertiram com brincadeiras, torneios de futebol, sinuca, piscina, pula-pula para as crianças, espaço de leitura, show de calouros, dança, sorteio de prêmios e um super bingo.

Este é o segundo ano em que a administração realiza a festa do servidor no dia 30 de dezembro contando com grande participação dos servidores. O resgate da autoestima e valorização do servidor é um dos compromissos de Bira Vasconcelos, que vem oferecendo cursos de capacitação, melhorias nos setores de trabalho e valorização salarial pelo terceiro ano seguido.

Com informações do blog Xapuri em Destaque.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

“Pouca vergonha”

Petecão e Flaviano Melo destinam emendas para São Paulo e Brasília. Montante alocado pelos parlamentares acreanos desde 2009 soma mais de R$ 1 milhão em emendas individuais do Orçamento Geral da União.

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Archibaldo Antunes, do jornal Página 20.

O senador Sérgio Petecão (PSD) e o deputado federal Flaviano Melo (PMDB) destinaram emendas para o Estado de São Paulo e para o Distrito Federal, distantes do Acre 3.604 e 3.123 quilômetros, respectivamente. Segundo levantamento feito pelo economista Rafael Dene, os dois alocaram para aquelas unidades, desde 2009, quando Petecão ainda era deputado federal, um total de R$ 1,1 milhão.

Flaviano Melo demonstrou interesse, em 2009, até no fomento do turismo da cidade de Rio Claro, no interior paulista, para onde enviou emenda no valor de R$ 100 mil. Nos três anos subsequentes, o parlamentar acreano brindou a saúde paulista com outros R$ 600 mil, num total de R$ 200 mil a cada ano.

Por telefone, Flaviano explicou que o Hospital do Rim, em São Paulo, recebe “muitos conhecidos”, além de ser uma instituição pública e prestar assistência médica gratuita. Mas ele não soube especificar se os conhecidos a quem se referiu são acreanos.

Mui amigos

Para o ano de 2012, o senador Sérgio Petecão reservou emenda individual no valor de R$ 100 mil para apoiar a manutenção de unidades de saúde do Estado de Paulo. Vale ressaltar que o prefeito da capital paulista é Gilberto Kassab, do mesmo partido que o senador acreano.
Desde 2010 Petecão tem presenteado os paulistas e os moradores do Distrito Federal com recursos do Orçamento Geral da União. Neste ano foram duas emendas no valor de R$ 100 mil cada uma, enviadas a São Paulo e ao Distrito Federal. E em 2011 ele destinou outros R$ 100 mil para a saúde paulista.

São Paulo tem 70 deputados federais e três senadores e nenhum deles se preocupou em alocar emendas para o Acre. O Estado também tem o maior PIB (Produto Interno Bruto) do país.
A reportagem do Página 20 tentou contato com o senador, mas seu celular estava fora da área de serviço.

“Pouca vergonha”

O autor do levantamento, o economista Rafael Dene, definiu como “pouca vergonha” a atitude dos parlamentares acreanos. “Esse dinheiro todo faz falta para os acreanos. É ridículo ouvir deles que estão trabalhando pelo Acre, pois só o que se vê é politicagem, é o jogo de interesses pessoais. Qual será a desculpa que eles têm para dar aos eleitores do Acre?”, desabafou Dene.

Prefeitura promove festa para o Servidor

Doutor Jatene

Entrevista especial com o médico e ex-ministro da Saúde Adib Jatene, exibida pela TV Brasil. Aos 82 anos, Jatene faz uma retrospectiva dos principais fatos históricos do desenvolvimento da medicina no país, com destaque para a consolidação das tecnologias para cirurgia cardíaca desenvolvidas por ele no Hospital das Clínicas de São Paulo.

Jatene conta sua trajetória profissional, desde a saída de sua cidade de origem, Xapuri, no Acre, até a chegada a São Paulo, e quais fatores foram determinantes para sua formação como acadêmico e gestor da saúde. Nessa conversa, fala também de suas influências, os primeiros mestres e os gargalos tecnológicos que enfrentou nos primeiros anos de carreira, quando foi decisiva sua experiência como torneiro mecânico no desenvolvimento de equipamentos cirúrgicos.

Ainda a polêmica dos bancos

Nota do funcionário do Basa em Xapuri, Luis Celso:

Raimari,

Companheiro desculpe-me contradizê-lo, mas em momento algum eu fui irônico e deselegante em minha resposta a seu comentário a respeito do feriado de Natal e os bancos em Xapuri. Mas é um direito seu acreditar nisso.

Aprendi com o Armando Nogueira que um jornalista não pode tão somente acreditar naquilo em que vê momentaneamente e muitíssimo menos no que ouve de terceiros. Para o melhor dos jornalistas recomenda-se sempre uma reportagem investigativa.

Para a Walcicleidy, quando ela lhe provou o que aqui escrevi anteriormente, você prometeu retratar-se segundo as palavras dela. Mas preferiu atacar-me. Porém de forma errada. Está interpretando ao seu modo puramente pessoal o meu texto e mais uma vez não procurou escutar a outra parte, que nesse caso agora sou eu.

Caso me perguntasse, como outras pessoas que me telefonaram, saberia que eu concordaria plenamente com qualquer indignação. Sendo possível resolver algum problema até sairia da minha casa, como já fiz em várias ocasiões, para atender a algum cliente em relação a bloqueio de cartões. Mas senhas indevidas fogem a minha alçada, como expliquei para alguns clientes.

Mas fica bem claro que em outros natais ou feriados longos não ocorreram quaisquer problemas com os caixas do auto-atendimento do Banco da Amazônia.

Sim, também o sistema de ar-condicionado do local já está funcionando plenamente. As irregularidades do sistema de energia elétrica da nossa Cidade danificou os dois aparelhos. Dependemos para os devidos reparos de técnicos da Empresa Coldar, de Rio Branco,como várias instituições daqui de Xapuri e também de Brasiléia. Fato plenamente conhecido.

De qualquer forma Raimari não contestei a sua nota, apenas apresentei os esclarecimentos devidos em relação ao assunto e, não lhe conhecendo, transcrevi trechos que indicariam os meus devidos cuidados com as regras por você estabelecidas. E posteriormente visitando a Agência lhe foi comprovado os erros do seu texto em relação ao Banco da Amazônia.

Agora, para uma análise pessoal é preciso um contato real entre as duas partes. Por isso até esta data não me referi em debates escritos a outra parte como "irônica", "que está no setor errado", ou expressões correlatas, porque palavras são palavras e cada um as interpretam os seu ponto de vista.

Acredito no que disse o poeta: "A vida não é só isso que se vê, é um pouco mais."

Abraços,

Luis Celso.

Comentário meu: Caro Luis Celso, posso não concordar com nada do que você diz, mas defender o seu direito de expressar sua forma de pensar e garantir, como aqui o faço, o seu direito de resposta são alguns dos princípios que regem minha conduta profissional. Esclareço, porém, que minha nota sobre essa questão chata e já cansativa dos bancos se tratou de um mero comentário, uma opinião baseada em fatos, porém, em um blog, ou seja, um diário pessoal na internet.

Reconheço que em razão da profissão que exerço há 23 anos, o blog que assino tomou dimensão em Xapuri e no Acre de um importante veículo de comunicação. Isso, evidentemente, me obriga a ter certos cuidados quanto aos princípios do bom jornalismo quando veiculo qualquer texto informativo. No entanto, não me vejo obrigado a abrir mão de simplesmente opinar ou manifestar meu sentimento com relação a problemas inveterados, como são esses relacionados aos bancos.

Certamente, você seria a última pessoa de quem tomaria aulas de jornalismo, mas atento às suas lições, lhe digo que aquilo que vejo momentaneamente para mim é fato, uma vez que os acontecimentos não são estáticos. No momento em que clientes do lado de fora da agência informaram a inoperância dos equipamentos, um fato a ser averiguado, entrei e constatei que as telas estavam escuras enquanto duas pessoas não conseguiam realizar saques. Fato.

Outra coisa é que Walcicleidy Monteiro não provou nada com relação ao que você escreveu anteriormente, apenas forneceu algumas explicações baseadas no sistema que bateram, sim, com as que você registrou em seu comentário, mas isso não necessitava de comprovação. Minha nota não tratava disso, mas unicamente do fato de os caixas eletrônicos não estarem funcionando às 10 horas da manhã do sábado (24), momento em que estive na agência.

A tesoureira da agência admitiu a possibilidade de ter havido um problema momentâneo, uma vez que quanto ao funcionamento normal dos caixas no restante do final de semana isso foi devidamente comprovado. Não prometi a ela me retratar de qualquer coisa segundo suas palavras, não considero que tenha cometido qualquer erro, mas a consultei sobre quais informações fornecidas por ela gostaria de ver publicadas. “Fica a seu critério”, respondeu.

Meu critério foi publicar as informações suficientes para explicar que os caixas eletrônicos da agência do Basa funcionaram normalmente durante o final de semana, deixando claro que houve um problema no sábado pela manhã que foi testemunhado por mim e cuja possibilidade foi admitida pela tesoureira da agência. Fiz questão também de deixar claro que os problemas causados pelos bancos a seus clientes não dizem respeito ao desempenho dos funcionários das agências bancárias, a maioria dos quais são profissionais competentíssimos.

Considerei que isso fosse o bastante para por fim à tempestade criada no interior de um copo d’água. Mas não foi. Eis que retorna o bravo Luis Celso para tachar de mentiroso um nativo desta vila, afirmando que “em outros natais ou feriados longos não ocorreram quaisquer problemas com os caixas do auto-atendimento do Banco da Amazônia”. Tenha santa paciência, Luis Celso, consulte seus colegas de trabalho sobre quantas vezes eles foram chamados à agência para resolver problemas relacionados aos caixas eletrônicos em outros finais de ano.

