sábado, 31 de março de 2012

Hospital Epaminondas Jácome

Ministério Público ajuíza Ação Civil Pública para buscar melhorias no hospital de Xapuri

Na ação, a promotora de justiça Diana Soraia Tabalipa Pimentel requereu melhorias na unidade de saúde, uma vez que as adequações realizadas foram consideradas insuficientes para atender a real necessidade da população do município.

Diana Soraia solicitou uma inspeção judicial a fim de verificar as verdadeiras condições da casa de saúde. A vistoria ocorreu no dia 29 de março de 2012 e contou a com a presença do juiz da comarca de Xapuri, Luís Gustavo Alcalde Pinto, do procurador do Estado do Acre, Francisco Armando de Figueiredo Melo, representando a parte ré, do 2º secretário do Conselho de Medicina do Estado do Acre (CRM/AC), Antônio Herbert Militão, e da diretora geral do hospital, Maria Edwiges Farias da Silva.

A vistoria foi realizada em todos os ambientes do hospital, sendo registrada por fotografias. Ao final, foi solicitado ao representante do CRM, num prazo de 30 dias, um relatório técnico sobre as reais condições da Unidade de Saúde.

As informações são do portal do Ministério Público do Acre.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Turismo

Governo inaugura circuito de turismo de aventura em Xapuri

Além de trilhas para caminhada e cicloturismo o circuito vai oferecer tirolesa, arvorismo e rapel Além de trilhas para caminhada e cicloturismo o circuito vai oferecer tirolesa, arvorismo e rapel (Divulgação)

O Seringal Cachoeira vai ganhar um novo atrativo. No sábado, 31, o governo do Estado, através da Secretaria de Turismo e Lazer (Setul), vai inaugurar, a partir das 10 horas, na pousada ecológica que funciona no local, o Circuito de Aventura Chico Mendes.

A novo circuito foi montado em bosque primário, exemplo de manejo florestal sustentável, e tem 623 metros de extensão e 25 metros de altura. O visitante poderá desfrutar de atividades como arvorismo acrobático e contemplativo, rapel, ascensão em árvores, tirolesa, cicloturismo e caminhada.

As atividades que integram o circuito foram montadas próximas à sede da Pousada Ecológica Seringal Cachoeira, erguida em 2007 pelo governo do Estado. O local oferece um cenário repleto de belezas naturais e uma infraestrutura composta por três chalés, dois belichários, restaurante, salão de eventos, estacionamento, piscina, lago com passarela, decks de contemplação e trilhas ecológicas.

Leia mais na Agência de Notícias do Acre.

quinta-feira, 29 de março de 2012

A oposição e o seu realismo nada fantástico

Leonildo Rosas

“Eu Não Vim Fazer Discurso” é um livro que reúne várias manifestações públicas do escritor colombiano Gabriel García Marquez. Os textos são ótimos, mas um deles, produto de um discurso feito em Caracas, capital da Venezuela, em maio de 1970, chamou a minha atenção por ser comparado ao realismo fantástico que alguns políticos, setores da imprensa e minúsculos segmentos tentam fazer a população acreana crer.

García Marquez falou sobre uma ideia que tinha em mente e que poderia ser transformada em um livro. Não posso afirmar se o livro de fato saiu.

Segundo ele, o enredo aconteceria num pequeno povoado, onde uma velha senhora teria dois filhos - um de dezessete anos e outros de quatorze.

Certo dia, ao acordar, a mulher teria dito:

- Não sei, mas amanheci com o pensamento de que alguma coisa muito grave vai acontecer neste povoado.

Os filhos riram e saíram. Um deles foi jogar bilhar, e, na hora que ia fazer uma jogada simples, um adversário provocou:

- Aposto um peso como você não consegue. Todos riram, ele riu, mas não conseguiu efetuar a jogada.

O filho pagou a aposta e ouviu a pergunta:

- O que será que aconteceu, se era uma jogada tão simples?

Ele respondeu:

- É verdade, mas fiquei preocupado com o que a minha mãe me disse essa manhã sobre alguma coisa grave que vai acontecer neste povoado.

O que ganhou a aposta voltou para casa e disse para seus familiares:

- Ganhei esse peso de maneira mais simples porque ele é um bobão.

