terça-feira, 31 de janeiro de 2012

“Ponte da Bolívia”

A ponte sobre sobre o igarapé Braga Sobrinho, que liga o bairro homônimo ao centro de Xapuri, voltou a ser motivo de polêmica na cidade. Reconstruída em 2010 pelo governo do Estado em parceria com a prefeitura, a “Ponte da Bolívia”, como é popularmente conhecida, gerou reclamações pelo atraso da conclusão da obra.

Novinha em folha, teve sua capacidade de peso estabelecida em 10 toneladas, ocorre que sem qualquer fiscalização do poder público, a ponte está sendo utilizada de maneira indevida. Caminhões-caçamba transportando areia, caminhões-boiadeiro transportando gado e outros excessos têm trafegado livremente pela ponte causando preocupação aos moradores.

Na última sexta-feira, o vereador Ronaldo Ferraz (PMDB) chegou a bloquear a ponte com seu carro para impedir a passagem de um caminhão. O prefeito Bira Vasconcelos informou que já manteve conversa com proprietários de lojas de material de construção com o objetivo de que o acesso seja evitado por veículos pesados.

É bom lembrar que o problema causado pelo tráfego de veículos pesados pelo bairro Braga Sobrinho não preocupa apenas com relação à ponte. A própria rua Plácido de Castro, que ladeia a margem do rio Acre, sendo por essa razão um terreno extremamente instável, vem sofrendo ano a ano com a pressão exercida pelo peso de caminhões.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Campeão em aprovação de projetos

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Do Diário do Congresso

O deputado de primeiro mandato Manoel Moraes (PSB), foi o que mais teve projetos aprovados na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac) em 2011. O relatório interno de produtividade da Mesa Diretora da Aleac mostra o deputado socialista como campeão na aprovação de projetos, totalizando 10 Projetos de Lei que receberam concordância da maioria dos pares e seguiu para sansão governamental.

Além da apresentação e aprovação da dezena de Projetos de Lei, o deputado Manoel Moraes também apresentou 3 (três) indicações, 2 (dois) requerimentos via mesa diretora, além de uma centena de solicitações diretas a diretores de departamentos e secretários de Estado.

Tão logo Manoel assumiu o mandato de deputado estadual, se dispôs a visitar todos os secretários e diretores de autarquia buscando estreitar as relações entre parlamento e poder executivo, tornando-se dessa maneira, o elo entre comunidade e poder constituído.

Outro detalhe importante com relação ao primeiro ano de mandato do deputado Manoel Moraes foi o constante contato com as bases no interior, onde ele ouvia as comunidades e levava em mãos as reivindicações. Moraes visitou comunidades desde o vale do Juruá ao Alto Acre.  “Estive em Tarauacá e visitei todas as comunidades do vale do Alto Acre, especificamente de Xapuri. É preciso manter esse contato, porque são essas pessoas que são o espelho do Acre. Muita coisa nós conseguimos resolver e sabemos que ainda podemos fazer muito mais”, disse o parlamentar.

É importante frisar que o trabalho de Manoel Moraes foi além das fronteiras acreanas, principalmente quando se tratou de angariar capital político para a construção da ponte de Xapuri, que ligará o bairro da Sibéria ao restante da cidade. Manoel que conseguiu a assinatura dos demais 23 deputados estaduais defendendo a importância da obra seguiu para Brasília em busca do apoio da bancada federal. Foram cinco viagens à Capital Federal e uma grande vitória: o empenho de R$ 29 milhões oriundos de emendas de bancada e ainda as emendas individuais empenhadas por representantes da bancada federal. Todo esse esforço deixou o sonho da ponte de Xapuri mais próximo.

Depois de construída a ponte de Sibéria ligará o bairro ao restante do município, tirando assim mais de 4.700 pessoas do isolamento e ligando-as ao restante de Xapuri onde há hospital, bancos e comércio. “Os moradores da Sibéria e que moram depois daquele bairro já experimentaram todo tipo de sofrimento por causa do isolamento. No período da noite, quando a catraia deixa de funcionar eles ficam entregues à própria sorte já que o posto do bairro só funciona até as 18 horas. Mulheres já tiveram bebês nos barrancos do rio, porque não tinham como chegar até o outro lado da cidade. Não podemos mais aceitar que em pleno século XXI as pessoas sofram desse jeito. Vamos lutar incansavelmente pela construção da ponte de Xapuri”, diz Moraes.

Continue lendo em Diário do Congresso.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

“Foi um dom que Deus me deu”

O artista xapuriense Paolo Almeida lança seu primeiro CD em Xapuri no próximo dia 4, no ginásio poliesportivo Álvaro da Silva Mota.

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Conversei em meu programa de rádio, na manhã desta sexta-feira, 27, com o cantor religioso Paolo Almeida, que lança seu primeiro CD em Xapuri no próximo dia 4 de fevereiro, um sábado. O CD já teve seu lançamento em Brasiléia, na 1ª Igreja Batista, onde o artista congrega.

Paolo faz música desde criança, aprendeu seus primeiros acordes no violão com o músico Carlinhos Castelo, que é pai do blogueiro Maxsuel Maia, e teve influência de outros grandes músicos de Xapuri, como Antônio Magão, Nader Sarkis, Eden Mota e outros.

Começou tocando bateria na igreja do Evangelho Quadrangular, em Xapuri, no início dos anos 2000, quando se mudou para Brasiléia com a finalidade de trabalhar. Sempre ligando à música, largou o emprego para se dedicar àquilo que tem sido até hoje o seu meio de vida.

Na fronteira, o xapuriense lutou muito para conseguir sobreviver fazendo o que gosta até chegar à gravação de seu primeiro trabalho, o CD “Não abro mão de Deus”, formado por músicas que foram sendo compostas e guardadas em um caderno de anotações.

Paolo Almeida é um jovem de fé e de fibra que, a despeito da escassez de apoio à arte que impera no Acre - o governo do Estado continua a ser o grande financiador - traçou um objetivo de vida e colocou o pé na estrada para realizar o seu sonho.

“Fazer música faz parte da minha essência, é um dom que Deus me deu”, afirma o cantor que apesar de ser evangélico faz questão de deixar claro que seu trabalho é direcionado a todos os públicos. “Minha música é para o povão”, conclui. 

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Parceria

Governo e prefeitura de Xapuri lançam programa “Vencendo o Analfabetismo”.

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Numa das ruas recém-inauguradas pelo programa Ruas do Povo em Xapuri, no bairro Laranjal, o governo do Acre e a prefeitura do município lançaram nesta quarta-feira (25) o movimento “Vencendo o Analfabetismo”, ação que integra o MOVA/ALFA 100, parceria intergovernamental cujo objetivo é alcançar 100% da população acreana, oferecendo alfabetização de qualidade.

Participaram do lançamento, por parte do governo do Estado, a coordenadora do programa Alfa 100 no Acre e a representante da Secretaria de Educação e Esporte em Xapuri, Ziláh Carvalho Mastub de Oliveira. Pelo município, estiveram no ato o prefeito Bira Vasconcelos e o secretário municipal de Educação, João Ribeiro de Freitas.

O programa tem como meta formar 26 turmas para alfabetizar 390 pessoas durante o ano de 2012. Em longo prazo, a estimativa da parceria entre governo e município é de que cerca de mil pessoas sejam alfabetizadas em Xapuri, que tem aproximadamente três mil analfabetos, sendo 15% deste total localizado na zona urbana e 30% na zona rural.

Segundo a coordenadora do ALFA 100 no Acre, Maria Augusta, chegar o mais próximo possível da erradicação do analfabetismo é uma das metas prioritárias da Secretaria Estadual de Educação.

“É um desafio que vem sendo vencido ano a ano graças às parcerias entre os governos e ao esforço dos profissionais que têm abraçado esse compromisso”, disse ela.

A professora Ziláh Carvalho, representante da SEE em Xapuri, afirmou que o combate ao analfabetismo é uma das ações fundamentais do governo em Xapuri, município que apesar dos grandes avanços dos últimos anos ainda possui um número desconfortável de pessoas que não sabem ler e escrever.

“Possuímos um plano de ação muito bem elaborado que vai reduzir substancialmente o nosso número de analfabetos”, afirmou.

O prefeito Bira Vasconcelos destacou a importância da parceria entre sua prefeitura e o governo do Estado para o avanço da educação em Xapuri.

“Temos hoje o IFAC em nossa cidade, a UNB/UAB, além da parceria com a Universidade Federal do Acre, que formou no último sábado 26 economistas para o nosso município. Agora, com esse incremento do apoio do governo no combate ao analfabetismo, temos a certeza de que o futuro de Xapuri na área de educação é muito promissor”.

Programas de redução do analfabetismo vêm sendo desenvolvidas desde 2009 pela atual administração municipal como parte do plano de governo do prefeito Bira Vasconcelos. Com o novo programa, um mapeamento será realizado em toda a zona urbana e rural do município para que no início do ano letivo o plano de ação seja colocado em prática de acordo com as demandas levantadas.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

“Democratização do conhecimento”

Fundação Roberto Marinho (FRM) e Governo do Acre celebram formatura do Poronga.

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Assessoria FRM

O próximo 27 de janeiro vai fazer parte da história de vida de 823 jovens e adultos do projeto Poronga, no Acre. Neste dia eles completam o ensino fundamental e já estão prontos para continuar seus estudos no ensino médio.

A cerimônia da formatura nesta sexta-feira começa às 18h, no Ginásio do Sesc-Bosque, em Rio Branco.  Estarão presentes o governador do Acre, Tião Viana; o secretário de Estado de Educação, Daniel Zen; a coordenadora do projeto Poronga no Acre, Emilly Melo e a gerente geral de Educação e Implementação da Fundação Roberto Marinho, Vilma Guimarães.