No mais, Luis Celso, além de lhe desejar um próspero ano de 2012, com muita paz, amor e harmonia em sua família, quero lhe dizer que, para mim, todo funcionário de um banco estatal pertencente ao governo federal, independentemente do regime a que esteja submetido, será sempre um servidor público. Mas é um direito seu se sentir como quiser.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

A frase do ano

 

Nada do que foi dito em Xapuri neste ano de 2011 causou maior repercussão que a célebre frase da doceira Carmen Veloso, que dos altos de seus 90 anos de vida e de histórias, tascou impávida e solenemente: “Xapuri está uma merda”.

A declaração da nonagenária, feita ao jornalista Altino Machado (leia aqui), suscitou um caloroso debate neste blog, que reproduziu a reportagem original. A discussão que se seguiu tirou dona Carmen do anonimato de sua modesta cozinha, localizada no centro antigo de Xapuri, para alçá-la à condição de celebridade da hora.

A frase mexeu com os brios de muita gente e fez com que uma onda de textos se derramassem sobre a caixa de mensagens do Xapuri Agora fazendo bombar o blog mais querido e ao mesmo tempo o mais detestado da cidade.

Rolou de tudo: beicinho e chorumela, notas de desagravo, esculhambação ao blogueiro, duelo entre doutorandos e a evocação de eternas teses defendidas por uns e repelidas por outros: “Xapuri, a cidade do já teve” ou “Xapuri, a princesa que virou plebeia”.

Certamente sem ter noção da repercussão que causaria, dona Carmen fez aquilo o que muita gente tem vontade, mas se furta por uma infinidade de razões: exercer o direito sagrado e constitucional de dizer o que pensa, o que acha e o que sente sobre a terra em que vive.

É evidente que a frase de dona Carmen não deveria ter sido – como em muitos casos foi – levada ao pé da letra, tomada como ofensa ou crime de lesa pátria. Deveria ter sido ouvida, reouvida e compreendida na sua multiplicidade de significados.

Pelo exposto, o blog Xapuri Agora concede o prêmio simbólico de frase do ano à dona Carmen Veloso, que indubitavelmente “faz parte do nosso Panteão de heróis, pessoas que resistem para a cidade não perecer”, segundo afirmou em artigo sobre o mesmo tema (releia aqui) o historiador prata da casa Sérgio Roberto Gomes de Souza.

“Na sua rotina, com suas guloseimas, dona Carmen mantém parte de nossas tradições pulsante, seus sabores são repletos de história. Ao falar, demonstra que a “gente” de Xapuri quer participar, quer ser protagonista quer fazer valer a principal riqueza da cidade”. 

Que em 2012 novas frases ecoem para causar polêmica e repercussão, assim como causou a de dona Carmen. E que vivendo numa cidade em que, independentemente de ser uma merda ou não, tenhamos sempre a capacidade de nos fazermos ouvir e não apenas sermos escutados. Afinal de contas, o povo é sábio, e ai de quem disso duvidar.

A foto é do jornalista Altino Machado.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Só na televisão

É plenamente normal que notas como a que postei abaixo sob o título de Bancos causem descontentamento a pessoas ligadas às instituições bancárias, principalmente funcionários com patentes mais elevadas, que se sentem responsabilizados pelas eventuais falhas que geram críticas e reclamações do público. O que não é comum é que servidores públicos se revoltem contra o livre direito de opinião e expressão dos indivíduos pagadores de tributos.

Luis Celso Lula dos Santos, funcionário do Basa em Xapuri, contesta (leia aqui) de maneira irônica e deselegante a nota por mim publicada reproduzindo uma regra que impus à minha caixa de comentários neste sempre polêmico blog: “Ofensas morais e idiotices afins serão mandadas à lixeira”. Segue na íntegra o comentário dele:

“Raimari, reproduzo um comentário seu: "O Natal em Xapuri ficou marcado mais uma vez pelo descontentamento gerado por essas situações estúpidas que nunca são resolvidas. Resta saber se para a virada do ano, que ocorre no próximo final de semana, a falta de respeito e de vergonha na cara será mantida." Também uma regra do "Faça um comentário": "Ofensas morais e idiotices afins serão mandadas à lixeira."

Então vamos: sexta-feira à tarde, dia 23, abastecemos dois caixas automáticos do Banco da Amazônia com a importância de R$ 70.000,00. Quando abri a Agência hoje pela manhã ainda estavam funcionando. Sem mais as notas de R$ 100,00 e de R$ 50,00 mas funcionando. Problemas que aconteceram - e ligaram para o meu telefone - foi em relação a senhas, fatos que em finais de semanas ou feriados não conseguimos resolver.

Abraços, Luis Celso.

Para Luis Celso, o fato de alguém expressar indignação com a má prestação de serviço público tem o mesmo significado de ofensa moral e idiotice. Logo se vê que apesar de contador, o bancário está no setor errado. Ofensa moral e idiotice é o que os bancos têm feito com a população do município no curso dos anos sem que ninguém tome providências.

No caso em questão, quero no entanto esclarecer que, apesar de me referir às agências locais, minha opinião não se aplica aos funcionários dos bancos, a quem não se pode culpar pelos problemas que na grande maioria das vezes são resultantes de fatores que extrapolam suas capacidades de resolução.

Qualquer um leigo sabe que existe no sistema de gerenciamento dos bancos um conjunto de rígidas normas, muitas delas impostas pelo Banco Central, que termina por prejudicar o bom atendimento aos clientes, como ocorre nos casos de falta de dinheiro suficiente para suportar grandes volumes de saques ou saques de grande valor.

Falando de maneira não técnica, as agências bancárias não possuem autonomia para manter em seus cofres reserva de dinheiro acima dos limites determinados. A norma advém de preocupação com a segurança humana e financeira, uma vez que do contrário as agências ficariam sob risco de assaltos e outros sinistros.

Sem colocar em debate as normas que regem o funcionamento das instituições bancárias, não se pode admitir que em datas importantes e especiais para as pessoas, como são as festas de fim de ano, os clientes dos bancos fiquem à mercê dos rigores e humores de barrigudos engravatados que estarão digerindo peru e panetone enquanto a puleia passa o Natal sem um tostão furado no bolso, uma vez que o dinheiro não foi cuspido por aqueles monstrengos frios e inconvenientes.

Repito, sem medo, que os fatos que têm se repetido anualmente com relação ao Banco do Brasil em Xapuri e que já ocorreram em algumas oportunidades com relação ao Banco da Amazônia são desrespeitosos e desavergonhados. No caso do Banco do Brasil, os caixas se esgotaram ainda no sábado pela manhã e foram reabastecidos apenas na segunda-feira, 26. Durante todo o final de semana, clientes fizeram vigília na praça de São Sebastião à espera de uma solução que não veio.

Quanto ao Basa, afirmei na nota que os caixas eletrônicos não estavam funcionando no sábado (24) pela manhã com base em informações de clientes que saiam da área de atendimento eletrônico naquela data, por volta das 10 horas, sem ter conseguido fazer os saques desejados.

Adentrei ao local em que estão instalados os chamados “cash’s”, onde duas pessoas molhadas de suor - pois os aparelhos de ar-condicionados não estavam ligados - afirmavam que as máquinas não respondiam aos comandos. Dei uma espiada de onde estava e vi que as telas estavam escuras.

De acordo com a tesoureira da agência do Basa em Xapuri, Walcicleyde Monteiro, os caixas eletrônicos não estiveram desligados em nenhum momento do final de semana do Natal. Sobre minhas informações, a bancária afirmou que um problema pode ter ocorrido, mas que este foi momentâneo. Outro fato, segundo ela, é que de certo ângulo as telas realmente parecem escuras.

Quanto ao esgotamento do dinheiro, a tesoureira apresentou o registro automático comprovando que isso só ocorreu às 2 horas da madrugada da segunda-feira (26) para as notas de R$ 100,00 e R$ 50,00. A partir deste horário, segundo os registros, alguns clientes não conseguiram efetuar os saques pretendidos, apesar de ainda haverem notas de R$ 20,00 e R$ 10,00.

Reafirmo que meu comentário foi um misto de desabafo e indignação contra as falhas recorrentes, mas considero que não cabe culpa aos servidores das instituições bancárias. Pelo contrário, considero visível o esforço feito pela maioria deles para bem atender ao público local.

O descaso e o desrespeito que têm ocorrido seguidamente, não somente aqui mas em diversos lugares do país, são frutos de um sistema cujo objetivo primordial está longe de ser o bom atendimento ao cidadão. Banco se preocupa com resultado, com lucro. Gente satisfeita e feliz com os bancos, só na televisão.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

De alma enxuta!

Do blog do Archibaldo.

No dia 4 de outubro de 2010 postei esta foto aqui sob o título "De alma lavada!". Quatro meses depois a realidade me aniquilou o sonho. Em 120 dias aprendi sobre o Sr. Marcio Bittar o que não pude perceber durante sete anos de convivência. Empossado, ele mostrou toda a sua arrogância e indiferença para com aqueles que lhe foram leais até o último minuto.

Sete anos de trabalho com o Sr. Bittar me renderam quatro meses em seu gabinete e a constatação de que a presunção solapa muita carreira política; que o egoísmo afasta de nós os mais dedicados; que as melhores lições nem sempre são as mais agradáveis; e que não importa o que nos dão, mas o que fazemos com aquilo que nos é dado.

2011 foi um ano de perfídias, decepções, iniquidades. Mas foi também o ano em que aprendi que a vida compensa, com extrema generosidade, tudo o que nos fazem de mal. E que, no fim das contas, teremos de ser gratos àqueles que, com sua sacanagem, contribuem para que sejamos mais fortes e preparados para a vida.

Archibaldo Antunes é jornalista.