Sua mãe perguntou:

- Bobão por quê?

A resposta:

- Ora, porque não conseguiu fazer uma jogada simples, estorvado de preocupação porque a mãe dele amanheceu hoje com a ideia de que alguma coisa muito grave vai acontecer neste povoado.

Então a mãe diz:

- Não deboche dos pressentimentos dos velhos porque às vezes acontecem.

Outra parente que ouviu a conversa saiu para comprar carne e disse ao açougueiro:

- Quero meio quilo de carne.

No momento em que ele estava cortando, ela acrescentou: - Ou melhor, me dê logo um quilo, porque estão dizendo por aí que alguma coisa grave vai acontecer, e é melhor estar preparada.

O açougueiro entregou a carne e quando chegou outra senhora para comprar meio quilo, disse:

- É melhor levar um quilo porque o pessoal está dizendo que alguma coisa grave vai acontecer, e está todo mundo se preparando, comprando coisas.

Então a mulher respondeu:

- Tenho vários filhos; olha aqui, é melhor me dar logo dois quilos.

Em meia hora o açougueiro vendeu todo o estoque, matou outra vaca, vendeu tudo, e o rumor foi aumentando.

Até que chegou o momento em que todos do povoado ficaram esperando que alguma coisa acontecesse. As atividades foram paralisadas e, de repente, às duas da tarde fez o calor de sempre. Alguém comentou:

- Vocês estão percebendo o calor que está fazendo?

- Mas aqui sempre fez calor, disse outro.

Uma terceira pessoa arrematou:

- Mesmo assim nunca fez tanto calor a essa hora.

No povoado, na praça deserta, baixou de repente um passarinho, e correu a voz:

- Tem um passarinho na praça.

E todo mundo foi, espantado, ver o passarinho.

- Mas, meus senhores, sempre houve passarinhos que pousam na praça.

- Pois é, mas nunca nessa hora.

A tensão no povoado aumentou e, como não podia deixar de ser, cresceu o desespero para ir embora, mas ninguém tinha coragem.

- Eu, sim, sou muito macho, gritou e um deles, e vou embora.

O corajoso pegou seus móveis, seus filhos, seus animais, meteu tudo numa carreta e atravessou a rua principal onde o pobre povo ficou vendo aquilo. Até o momento em que disseram:

- Se ele se atreve a ir embora, pois nós também vamos. E começaram a desmontar o povoado. Levaram embora as coisas, animais, tudo.

Um dos últimos a abandonar o povoado disse:

- Que não venha uma desgraça cair sobre o que sobra da nossa casa. E então incendiou a casa, e outros incendiaram outras casas.

Todos fugiram. No meio deles ia a senhora que tivera o presságio, clamando: - Falei que alguma coisa muito grave iria acontecer e disseram que eu estava louca.

A história contada há quase 42 anos parece muito com o comportamento da oposição no Acre. Sem rumo, sem proposta e sem credibilidade, os opositores apostam nos rumores, boatos e mentiras para tentar plantar o sentimento de que algo muito grave acontece no Estado.

Diariamente, eles trabalham para proclamar um caos que não existe, esquecendo-se, propositalmente, dos avanços experimentados no Acre nos últimos anos.

Sob a governança da Frente Popular, o Acre ganhou um rumo. Passou estar afinado com a boa política e a diminuir o fosso histórico entre o real e o discurso.

Citando outra obra de García Marquez, o Acre rompeu mais de 100 anos de solidão e de descompasso patrocinado por políticos que se preocupavam muito mais com os seus negócios particulares do que com o bem-estar da sociedade.

Agora, no ano em que completa 50 anos como Estado, o Acre vive um novo tempo. As perspectivas são as melhores. Chegou o momento da afirmação econômica com combate às desigualdades.

O governador Tião Viana terminou o primeiro ano de mandato com aprovação popular invejável. Conseguiu ampliar o diálogo com os diversos setores e demonstra a cada ação que fez a opção pelos mais humildes.

Os desafios são grandes. Mas estão longe do realismo fantástico pregado pela oposição.

Ninguém que sair e ir embora. O momento é de continuar a construção à altura dos nossos sonhos.

Ninguém veio apenas para fazer discurso. A população acreana está vendo e aprovando.