Todos os 823 alunos que concluíram o ensino fundamental são de escolas de Rio Branco. Ao longo de janeiro, mais 730 alunos, também do ensino fundamental, de seis municípios acreanos - vão se formar pelo Poronga. As datas de formatura são: Sena Madureira (16 de janeiro); Brasiléia e Epitaciolândia (17 de janeiro); Cruzeiro do Sul (19 de janeiro); Feijó (24 de janeiro) e Tarauacá (25 de janeiro). De 2002 até hoje, já contando com os formandos deste início de 2012, 26.480 alunos receberam seus certificados de conclusão dos ensinos fundamental e médio e 1.500 professores foram formados pela metodologia do Telecurso®.

O programa

O Poronga foi adotado como política pública de ensino pelo governo do Acre, em parceira com a Fundação Roberto Marinho, com o objetivo de diminuir os altos índices de defasagem idade-série no Estado. O nome dado ao programa remete à lamparina usada pelos seringueiros que, colocada na cabeça, deixa as mãos livres e serve para iluminar o seringal. O projeto está presente em 17 dos 22 municípios do Estado (Brasileia, Bujari, Cruzeiro do Sul, Epitaciolândia, Feijó, Rio Branco, Sena Madureira, Senador Guiomard, Tarauacá, Vila Campinas, Xapuri, Assis Brasil, Mâncio Lima, Manoel Urbano, Plácido de Castro, Porto Acre e Rodrigues Alves.

As atividades do Poronga no Acre contribuíram para a democratização do conhecimento. A distorção idade-série na rede estadual de ensino caiu de 54,12%, em 2002, para atuais 30% no nível fundamental. A adoção do programa possibilitou ainda um aumento do número de alunos que concluem os estudos, redução da idade com que os estudantes terminam o ensino fundamental e crescimento da demanda por mais vagas no ensino médio, além da correção do fluxo escolar.  A secretaria estadual da Educação, que tem várias políticas educacionais de valorização de alunos e professores, reconhece a importância do programa Poronga para alcançar os excelentes resultados alcançados nas avaliações nacionais. Segundo dados do Ideb, os alunos do Acre, do 6º ao 9º ano, estão em 4º lugar no Brasil. Era o último há 12 anos.

O Telecurso®

O Telecurso® é uma iniciativa conjunta da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e da Fundação Roberto Marinho. O programa utiliza uma metodologia de ensino apropriada à aceleração escolar e reconhecida pelo MEC. Com aulas presenciais, o Telecurso® utiliza um material de apoio elaborado especialmente para o programa, por alguns dos mais experientes educadores, mestres e doutores das principais universidades brasileiras.

O Telecurso® tem sido utilizado para enfrentar os problemas mais frequentes no sistema educacional brasileiro, tais como defasagem idade-série, formação de professores, alternativa de oferta de ensino regular para alunos dispersos em áreas rurais e complementação curricular. Hoje o programa é adotado nos estados do Acre, Amazonas, Minas Gerais  (na rede municipal de ensino) Pernambuco e Rio de Janeiro (nas redes municipal e estadual de ensino) O índice de aprovação do Telecurso®, que chega a mais de 90%, é um dos principais motivos que levam governos estaduais a adotar o programa como política pública de ensino. Como indicador de sua importância para a educação no país, o Telecurso® foi escolhido, em 2001, como currículo de referência nacional para a avaliação de jovens e adultos por meio do Exame Nacional para Certificação de competências de Jovens e Adultos (Encceja).

A organização curricular do Telecurso® é modular e sua metodologia trabalha a construção coletiva do conhecimento, correlaciona conceitos com o cotidiano, possibilita uma abordagem interdisciplinar e gera o prazer de aprender. Professores, coordenadores e a equipe interdisciplinar são responsáveis pela mediação pedagógica nas salas de aula e também pelos projetos pedagógicos complementares, como dias temáticos, aulas-passeio, mostras culturais, entre outros. Todos os educadores que integram as atividades do Telecurso® participam da formação na metodologia e são acompanhados sistematicamente nas suas práticas.

“Vencendo o analfabetismo”

Governo do Estado e prefeitura de Xapuri lançaram nesta quarta-feira (25), o programa Alfa 100 “Vencendo o Analfabetismo no Acre”, que tem como meta formar 26 turmas para alfabetizar 390 pessoas durante o ano de 2012. O município de Xapuri possui cerca de 3 mil analfabetos, estando 15% deste total na zona urbana e 30% na zona rural.

Leia mais no blog Xapuri em Destaque.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Parque Pequeno Príncipe

A proprietária do Parque de Diversões Pequeno Príncipe, instalado em Xapuri desde o começo de dezembro do ano passado, Maria Edimeia Pereira, procurou pelo blog nesta terça-feira (24) para apresentar os documentos que seguem abaixo, relativos às exigências feitas pela prefeitura para que a estrutura fosse liberada para funcionamento.

Constam do Pedido de Vistoria pelo Corpo de Bombeiros para a emissão do atestado de que o parque está dentro das especificações técnicas exigidas, Atestado de Vistoria emitido pelo CB em 8 de dezembro de 2011 com validade até 25 de abril de 2012 e a ART – Anotação de Responsabilidade Técnica emitida por engenheiro registrado no CREA-AC.

Armada com os documentos ora apresentados, Maria Edimeia garante que seu parque não oferece a menor insegurança aos frequentadores e que em 15 anos trabalhando no ramo, nunca viu uma criança quebrar um braço. Revoltado com minhas afirmações na postagem Perigo!, o esposo de Edimeia chegou a pensar em processar este blogueiro linguarudo.

Não por medo de processo, vou abdicar do termo “armadilha ambulante” com o qual me referi ao tal parque, mas continuarei sem compreender como uma engenhoca que funciona com uma peça naquelas condições pôde ter sido atestada pelo Corpo de Bombeiros e considerada em “perfeitas condições de uso e funcionamento” por um engenheiro mecânico.

Eis os documentos apresentados por Edimeia. É só clicar neles para vê-los ampliados.

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E um close da peça que originou meu comentário:

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Confirmando o que escrevi na postagem, a peça é uma espécie de freio da roda gigante. Caso ela quebre, o brinquedo terá que ser movimentado manualmente para que as pessoas possam descer, segundo informou Maria Edimeia, que afirmou também ser esta a única peça a estar nestas condições em seu parque. “As demais estão completamente em ordem”, garantiu.

Em tempo: Com a denúncia do blog, a pobre peça perdeu o emprego. Uma nova – já não era sem tempo – foi encomendada pelos empresários do entretenimento.

“É simples respeitar”

Nader Sarkis

Abaixo de Deus São Sebastião é mesmo assim... Um santo forte, determinado, que teve sua história marcada por amor ao Cristianismo. No ano 288, os imperadores não permitiam a fé em Jesus Cristo e por não esconder-se em sua certeza, Sebastião deixou de ser homem de confiança de Diocleciano para ser espancado até a morte.

O tamanho desse amor a Jesus o transformou em exemplo para os seres humanos no mundo inteiro. Milhares de cidades têm o santo como padroeiro, dentre elas nossa Xapuri, que nos últimos 110 anos vivencia intensamente sua fé todo mês de janeiro. No dia 20 de janeiro de 1902 aconteceu a primeira procissão pelas ruelas do então povoado de Xapuri com aproximadamente 100 pessoas rezando pela paz entre brasileiros e bolivianos. Depois de todo esse tempo se transformou numa das mais importantes manifestações religiosas do estado do Acre.

Ouvindo depoimentos e testemunhos, percebe-se que já são milhares de promessas e milagres alcançados em nome de Jesus pela intercessão de São Sebastião ao longo desse período centenário. Vejam que essa fé, essa história, foi construída ano após ano enfrentando vários obstáculos, sofrimentos, porém resistindo todas as intempéries do tempo, e sua força mostra com bastante evidência que se eternizará nos corações dos fiéis.

Este ano não foi diferente dos demais. Pessoas chegando de vários municípios do estado, bem como de outros estados do país praticando o exercício de sua fé. Sem querer polemizar, de diferente foi a falta de respeito de uma pessoa que congrega em outra religião (acredito que não seja de Xapuri) invadindo o espaço de culto ou o momento de fé dos romeiros tentando inutilmente desfocar o ápice da festa que é a procissão. Lembrem-se do direito constitucional, o Estado é laico, ou seja, deve-se garantir no país o exercício de díspares religiões. Os católicos estavam praticando o que lhes convém, portanto seus direitos deveriam ser venerados. É tão simples respeitar, ou não?

Não tenho conhecimento do contrário, mas durante quaisquer manifestações de outras religiões em Xapuri nunca ouvir dizer que os católicos ou de outros credos entraram no espaço de culto ou no direito da manifestação de qualquer fé. Posso citar como exemplo a semana evangélica que é um evento de várias igrejas que acontece em nossa cidade todos os anos e, diga-se de passagem, um grande evento, em que nunca os católicos desviaram a atenção dos participantes distribuindo lá seus artigos religiosos, usando outros recursos que pudessem perturbar sua realização, tão pouco pregando o que à sua visão é correto.

Saibamos todos que o correto mesmo é respeitar as diferenças, sobretudo o ser humano.

Fora isso, a festa de São Sebastião foi muito bonita com uma das maiores participações de todos os tempos durante as novenas, com apresentações de teatros, musicais etc. A procissão muito bem organizada e toda equipe paroquiana trabalhando com afinco para engrandecer ainda mais essa que é uma das maiores festas religiosas do estado do Acre e com a Graça de Deus para 2013, nosso “vinte” será ainda melhor.

Um pouco do Hino a São Sebastião:

Salve, salve São Sebastião/ em Xapuri orai ao Santo Protetor/ recebei as nossas orações/cheios de esperança/cantemos com fervor.

Livrai-nos da peste e tentação/ pedi a Deus por nós, rogai/alcançai a vossa proteção/para que sempre o glorifiquemos. Livrai-nos de todo egoísmo/injustiça e acomodação/aceitai o nosso compromisso/de lutar por um mundo mais irmão...

Nader Sarkis é coordenador, junto com sua esposa, Terezinha, da Pastoral Familiar Vocacional e da Festa de São Sebastião de 2012.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Perigo!