Comentário do blog: Conheci um pouco da personalidade de Marcio Bittar durante a campanha para as eleições de 2006, quando o hoje tucano foi derrotado pelo petista Binho Marques para o governo do Estado. Contatado por Archibaldo para uma entrevista com Bittar na Rádio Educadora 6 de Agosto, agendei a conversa para às 5 horas da manhã seguinte, como queria o deputado, uma vez que sairia cedo para a zona rural de Xapuri. Ao chegar à emissora, os transmissores ainda não haviam sido ligados em razão do atraso de um funcionário. Foi quando Marcio tascou: “quando for governador colocarei esse sujeito para limpar privada”. Foi minha primeira e única impressão do político que parece ter mudado para pior.

domingo, 25 de dezembro de 2011

Bancos

Inaceitável o tratamento dispensado aos clientes pelas agências do Banco do Brasil e do Basa durante o feriado de Natal. Como em anos anteriores, os caixas eletrônicos do Banco do Brasil ficaram sem dinheiro logo na manhã do sábado. No Basa, os caixas sequer estavam funcionando.

A situação humilhante e vexatória foi mantida durante o restante do final de semana causando transtorno e aborrecimento a uma multidão de pessoas, muitas das quais se deslocaram de suas cidades de origem para passar o feriado em Xapuri.

O prejuízo causado ao comércio por conta da ineficiência das agências bancárias foi reclamado por muita gente ligada ao setor. Para piorar a coisa, grande parte das máquinas de cartões de crédito e débito não funcionavam em razão da inoperância da Oi.

O Natal em Xapuri ficou marcado mais uma vez pelo descontentamento gerado por essas situações estúpidas que nunca são resolvidas. Resta saber se para a virada do ano, que ocorre no próximo final de semana, a falta de respeito e de vergonha na cara será mantida.

sábado, 24 de dezembro de 2011

Feliz Natal

Frei Betto

Neste Natal, Deus venha amado, desarmado, disposto a conter as iras do velho Javé e, surrupiado de fadigas, derrame diluvianamente sua misericórdia sobre todos nós, praticantes de pecados inconclusos. Venha patinando pela Via Láctea, um sorriso cósmico estampado no rosto, despido como o Menino na manjedoura, mãos livres de cajado e barba feita, a pedir colo a Maria e afago a José.Traga com ele os eflúvios das bodas de Caná e, a apetitar nossos olhos famintos, guisados de ovelhas e cordeiros acebolados, sêmola com açafrão e ovos batidos com mel e canela. Repita o milagre do vinho a embriagar-nos de mistério, porque núpcias com Deus presente, assim de se deixar até fotografar, obnubila a razão e comove o coração.

Venha neste Natal o Deus jardineiro do Éden, babelicamente plural, disposto a fazer de Ló uma estátua de açúcar. E com a harpa de Davi em mãos, salmodie em nossas janelas as saudades da Babilônia e faça correr leite e mel nos regatos de nosso afeto.

Neste Natal, não farei presépio para o Javé da vingança nem permitirei que o peso de minhas culpas sirva de pedra angular aos alicerces do inferno. Quero Deus porta-estandarte, Pelé divino driblando as artimanhas do demo, acrobata do grande circo místico.
Minha árvore não será enfeitada com castigos e condenações eternas. Nela brilharão as chamas ardentes da noite escura a ensolarar os recônditos do coração. Venha Deus a cavalo, a pé ou andando sobre os mares, mas venha prevenido, arisco e trôpego e, sobretudo, desconfiado, à imagem e semelhança de minha indigência.

Enquanto todos comemoram em ceias pantagruélicas, vomitando farturas, iremos os dois para um canto de esquina e, amigos, dividiremos o pão de confidências inenarráveis. Deus será todo ouvido e eu, de meus pecados, todo olvido, pois não há graça em falar de desgraça num raro momento de graça.

Neste Natal, acolherei Deus no meu quintal, lá onde cultivo hortaliças e legumes, e darei a ele mudas de ora-pro-nóbis, coisa boa de se comer no ensopado de frango. Mostrar-lhe-ei minha coleção de vitupérios e, se quiser, cederei a minha rede para que possa descansar das desditas do mundo.

Se Maria vier junto, vou presenteá-la com rendas e bordados trazidos do sertão nordestino, porque isso de aparecer senhora de muitas devoções exige muda freqüente de trajes e mantos, e muita beleza no trato.

Que venha Deus, mas venha amado, pois ando muito carente de dengos divinos. Não pedirei a ele os cedros do Líbano nem o maná do deserto. Quero apenas o pão ázimo, um copo de vinho e uma tijela de azeite de oliva para abrilhantar os cabelos. Cantarei a ele os cantos de Sião e também um samba-canção. Tocarei pandeiro e bandolim, porque sei das artes divinas: quem pontilha de dourado reluzente o chão escuro do céu, e provoca o cintilar de tantas luzes, faz mais que uma obra, promove um espetáculo. Resta-nos ter olhos para apreciar.

Desejo um Feliz Natal às bordadeiras de sonhos, aos homens que prenham a terra com sementes de vida, às crianças de todas as idades desditosas de maldades, e a todos que decifram nos sons da madrugada o augúrio de promissoras auroras.

Também aos inválidos de espírito apegados ciosamente a seus objetos de culto, aos ensandecidos por seus mudos solilóquios, aos enconchavados no solipsismo férreo que os impede de reconhecer a vida como dádiva insossegável.

Feliz Natal aos caçadores de borboletas azuis, artífices de rupestres enigmas, febris conquistadores a cavalgar, solenes, nos campos férteis de sedutoras esperanças.

Feliz Natal às mulheres dotadas da arte de esculpir a própria beleza e, cheias de encanto, sabem-se guardar no silêncio e caminhar com os pés revestidos de delicadeza. E aos homens tatuados pela voracidade inconsútil, a subjetividade densa a derramar-lhes pela boca, o gesto aplicado e gentil, o olhar altivo iluminado de modéstia.

Feliz Natal aos romeiros da desgraça, peregrinos da indevoção cívica, curvados montanha acima pelo peso incomensurável de seus egos pedregosos. E aos êmulos descrentes de toda fé, fantasmas ao desabrigo do medo, néscios militantes de causas perdidas, enclausurados no labirinto de suas próprias artimanhas.

Feliz Natal a quem voa sem asas, molda em argila insensatez e faz dela jarro repleto de sabedoria, e aos que jamais vomitam impropérios porque sabem que as palavras brotam da mesma fonte que abastece o coração de ternura.

Feliz Natal aos que sobrevoam abismos e plantam gerânios nos canteiros da alma, vozes altissonantes em desertos da solidão, arautos angélicos cavalgando motos no trânsito alucinado de nossas indomesticáveis cobiças.

Feliz Natal aos que se expõem aos relâmpagos da voracidade intelectual e aos confeiteiros de montanhas, aos emperdigados senhores da incondescendência e aos que tecem em letras suas distantes nostalgias.

Feliz Natal a todos que, ao longo deste ano, dedicaram minutos de suas preciosas existências a ler as palavras que, com amor e ardor, teço em artigos e livros. O Menino Deus transborde em seus corações.

Frei Betto é escritor, autor de "A menina e o elefante" (Mercuryo Jovem), entre outros livros.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Padre Chagas

“Programaram celebração à revelia da igreja”

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O padre Francisco das Chagas, pároco de São Sebastião em Xapuri, reagiu com a tranquilidade de costume à repercussão causada pela afirmação feita no Twitter pela jornalista Charlene Carvalho, assessora do senador Jorge Viana, de que o sacerdote haveria fugido para não celebrar uma missa alusiva aos 23 anos da morte do líder sindical Chico Mendes, na última quinta-feira, 22.

Padre Chagas esclareceu que não foi convidado para participar de nenhuma discussão referente à organização da Semana Chico Mendes e que muito menos foi informado de que seria o celebrante dos eventos religiosos que constavam na programação. “As celebrações religiosas foram agendadas à revelia da igreja”, revelou o religioso.

O padre explicou ainda que recebeu apenas um convite enviado pela organização no qual constava a programação da Semana Chico Mendes 2011, igual aos muitos que foram distribuídos pela cidade, prevendo para o dia 22 de dezembro, data do aniversário de Morte de Chico Mendes, uma Missa Campal a ser celebrada às 18 horas, sem definição de lugar.

Segundo o pároco, ele apenas tomou conhecimento de que ocorreria uma celebração no seringal Cachoeira no dia 18 de dezembro porque encontrou casualmente com o padre Luís Ceppi no dia anterior, em Rio Branco, quando este chegava de Porto Velho com o fim de celebrar a referida missa na colocação Fazendinha.

Procurado por uma das filhas de Chico Mendes na véspera da celebração, o padre alega que informou a ela que se encontrava alheio à programação da Semana Chico Mendes e que tinha compromisso inadiável assumido em Sena Madureira, para onde viajou logo em seguida. O compromisso do padre era com uma irmã sua, que é deficiente física.

Sobre a afirmação na jornalista Charlene Carvalho no Twitter, o padre disse apenas que ela deveria tê-lo contatado antes. “Sendo assessora de um político tão importante como é o senador Jorge Viana, ela deveria ter consultado as minhas razões, mas deixo claro que não desejo alimentar nenhum tipo de polêmica com a profissional”, afirmou.

Estranho

Padre foge de missa para Chico Mendes

Pelo que conheço do padre Francisco das Chagas Monteiro dos Santos, tratado pela população de Xapuri simples e carinhosamente por Padre Chagas, creio que ele jamais fugiria da celebração de uma missa marcada com a devida antecedência. Prefiro acreditar que tenha ocorrido algum problema de força maior e que o padre tenha uma boa e convincente explicação para o fato.

Sem garantir que isso tenha alguma relação com o incidente, sou obrigado a dizer que a Semana Chico Mendes deste ano não foi um primor de organização. Exemplo disso foi a surpresa que tive ao ver constar na programação do dia 19 de dezembro, prevista para às 9 horas, uma “Coletiva na Rádio Educadora 6 de Agosto – Xapuri – tema: Desenvolvimento Regional do Alto Acre”.

Ora, sou o único responsável pela emissora no município e a tal “coletiva” jamais foi combinada com os russos, como diria Garrincha. É evidente que ninguém compareceu à rádio para participar do evento programado. Será que, por ventura, a organização da Semana Chico Mendes não esqueceu também de combinar a missa com o padre?