O jornalista Leonildo Rosas é Secretário de Comunicação do Governo do Acre.

No atacado

Operação da Polícia Civil prende 12 por tráfico em Xapuri

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Batizado de “Operação Chapurys”, um trabalho de investigação da Delegacia de Repressão ao Entorpecente (DRE) que durou cerca de 2 meses colocou atrás das grades 12 pessoas acusadas de envolvimento com o tráfico de drogas no município de Xapuri.

Sete dos indivíduos foram surpreendidos no amanhecer desta quinta-feira (29) por um efetivo de 36 agentes de várias delegacias coordenados por 3 delegados, que cumpriram 7 mandados de busca e apreensão expedidos pela justiça.

Os delegados de polícia Thiago Fernandes Duarte e Pedro Paulo Buzzolin, da DRE, e o titular da Delegacia Geral de Xapuri, Antônio Carlos Marques Mello, foram os responsáveis pelo ponto alto da ação deflagrada na manhã desta quinta-feira.

O secretário da Polícia Civil, Emylson Farias, acompanhou in loco a atuação de repressão ao tráfico no município de Xapuri, cidade natal do chefe de polícia. De acordo com ele, o Estado permanece firme e atento ao combate a este tipo de crime no Acre.

“Essa área não permite que a gente durma. É preciso estar vigilante em todos os níveis da segurança pública e a operação Chapurys, que faz alusão a uma histórica tribo indígena que povoou essa região do Estado é um exemplo”, afirmou o secretário.

Os acusados presos nesta quinta-feira são: Jardel Figueira Gadelha, 28 anos, José Roberto Silva do Nascimento, 33 anos, Marivânia Mendes Soares, 52 anos, Fábio Leite de Lima, 21 anos, Thiago Lima do Nascimento, 26 anos, Elivan da Silva, 30, anos e André Douglas de Lima, 33 anos.

André Douglas de Lima é apontado pela polícia o líder do grupo preso nesta manhã. Ele é considerado o coordenador de um esquema minucioso que envolve o transporte da droga para Xapuri, a preparação para a venda e a distribuição na cidade.

O delegado de Xapuri Antônio Carlos Marques Mello, disse aos jornalistas que cobriam a ação da polícia que essas prisões representam um duro golpe para o tráfico no município, que trará, consequentemente, um momento de muita tranquilidade para a população.

“A droga vai continuar existindo, mas temos a convicção de que um golpe duro foi aplicado contra esses indivíduos que alimentam a rede de tráfico região, tirando a paz das pessoas e refletindo em vários outros tipos de delitos”, destacou o delegado.

O delegado Thiago Fernandes, que foi titular em Xapuri até setembro do ano passado, afirmou que o sucesso da Operação Chapurys se deveu principalmente à parceria entre a Delegacia de Repressão ao Entorpecente e a Delegacia Geral de Xapuri.

“O trabalho conjunto, planejado e colocado em prática de maneira eficiente sempre renderá resultados positivos como esse em que a população pode respirar aliviada de se ver livre se sujeitos que se ocupam dessa atividade tão danosa para a sociedade”, frisou.

Durante entrevista ao programa Espaço do Povo, da Rádio Educadora de Xapuri, o secretário da Polícia Civil do Acre, Emylson Farias, disse que ações desta natureza irão ocorrer com bastante frequência no interior e na capital.

“Trata-se de uma determinação do governador Tião Viana para que não sejam medidos os esforços para tornar cada vez mais forte as ações concernentes a Segurança Pública, especialmente o combate ao tráfico”, observou.

Farias lembrou outras operações da polícia, que resultaram em diversas prisões e apreensões em todo Acre. Ele enfatizou que somente este ano a DRE já apreendeu mais 160 quilos de drogas, quantidade que já supera o que foi aprendido nos anos de 2009 e 2010.

O secretário também ressaltou a importância do Programa Ruas do Povo pelos diversos benefícios que produz à sociedade, entre os quais o de tornar possível o acesso da polícia em lugares onde não era possível a entrada de viaturas.