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A peça de ferro mostrada nesta postagem, cheia de solda e amarrada com arames, é uma espécie de freio ou embreagem da roda gigante do parque de diversões que está instalado em Xapuri desde o começo do mês de dezembro do ano passado.

O pedaço de sucata estava, na manhã desta segunda-feira (23), sendo consertada por um ferreiro bastante conhecido na cidade depois de apresentar problemas de fadiga que poderiam ter ocasionado um acidente de graves consequências.

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Segundo a opinião do ferreiro em questão, essa geringonça não possui a menor condição de oferecer segurança a quem frequentar o referido parque. De tão velha, a estrutura está soltando pedaços e pode ocasionar uma tragédia a qualquer momento.

É estranho que o Ministério Público Estadual, responsável pela defesa do consumidor, não dedique a este caso a mesma preocupação que teve ao fechar estádios de futebol por falta de segurança com base nos artigos do Estatuto do Torcedor.

Pais incautos e crianças indefesas estão pagando a bagatela de R$ 3,00 ou R$ 4,00 por um período de cerca de três minutos para brincar nessa verdadeira armadilha ambulante instalada em espaço público. Omissão com situações como essa pode resultar em casos com esse.

Santa Rosa do Purus

Secretário de Saúde Indígena, Antônio Alves, está no Acre, onde definiu com o governo do Estado reforço das ações de assistência e vigilância epidemiológica para casos e óbitos por Doença Diarreica Aguda.

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O secretário Especial de Saúde Indígena do Ministério da Saúde, Antônio Alves, está no Acre acompanhando as ações emergenciais de atenção e investigação epidemiológica em população indígena no município de Santa Rosa do Purus (AC). Na região, profissionais de saúde prestam atendimento, desde 15 dezembro, e realizam busca ativa de casos de Doença Diarreica Aguda (DDA), que atingiu 70 crianças indígenas neste ano. O grupo é composto por médicos, epidemiologistas, engenheiro, enfermeiros, nutricionistas, farmacêutico, bioquímico e técnicos de saneamento e percorrerá as 46 aldeias que compõe a região.

Antônio Alves realizou encontro com a secretária de Saúde do Estado do Acre, Suely de Souza Melo, o chefe do Distrito Sanitário Especial Indígena do Alto Purus (DSEI), Raimundo Costa, com o presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena, Gerson Severino da Silva Manchineli, e outras lideranças indígenas para definir estratégias de ação in loco e otimizar o apoio logístico disponibilizado pelo Ministério da Saúde e governo do Acre para o trabalho das equipes de saúde do DSEI Alto Rio Purus/SESAI.

“Estamos com um plano estratégico emergencial em curso, mas podemos efetivá-lo como ações permanentes na região”, salienta Antônio Alves. Segundo ele, todo esforço, neste momento, está sendo concentrado para que se evitem mais mortes. Até o momento, somam-se 12 óbitos entre crianças com menos de dois anos de idade de aldeias localizadas no município de Santa Rosa do Purus.

No domingo, Antônio Alves acompanhou as condições de saúde das crianças que se encontram em recuperação na Casa de Saúde do Índio (Casai) e esteve no Hospital da Criança do Acre nesta segunda-feira (23), onde encontram-se duas crianças internadas sendo que uma delas encontra-se na Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica.

Ação contra obesidade infantil

O Ministério da Saúde intensificará ações de promoção à saúde, prevenção e controle da obesidade em 355 escolas públicas do Acre. A iniciativa vai envolver alunos com idade entre 5 a 19 anos, e faz parte da primeira edição da Semana de Mobilização Saúde na Escola, que acontecerá em março nos municípios que fazem parte do Programa Saúde na Escola (PSE).

O Programa Saúde na Escola é desenvolvido pelos Ministérios da Saúde e Educação, desde 2007, com o objetivo de prevenir e promover a saúde dos educandos de 5 a 19 anos. A iniciativa foi integrada ao Programa Brasil sem Miséria, lançado pela Presidência da República em 2011. O município de Xapuri receberá o valor de R$ 30.150,00 para investir no programa.

Leia mais no Portal da Saúde.

Roda de Bar

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Foto postada no Facebook por Rubens Santana. Reconheci Caju, Valdir da Bia, Zequinha do Correio e Raimundo Figueiredo (Jia). Clique nela para ampliar.

Legenda enviada por Rubinho: da esquerda para a direita: José Alberto (irmão de Garrinha), Salvador de Macedo Uchoa, Antônio Porco, Caju, Raimundinho PPS, Valdir Seboseira, Paulo (gerente do BASA) Pedrinho da Lelé (picolé de leite), Antônio Carlos (pai de Normando - gerente BANACRE), Jia e Zequinha (Parafuso Frouxo).

domingo, 22 de janeiro de 2012

Xapuri, o melhor destino turístico do Acre

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Rubens Menezes de Santana

Este é o Morro do Arroz sem Sal, também conhecido como Terra Alta, que fica localizado no Pólo Agroflorestal da Sibéria, em Xapuri. Contando o tempo da travessia por catraia, não se gasta mais que uma hora de caminhada até o seu topo.

Deste ponto tem-se uma visão panorâmica de todo o entorno de Xapuri e também deve apresentar um bom close de toda sua parte urbana, o que não foi possível comprovar.

O local é acessado por uma estradinha de terra que atualmente serve para a retirada de piçarra, o que causou enorme ferida em sua encosta, o que potencializa a ação de agentes da erosão, principalmente o escoamento superficial.

A densa cobertura vegetal acompanha a declividade e as copas das árvores formam uma intrincada parede de folhas e galhos que impedem a visão da cidade esparramada logo abaixo: viva, pulsante, próxima, mas uma ignora o outro. Poucas pessoas sabem da existência, tão próxima e estratégica do morro.

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Esta é a imagem possível de capturar, sob estas condições. Mesmo assim, foram tomadas de seu terço inferior e valendo-se dos galhos mais altos de um cajueiro enorme.

Para uma espiadela mais panorâmica, apenas se algum desatinado promovesse um corte rasante que podasse as copas das árvores mais altas. A alternativa seria erguer uma torre com plataforma de observação a altura de uns 5 ou 6 metros, no topo do morro. Duas ou três lunetas sobre bases giratórias. Tá pronto o mirante.

Consegue imaginar o sol se pondo por trás das colinas da Sibéria em direção ao rio Xapuri? Ou os últimos raios de sol batendo sobre a cidade? Aguardar a substituição da luz solar pela escuridão e, aos poucos, as luzes das casas transformarem-se em estrelas caídas?

Neste mesmo local, ainda se pode pensar em arvorismo, descidas através de tirolesas e trilhas ecológicas. Tudo isto, ao alcance de uma travessia de rio. Após a construção da ponte, que, comenta-se, ocorreria a partir da rua Sadalla Koury, o usuário, após a travessia, estaria ao sopé do morro.

Uma pequena estrutura para cobrança de ingressos para a manutenção do complexo – de quem não está equipado, cobra-se pelo uso de binóculos - boa lanchonete e treinamento de operadores, guias e recepcionistas, e uma melhoria infraestrutural de pequena monta para o acesso. O restante do investimento seria feito na divulgação e publicidade.

E ainda geraria emprego e renda. Problemas crônicos de Xapuri, que fazem deste, um dos poucos municípios do Acre em que a população é praticamente a mesma há 30 anos.

Não há, em nenhuma cidade onde se explore o turismo, local de visitação gratuita e como não temos a paisagem de Cuzco diante da qual as pessoas ficam embasbacadas – sem se falar sobre as ruínas incas – precisamos observar o que temos de diferente e particular. Poucas cidades têm um mirante em posição tão favorável quanto Xapuri. Muitas os têm, mas em posições mais distanciadas.

Outros locais podem ser elencados como potenciais atrativos turísticos: as cachoeiras do rio Xapuri, acessíveis pelo ramal Guanabara e daí uma descida em barcos de uma área praticamente inexplorada até Xapuri, que demoraria um dia, propícia aos amantes da natureza e turismo de aventura. O local de apoio e início da aventura demandaria uma estrutura bem rústica tipo dormitório coletivo e culinária seringueira para acumular energia e resistir à longa descida pelo rio.

Apenas para esta atividade é necessário permanecer na cidade por dois dias, no mínimo. Ainda se pode pensar na pesca amadora quando, após pescado, o peixe é devolvido à água. O dano é zero aos estoques de proteínas das comunidades locais, visto que somente fotografias seriam tiradas da área e dos peixes.

Para esta atividade o visitante demandaria o mínimo de três dias.

Além disto, há que se divulgar para além de Xapuri, a romaria de São João do Guarani. Atualmente facilitada pela boa trafegabilidade do ramal, poderia ser incentivada a antiga tradição de se fazer o percurso a pé com pousos nas diversas colocações de seringueiros. Raimundo Barros está no itinerário e seria interessante uma boa conversa, à noite, sobre o movimento seringueiro liderado por ele mesmo juntamente com seu famoso primo Chico Mendes.

A uma distância aproximada de 10 km e por ramal de boa base de chão, acessa-se o igarapé Morro Branco, que deságua no rio Acre em terras pertencentes ao antigo seringal Albrácia. Segundo informações, apresenta-se bem preservado, tem bom volume d’águas limpas e que se pode utilizar para a instalação de um balneário com quiosques e parque com trilhas ecológicas.

A restauração do Ponto Chic é uma ideia que toma força, e já despertou a atenção do deputado Sibá Machado e do Senador Aníbal Diniz. Não pela intervenção em sua estrutura física, mas pelo que pode englobar de atividades culturais. Pensa-se em tornar este ambiente, outrora destinado às famílias mais abastadas, num espaço de inclusão social que abrigue escola de música, bailes, teatro, centro de convenções, solenidades, reuniões, simpósios, exposições, museu, fototeca e o que mais se pense em termos de cultura xapuriense, tais como cursos de culinária, para resgate e divulgação dos pratos típicos de Xapuri. Hoje, poucas pessoas conhecem nossos doces como o filhós e a brevidade.

À entrada do restaurado espaço, que se vendam ingressos; o espaço precisa ter sustentabilidade, e isto implica em custos.