Tentei contato com o padre neste começo de manhã, mas seu telefone se encontra fora de área de cobertura. De acordo com a professora Euri Figueiredo, que faz parte da equipe de liturgia da igreja de São Sebastião, o padre viajou para Sena Madureira dias antes da data prevista para a celebração da missa em Xapuri.

Homem simples, ex-seringueiro da região do Purus, alfabetizado já adulto e ordenado aos 40 anos, padre Chagas é pessoa muito querida e presente na vida das comunidades mais necessitadas de Xapuri. Assim que um contato com ele seja possível, trarei mais informações a respeito do episódio que gera mais um repercussão negativa para a terra de Chico Mendes.

Seresta no Ponto Chic

Sexta de reunião e seresta

Maxsuel Maia

O natal está chegando e essa sexta-feira que o antecede será especial na querida Xapuri. Uma turma de bons xapurienses, os mesmos que criaram o grupo "Filhos e Amigos de Xapuri", convidam toda a sociedade xapuriense para uma reunião que será realizada na Pousada Chapurys (João Garrinha), sexta (23), às 20h, para juntos discutirmos um projeto que tem por objetivo promover a revitalização do "Ponto Chic", tradicional clube da cidade por onde passaram os melhores bailes e os melhores músicos que Xapuri já viu.

O idealizador do projeto, Rubens Santana, espera contar com a presença de todos que se interessem pela ideia, em sua página no Facebook ele deixa o convite, finalizando a frase com o entusiasmo típico do povo xapuriense:

"Dia 23/12 reunião para discutir a restauração do Ponto Chic, todos que têm algo a contribuir estão convidados. XAPURI É NOSSA!!". A reunião será dirigida pelo professor xapuriense Carlos Estevão, que defende que o local onde fica o Ponto Chic seja transformado em um espaço cultural, com atividades voltadas à música, dança, fotografias, pinturas, cinema, etc.

Após o encontro, todos esperam brindar o sucesso da reunião na última seresta do ano organizada pelos músicos Magão e Beleza, que por coincidência ou não, será realizada exatamente no Ponto Chic, conhecido pelos mais jovens como ASSEMUX. As reservas de mesas para a seresta podem ser feitas nos telefones: 8425 1706, 9986 6585 e 9954 0222.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

“Chegou a hora da onça beber água”

Marina Silva

Há exatos 23 anos Chico Mendes foi assassinado. A tristeza cobriu a floresta e o povo dali chorou. Um choro inaudível para muitos no Brasil, mas alto e claro a milhares de quilômetros dali. A notícia de sua morte foi estampada nas páginas de importantes jornais do mundo. E só assim que os encarregados de informar se informaram e os de proteger, denunciados.

Mas o sangue vertido escrevia, definitivamente, os contornos da Amazônia no coração e na mente de milhões de brasileiros e de cidadãos do mundo. A batalha invisível contra o abandono e o extermínio era agora conhecido nas cidades e além das fronteiras. A solidão do povo da floresta começava a se romper, suscitando indignação e sonhos que foram capazes de alistar jovens de todas as idades.

Era a solidariedade, uma das mais nobres virtudes humanas, se manifestando no momento da dor. Desse encontro entre necessidade e solidariedade surgiu a esperança. Uma esperança visível, que se expressa na forma de uma ciência comprometida, de políticas públicas, de projetos de educação, saúde, organização e de desenvolvimento comunitário. Novas leis foram surgindo e a luta de Chico Mendes, no Acre e no Brasil, se ampliou e se fortaleceu, saindo da marginalidade para o centro do Estado de Direito.

O nome do Chico está em muitos lugares. Prêmios, praças, escolas, em instituições federais e até inscrito no Livro dos Heróis da Pátria, ao lado de Tiradentes, Zumbi dos Palmares e Santos Dumont. O feito que o tornou um símbolo, e que confere sentido e valores ao que carrega seu nome, foi tão somente sua luta em defesa da Amazônia, suas matas, seus bichos e sua gente.

Desde então, o dia 22 de dezembro tem sido dedicado à sua memória e à sua causa. Gestos são feitos para demonstrar gratidão com a luta que ele empreendeu. Discursos, inaugurações, anúncios e prêmios são entregues àqueles que cooperaram para o mesmo propósito.

Infelizmente este ano é diferente. É o primeiro desde 1988 em que a memória de Chico Mendes e seus ideais correm o risco de não serem honrados. É o ano em que o Código Florestal, a lei que ampara e protege as florestas do país, agoniza sobre as mesas do Congresso Nacional e na antessala do Palácio do Planalto. É triste ver que o Parlamento que o elevou à categoria de herói nacional, agora desmonte a lei com a qual ele pode tão bravamente e pacificamente lutar.

Neste 22 de dezembro, todos os discursos em memória de Chico Mendes deveriam ser convertidos em defesa da causa a que ele se entregou. Todos os homenageados deveriam cobrar posições coerentes das instituições que, como é o caso do Ministério do Meio Ambiente, usam seu nome para fazer honrarias.

Mas existe uma mulher que, juntamente com o apoio da sociedade brasileira, ainda pode fazer a maior homenagem que a memória de Chico Mendes merece e suscita neste ano de 2011: Dilma Rousseff. Está nas mãos dela transformar o ruído em voz, o boato em fato, a gesticulação em ato. E com o veto, honrar o compromisso assumido com o povo brasileiro de que não permitiria anistia àqueles que desmataram ilegalmente, assim como não aceitaria o aumento do desmatamento.

Quando do assassinato de Wilson Pinheiro, Chico disse ao hoje ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, circunstâncias que definitivamente selaram sua trajetória de vida com a de seu companheiro de solidariedade, em momentos dramáticos como aquele: "Chegou a hora da onça beber água".

Se vivo ainda fosse, Chico bradaria, para todos nós, de forma suave como era de seu feitio e firme como era de sua têmpera, seu histórico e atualíssimo bordão, nos convocando a mais um de seus empates: "chegou a hora da onça beber água". E certamente completaria: "quem não lambe folha que se apresente onde o grande igarapé faz a volta."

E a volta se chama veto, é só ninguém ficar de braços cruzados diante do redemoinho.

Marina Silva é professora de ensino médio. Foi senadora pelo Acre (1995-2011) e Ministra do Meio Ambiente (2003-2008).

Veto

O Palácio do Planalto decidiu recuar em relação ao veto integral da mudança do fuso horário do Acre e partes do Amazonas e Pará. A presidente Dilma Rousseff vai enviar ao Congresso nesta quinta-feira (22) um Projeto de Lei com urgência para que a hora antiga do Acre e do Amazonas seja restabelecida de acordo com o fuso horário Greenwich “menos cinco”, ou seja, menos duas horas em relação ao horário de Brasília.

- Beto Vasconcelos, assessor da presidente Dilma na Casa Civil, já comunicou a decisão ao meu líder no PMDB, o deputado Henrique Alves, e ao vice-presidente Michel Temer. O Projeto  de Lei não vai incluir mudança no Pará - disse ao Blog da Amazônia o deputado Flaviano Melo (PMDB-AC).

Segundo o parlamentar, o governador do Amazonas, Omar Aziz (PSD), foi consultado pela presidente Dilma e concordou com o envio do Projeto de Lei alterando o horário no no Sul do Estado.

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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Veto presidencial

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AGAZETA.NET

O secretário de Comunicação do Palácio Rio Branco, Leonildo Rosas, disse que a “democracia do Acre não pode se sobrepor à democracia do Pará e do Amazonas”. A declaração é uma forma de embasar o veto da presidência da República ao Projeto de Lei Suplementar (PLS 91/2011) que restabelece a diferença de duas horas do Acre em relação a Brasília.

Para Rosas, o PLS não poderia incluir Pará e Amazonas já que a população destes Estados não foi consultada. Quando a lei que estabeleceu a atual hora (apresentada pelo então senador Tião Viana) em 2008, além do Acre, sul do Amazonas e sudoeste do Pará tiveram suas diferenças horárias reduzidas.

Apesar disso, Leonildo Rosas afirma que o governador Tião Viana respeita a vontade da população acreana e é a favor da validade do resultado do referendo realizado em outubro do ano passado. “A posição do governo do Estado é a de que a vontade do povo do Acre deve ser sempre respeitada”, afirmou ele. 

Rosas fez questão de atribuir ao vice-presidente Michel Temer, do PMDB, a responsabilidade pelo veto. Diferentemente de Brasília, PMDB e PT no Acre não dividem o mesmo espaço político. O deputado federal Flaviano Melo (PMDB) esteve entre outro importante articulador para a volta do antigo fuso.

De acordo com o secretário, a oposição usa o debate do fuso horário como bandeira partidária para tirar vantagens eleitorais. “A oposição não pode mais se ancorar no horário, ela precisa apresentar um projeto alternativo ao da FPA.”

Questionado se o veto presidencial teria sido uma retaliação ao Acre por conta do desempenho de Dilma Rousseff em 2010, Leo Rosas descartou esta possibilidade. O secretário elencou uma série de investimentos do governo federal que contrapõem a suposta retaliação.

Além disso, Leonildo Rosas descartou influencias políticas de Tião Viana e Jorge Viana ante o Palácio do Planalto para o veto.

Fuso horário: Temer veta projeto

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Agência Estado

A Presidência da República vetou na íntegra o projeto, aprovado pelo Congresso, que restabelecia o antigo fuso horário do Acre, aprovado em consulta popular manifesta em referendo por 56,9% da população no ano passado. Pelo projeto, o Acre, mais uma parte dos Estados do Amazonas e Pará, teriam duas horas a menos em relação ao horário normal de Brasília – ou três horas a menos no horário de verão. Assinado pelo presidente em exercício Michel Temer, o ato foi publicado hoje no Diário Oficial da União.