As imagens que ilustram o post são de Pedro Paulo, da Assessoria da Polícia Civil.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Camiseta do Braga

Camiseta Hino Acreano

“Só tá faltando tu comprar a minha camiseta com o hino acreano. Oferece pro João Garrinha. Eu tô morando no interior do Rio e, sem emprego, tô vendendo camisetas pela internet para os amigos. Você deposita 50 reais e eu mando imprimir em Rio Branco, na Ponto Sem Nó, e mando entregar aonde você estiver”.

Tá dado o recado. Quem quiser adquirir a camiseta do Braga é só entrar em contato pelo meu e-mail, que está ali ao lado, que dou as coordenadas. O cartunista Braga escreve e desenha aqui.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Genial

Mundo moderno, marco malévolo, mesclando mentiras, modificando maneiras, mascarando maracutaias, majestoso manicômio. Meu monólogo mostra mentiras, mazelas, misérias, massacres, miscigenação, morticínio – maior maldade mundial.

Madrugada, matuto magro, macrocéfalo, mastiga média morna. Monta matungo malhado munindo machado, martelo, mochila murcha, margeia mata maior. Manhãzinha, move moinho, moendo macaxeira, mandioca. Meio-dia mata marreco, manjar melhorzinho. Meia-noite, mima mulherzinha mimosa, Maria morena, momento maravilha, motivação mútua, mas monocórdia mesmice. Muitos migram, macilentos, maltrapilhos. Morarão modestamente, malocas metropolitanas, mocambos miseráveis. Menos moral, menos mantimentos, mais menosprezo. Metade morre.

Mundo maligno, misturando mendigos maltratados, menores metralhados, militares mandões, meretrizes, marafonas, mocinhas, meras meninas, mariposas mortificando-se moralmente, modestas moças maculadas, mercenárias mulheres marcadas. Mundo medíocre. Milionários montam mansões magníficas: melhor mármore, mobília mirabolante, máxima megalomania, mordomo, Mercedes, motorista, mãos… Magnatas manobrando milhões, mas maioria morre minguando. Moradia meia-água, menos, marquise.

Mundo maluco, máquina mortífera. Mundo moderno, melhore. Melhore mais, melhore muito, melhore mesmo. Merecemos. Maldito mundo moderno, mundinho merda.

Esse monólogo é uma das mostras da genialidade de Chico Anysio, o maior humorista do Brasil.

domingo, 25 de março de 2012

Decibéis e desrespeito

Nada contra cavalgadas ou demais eventos do gênero, como o que foi organizado no último final de semana, fazendo parte da programação dos 107 anos da fundação de Xapuri. O problema do qual este post vai tratar é a imensa falta de respeito que parte dos proprietários de carros dotados de potentes equipamentos de som, que a pretexto de ocasiões como a acima citada, perturbam a ordem e roubam paz dos cidadãos que se reservam ao direito de ficar em casa.

Talvez seja hora de lembrar aos perturbadores da tranquilidade que o artigo 42 da Lei de Contravenções Penais, no capítulo referente à paz pública, assevera que perturbar alguém, o trabalho ou o sossego alheio, com gritaria ou algazarra, abusando de instrumentos sonoros, prevê pena de detenção que vai de 15 dias a três meses ou multa. Talvez também esteja na hora de se exigir com mais rigor que nossas autoridades façam valer a lei, para o bem da população.

Tornou-se fato corriqueiro em Xapuri essa prática desrespeitosa sem que ninguém tome providências. Não há qualquer fiscalização por parte dos órgãos ambientais. Quanto à polícia, esta só se manifesta mediante denúncias ou reclamações, mas não resolve o problema, não aplica a lei. Os responsáveis pelos abusos não respeitam a legislação exatamente porque não são apresentados a ela, não são levados à delegacia, não são colocados na frente de um juiz.

Na noite do último sábado (24), até por volta de 1 hora da madrugada, moradores da rua Cel. Brandão ficaram impossibilitados de assistir televisão, ler ou conversar; tiveram cerceado o seu direito sagrado ao sossego e ao sono em razão das pancadas que vinham de alto-falantes de potentes sons automotivos instalados em carros que iam e vinham em níveis ensurdecedores, certamente dirigidos por motoristas alucinados pelo álcool ou coisa pior. 