Pode ser utilizado para exposição de nossos produtos que vivem numa semi-clandestinidade, quase secretos, como a cajuína, o aluá de milho e os licores. Apenas os afortunados têm acessos a estas bebidas. É preciso apresentar alternativas à onipresente coca-cola. Nossas guloseimas estão restritas às cozinhas das poucas pessoas que ainda as sabem produzir.

Os restaurantes também poderiam oferecer nossos licores como degustação ente o almoço e o cafezinho. O único risco daí decorrente é o freguês comprar um litro de licor e levar pra casa como um troféu. Mas é preciso divulgar e expor. Quem quer vender, não oculta seu produto.

Necessitamos, enfim, de um calendário de eventos a ser divulgado nas outras cidades e que faça parte de um catálogo cultural do Estado do Acre, por meio da Secretaria de Turismo.

Xapuri dista da capital, Rio Branco, em torno dos 180 km, o que a coloca num ponto ideal pra a captação de turistas internos, pois fica perto de Rio Branco - mercado potencial por excelência - o bastante para ser alcançada por estrada relativamente bem conservada, porém, distante o suficiente pra desestimular por cansaço, prudência e/ou excessos, a tentativa de retorno no mesmo dia, embora não impossível.

Para ajudá-los a decidir-se por permanecer, precisamos oferecer-lhes um leque de opções de atividades que lhes preencham o dia e os deixem tão cansados ao ponto de não lhes passar, nem mesmo fugazmente, a ideia de pegar a estrada e voltar pra suas casas. O único desejo deverá ser o de uma boa cama pra dormir e descansar.

Xapuri já é um nome com forte atração sobre o turista, mas não dá prá ficarmos esperando que apenas a visitação à casa de Chico Mendes e a seu túmulo, seja capaz de fazer um visitante ou turista passar mais que uma hora na cidade. Isto é tempo apenas pra ele gastar dinheiro com o reabastecimento de seu veículo e uma garrafinha d’água, no máximo. Precisamos oferecer atividades que lhes prendam a atenção e ocupem seu tempo de maneira prazerosa. Apenas pra beber cerveja ou ficar à frente da TV, o turista potencial fica em casa mesmo e a custo zero.

Não podemos desconsiderar que já houve a visita de uma equipe do Ministério do Turismo na busca de se estabelecer a inclusão do Acre na rota do turismo internacional, através do projeto Caminhos de Chico Mendes que envolverá também Brasiléia.

Já acontece muita movimentação de pessoas que visitam a Cuzco através da Rodovia Transoceânica.

E nós vamos deixar os turistas passarem lá fora, no Entroncamento?! Vamos pelo menos convidá-los a entrar, como bons anfitriões descendentes de nordestinos.

O xapuriense, Rubens Santana, o Rubinho, é professor universitário.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Personagens da Festa

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Três figuras com muita história na Festa de São Sebastião: o ex-prefeito Jorge Akel Hadad, o Jorgito, hoje vivendo em Belém (PA), a professora Euri Gomes Figueiredo, coordenadora do Apostolado da Oração da Paróquia de Xapuri, e Mariete Costa, que tem como eterna promessa ornamentar todos os anos a imagem do santo padroeiro para a procissão.

Droga interceptada

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Essa pedra de mais de 1 quilo de oxidado de cocaína seria comercializada em Xapuri durante a Festa de São Sebastião. A droga foi apreendida no último dia 19 em poder de uma menor de idade que vinha de Epitaciolândia com destino a Xapuri viajando de táxi. Sem passagem anterior pela polícia, a garota, certamente uma mula de traficantes da cidade, deverá ser liberada pela justiça.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

A força de Sebastião

Fiéis disputam ornamentação da imagem de São Sebastião ao final da festa em Xapuri

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A imagem acima se repete todos anos ao encerramento da Festa de São Sebastião, santo padroeiro de Xapuri. No interior da igreja, fiéis disputam partes da ornamentação da imagem para insatisfação da responsável pelo trabalho anual de preparar o santo para a tradicional procissão.

“Não se vê isso em nenhum lugar do Brasil”, diz Mariete Costa.

Na realidade, a busca dos romeiros pelos restos dos adornos da imagem de São Sebastião também faz parte da tradição. Muitos guardam como recordação e outros chegam a fazer chás com ramos de laranjeira retirados do andor com uma grande fé de que a porção é milagrosa para uma infinidade de males.

“Sebastião é poderoso”, diz uma fiel al lado da imagem.

A 110ª festa do santo padroeiro de Xapuri transcorreu sem incidentes. Até a chuva, personagem constante de outras ocasiões, contribuiu para o bom andamento da procissão: esperou o encerramento para cair de maneira torrencial.

“Água abençoada”, sentenciou o padre Francisco das Chagas ao se despedir dos milhares de romeiros presentes.

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A festa, mais uma vez, demonstrou a sua força. Mostrou também que a mudança na rotina dos visitantes, que atualmente estão deixando para chegar um pouco mais tarde à cidade, não produz nenhuma interferência no espetáculo de fé e devoção a São Sebastião que se torna amplamente visível durante o percurso pelas principais ruas de Xapuri.

São Sebastião é realmente dono de uma força incrível. Energia espiritual que movimenta e fortalece a fé e a esperança dos xapurienses em dias melhores, em mais um ano de lutas, batalhas e realizações positivas.

Que Deus e São Sebastião nos guiem no bom caminho até o próximo “Vinte”.

Amém.

São Sebastião

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Imagem do santo padroeiro de Xapuri ornamentada para a procissão de logo mais.

Inauguração da boate Facebook

Inaugura hoje a boate Facebook, em Epitaciolândia (AC), é do jornalista Altino Machado a foto do jovem Humbert Camacho, dono da Facebook acreana. O pai dele é boliviano e a mãe brasileira. A inauguração da boate mais famosa do Acre foi destaque no diário inglês The Guardian.

Segundo publicação no jornal The Guardian, da Inglaterra, a pequena Epitaciolândia, no Acre, vai ganhar uma boate chamada Facebook. A foto da fachada da casa foi publicada primeiro no blog Xapuri em Destaque, tocado por Haroldo Sarkis, e logo ganhou a blogosfera brasileira - até ir parar no site do renomado jornal inglês.

Ao "Guardian", Humberto Camacho, dono da casa, declarou:

- O conceito do Facebook é compartilhar ideias, aventuras, amizades, festas e fotos com seus amigos. Então, nossa vontade foi construir uma boate com esse conceito.

Com seus pouco mais de 15 mil habitantes, Epitaciolândia fica na fronteira com a Bolívia e é vizinha à cidade de Brasileia, mais conhecida recentemente por ser o ponto de chegada dos milhares de haitianos que chegaram ao Brasil nos últimos tempos.

Segundo o "Guardian", o Facebook não comentou a existência da boate que leva o seu nome, se limitando a demonstrar surpresa:

"Fica realmente na Amazônia?"

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Acre receberá R$ 1,3 milhão para atender haitianos

O valor anual será transferido ao fundo estadual pelo bloco da Alta e Média Complexidade em 12 parcelas e reforçará a capacidade da rede do estado.

Ubirajara Rodrigues, da Agência Saúde.

O Ministério da Saúde autorizou nesta quinta-feira (19) a transferência de R$ 1,3 milhão, por ano, para reforçar a capacidade do estado do Acre de atender aos imigrantes haitianos nos serviços públicos de saúde. O recurso foi solicitado pelo governo do estado e será incorporado ao limite financeiro da Média e Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar (MAC) com a finalidade de garantir a assistência aos imigrantes e evitar sobrecarga na rede do Sistema Único de Saúde (SUS).

“Essa ação visa garantir apoio à Secretaria Estadual de Saúde do Acre para que sejam realizadas avaliações clínica das pessoas que passam pela fronteira e das condições de saúde e risco de vida dos imigrantes haitianos”, disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. “Com isso, queremos não só tratar as pessoas, mas também evitar que problemas de saúde sejam introduzidos no Brasil. O governo brasileiro também apoia ações no Haiti, que foram decisivas para a redução de casos cólera. Agindo em parceria com o governo haitiano e promovendo ações nas fronteiras, reduzimos o risco de introdução de doenças no Brasil”, conclui Padilha.

A transferência será realizada por intermédio do Fundo Nacional de Saúde (FNS), pela modalidade fundo a fundo, que consiste no repasse de valores, de forma regular e automática, diretamente para os estados e municípios.

“O Ministério da Saúde está atendo a todas as questões relacionadas à saúde, em todo o território brasileiro, independente da origem da demanda”, afirma o secretário de Atenção à Saúde, Helvécio Miranda. “Estamos assegurando esse reforço financeiro como forma de contribuir com o Acre no atendimento das necessidades e assistência aos imigrantes haitianos no Sistema Único de Saúde”, completou.

Conforme determina Portaria 101, publicada hoje no Diário Oficial da União (DOU), o valor total incorporado ao bloco de financiamento será dividido em 12 parcelas, sendo a primeira ainda em janeiro, no valor de R$ 110 mil. As ações que serão custeadas incluem fornecimento de medicamentos e realização de exames.

De acordo com os componentes do bloco MAC, o recurso também pode ser investido no custeio das atividades de hospitais de pequeno porte, de centros de especialidades odontológicas, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU 192), entre diversas outras ações.

“Nossa festa é a maior do Acre”

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O prefeito de Xapuri, Bira Vasconcelos, falou nesta quinta-feira, 19, ao programa Espaço do Povo, da Rádio Educadora 6 de Agosto, apresentado pelo locutor Nader Sarkis. A pauta principal foi a organização da cidade para a Festa de São Sebastião, “a maior do Acre”, segundo ele.

Para Bira, que já participou de outras festas religiosas do Acre, entre elas a de Nossa Senhora da Glória, em Cruzeiro do Sul, o Novenário de São Sebastião em Xapuri é especial. “É diferente. Só quem vem a Xapuri pode falar sobre a emoção que é participar da festa do nosso Padroeiro”.