Temer justificou, em mensagem ao presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que o texto “contraria o interesse público”. Explicou também, que da forma como foi redigido, o projeto não permite a apreciação individualizada das alterações propostas aos fusos horários dos três Estados, “impedindo a apreciação da matéria face às realidades locais de cada um dos entes afetados”. O veto causou rebelião entre os parlamentares da região que apoiavam o projeto. Para a oposição, a medida contraria o interesse da população para atender à pressão do PT, que era contrário à medida.

O veto de Temer impede o Acre de voltar ao horário que vigorou no Estado de 1913 a 2008, quando foi sancionado projeto, de autoria do senador Tião Viana (PT-AC), que adotou no Estado o fuso horário atual, alinhado com o do restante do Brasil. O senador Sérgio Petecão (PSD-AC) considerou a medida “uma afronta à democracia” e iniciou um movimento para derrubar o veto. Para o senador Aníbal Diniz (PT-AC), a decisão presidencial foi acertada.

Pela assessoria de imprensa, o vice-presidente negou que tenha havido ingerência política na decisão, que a seu ver foi técnica e em defesa do interesse nacional. Ele explicou que o veto foi embasado em parecer jurídico da Casa Civil e que apenas assinou o texto alinhado pelo Palácio do Planalto como decisão de governo, com base em argumentos de ordem econômica e social. Se o veto não for derrubado, o Acre manterá o fuso atual, que tem uma hora a menos em relação a Brasília.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

4.0

Caro amigo Raimari,

Gostaria de aproveitar o momento especial e desejar a você muita saúde, sucesso e felicidades nestes seus 40 anos com certeza muito bem vividos!

Saiba que apesar de conhecê-lo pouco, por não ter vivido mais tempo em Xapuri e na mesma época que você, pois não somos da mesma geração, apesar de eu ter apenas 44 anos, tenho muito orgulho de poder dizer que sou seu amigo e de saber que temos alguém com muita competência, liberdade, coragem, enfim, um crítico para defender os interesses de todos nós Xapurienses e Acreanos com muito orgulho!

Espero que a sua voz, através do seu blog, continue ecoando por muitos e muitos anos e que possamos daqui de longe acompanhar as notícias de nossa eterna princesinha do Acre, diga-se de passagem, caminhando para o desenvolvimento com o esforço de todos, mas principalmente daqueles que tem o poder de decisão.

Grande abraço e PARABÉNS!!!

Dos amigos JORGEWAN, JORGE HADAD e WANDA HADAD.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Paolo Almeida

Músico xapuriense lança hoje, em Brasiléia, seu primeiro CD.

Hectare

Diz um ditado que quando um burro fala o outro murcha a orelha, mas não estou conseguindo mais ficar com a minha murcha quando vejo um punhado de políticos e jornalistas acreanos aplicar repetidamente os artigos A e UMA ao substantivo masculino hectare.

Não entendo nada de medida de terras, e na arte de falar e escrever sou apenas um aprendiz que mesmo cometendo um erro aqui e outro acolá, não descuida de ter sempre uma boa e velha gramática ao alcance das mãos. Ela ensina, corrige e puxa a orelha dos desatentos.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Florestas Plantadas

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Tatiana Campos

Áreas que antes eram degradadas hoje estão recebendo mudas de seringueira.  A ação, que teve início nesta sexta-feira no Alto Acre, no Pólo Agroflorestal de Xapuri, faz parte do programa Florestas Plantadas, que pretende trabalhar 10 mil hectares de terra com o plantio de seringueiras. O governador Tião Viana plantou, simbolicamente, uma das mudas de seringueira, ao lado do prefeito Bira Vasconcelos.

Leia também: Governo entrega 300 ovelhas em Xapuri.

Segundo o secretário de Florestas, João Paulo Mastrângelo, cada hectare plantado com seringueira rende, numa previsão pessimista, pelo menos duas toneladas de borracha natural, gerando uma renda anual de R$ 7,5 mil por hectare. “Lembrando que essa renda é complementar porque, em parceria com a Seaprof, essas áreas serão consorciadas com outras culturas como caju, café. Um seringal nativo com 300 hectares produz 1,8 tonelada de borracha ao ano. Um seringal de cultivo, com clones adaptados oferece uma produtividade incomparável”, disse.

Além dos pequenos produtores familiares, fazendeiros também apostaram na ideia. “É uma alternativa rentável, que eu consorcio com o café, e que tem demanda. Toda a produção é vendida pra Natex. É algo que eu já trabalho há algum tempo e sei da viabilidade econômica, da facilidade de manejo. Nos 250 hectares que estamos plantando a estimativa é uma renda de R$ 1,4 milhão ao ano” disse Amandio Celestino Cogo.

Este ano serão concluídos 800 hectares de plantio, com 15 patrulhas trabalhando. As mudas foram preparadas nos viveiros locais, com clones desenvolvidos pela Embrapa, institutos estaduais de pesquisa e empresas privadas. Os clones são resistentes às pragas comuns à região e têm boa produtividade.

Leia mais na Agência de Notícias do Acre.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Em nome da liberdade de expressão

Polícia Federal arquiva representação de vereadores de Xapuri contra ex-blogueiro.

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O superintendente regional em exercício da Polícia Federal no Acre, delegado Richard Murad Macedo, decidiu pelo arquivamento da representação feita à corregedoria do órgão pelos vereadores Erivélton Soares da Cruz, Ney Eurico Ferreira da Rocha e Gessi Nascimento da Cruz, todos do PSB de Xapuri, contra o ex-blogueiro Eden Barros Mota, em razão de críticas que este dirigiu aos representantes do poder legislativo do município através de uma página na internet.

O trio de vereadores se dirigiu à Corregedoria Regional da PF no Acre no dia 11 de novembro deste ano, logo depois de ter sido, junto com mais 4 colegas de parlamento-mirim, derrotado na justiça em ação cível movida contra Eden Mota, que é escrivão da Polícia Federal, pelas mesmas razões alegadas na igualmente malfadada representação externa. Lá, requereram providências no sentido de apuração de responsabilidade funcional do funcionário em razão de supostas ofensas.

O segundo balde de água fria veio na última quarta-feira, dia 7 de dezembro, quando o superintendente determinou o arquivamento do expediente depois de analisar o parecer do delegado corredor regional da PF no Acre, Alessandro Rodrigues Batista, que afirmou não haver, no aspecto funcional e administrativo, qualquer impedimento legal ou normativo vedando ao servidor público a livre manifestação de seu pensamento, um direito legítimo garantido constitucionalmente.

Quanto às alegações de que as críticas feitas aos vereadores foram ofensivas, o corregedor anotou que o foro adequado para o ressarcimento de eventuais danos à imagem, à moral e à honra é o próprio poder judiciário, que negou aos autores das ações ajuizadas qualquer reparação indenizatória ou reconhecimento de dano. Ainda de acordo com ele, os fatos apresentados pelos vereadores são absolutamente alheios à função do servidor, afeitos de sua vida privada, sem nenhuma repercussão negativa para o nome da Polícia Federal.

Engana-se, porém, quem achar que o novo despacho negativo aos vereadores colocará um ponto final à questão que se desenrola há vários meses. Amparado por duas decisões cujas argumentações lhes foram amplamente favoráveis, Eden Mota garante que agora é ele quem irá ao tribunal em busca de ressarcimento dos danos morais causados pela vã tentativa dos edis de lhe prejudicarem profissionalmente.

Como não consigo deixar de opinar e nem devo, vou desejar – mesmo que não acredite nisso -que esse novo revés sirva para promover alguma mudança na cabeça daqueles que se recusam a conviver com o contraditório, transformando crítica e opinião em demônios da persecução. A liberdade de expressão é, no mundo de hoje, um rio que corre cada vez mais forte e ligeiro, e lutar contra isso significa se atirar, trôpegos e atabalhoados, contra a correnteza. 

No You Tube

Tolerância zero.

Gaúcho

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O código da discórdia

Zuenir Ventura

Via blog do Altino

Para quem, como eu, não sabe exatamente o que é mata ciliar e o que são módulos fiscais ou Áreas de Preservação Permanente, é difícil tomar posição nesse debate sobre o novo Código Florestal, aprovado no Senado por 59 votos a favor e 7 contra. Se Chico Mendes fosse vivo, ele serviria de referência, com seu bom-senso e realismo. Sem ele, restaria recorrer aos discípulos. Mas acontece que dois deles, talvez os mais importantes, estão em campos opostos na questão. Falo do senador Jorge Viana, relator do projeto, e da ex-senadora Marina Silva, rigorosa crítica do texto que em breve volta à Câmara para depois ir à sanção presidencial.

Conheci os dois em 1989, quando fui ao Acre para cobrir o assassinato do líder seringueiro, que inscreveu a Amazônia na agenda planetária. Pude constatar a integridade de ambos. Por isso, dividido, meu coração balança entre um e outra. Concordo quando ouço o ex-governador explicando seu esforço para evitar extremos, uma tendência herdada do próprio mestre, "que era um negociador que tentava conciliar a atividade rural com a atividade humana". Ele quer "dar tranquilidade aos que vivem na área rural produzindo para que nós, na cidade, possamos consumir". Mas tendo a apoiar a ex-Ministra do Meio Ambiente, quando adverte que a lei aprovada "reduz a proteção das Florestas, anistia desmatadores e, assim, ampliará a devastação". A sua esperança é o possível veto da presidente Dilma, que em campanha prometeu coibir o Desmatamento ilegal, um compromisso que, segundo Marina, foi assumido com todos os brasileiros.

Como sintoma, há a reação dos grupos interessados. Os ruralistas exultaram, como mostrou a imagem da senadora Kátia Abreu comemorando com seus correligionários o resultado. Ao contrário, sabe-se do protesto das organizações ambientalistas em Durban, onde 194 países reunidos debateram soluções para as Mudanças Climáticas. Elas pediram o veto presidencial e exibiram um painel luminoso na fachada do hotel do encontro com um basta: "Pare a motossera!" De que lado ficará Dilma? Dizem que ela está satisfeita com o novo Código. A ver.