Faz algum tempo que sugeri aos vereadores de Xapuri propor uma lei municipal que regulamentasse a exploração dos serviços de propaganda volante, que funcionam na atualidade sem nenhum tipo de controle do poder público municipal, causando danos à saúde da população por conta do alto índice de poluição sonora que produzem. A mesma lei poderia enquadrar quem se aproveita de ocasiões festivas para atormentar os vivos e os mortos.

A necessidade de se disciplinar o uso de atividades sonoras em Xapuri é urgente. Nenhum cidadão pagador de impostos é obrigado a suportar o nível de ruído produzido por alguns veículos que abusam da poluição sonora, mesmo aqueles que fazem propaganda de lojas comerciais ou divulgação de eventos sem nenhum respeito a horário, local e ouvidos do povão.

É inadmissível que esses carros continuem a perturbar a paz e a tranquilidade da população, soltando seus decibéis até mesmo antes das 8 horas da manhã e depois das 5 da tarde. Também não é aceitável que deixem de guardar a distância regulamentar para escolas e hospitais, como tem ocorrido com frequência.

Pesquisando na internet, encontrei uma proposta de lei aprovada pela Câmara Municipal de Santa Bárbara d'Oeste, no interior de São Paulo, que pode muito bem servir de orientação a quem, na Câmara de Xapuri, possa se interessar pelo assunto. Clique aqui para visualizar.

sábado, 24 de março de 2012

O adeus ao mestre

Morto ontem após meses de internação, Chico Anysio criou 209 personagens, muitos inesquecíveis, ao longo de 65 anos de carreira.

Chico Anysio

“Não tenho medo de morrer. Só acho uma pena, quando ainda tenho tanta coisa a fazer. Mas não posso lutar contra o inevitável”

Duzentos personagens, oito filhos, seis mulheres, várias declarações polêmicas, muita vontade de ajudar quem sempre viveu do humor, alguns desafetos no percurso, mas também gerações influenciadas por ele e um país de admiradores ao longo de 65 anos de carreira. Chico Anysio se vangloriava de ser nordestino, daqueles que não fogem à luta. E foi assim até o fim.

Maior humorista da TV brasileira, ele não se rendeu facilmente e, nos últimos três meses, travou um batalha pela vida, mas não resistiu. Chico morreu ontem, aos 80 anos, no Hospital Samaritano, em Botafogo, no Rio. “Não tenho medo de morrer. Só acho uma pena, quando ainda tenho tanta coisa a fazer, para ver, tanto filho para ajudar, tanto neto. Mas não posso lutar contra o inevitável”, disse Chico, em maio de 2011.

No começo do ano passado, o artista teve problemas cardiorrespiratórios e ficou no hospital por quase quatro meses. Durante os 110 dias, o humorista esteve por 78 deles num CTI, sendo que em coma induzido por 22. Chico se recuperou a tempo de comemorar seus 80 anos em casa, no dia 12 de abril de 2011.

A ideia inicial de Chico era estudar para ser advogado, mas a veia cômica e a necessidade de trabalhar mudaram seus planos. Ao longo da vida assumiu a identidade de dezenas de personagens – a citar, Professor Raimundo, Bozó, Painho, Coalhada, Alberto Roberto, Justus Veríssimo, Salomé, Bento Carneiro, Pantaleão, Nazareno, Haroldo e Azambuja, entre tantos outros. Nas suas contas, foram 209 personagens.

Ele se casou seis vezes – entre elas com a ex-ministra Zélia Cardoso de Mello. Ele deixa a mulher Malga di Paula e os filhos Lug de Paula, Nizo Neto, Rico Rondelli, André Lucas, Cícero Chaves, Bruno Mazzeo, Rodrigo e Vitória. A TV Globo reexibe hoje à noite o programa “Chico & Amigos”. No especial, Chico interpreta personagens que marcaram sua carreira. (Agências O Globo e Estado)

Carreira inclui programas no rádio e na TV, livros, música e filmes

Francisco Anysio de Oliveira Paula Filho nasceu em 12 de abril de 1931, em Maranguape, no Ceará. De família rica, seu pai tinha cinco filhos: Elano, Lupe, Lilia e Zelito, além do próprio Chico. Um incêndio mudou o destino da família, que perdeu todo o patrimônio. Aos oito anos, Chico se mudou com os parentes para o Rio.