Bira está empenhado em deixar a cidade arrumada para receber os romeiros e turistas que chegam em grande número nesta quinta-feira. Várias frentes de trabalho estão se movimentando para resolver problemas, principalmente os causados pelas últimas chuvas.

Outro assunto abordado pelo prefeito foi sobre a vinda do governador Tião Viana, nesta sexta-feira, 20, para participar da procissão e inaugurar as ruas recém pavimentadas nos bairros Sibéria, Constantino Melo Sarkis e Pantanal. O governador também anunciará a pavimentação de mais 10 km de ruas em Xapuri pelo programa Ruas do Povo.

Aviso aos desavisados

Quero deixar claro a quem interessar que minha atuação frente à Rádio Educadora de Xapuri, emissora sob responsabilidade do governo do Estado da qual sou coordenador designado pela Secretaria de Estado de Comunicação, possui duas linhas de orientação que para mim são bastante claras estando eu completamente resolvido com relação a ambas.

Primeiro, como servidor concursado e com atribuições temporárias de dirigir a unidade de Xapuri, no que tange às minhas obrigações funcionais, sigo determinações do titular da pasta acima citada, o jornalista Leonildo Rosas, e não de quaisquer membros do Partido dos Trabalhadores seja em âmbito municipal, estadual ou nacional.

Em segundo lugar, como profissional da área há 23 anos, e com o imenso orgulho de nunca haver saído desta cidade e mesmo assim atuar, modéstia à parte, como repórter respeitado nas emissoras de rádio e TV do governo do Estado, assim como da Agência de Notícias do Acre, afirmo que minha principal linha de trabalho é prestar serviços à população e não atender a esse ou aquele interesse de qualquer político.

Em 12 anos trabalhando para o governo na área de comunicação, confesso que essas duas linhas por algumas oportunidades conflitaram, tive indisposições com secretários que não aprovaram uma opinião ou reportagem feita, mas garanto que ora admitindo equívocos, ora defendendo e mantendo minhas posições, nunca deixei de colocar em primeiro lugar o interesse da população quanto à minha atuação como radialista. Quem desejar contestar isso, que o faça apresentando argumentos, debatendo abertamente, olho no olho.

Na política tenho lado e nunca neguei que sou governo, mas também garanto que não tenho rabo preso e nem defendo ou condeno qualquer postura ou ação em razão de favores ou qualquer benefício político recebido em toda a história de minha vida como servidor público. Fui responsável pela Rádio Educadora de Xapuri por vários anos sem receber qualquer gratificação pelas atribuições extras ou carga material alçada sob minhas costas, mostrando que remuneração não é a principal razão de minha atuação e dedicação profissional.

Comentários de que minha atuação profissional não atende às necessidades do governo não me causariam preocupação nem mesmo se viessem de fontes mais sérias. Procuro fazer o meu melhor para atender a população acreditando que assim estarei atendendo à principal necessidade do governo, que é a de bem servir ao povo. A postura política também me interessa, é evidente, mas quanto a esta, me reservo ao direito de discutí-la apenas com quem achar que devo e não com qualquer imbecil que se acha importante.

Ademais, cargo político não me nutre o ego e muito menos o estômago. Do pouco que pude obter de conhecimento na vida, alcancei, humildemente, a condição de depender de meus próprios esforços para alimentar e vestir os barrigudinhos que tenho lá em casa. A quem dá a vida por uma boquinha passageira, desejo sucesso na empreitada, mas às vezes, o excesso de falta de ética se encarrega de fazer com que o sujeito tenha um futuro tão insignificante quanto é o presente.

Reação

O ex-blogueiro Eden Barros Mota cumpriu a promessa de acionar judicialmente os vereadores Erivélton Soares da Cruz, Gessi Nascimento da Silva e Ney Eurico Ferreira da Rocha, os três do PSB, por terem aberto contra ele uma representação na Corregedoria Regional da Polícia Federal, órgão do qual Barros Mota é funcionário concursado há 14 anos.

Os vereadores de Xapuri representaram o ex-blogueiro depois de terem sido derrotados, junto com mais quatro colegas, numa ação judicial movida no Juizado Especial Cível da Comarca de Xapuri resultante de um imbróglio já fartamente divulgado neste blog e que não vale mais a pena reprisar. Caso alguém queira reler, basta clicar aqui.

A medida tomada pelo trio de edis também naufragou na Corregedoria da Polícia Federal, que emitiu parecer favorável a Eden Mota, considerando que as opiniões do cidadão nada têm a ver com a sua atuação profissional. Foi o bastante para o superintendente regional em exercício da PF no Acre, Richard Murad, arquivar o malfadado procedimento.

Na reclamação protocolada no último dia 17, no Juizado Especial Cível de Rio Branco, Eden Mota acusa os três vereadores de lhe causarem “indignação, afetando a parte social de seu patrimônio moral (honra, reputação e caráter), bem como a parte afetiva do seu patrimônio moral (dor, tristeza), tirando-lhe, assim, a sua paz de espírito”. 

O pedido de indenização por danos morais é de R$ 12.440,00 (o equivalente a 20 salários mínimos) para cada um dos vereadores e as audiências estão marcadas para os próximos dias: 24 de fevereiro (Ney Eurico Ferreira Rocha), 13 de março (Erivélton Soares da Cruz) e 02 de abril (Gessi Nascimento da Silva).

As informações estão disponíveis no sítio do Tribunal de Justiça do Acre.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

110 anos de fé e devoção

Xapuri se prepara para reviver pela 110ª vez a sua mais antiga e importante tradição, a Festa de São Sebastião, uma das mais importantes manifestações religiosas do Acre.

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A dois dias do ponto alto de mais uma Festa de São Sebastião - o novenário teve início no último dia 11 – o movimento de pessoas em Xapuri aparenta ser menor que o de anos anteriores, mas a falta de vagas nos hotéis e pousadas mostra que mais uma vez a cidade será tomada pela enorme multidão que proporciona todos os anos o grande espetáculo de fé e devoção ao santo protetor do povo xapuriense. A previsão da igreja e da prefeitura, co-organizadores da festa, é de que um número entre 15 e 20 mil pessoas participem da tradicional procissão da próxima sexta-feira, 20.

Leia também na Agência de Notícias do Acre.

Na igreja de São Sebastião a movimentação é intensa. As várias equipes responsáveis pela organização se esforçam para que nenhum detalhe comprometa o sucesso do novenário que marcará os 110 anos da festa. Desde a equipe de liturgia, coordenada pela professora aposentada Euri Gomes Figueiredo, até a equipe de cozinheiras, coordenada pela também professora Marlene Cândido, os voluntários se empenham em fazer funcionar toda a estrutura que cerca a realização do evento mais importante de Xapuri. De acordo com o padre Francisco das Chagas, pároco de Xapuri há 6 anos, o esforço dos fiéis em participar da organização dos eventos é uma das características marcantes da Festa de São Sebastião.

A festa

A festa de São Sebastião, santo padroeiro de Xapuri, nasceu, segundo relatos orais, no limiar da revolução armada que deu origem ao processo que mais tarde tornaria o Acre brasileiro. Era 20 de janeiro do histórico ano de 1902, quando um grupo de cerca de 100 pessoas teria realizado a primeira procissão pelas ruas do pequeno vilarejo de Mariscal Sucre, então dominado pelos bolivianos. O ato que poderia representar um pedido de proteção contra a guerra iminente se tornou a certidão de nascimento de uma das maiores manifestações religiosas de todo o Acre.

Do início do século passado até a atualidade, a festa cresceu e extrapolou o caráter meramente religioso. Tornou-se para a população, além de momento de fé e de manifestações de agradecimento pelas graças alcançadas junto ao santo protetor contra as guerras e pestes, também um instante de eventos profanos, bailes dançantes por toda parte, jogos de azar e uma atração à parte, a gigante aglomeração de vendedores ambulante, conhecidos popularmente como “marreteiros”, que se tornou parte integrante e indispensável para o sucesso da festa.

Shopping Popular

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A partir do ano de 2009, primeiro da administração do prefeito Bira Vasconcelos, foi criado um novo conceito para os marreteiros, com a organização dos espaços em um conjunto de tendas padronizadas que ficou conhecido como o “shopping popular” de Xapuri. “Montagem de tendas, confecção das barracas, instalação da energia elétrica com tomadas e lâmpadas e a garantia de mais qualidade tanto para os comerciantes quanto para a população foram resultado de um compromisso da prefeitura para tornar a festa mais organizada”, diz o prefeito.

O shopping popular se tornou um sucesso e trouxe comodidade e qualidade, como afirma dona Miriam Castro, comerciante que veio de Porto Velho para participar pela primeira dos festejos de São Sebastião. “Essa é a primeira vez que venho aqui justamente por saber da boa estrutura que é montada. Sempre ouvi dizer que no passado havia muita desorganização, que as pessoas chegavam aqui sem saber se haveria lugar para montar o barraco, tinham que correr atrás de madeira nas serrarias, que cada um montava o seu ponto do jeito que bem entendiam, que era muito perigoso, sujo, escuro e que havia risco de incêndio na rede elétrica. Hoje, com toda essa organização, estamos em um verdadeiro shopping”, disse ela.

A prefeitura de Xapuri também está disponibilizando banheiro público para os feirantes no mercado dos colonos, no mercado municipal, na rodoviária e nas imediações do Painel dos Mártires, nas proximidades da igreja de São Sebastião. Neste ano, 196 boxes foram disponibilizados para comerciantes do ramo de roupas e confecções e 20 boxes para a praça de alimentação. O shopping popular de Xapuri funcionará até o dia 27 de janeiro.

A expectativa da prefeitura de Xapuri é de que neste ano haja um crescimento nas vendas dos marreteiros em relação ao ano passado, uma vez que o bom preço que a castanha está tendo no momento e o crescimento e valorização da produção do látex fazem com que a economia do município viva um bom momento, segundo defende o prefeito Bira Vasconcelos. “Xapuri atravessa um bom momento e nós queremos convidar as pessoas de todo o Acre para prestigiarem a Festa de São Sebastião com a certeza de que serão bem recebidos e viverão mais um grandioso evento que é a maior marca da fé e da perseverança do nosso povo”, afirmou.