A crônica "Meu tempo é curto" produziu efeitos conflitantes. Alguns viram nela uma boa desculpa para não cumprirem com suas obrigações diárias. Um leitor, porém, acusou a teoria da Ressonância de não ter sido comprovada. Ele acha que eu devia ter consultado especialistas. O curioso é que se irritou mais comigo do que com o físico alemão, o tal do Schumman, que afinal é o culpado de tudo. Em cinco linhas, me deu quatro puxões de orelha. Bem feito. Quem manda desperdiçar tempo falando da falta de tempo.

Um foi "estrangulado" e saiu desacordado, com um corte profundo na testa causado por uma cotovelada. O outro teve o braço quebrado. Duas brigas feias em boate? Não, esporte.

Zuenir Ventura é colunista do jornal O Globo.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Duro na queda

De acordo com informações postadas no Facebook pela esposa de Badaró, Daigleíne Cavalcante, correu tudo bem na cirurgia à qual foi submetido o jornalista para tratar de um aneurisma cerebral sofrido na última terça-feira (6). No entanto, ele passará as próximas 48 horas na UTI, em razão da complexidade do procedimento cirúrgico.

“Acabamos de falar com médico, tudo certo na cirurgia, mas peço que continuem em oração pois pelas próximas 48 horas o Leônidas Badaró vai ficar na UTI, e devido a complexidade da cirurgia ainda tem alguns riscos. Obrigada a todos pelas orações”, escreveu ela, inicialmente. Minutos depois postou: “Saiu conversando da sala de cirurgia e fazendo graça. Esse é meu grandão”.

A cirurgia teve início por volta das 17 horas desta terça-feira e foi finalizada pouco depois das 10 da noite, ainda neste dia 13, que é um número bom para meu amigo velho de guerra. Ele nasceu num dia 13, não de dezembro, mas de maio, assim como outro cabra duro na queda e igualmente grande amigo, o saudoso mestre Wando Barros.

Outras informações em breve.

Badaró

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O jornalista xapuriense Leônidas Badaró se submeterá a uma cirurgia nesta terça-feira,13, em Rio Branco, para irrigar o sangramento causado por aneurisma cerebral sofrido na última semana.

O estado de Badaró, segundo a família, inspira cuidados, mas ele está plenamente consciente, andando, falando normalmente e até fazendo suas costumeiras brincadeiras.

A informação é necessária para contrapor alguns boatos infundados que circulam na cidade superlativando de maneira negativa a situação de saúde do jornalista.

Conversei durante o dia de hoje com a esposa do meu colega de Rádio Educadora de Xapuri e, segundo ela, Badaró está confiante no sucesso da cirurgia, que é delicada.

O momento é de torcida forte e de fé naquele que aparece ao fundo da imagem acima, feita no ano de 2008, para que a recuperação do nosso dublê de goleiro seja rápida e total.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Ruas do Povo

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“Estamos trabalhando para concluir a pavimentação das 28 ruas no município e Xapuri está voltando a ser a princesinha do Acre, as pessoas estão recuperando seu orgulho, têm direito a uma vida mais digna”. A frase é do prefeito Bira Vasconcelos durante a inauguração de mais 8 vias pavimentadas pelo programa Ruas do Povo, no último sábado (10).

O município administrado pelo prefeito petista deverá ser o primeiro do Acre a ter todas as suas ruas pavimentadas. De acordo com a reportagem de Tatiana Campos, o governador Tião Viana anunciou que retornará a Xapuri nos próximos 15 dias para assinar a ordem de serviço para o início da segunda etapa do programa Ruas do Povo no município, pavimentando mais 31 ruas.

Leia mais na Agência de Notícias do Acre.

Cidadãos Acreanos

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“O deputado Manoel Moraes trouxe Xapuri toda para ser homenageada”, brincou o presidente da Assembleia Legislativa do Acre, Élson Santiago, durante a sessão solene do último dia 8 de dezembro, que concedeu títulos de cidadãos acreanos a cerca de uma centena de pessoas que oriundas de outros rincões firmaram raízes no Acre, passando a ser parte desse grotão amazônico.

Uma das homenageadas mais aplaudidas, segundo relato de pessoas presentes ao evento, foi a cearense Vicência Bezerra da Costa, fundadora do restaurante mais conhecido de Xapuri, que aos 87 anos de idade continua a tocar pessoalmente o negócio que ajudou a fundar. ‘Tia Vicência’, como é mais conhecida, ganha o título depois de 40 anos de dedicação ao Acre.

Outras figuras marcantes da comunidade xapuriense também foram homenageadas por indicação do deputado socialista. Antônio Ferreira de Almeida, o popularíssimo Antônio Bananal, não conseguiu esconder a emoção ao receber o título. “É uma honra poder receber esse título de cidadão acreano. É uma homenagem que realmente deixa a gente muito feliz”, disse.

Foram homenageados também o pastor da igreja Assembleia de Deus Ministério de Madureira, Moisés Madeira, os pecuaristas Agenor Lunardi e Olívio Gomes, o diretor do Ifac/Xapuri, professor Sérgio Flórido, e o funcionário do Ibama, Dalmo Rufino da Silva. Mais informações e fotos do evento estão no blog do deputado. É só clicar aqui.

Neymar

Neymar

sábado, 10 de dezembro de 2011

Reconhecimento

 

 

 

 

 

 

 

O Diretor Geral do IFAC/Campus Xapuri, professor Sérgio Flórido, recebeu o título de Cidadão Acreano pelos seus anos de contribuição ao Estado do Acre.

A solenidade da Assembleia Legislativa aconteceu no último dia 8 de dezembro, contando com a presença de servidores do Campus de Xapuri que foram prestigiá-lo.

Aposentado pela Escola Técnica Federal de Pernambuco, Sérgio chegou ao Acre há mais de dez anos, onde foi um dos responsáveis pela instalação do Instituto de Ensino Superior do Acre.

Chamado pelo Ministério da Educação para uma nova missão, em 2010 se uniu a um  grupo para a implantação do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Acre – IFAC, onde hoje é Diretor Geral do Campus de Xapuri, unidade que já oferece cursos técnicos e superiores e tem o desafio da implantação do Centro de Biotecnologia.

O professor Sérgio Flórido também receberá do IFAC a comenda de “Amigo do IFAC” em solenidade a ser realizada na próxima segunda-feira, dia 12.

No próximo dia 15, na última sessão ordinária da Câmara Municipal de Xapuri em 2011, o professor Sérgio Flórido receberá o título de cidadão xapuriense. Homenagem merecida numa cidade onde o magistério é cada dia mais desvalorizado.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Disputa política e polêmica nas eleições escolares

A última quinta-feira, 8, foi marcada pelas eleições para diretores nas diversas instituições de ensino de Xapuri. Em algumas, o processo transcorreu em clima de tranquilidade, como foi o caso das escolas Anthero Soares Bezerra e Plácido de Castro, em outras, porém, houve acirrada disputa de cunho político-partidário, caso da escola Divina Providência, e até uma polêmica em torno de suposto movimento realizado para derrotar uma candidata que concorria em chapa única, na escola Madre Gabriela Nardi, localizada no bairro Sibéria.

A polêmica se deu em razão da derrota da candidata Vaniscléia Nascimento, ex-secretária municipal de Educação, para os votos brancos. Segundo correligionários da educadora, houve uma campanha massiva desenvolvida por funcionários da escola para que os pais de alunos não votassem em Vaniscléia. Uma nota de repúdio não assinada que foi enviada ao blog afirma que um grupo que está à frente da escola há 8 anos foi o responsável por uma campanha difamatória, feita de porta em porta, para que a candidata não fosse eleita.

A maior atenção do público, no entanto, ficou voltada para a eleição da escola de ensino fundamental e médio Divina Providência, a mais importante de cidade, em razão de ser a mais numerosa. Lá, os candidatos Mário Evangelista e Aucelina Oliveira protagonizaram uma disputa de evidente viés político-partidário, numa espécie de avant-première das eleições do ano que vem. Nos lados opostos, estavam PT e PSB, tendo o primeiro, representado por Mário Evangelista levado a melhor com direito a passeata pelas ruas da cidade e tudo o mais.

Na escola Anthero Soares Bezerra, a professora Marlene Cândido, mais conhecida como Rosa do Trajano, foi a vencedora em chapa única. Na escola Plácido de Castro, a professora Eucilene dos Santos obteve a maioria dos votos frente a professora Edna Barbosa, atual presidente do núcleo do Sinteac em Xapuri. Já na escola municipal Professora Rita Maia, o vencedor foi o professor Janardes Moreira, que obteve a reeleição para mais um mandato.

Quanto à Nota de Repúdio que me foi enviada, como não está assinada, obviamente não será publicada, a não ser que o autor resolva sair do anonimato e a subscreva. Para tanto me ponho, desde já, à inteira disposição qualquer um que deseje comentar cada um dos processos eleitorais nas escolas de Xapuri, onde o mais importante, independentemente das disputas e polêmicas ocorridas, é que o resultado tenha refletido a livre vontade das pessoas encarregadas de decidir. 

Espírito novo

No PSC da deputada cassada Antônia Lúcia, o ex-prefeito Wanderley Viana não abandona o sonho de voltar à prefeitura, segundo fonte próxima ao político. 

Apesar disso, deverá se contentar com a possibilidade de ser o candidato a vereador mais bem votado das próximas eleições, a julgar pela paixão de um fiel séquito que não o abandona.

A despeito de seu polêmico passado político, Viana aparece hoje como um nome interessantíssimo para renovar o espírito da Câmara de Xapuri, entregue às trevas há muito tempo.

Não há quem negue que, caso sua eleição se confirme, a Casa do Povo ganhará muito em atrativos para suas hoje esquecidas sessões semanais.

Resta esperar para ver. 