A carreira começou na Rádio Guanabara. Tornou-se vascaíno, só para contrariar, porque o pai era botafoguense e eles moravam perto do Fluminense, o clube, onde fez amigos, cresceu e jogou bola à vontade. Até o dia em que, esperado para uma partida, foi em casa buscar o tênis e deu de cara com a irmã Lupi, que saía para fazer um teste na Rádio Guanabara. “Vou junto”, disse Chico. Aprovado nos testes para radioator e locutor, dizia sempre que tinha virado ator porque esquecera o tênis.

Morre Chico Anysio - Morreu nesta sexta-feita o humorista Chico Anysio. Dono de um repertÃ?rio extremamente variado, o cearense Francisco AnÃ?sio de Paula Ã? considerado um dos grandes nomes da histÃ?ria do humor brasileiro. Na foto, o humorista em 23/01/1973 no programa Chico City, na TV Globo. Foto: Eurico Dantas / Agência O Globo

Com a fama no rádio, o humorista migrou para a TV e passou mais de 30 anos na Globo

Morre Chico Anysio - Morreu nesta sexta-feita o humorista Chico Anysio. Dono de um repertÃ?rio extremamente variado, o cearense Francisco AnÃ?sio de Paula Ã? considerado um dos grandes nomes da histÃ?ria do humor brasileiro. Na foto, o humorista em 23/01/1973 no programa Chico City, na TV Globo. Foto: Eurico Dantas / Agência O Globo

Na TV, comandou programas como o “Chico City”  e “Chico Total”

Àquela altura, Chico já havia vencido vários concursos de calouros graças ao talento de imitar vozes famosas, entre locutores e artistas. Passou ainda pela Rádio Mayrink Veiga. Ao mesmo tempo atuou em atrações estreladas por Haroldo Barbosa, Antônio Maria e Sérgio Porto, entre outros. Com a fama no rádio, nada mais natural do que migrar para a TV, onde atuou em programas de humor como “Noites Cariocas”, “O Riso é o Limite” e “Praça da Alegria”.

O diretor Carlos Manga, para quem Chico Anysio já havia escrito 18 chanchadas da Atlântida, aproveitou o surgimento do videotaipe e propôs ao humorista gravar um programa com seus personagens. Surgia aí o “Chico Anysio Show”. Na TV, Chico Anysio passou também pela TV Excelsior e Record, como uma das estrelas dos programas “Essa Noite se Improvisa” e “Vamos Simbora”, com Wilson Simonal.

Chico também escreveu livros, era pintor e compôs várias músicas, muitas delas registradas por Dolores Duran. Com Arnaud Rodrigues, formou a dupla Baianos e Novos Caetanos, e gravou um disco. O humorista estava na TV Globo há mais de 30 anos, onde comandou “Chico City”, “Chico Anysio Show”, “Chico Total”, “O Belo e as Feras” e “A Escolinha do Professor Raimundo”. Como ator, fez participações especiais na minissérie “Engraçadinha” e no filme “Tieta”. Entre as novelas em que atuou na TV Globo estão “Feijão Maravilha” (1979), “Terra Nostra” (1999), “Sinhá Moça” (2006), “Pé na Jaca” (2006), e “Caminho das Índias” (2009).

Em dezembro de 2009, a direção da Globo se rendeu ao mestre e lhe abriu uma vaga no calendário de especiais de fim de ano com o “Chico & Amigos”, que será reexibido hoje à noite. Por cerca de uma hora, personagens das mais diversas etnias, estirpes e épocas se encontraram, todos na pele de Chico. O especial fez eco e a Globo resolveu resgatar Chico para o “Zorra Total”.  (Agências O Globo e Estado)

Personagens memoráveis

Morre Chico Anysio - Morreu nesta sexta-feita o humorista Chico Anysio. Dono de um repertÃ?rio extremamente variado, o cearense Francisco AnÃ?sio de Paula Ã? considerado um dos grandes nomes da histÃ?ria do humor brasileiro. Na foto, o humorista em 23/01/1973 no programa Chico City, na TV Globo. Foto: Eurico Dantas / Agência O Globo

Professor Raimundo

O personagem, conhecido pelo gesto que acompanhava o bordão “E o salário, ó...”, foi criado em 1950, quando Chico trabalhava na rádio Mayrink Veiga. Muito imitada, “A Escolinha do Professor Raimundo” foi quadro de diversos programas humorísticos até 1990, quando ganhou seu próprio programa na Globo.