A programação

Dia 18 de Janeiro – Torneio de Futsal Copa São Sebastião de futsal,  a partir das 17h, no Ginásio Álvaro da Silva Mota;

Dia 19 de Janeiro – A partir das 18h, Inauguração de ruas no bairro da Sibéria;

Dia 20 de Janeiro - Às 6h – Alvorada com a banda de música dona Julia Gonçalves Passarinho e salva de fogos;

Às 7h -  Missa  na igreja Matriz de São Sebastião;

Às 10h – Bingão em frente à Paróquia;

Às 12h – Inauguração de ruas no bairro Sibéria;

Às 13h – Ruas do Povo inauguração de ruas nos bairros Constantino e Pantanal;

Às 15h – Santa Missa;

Às 16h – Saída da grande procissão;

Às 19h – Show na Praça São Gabriel;

Dia 21 de Janeiro – às 19h30 Xapuri em Concerto, com apresentação do grupo Os Caraê, de Rio Branco.

Formandos de Economia da Ufac/Xapuri

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Entre os dias 18 a 28 de janeiro de 2012, as turmas do Curso de Bacharelado em Economia da Universidade Federal do Acre (UFAC) realizam as suas cerimônias de formatura dos alunos que concluíram sua graduação no final de 2011.

Em Xapuri, os graduandos tem a honra de convidar sua família, amigos, imprensa local e autoridades para a sua programação:

DIA 18/01/2012 - Quarta-feira

CULTO

Em homenagem aos formandos

Local: Primeira Igreja Batista/Xapuri

Horário: 19h30

19/01/2012 - Quinta-feira

MISSA

Ação de Graças/homenagem aos formandos

Local: Igreja Matriz de São Sebastião/Xapuri

Horário: 19h

21/01/2012

FORMATURA

Turmas: Xapuri/Brasiléia/Assis Brasil

Local: Igreja Assembleia de Deus/Epitaciolândia

Horário: 19h

Agressão a jornalistas

A direção do IFAC/Xapuri procurou a imprensa de Brasiléia para se pronunciar sobre um episódio de grande repercussão negativa ocorrido no último final de semana envolvendo um de seus funcionários, o professor Márcio Malveira, acusado de agredir jornalistas após uma ocorrência de trânsito registrada na fronteira.

Durante a confusão, José Márcio, que estaria gozando de seu período de férias, teria usado o nome da Instituição e o seu cargo para desdenhar dos jornalistas e proferir ofensas morais e injúrias contra os mesmos.

O professor Sérgio Flórido, diretor geral do IFac/Xapuri, se desculpou pessoalmente aos jornalistas e afirmou que a Instituição não compactua com esse tipo de comportamento.  Disse ainda que está trabalhando junto ao Órgão, para que as medidas administrativas cabíveis sejam tomadas com relação ao caso.

Leia a reportagem completa em O Alto Acre.

História

Do blog Xapuri News

Falar da Festa de São Sebastião é reviver um tempo de prosperidade e ao mesmo de agonia em Xapuri. É relembrar das figuras que povoam a memória do Xapurienses, é lembrar da Dona Venília, do Sr. Tufic Salim, do Sr. Camurim, do Sr. Guilherme Zaire, da Irmã Madre Petronilla, Padre Felipe Gallerani que se incumbiram de deixar os primeiros relatos sobre a festa, dos saudosos músicos Zeca Torres, Pituba, Oscar, Aurélio, Beijuba entre tantos outros. Não que sejam da minha época, mas de tanto ouvir falar dessas pessoas acabei me familiarizando com todas e corri atrás da vida de cada um e do principal de suas imagens.

Ler o original

A lista é grande e não vou ser injusto em deixar alguns nomes sem citação, mas mesmo que 95% dessas pessoas já tenham adormecido para a eternidade é fácil ainda encontrarmos entres as pessoas acima de 60 anos depoimentos que surgem sem maiores dificuldades e com muita emoção de como era a Festa de São Sebastião. Agricultores, políticos, ex-seringalistas, seringueiros, professores, estudantes e aposentados do “Funrural” falam com muito ardor sobre a importância da festa comemorada anualmente em Xapuri. Sem importância e insignificante é o número dos que não querem prestar informações. Aliás, o reacionarismo, o medo de falar e a subserviência, até de pensamentos, são legados coloniais que atravessaram séculos e ainda hoje vivem nas cabeças de certos infelizes.

Assim, de conversa em conversa, bate papo ali e acolá, é possível em Xapuri aprendermos aspectos circunstanciais da primeira vez em que a festa foi realizada. Sempre há uma primeira vez. É claro que não há uma segurança nas informações já que os depoimentos colhidos destas pessoas são baseados no relato de seus antepassados e na própria experiência, mas dão conta de que no dia 20 de janeiro de 1902 um grupo de cem pessoas realizou a primeira procissão de São Sebastião na incipiente Xapuri.

A época era de conflito armado entre tropas regulares da Bolívia e seringueiros do Acre. Passados 8 meses da realização daquele ato religioso, Xapuri foi invadido por Plácido de Castro e seus homens em 6 de agosto de 1902. O intendente Juan de Dios Barrientos foi dominado e expurgado juntamente com seus assessores. "E a Vila Mariscal Sucre voltava a ser a Xapuri das tradições brasileiras”.

Os depoimentos revelam, então, que o ato religioso surgiu como um conforto espiritual. A escolha do santo deveu-se ao fato de São Sebastião ser considerado "protetor contra as guerras e pestes". Ninguém sabe explicar haver sido a primeira procissão liderada por um sacerdote ou um leigo.

Daí por diante, a festa foi acontecendo ano a ano — não como mera repetição, porque a história não se repete. Ela foi tomando corpo, crescendo e se reproduzindo de tal forma, que já em 1918 era o acontecimento mais importante da cidade. O “Vinte”, como passou a ser denominado, tornou-se bem mais um dia de oração e romaria, uma data de negócios, tais como chegadas de navios, chatas e lanchões para o desembarque de mercadorias e embarque de borracha, castanha e couros; pagamento de saldos dos seringueiros, aviamentos, além da realização de jogos de azar, de bailes populares e fechados e dos arraiais de vendedores de iguarias.

No período de 1920/30, a religião, a devoção ao santo padroeiro passa a ter um papel secundário, apesar de historicamente serem o móvel da festa. O ponto culminante já não era mais rezar ou pagar promessas. A oração e a fé continuavam num povo profundamente crente, mas a finalidade do vinte era mais do que isso. A Igreja como instituição milenar resistiu e continuou em cena, aparentemente o centro de tudo, prosseguiu fazendo procissões para milhares de romeiros, recebendo dádivas, fazendo casamentos, batizados e confissões de grande massa de fiéis. Eram exploradores e explorados contritos a ajoelhar-se aos pés do sacerdote para obter perdão pelos erros cometidos nas selvas.

Os saudosos Francisco Fidélis e Raimundo Paes, segundo o também já falecido Josué Fernandes em Seu Livro Festa de São Sebastião, diziam que “a fé no santo padroeiro continua de pé” ,mas que o capital, no decorrer dos anos, foi ocupando velozmente o espaço e tudo passou a girar em torno do lucro e consequentemente da exploração. Ambos afirmam que antigamente a exploração era mais branda "e a gente sobrevivia". Vale observar que a época de exploração "branda" a que esses dois testemunhos se referem remonta à data em que as classes sociais do Acre eram formadas por seringalistas e seringueiros. O produtor direto, o seringueiro, estava historicamente ligado aos donos dos meios de produção e, por isso, não havendo outros meios de exploração econômica a não ser o extrativismo e o comércio tradicional de aviamento, Paes e Fidélis chamam-na época de exploração "branda".

Para quem não se lembra do Sr. Raimundo Paes, era uma figura típica do Ceará, com uma das pernas amputadas e em conversas para o jornal Rio Branco de 1981 ele dizia “que há 30 ou 40 anos atrás as festas de São Sebastião tinham início no dia 10 de janeiro, prolongando-se até 23. Quanto aos divertimentos existentes esclareceu que havia Carrossel movido a braço, jogos e bailes: "A gente dançava no clube do Púpio, do Riad, no Pega (onde hoje é o Mercadinho do povo); havia menos gente, mas as festas eram animadas.

No mês de janeiro era comum ver ancorados os navios Benjamin, Zé Florêncio, Si, Bittar, O Republicano, O Sobralense, O Almirante e ainda as chatas Diamante Sorocaba, fora as lanchas que não estão listadas nos anais da história, já que se for procurar pouquíssima coisa se tem desta época." Tempos de vacas gordas da condição de fartura em que vivia, na época, o município.

Créu!

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Thiago Neves deixa o Fla e retorna ao time que o projetou.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Marreteiros

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Os tradicionais marreteiros que abrilhantam anualmente a festa de São Sebastião em Xapuri já começaram a chegar de vários pontos do Acre e do Brasil para formar o chamado “Shopping Popular”, espaço organizado pela prefeitura em tendas padronizadas distribuídas pelas ruas 24 de janeiro e Dr. Batista de Moraes. Leia mais no blog Xapuri em Destaque.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

ZPE no Acre

João Villaverde, do Valor Econômico

O governo decidiu apostar, de fato, nas Zonas de Processamento de Exportações (ZPE) para estimular as vendas de manufaturados: em cinco dias, a ZPE do Acre deverá estar pronta para iniciar os trabalhos. A infraestrutura já está concluída, numa área de 100 hectares na pequena cidade de Senador Guiomard (AC), a 22 km de Rio Branco, capital do Estado.

Na segunda-feira, ela receberá a certificação final da Receita Federal para o último passo exigido pelos fiscais: a instalação de monitoramento em vídeo. Ontem, uma das maiores companhias privadas do Peru, o Grupo Glória, de laticínios, fertilizantes e cimento, fechou seu projeto produtivo básico (PPB) para operar na ZPE do Acre.