Aos jovens do presente

Marina Silva

Na noite de 6 de dezembro, faltando 16 dias para o 23° aniversário da morte de Chico Mendes, o Senado aprovou o maior retrocesso na legislação ambiental brasileira. Representantes do ruralismo, como a senadora Katia Abreu e os senadores Waldemir Moka, Jaime Campos e Ivo Cassol, faziam ruidosos elogios ao texto aprovado. Reverenciavam os relatores Jorge Viana e Luiz Henrique por terem deixado de fora os radicais ambientalistas.

Naquele momento, vieram à memória dois importantes empates feito por Chico Mendes: o da fazenda Bordon e o do seringal Cachoeira. Nestas ocasiões, com base no mesmo Código Florestal hoje fragilizado, Chico conseguiu a suspensão temporária do desmatamento, após insistente batalha judicial. Mas não teve tempo de ver o nascimento da primeira reserva extrativista, que foi citada no Senado como se sua criação, para acontecer, não lhe tivesse custado a perda da vida.

Para proteger a floresta e defender seus direitos contra a sanha dos que matam e desmatam, tombaram também Wilson Pinheiro, Calado, Ivair Higino, Irma Dorothy, José Claudio e sua esposa Maria do Espírito Santo, só para rememorar alguns que, como os radicais ambientalistas, também foram deixados de fora pelos contemplados radicais ruralistas e seus novos aliados. Essas pessoas acreditavam ser o Código Florestal uma lei pela qual valia a pena perder prestigio e admiradores de conveniência e até mesmo arriscar a própria vida.

Foi a um só tempo triste e interessante ouvir, contra os socioambientalistas, os mesmos argumentos que durante anos foram usados contra Chico e seus aliados, entre eles Jorge Viana: os de que as preocupações com o aumento de desmatamento, com a redução da proteção ambiental e com a anistia para desmatadores refletem apenas o medo da perda do discurso de vítima.

Triste por ver a continuação de um passado que Chico acreditava profundamente não mais existiria no século 21, quando, sonhando acordado para evitar os pesadelos da difícil realidade, escreveu sua melancólica carta aos jovens do futuro.

Interessante por ver que a força dos seus ideais continuam atuais e revolucionárias, a ponto de atravessar o tempo e continuar falando até mesmo aos que a eles se opõem. Como disseram Oscar Cesarotto e Marcio Peter, qualquer doutrina original e revolucionária, depois de ser ferrenhamente contestada, vai aos poucos sendo integrada e aceita, até ser recoberta por noções e ideias anteriores que tudo fazem para neutralizá-la.

Infelizmente é o que acontece, pelo menos por enquanto. Mas isso não me impede de seguir acreditando que a presidente Dilma possa honrar o sonho de Chico Mendes e homenagear sua memória, vetando os artigos que afrontam sua luta em defesa da floresta e do desenvolvimento sustentável.

Marina Silva escreve às sextas-feiras na Folha de S. Paulo

Aposentar o blog?

Existe muita gente do bem em Xapuri, isto é coisa evidente. Mas é fato também que uma banda podre faz e desfaz. Será este o objetivo? Fazer-me abandonar o blog?

Continuo a receber, via internet, ataques baixos que, apesar de comuns para quem se ocupa de opinar e informar numa vila como esta, aparentam querer me intimidar.

Será em vão.

Litigância de Má-fé

(Via blog do Altino)

Luciano Martins Costa

Um exemplo da ausência de controle social ou a não observância das regras para o funcionamento de empresas de comunicação é o não cumprimento das normas para concessão de canais de rádio e televisão.

Nos lugares onde o donatário de emissoras exerce também o poder político, diretamente ou através de prepostos, a tendência é de menor transparência nos negócios públicos, criando-se o ambiente ideal para a corrupção.

Muito comumente, o proprietário dos principais meios eletrônicos também controla a mídia impressa regional e prefere manter a política em mãos leais.

Um desses casos, que chega ao nível da patologia institucional, ocorre no Pará, onde a família Maiorana mantém o jornalista Lúcio Flávio Pinto na condição de refém, com cerca de oitenta processos judiciais que têm como origem a atividade jornalística do profissional independente, considerado até mesmo no exterior como um dos mais importantes cronistas da Amazônia, ao lado do acreano Altino Machado.

Lúcio Flávio não pode se ausentar de Belém, sob o risco de ser julgado à revelia em um desses processos, por algum juiz eventualmente submetido à influência dos donos da mídia local.

A família Maiorana é proprietária do jornal O Liberal, membro da Associação Nacional de Jornais e da emissora de televisão de mesmo nome, afiliada à Rede Globo.

Isso acontece também em Brasília, em outras proporções, com duas blogueiras do Correio Braziliense que estão cercadas por cinco processos judiciais, abertos em foros distintos por um deputado distrital.

Por trás desses episódios há comumente casos de corrupção relatados pelos jornalistas, na maioria das vezes com a simples reprodução de peças judiciais de amplo conhecimento público.

Em quase todos eles, os réus revertem o papel na Justiça, processando o jornalista e praticando ostensivamente a litigância de má-fé, sem que a Ordem dos Advogados do Brasil, sempre tão pronta a manifestos contra a corrupção, se digne a averiguar essas irregularidades na prática do Direito.

A chamada grande imprensa do Sudeste também não toma conhecimento desses aspectos grotescos da corrupção.

Certamente conta pontos negativos para a realização dessas pautas o fato de que, em muitos casos, o objeto de reportagens do jornalista independente tem relações de interesses mútuos com os coronéis da mídia.

Luciano Martins Costa escreve diariamente no Observatório da Imprensa.

Comentário: Qualquer semelhança…

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

John

Ele sonhou uma irmandade de homens

John

“Você pode dizer
Que eu sou um sonhador
Mas eu não sou o único
Espero que um dia
você se junte a nós
E o mundo, então, será como um só”.

Foi na noite de um dia 8 de dezembro, há 31 anos, que o mundo perdeu um de seus maiores artistas. Ativista político pela pela paz mundial, John Lennon foi dono de ideias que se colocadas em prática pelos seres humanos, o mundo certamente seria um paraíso.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Paolo Almeida

Olá, amados da minha terra abençoada por Deus,

Estou vivendo um momento muito feliz em minha vida. Como xapuriense do pé rachado que sou, sinto-me na obrigação de retribuir em forma de arte tudo o que sou hoje, pois Deus me concedeu um dom, que é a música.

Nunca estudei em conservatório ou escolas de música, tudo que tenho aprendido vem de Deus, e sempre digo a todos que Xapuri é a terra dos artistas, embora poucas oportunidades e espaços são disponíveis para a produção de todas as artes, seja música, teatro, dança, pintura e outras.

Mas gostaria de compartilhar esse momento feliz em minha vida, primeiramente com vocês, blogueiros, e que através desse veículo poderoso de comunicação grande parte da Princesinha fique sabendo e torcendo para que esse projeto tenha grande sucesso e impacto na cultura musical de nosso estado.

Em breve estarei lançando esse projeto em minha Xapuri, com todos os amigos, familiares, professores de escola, enfim, poder contribuir de forma efetiva para a cultura de minha cidade.

Um grande abraço.

Espero contar com vocês nesse momento.

Paolo Almeida.

Enfrentamento às drogas

A presidente da República, Dilma Rousseff, e os ministros da Saúde, Alexandre Padilha, e da Justiça, José Eduardo Cardozo, lançaram nesta quarta-feira (7), um conjunto de ações integradas do governo federal para enfrentar o crack e outras drogas. Com investimento de R$ 4 bilhões da União e articulação com estados, Distrito Federal, municípios e sociedade civil, a iniciativa tem o objetivo de aumentar a oferta de tratamento de saúde aos usuários de drogas, enfrentar o tráfico e as organizações criminosas, além de ampliar as ações de prevenção.

Durante a solenidade no Palácio do Planalto, a presidenta Dilma Rousseff disse que é sim possível enfrentar e vencer as drogas. “Um país, que retirou 40 milhões de brasileiros da extrema pobreza e que voltou a ser capaz de definir os seus próprios rumos, este país vai ter, sim, uma política ampla, sistemática, moderna e corajosa de enfrentamento às drogas”, anunciou.

No campo da saúde e do cuidado, a presidenta destacou que a rede pública de saúde vai ser reforçada para atender de forma adequada as diferentes necessidades de acolhimento, incluindo casos de prevenção, abstinência pelo uso de drogas e casos cujo comportamento do paciente afeta o convívio com a família. A presidenta deixou uma mensagem para os pais de dependentes: “Vamos fazer de tudo para recuperação desses filhos e filhas. Unidos somos capazes de enfrentar este mal, que desafia a sociedade moderna”.  

Leia mais na Agência Saúde.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Outdoors

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Campanha feita pela população em Jaraguá do Sul, Santa Catarina, onde vereadores se mobilizavam, a exemplo de outros municípios do Brasil, para ampliar o número de cadeiras na Câmara Municipal (leia aqui).

Em Xapuri, onde a população ultrapassou os 16 mil habitantes, segundo o IBGE, o movimento foi contrário. Houve consenso por manter a quantidade de cadeiras em 9. Assim, ninguém apresentou projeto. Ninguém reclamou.

Mordomias

Da coluna Poronga, jornal Página 20:

Auxílio-paletó
Depois da guerra contra as aposentadorias dos governadores, a mídia nacional escolheu outra bandeira de luta contra a classe política. Trata-se do “auxílio-paletó”, que Assembleias Legislativas de 10 Estados do país, inclusive a do Acre, pagam para seus deputados estaduais.

Salários extras
Com exceção do Acre, que pagaria R$ 12 mil, os outros nove Estados pagam, além do 13º salário, mais dois salários extras (um no início e outro no fim do ano) no valor de R$ 20 mil cada.

Abrangência
Além do Acre, segundo publicou o jornal Folha de S. Paulo, recebem o auxílio-paletó os deputados estaduais de Amazonas, Ceará, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Tocantins, Rondônia, Minas Gerais e Bahia.

Não é rapadura

Prestador de serviços à Eletrobrás utilizava emprego para transportar drogas a Xapuri.

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Flávio Soares do Nascimento, o Jacu, 30, anos foi preso em flagrante delito na manhã desta terça-feira, 6, por uma equipe da Polícia Civil de Xapuri, nas imediações do entroncamento da BR-317 com a Estrada da Borracha.

Ele se dirigia provavelmente a Xapuri em motocicleta da empresa Potência, que presta serviços à Eletrobrás Distribuição Acre. Flávio é funcionário da empresa e trabalha na função de ‘leiturista’ de medidores na zona rural do município.

Com ele foram encontrados 500 gramas de pasta de cocaína, que eram transportados em um saco plástico que estava dentro da cueca do acusado. Jacu vestia o uniforme da empresa e portava ainda uma máquina medidora e um aparelho GPS.

Flávio Soares, que era investigado há algum tempo, foi conduzido à delegacia de Xapuri para os procedimentos de praxe. Depois de indiciado, deverá ser conduzido ao presídio estadual de Rio Branco.

Essa foi a quarta apreensão de drogas feita pela Polícia Civil de Xapuri em cerca de 20 dias, envolvendo algumas pessoas bastante conhecidas na cidade. No último dia 13 de novembro, foi preso o taxista Antônio César Rodrigues de Oliveira, até então, para muitos, considerado pessoa fora de qualquer suspeita.

De acordo com o delegado Antônio Carlos Marques Mello é cada vez mais comum que indivíduos se passem por pessoas de bem, trabalhadores honestos, para traficar drogas. Segundo ele, o trabalho da polícia é permanente e tende a ser intensificado com a aproximação do final do ano.

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Flávio (Jacu) no momento em que foi abordado pelos policiais civis de Xapuri.

“Discórdia na Câmara”

A informação vem do blog Xapuri News, segundo quem alguns funcionários da Câmara Municipal de Xapuri estão em pé de guerra com os vereadores.

De acordo com o blogueiro Joscíres Ângelo, a crise se dá em razão da não aprovação de matéria relativa ao reajuste dos servidores da Casa, que atingiria invejáveis 20%.

O blogueiro comenta ainda que, segundo “papos que rolam”, os vereadores somente aprovariam o reajuste caso a “recíproca fosse verdadeira”, ou seja, se o aumento também os contemplasse.

É importante lembrar que os atuais vencimentos dos vereadores de Xapuri foram estabelecidos pela Resolução Legislativa nº 10/2008, que aumentou o ganho mensal dos representantes da Casa do Povo do valor de R$ 1,8 mil para R$ 3 mil redondos com validade para atual legislatura.

A mesma resolução, que entrou em vigor a partir de janeiro do ano de 2009, início da atual legislatura, também definiu os salários de R$ 4 mil para o presidente, R$ 3,7 mil para o 1º Secretário e R$ 3,5 mil para o Vice-Presidente da Câmara.

Para o executivo, os salários do prefeito e do vice-prefeito, que recebiam até o ano de 2008 vencimentos de R$ 4 mil e R$ 3 mil, respectivamente, passaram, com a resolução da Câmara, para os valores de R$ 8 mil e R$ 4 mil, respectivamente.

Qualquer um sabe que aumento de salário de servidor nada tem a ver com reajuste de vencimentos de vereador, mas quanto à improvável possibilidade de alteração nos  “soldos” do legislativo, no atual momento da história, garanto que o fato geraria muita polêmica.

Eleições Escolares

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A próxima quinta-feira, 8, é dia de eleições escolares. Na disputa, cada candidato corre se vira como pode em busca de votos. O professor Janardes da Costa Moreira, atual diretor da escola municipal Rita Maia, enviou ao blog seu folder de campanha. Está divulgado, mas que fique claro que não defendo qualquer candidatura. O espaço, evidentemente, está à disposição dos demais.

Pairar acima dos partidos e por eles ser derrotado

Por Maria Cristina Fernandes

Inspirado por Marina Silva, já começa a circular nas redes sociais movimento pelo veto da presidente Dilma Rousseff ao Código Florestal que ainda está por ser votado.

Dada a concordância governista com a maior parte do relatório do senador Jorge Viana (PT-AC), é pouco provável que o movimento seja bem sucedido.

A iminente derrota ambientalista na próxima semana não pode ser dissociada da neutralidade de Marina Silva no segundo turno da eleição presidencial do ano passado.

Não que o apoio de Marina a Dilma ou a José Serra fosse capaz de evitar o que já parece uma derrota certa do ambientalismo no Congresso.

O placar da Câmara (410 votos) que referendou o relatório do agora ministro Aldo Rebelo (PCdoB) já havia deixado claro que é a disposição em retirar amarras à produção agropecuária que domina os ânimos parlamentares.

Está claro que não foram 20 milhões de votos pintados de verde que Marina obteve, mas este patrimônio eleitoral a autorizava a negociar os pontos mais caros ao ambientalismo com maior grau de compromisso dos candidatos em disputa.

Veto ao Código Florestal não virá pelo twitter

Tivesse anunciado apoio a José Serra, Marina Silva disporia de laços com a oposição com os quais poderia costurar um discurso alternativo ao bloco ruralista. Ainda que minoritário no plenário, esse bloco, mesmo derrotado, não amargaria o isolamento a que a votação do Código está para submeter os ambientalistas no Congresso.

O apoio de Marina a Dilma Rousseff tampouco asseguraria vitória aos verdes, mas além de lhes dar melhores condições de negociar a tramitação do projeto, também faria com que a cobrança que hoje se faz à Dilma por um veto extrapolasse as redes sociais e envolvesse um maior compromisso partidário.

Poderia ter evitado, por exemplo, que a primeira relatoria do projeto caísse nas mãos de um senador Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC) que governou por oito anos o Estado cujo padrão de ocupação leva a desastres anuais de grandes proporções no período de chuvas.

A neutralidade do segundo turno ajudou a revestir a imagem de Marina da aura de quem paira acima dos partidos e daquela raivosa disputa do segundo turno. Se a decisão beneficiou a imagem da ex-candidata, talvez não se possa afirmar o mesmo da causa ambiental.

Quanto mais se aprofunda a crise mundial mais cresce o apelo para que o Brasil mantenha sua economia a salvo da turbulência com atração de investimentos, fomento à produção e ao consumo.

É, portanto, uma conjuntura desfavorável a que se discuta se a margem dos rios a ser preservada deve ser de 10, 20 ou 30 metros.

É essa rajada contrária aos ambientalistas que os obriga a ampliar seu espectro político de atuação, mas o movimento parece dominado pela ideia de que o Brasil entrou na cadeia de mobilização popular pelas causas justas que ocupa as praças, de Zucotti a Tahir.

Um desses manifestantes globais estendeu uma faixa no Congresso na semana passada com o slogan "Jorge Viana trocou Chico Mendes por Kátia Abreu".

Dercy Teles de Carvalho Cunha é presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Xapuri, fundado por Chico Mendes. Elegeu-se em 2009 quando a vasilha de 18 litros de castanha chegou a ser vendida a R$ 13 reais e o quilo de látex não conseguia mercado a preço nenhum.

Os filiados do sindicato trocaram o extrativismo pela pecuária. Hoje a reserva Chico Mendes, criada para preservar o modo de produção de seringueiros, castanheiros, quebradeiras de coco, populações ribeirinhas e todos os povos da floresta defendidos pelo líder morto em 1988, tem 10 mil cabeças de gado.

Se os manifestantes de Xapuri fossem hoje reunidos numa praça o recado que se ouviria talvez fosse bem diferente daquele que Marina gostaria de ouvir. E é possível que também fosse diferente daquele que Chico Mendes um dia verbalizou. Uma parte deles se manifestou no ano passado quando o Acre natal da candidata do PV a derrotou.

Dercy somou as multas que o Ibama aplicou a 16 dos seus produtores e chegou à conta de R$ 1, 4 milhão. Ela diz que o texto beneficia os grandes produtores e exige demais da agricultura familiar.

Até Kátia Abreu faria mais rodeios para dizer aquilo que Dercy abre de bate pronto numa conversa por telefone. Reclama que seus filiados (4 mil e poucos na última conta) não podem mais queimar a roça, a exemplo do que faziam os primeiros habitantes do país cinco séculos atrás.

Enquanto Marina acha que fizeram-se concessões demais na anistia aos desmatadores, Dercy reclama que os produtores tenham sido obrigados a recompor áreas de floresta para ficarem quites com o Ibama. E diz que ninguém cumpre a determinação de desmatar apenas 20% das propriedades rurais, tal como é exigido no texto para a região amazônica.

O sindicato de Dercy é um dos 30 signatários da Carta do Acre, que critica a coalizão política que, liderada pelo PT, governa o Acre há 13 anos. O documento a acusa de ter promovido, em nome de Chico Mendes, um capitalismo verde que só beneficia madeireiros.

Até os ambientalistas concordam que o texto que vai à voto na próxima semana no plenário do Senado é melhor para seus interesses do que aquele que saiu da Câmara. Criou, por exemplo, a obrigatoriedade de um cadastro para acompanhar se as propriedades cumprem ou não as exigências do código e restringir o acesso ao crédito daquelas que o infringirem.

Mas o código não é fruto do consenso entre ruralistas e ambientalistas, como pretende Viana. Em relação à legislação atual, quem ganha são os ruralistas.

É bem verdade que a lei hoje em vigor não é cumprida e decretos com anistias vêm sendo renovados por sucessivos governos. Mas sem rechaçar a tese do falso consenso, que sempre colocou as mudanças do país em marcha lenta, não há mobilização na política.

Os ambientalistas devem perder porque não foram souberam mobilizar uma coalizão capaz de reunir num mesmo discurso os barulhentos estudantes das galerias e os muitos brasis de Xapuri. E tão equivocado quanto apostar no código como filho do consenso é acreditar que o veto virá pelo twitter.

Maria Cristina Fernandes é editora de política do jornal Valor Econômico.