A evolução das obras e negociações em torno da ZPE no Acre surpreendeu os técnicos do Ministério do Desenvolvimento. Fontes no Palácio do Planalto afirmaram ao Valor que a presidente está entusiasmada com a ZPE e espera ver resultados já neste ano. Para isso, a instalação das fábricas deve começar em fevereiro.

As empresas que se instalarem na ZPE deverão exportar no mínimo 80% da produção. Em troca, as fábricas não vão recolher o IPI, a Cofins e o PIS/Pasep sobre os insumos adquiridos do mercado interno, e também as partes e peças importadas estão isentas do Imposto de Importação (II) e do Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante.

"A ZPE vai funcionar como polo de atração de investimentos no setor manufatureiro, justamente num momento em que a indústria sofre com a rigorosa competição com os importados no Brasil e também na conquista de mercados", diz Gustavo Saboia Fontenele, secretário-executivo do Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação, formado pelos ministérios do Desenvolvimento, Fazenda, Integração Nacional, Planejamento e Casa Civil.

A ZPE já conta com licenciamento ambiental e liberação alfandegária. No local, órgãos públicos, como Correios, Anvisa, Caixa Econômica Federal e Ministério da Agricultura, estão em operação. "Já está pronto", disse Fontenele, "só falta as empresas começarem a montar suas fábricas".

O governo acreano negocia com 13 companhias a instalação de fábricas na ZPE, nas áreas de madeira, alimentos processados, carne, têxtil e frutas. Uma companhia italiana de joias já apresentou um projeto para produção de "biojoias", aproveitando insumos naturais do Estado, inserido na floresta amazônica. O governo planeja plantar 3.000 mil hectares de seringueiras, que devem servir de insumo para as companhias que se instalarem na ZPE.

Além disso, a Natex, empresa pública de preservativos masculinos feitos com borracha natural, localizada em Xapuri (AC), pode abrir uma segunda unidade, para produção de luvas para cirurgias hospitalares. A fábrica já opera com capacidade máxima, diz a diretora-executiva da Natex, Dirlei Bersch, em três turnos, de domingo a domingo.

Caso concreto é o do Grupo Glória, do Peru. Empresários da companhia fizeram a última visita técnica às instalações em Senador Guiomard para fechar os termos do processo produtivo básico a ser entregue aos técnicos do governo do Estado. A companhia, que também tem unidades na Argentina, Colômbia, Bolívia e Equador, vai desenvolver linhas produtivas de leite e cimento.

Um fator que acelerou as negociações com o Grupo Glória, e que serve de grande atrativo às demais empresas em negociação com o governo do Estado, é a rodovia Transoceânica, inaugurada em outubro do ano passado, que servirá para escoar a produção da ZPE para três portos no Peru, a 1,6 mil km de distância. A viagem por rodovia é 14 dias mais curta que o trajeto marítimo, por meio do Canal do Panamá.

"A ZPE segue exatamente o que deseja a presidente Dilma Rousseff", disse o governador do Acre, Tião Viana (PT). "Vamos ajudar as exportações da indústria e incentivar investimentos em inovação, que é o foco do programa Brasil Maior."

Os técnicos da ZPE do Acre negociam também com a multinacional americana Johnson & Johnson, que já demonstrou interesse em a fabrica instalada na Venezuela, devido ao desgaste político com o governo do presidente Hugo Chávez. Mas os executivos da empresa querem do governo do Estado uma "flexibilização" das regras das ZPEs.

A Johnson & Johnson quer, segundo o governo do Estado do Acre, que até 40% da produção seja escoada para o mercado interno, e não apenas 20%, como prevê a Lei 11.508 (07/2007), que criou o marco regulatório das ZPEs. No ano passado, o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, chegou a declarar em audiências públicas ser favorável à elevação do teto de 20% para 40%.

As negociações ainda não terminaram, porque, em contrapartida, o Acre quer convencer os executivos a montar duas fábricas: uma na ZPE, seguindo as regras da zona, e outra fora, que receberia incentivos tributários para a parcela vendida internamente. Procurada pelo Valor, a empresa negou, por meio de sua assessoria, que esteja negociando.

Brasil tem 23 zonas autorizadas a funcionar

O Brasil conta com 23 zonas de processamento de exportação (ZPEs) autorizadas a funcionar, sendo 11 criadas desde julho de 2007, quando o marco regulatório em vigor atualmente foi desenvolvido. Nenhuma delas, no entanto, venceu a ZPE de Senador Guiomard, no Acre, em velocidade - a autorização para funcionar foi concedida em julho de 2010, e a infraestrutura e o arcabouço legal foram construídos e obtidos em 16 meses. Em cinco dias, a ZPE entrará em operação, largando na frente de outras com investimentos maiores da iniciativa privada, como a ZPE de São Gonçalo do Amarante (CE), com siderúrgicas, ou de Barcarena (PA), com fábricas de alumina.

O caso da ZPE no Pará é sintomático sobre o ritmo das ZPEs no país. As instalações em Barcarena constituem uma das 12 ZPEs criadas até 1994, quando o marco regulatório era outro. "A experiência internacional comprova o êxito desse modelo [das ZPEs] e, por isso, o governo brasileiro está trabalhando para tornar as ZPEs uma realidade", diz o ministro Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, em texto de agosto de 2011 para livro do Conselho Nacional das ZPE. De acordo com Gustavo Saboia Fontenele, secretário-executivo do conselho, o governo Dilma Rousseff montou uma estratégia, já no início de 2011, para acelerar a implantação de fato das ZPEs.

Segundo ele, das 11 ZPEs autorizadas de 2007 para cá, a única com infraestrutura constituída é a do Acre. Já entre as 12 autorizadas até 1994, quatro têm instalações prontas: Imbituba (SC), Teófilo Otoni (MG), Rio Grande (RS) e Araguaína (TO).

domingo, 15 de janeiro de 2012

Gildo César tem casa invadida

O diretor-presidente do Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento (Depasa), Gildo Cesar Rocha, registrou ontem boletim de ocorrência no Departamento de Inteligência de Polícia Civil (DIPC) por violação de domicílio. A polícia vai apurar os fatos e já sabe que o homem com uma filmadora que tentou entrar na residência do diretor do Depasa estava em um carro que pertence ao agente penitenciário Joabe Lira de Queiroz, presidente da juventude estadual do PSDB.

Segundo o denunciante, por volta das 10 horas de sexta-feira a sogra, Almira Lopes das Neves, que mora com ele, atendeu a um homem que portava uma câmera filmadora. Ele se dizia funcionário da TV Rio Branco e queria entrar no imóvel, no bairro Bosque, para filmar as obras que estão sendo realizadas no local. Impedido por Almira, o sujeito tentou entrar no quintal da residência de Gildo Cesar pela casa do vizinho, mas também foi contido pelo pedreiro José Hildo Chagas Portela.

Em seguida, o suposto cinegrafista do SBT entrou em um FOX estacionado nas proximidades. A placa do veículo, MZS 7569, foi anotada e se descobriu que o proprietário é Joabe Lira de Queiroz, ligado ao PSDB Jovem do Acre.

A direção da TV Rio Branco negou que algum de seus cinegrafistas fora encarregado de fazer imagens da casa do diretor-presidente do Depasa.

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sábado, 14 de janeiro de 2012

Sibéria poderá ter posto do BB

No início deste mês, o deputado Manoel Moraes (PSB) e o presidente da Associação de Moradores do bairro Sibéria, João Jorge Cosmo da Silva, se reuniram com o superintendente do Banco do Brasil, José Ricardo Kraemer Salermo, para tratar sobre a implantação de um posto de atendimento do BB naquela comunidade.

No encontro, o deputado Manoel Moraes chamou a atenção para as dificuldades que os moradores do bairro Sibéria, localizado localizado na margem oposta do rio Acre, enfrentam para chegar até o centro financeiro do município, uma forte razão, segundo ele, para que a comunidade possa contar com um posto de atendimento do Banco do Brasil.

José Ricardo Kraemer garantiu que já na próxima semana o banco estará encaminhando técnicos para avaliar a construção do posto de atendimento bancário no bairro Sibéria. Com relação a linhas de financiamento, o superintendente informou que para 2012 haverá uma ampliação de 160% do volume de financiamento para produtores rurais.

Leia mais no blog do deputado.

Cidade que nasce

José Cláudio Mota Porfiro

A passarada gorjeia com as cores do inverno. Ri. Fica alvoroçada. Basta que a chuva cesse por algumas horas.  O rio se faz majestoso, quase arrogante, em sua largura imensa do mês de janeiro. A natureza é feliz porque sabe que tudo se recompõe. Mas é madrasta que só o nome arrasta, insisto, porque faz parir os filhos humanos e lhes deixa à mercê da própria sorte, para depois devolvê-los ao pó da terra quando bem entender. Mães normais têm os rebentos, criam-lhes com cuidado e querem para eles um futuro cheio da felicidade mais plena. É bom pensar com carinho no quanto sofre essa gente miúda amazônica esquecida nos mais ermos grotões do Brasil.

E lá vai o rio no rumo de baixo...

Às quatro da manhã, já ouvimos as músicas de Orlando Silva, ou de Carlos Alberto, ou de Vicente Celestino que, como água de enchente, vem invadindo o rio, a mata, os seringais, as gentes. A paisagem toda é como se fosse agora mais feliz, apesar das circunstâncias ditadas pela natureza indescritível, indecifrável.

O dono da grande lancha Maria Amélia, de nome João Barrão, mantém, acoplado a um pequeno mastro colocado acima do segundo convés, um auto-falante ligado a uma pequena vitrola que propaga a alegria pelos sombrios ermos do alto Acre. Ele ainda está a uma hora de viagem e, aqui, já estamos ouvindo as modinhas cujas melodias enchem os corações desses deserdados da história da pátria amada.

Hoje é o dia 16 de janeiro. É um ano novo como todos, depois dos festejos de Natal, quando bebemos bastante vinho espanhol, mais uma vez, da coleção do patrão. Um mutum que estava em um cercado, é mais uma grata surpresa pelo paladar bem parecido, todavia bem melhor, que o faisão, como haviam dito os amigos de Belém.

Às sete da matina, já estamos todos instalados na embarcação. Eu, o patrão, Dona Nenzinha, o cumpadi Estácio, a cumadi Moça, as crianças e mais umas quatro famílias dos seringueiros que se dispuseram a viajar e que melhor se houveram nos ajustes de contas.

- Passeia quem tem dinheiro sobrando. O sujeito que está devendo não tem nada que ir para os festejos. É como se o santo padroeiro não o houvesse abençoado durante o ano que passou. É melhor não ir porque não merece ou não fez por merecer. Está certo o São Sebastião. - É o que prega o bom patrão.

O convés de baixo está cheio e o de cima quase. Ainda apanharemos bastante gente nos seringais Palmarizinho e Albrácia. As crianças são muito desconfiadas com relação aos estranhos. Não riem, não brincam, quase não se movem. Os pais mexem nos sacos de encauchado meio vazios que devem voltar cheios de chita, extrato, linha de costura, agulha, grampo para cabelo, brilhantina, remédio contra piolho, contra lombriga, dentre outros muitos artigos de primeira ou segunda necessidade.

O moço de convés atende pelo apelido de Tatu. O outro funcionário  é o Ronda e um terceiro é o Zé da Trompa, além de João Barrão, o proprietário da lancha, um sujeito conversador e deveras animado, inclusive, com a economia da borracha que, segundo consta, poderá ter um novo alento dentro em breve devido alguns boatos segundo os quais os aliados -  Estados Unidos, França e Inglaterra, dentre outros - poderão precisar do produto extraído por aqui, uma vez que os japoneses invadiram e dominaram os grandes produtores, os protetorados ingleses da Ásia. Parece castigo. Eles roubaram as sementes da seringueira amazônica e agora delas não podem fazer uso.

- Parece que agora é a nossa vez de ganhar muito dinheiro. Novamente, o Acre voltará a ser rico e muitos dos nossos sairão do imprensado em que se encontram devido a queda dos preços nos anos que passaram, desde 1929, quando a economia do mundo sofreu um grande abalo porque os americanos se endividaram e quebraram, o que trouxe graves consequências também para o Brasil.

O João Barrão, realmente, sabe do que está falando. O homem não é apenas mais um falastrão.

A água do rio lambe a borda da lancha por onde passam os tripulantes molhados vestidos em calções de listas azuis e brancas. Há muito balseiro  -  que são as árvores da beira do rio que vão sendo arrastadas com o barranco pela enchente amazônica. A parte do rio por onde a lancha desliza é sempre a oposta às curvas. Parece lisa, sem nenhum reboliço, como no meio do caudal. Aí há menos possibilidades de irmos de encontro a um tronco qualquer que esteja descendo rio abaixo. Tudo isto prova a incrível habilidade do pequeno grande comandante Barrão junto ao leme da Maria Amélia.

Um número menor de pessoas embarcou no Palmarizinho e outro ainda menor, no Albrácia. É que os donos desses seringais dispõem de barcos para o transporte dos seringueiros rumo a Xapuri, onde rezarão todos, juntos, para que São Sebastião, o Padroeiro, os livre de todos os males que a natureza brutal coloca em meio aos seus caminhos.

Estou cada vez mais distante de casa. Navegamos rumo oeste. É por este caminho que se pode chegar à Bolívia e ao Peru.

O barracão do Novo Catete fica um pouco distante da margem e não é visível a partir do rio. O Seringal Boa Vista, da família França, em seguida, tem como cartão postal uma bela residência dos patrões muito bem desenhada, pintada de branco, com telhado estilo quatro-águas, varandas amplas, cortinas, beirais em madeira decorada a serrote, grandes jarros com plantas ornamentais e coqueiros no terreiro da vivenda deveras aprazível.

Navegamos mais uns quinze minutos e já a paisagem se torna diferente. Aparecem as fileiras de casas da Rua Major Salinas, conforme comentário do prático chamado Ronda.

- Enfim, estamos em Xapuri! – Exclamei!

Olho o relógio de algibeira. Belo ainda, apesar das idas e vindas. É meio dia. O sol está a pino cozinhando a moleira dos poucos que não usam chapéu. Quase todos usam alguma coisa para a proteção, inclusive as mulheres dos seringueiros que amarram panos ou lenços à cabeça.

Há dois navios de médio porte ancorados no pequeno porto, o Envira e o Sobral Santos. O desembarque é feito através do Palanque, um ancoradouro simpático, bem desenhado, elegante, que recebe os recém-chegados mais ilustres, inclusive nós que temos esse privilégio porque, a esta hora, nenhuma embarcação está por aportar.

- Isto aqui é muito parecido com a civilização. - Foi o que eu disse ao cumpadi Estácio, que nada entendeu. Então, prometi a mim mesmo não mais fazer comentário algum que seja para glosar a pequena e mais velha cidade do alto Rio Acre.

Eu e o patrão, Seu João, usamos ternos quase iguais, bege claro e amassados um quanto o outro. A grande maioria dos homens assim está trajada. São nordestinos na superior maioria. Os nossos gestos são praticamente os mesmos. Lenço passado na cara suada. Mexida no chapéu de massa. Apanhar a ou as malas e seguir para a Hospedaria Santo Antônio, logo ali, depois de um casarão verde que dizem ser um hospital. Em verdade, bate a exaustão e a vontade de tomar banho e estirar-me numa rede à sombra para um bom sono depois da bóia.

- Que folga a minha! - É o que penso.

O almoço é servido meia hora depois. Está uma verdadeira beleza. Há pirarucu fresco e salgado, jabá com jerimum, carne de porco frita e de boi cozida. Vem alguma pouca verdura de uma horta do colégio das freiras; estas vêm a ser as mesmas que viajaram comigo até a Boca do Lago.

A construção da estalagem é simples, mas em alvenaria. Há no meu aposento duas janelas e uma porta larga. Por ali corre um ventinho leve que me convida a atar a rede preguiçosa pensada anteriormente.

É um sono tranquilo embalado por sonhos que me levam de volta a Belém do Pará, a base a partir da qual alcei voo rumo à minha aventura quase inconsequente.

Às quatro, ainda o sol está bem forte. Depois de um banho, parto no rumo do comércio que fica logo ali bem perto. A intenção é rever os amigos portugueses, principalmente os mais simples, com os quais tive contato no navio.

Um velho provérbio árabe assalta-me as ideias. Penso que nenhuma pessoa é tão desprovida de amigos para não encontrar um suficientemente sincero que lhe diga verdades desagradáveis. Eu, então, ainda não tenho nenhum desses. Talvez seja isto o que me faz falta.

Passo por um mercado público atravancado de quinquilharias próprias para enganar os seringueiros. Numa esquina, está um comerciante vestido em camisa de punho e calça branca, com óculos pincinê e cara de turco. Avisto um grupo de homens, também quase todos de terno branco e chapéu de massa, a disputarem festiva partida de gamão. À porta de uma farmácia, então, está de pé e garboso o bom amigo português Eurico Gomes Fonseca.

- Dá-me um abraço, ó cearense! Como estás lá por aquelas bandas? - É o cumprimento efusivo do amigo de viagem.

De lá, subimos a Rua Seis de Agosto rumo à Rua Dezessete de Novembro, na mesma direção. Na próxima esquina, a uns duzentos metros, encontro Tomás Gomes Fonseca, o outro amigo, irmão do primeiro.

Como esse mundão amazônico aproxima pessoas que moram tão distantes umas das outras e, mesmo por isso, tão pouco se veem. Coisa de Deus!

José Cláudio Mota Porfiro é xapuriense, escritor, poeta, boêmio, professor, irmão do Manoel Gibiri e mais um tantão de coisas. Escreve no blog Impressões Gerais.

Saneamento

Governo do Acre vai investir R$ 267 milhões.

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Agência de Notícias do Acre

O governador Tião Viana entregou na manhã de ontem, 13, a carta-consulta ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para investimentos de R$ 267 milhões em saneamento ambiental integrado em 16 municípios do interior do Acre.

O documento foi entregue ao superintendente da área de infraestrutura social do BNDES, Ricardo Ramos, que estava acompanhado de outros dirigentes da instituição. A meta do governo é atender com captação e tratamento de água 28.663 domicílios, beneficiando aproximadamente 115 mil pessoas. O esgotamento sanitário deve chegar a 34.838 domicílios e atender 140 mil pessoas.  

A ampliação da cobertura do saneamento integrado irá reduzir o número de doenças causadas pela poluição de água e solo. O objetivo é ampliar o índice de atendimento urbano de coleta e tratamento de esgoto de 20% para 70%, em Rio Branco, e de 0% para 90% no interior do Estado. Quanto ao fornecimento de água na área urbana, a expectativa é elevar de 60% para 95% o índice de atendimento.  

“Queremos chegar em 2014 como referência no serviço de saneamento, esgoto e abastecimento de água. Esses são determinantes sociais apontados pela Organização Mundial de Saúde. Para mim, essa não é uma questão política, mas uma opção de vida”, afirmou Tião Viana.  

A proposta de financiamento está inserida no Programa Integrado de Desenvolvimento Sustentável do Estado do Acre (PIDS), que vem sendo executado nos últimos anos, e teve como base a formatação inovadora de políticas públicas alinhadas aos programas e projetos do plano de governo no período de 1999 a 2014. Dentro do PIDS, a administração de Tião Viana vem priorizando ações voltadas para o desenvolvimento econômico e a manutenção e ampliação da infraestrutura urbana. “Estamos muito otimistas. O BNDES tem sido grandes aliado do desenvolvimento do Acre”, disse o governador.

Na audiência realizada na sede do banco, no Rio de Janeiro, Tião Viana também apresentou proposta de formalização de parceria para a realização de estudos técnicos, objetivando a viabilidade financeira do Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento do Acre (Depasa). Ele estava acompanhado pelo secretário de Planejamento, Márcio Veríssimo; o diretor-presidente do Depasa, Gildo César; o secretário de Comunicação, Leonildo Rosas; e pelo assessor especial Ocirodo Júnior.