Pantaleão

Com um visual inspirado no imperador Dom Pedro II, usando óculos com uma das lentes escuras, é um aposentado que vive em sua cadeira de balanço, na companhia de Dona Terta, sua esposa, e Pedro Bó, menino que decidiu criar. Adora contar “causos” – todos ocorridos em 1927. Ficou marcado pelo bordão “É mentira, Terta?”

Azambuja

Típico malandro carioca, já foi jogador do time de Bonsucesso e arriscou-se por um tempo como cantor. Eterno desempregado, vive de aplicar pequenos golpes.

Popó

Museólogo aposentado, Apolônio Pandolé nasceu no dia 29 de fevereiro e só faz aniversário de quatro em quatro anos. Ele diz ter vivido com pessoas que nasceram há mais de 300 anos. Ninguém acredita, mas a verdade é que, apesar de afirmar ter 91 anos, Popó tem 364. Vive brigando com seu amigo Alpamerindo, a quem sempre diz “Você é idiota! Você é idiota!”.

Morre Chico Anysio - Morreu nesta sexta-feita o humorista Chico Anysio. Dono de um repertÃ?rio extremamente variado, o cearense Francisco AnÃ?sio de Paula Ã? considerado um dos grandes nomes da histÃ?ria do humor brasileiro. Na foto, o humorista em 23/01/1973 no programa Chico City, na TV Globo. Foto: Eurico Dantas / Agência O Globo

Tim Tones

Sátira aos pastores evangélicos cujo único interesse é arrecadar ofertas, o nome do personagem faz referência a Jim Jones, fanático religioso norte-americano que organizou um suicídio em massa. Tim Tones enriqueceu com sua família por meio de uma falsa seita criada por ele, cujo bordão mais marcante é “Podem correr a sacolinha”. Mais atual impossível.

Haroldo

Ex-personal trainer homossexual, ele tenta de toda forma passar a imagem de heterossexual e atrair mulheres, mas é sempre lembrado pelo amigo Leon de seu codinome do passado: Luana.

Justo Veríssimo

O deputado federal pernambucano  é um político corrupto que só pensa em se arrumar e odeio pessoas de classe social mais baixa. Ficou conhecido pelos bordões “Tenho horror a pobre!” e “Quero que pobre se exploda!”.

Bozó

Sérgio Dias Magalhães Marinho, nome completo do personagem, dizia trabalhar na Rede Globo para se dar bem.

Bento Carneiro

Valdevino Bento Carneiro é um vampiro brasileiro que se apresenta como “aquele que vem do aquém do além, adonde véve os mortos”. Com um sotaque caipira, sempre acompanhado de seu assistente Calunga (interpretado por Lug de Paula, filho de Chico), nunca consegue assustar ninguém. Ao contrário: é um vampiro medroso. Sua frase célebre é “Minha vingança sará maligrina”.

Morre Chico Anysio - Morreu nesta sexta-feita o humorista Chico Anysio. Dono de um repertÃ?rio extremamente variado, o cearense Francisco AnÃ?sio de Paula Ã? considerado um dos grandes nomes da histÃ?ria do humor brasileiro. Na foto, o humorista em 23/01/1973 no programa Chico City, na TV Globo. Foto: Eurico Dantas / Agência O Globo

Salomé

Idosa gaúcha , foi professora do presidente Figueiredo e sentia-se no direito de ligar para ele, a quem chamava de guri, para fazer sérias cobranças. Seu bordão era “Eu faço a cabeça do João Batista ou não me chamo Salomé”, brincando com o nome dos personagens bíblicos.

Fonte: agazetaonline.

Etapa final

Programa Ruas do Povo avança em Xapuri

O diretor-presidente do Depasa, Gildo César, explicou que serão pavimentadas 42 ruas de oito bairros (Sérgio Vale/Secom)

Da Agência de Notícias do Acre.

Na semana em que Xapuri, a princesinha do Acre, completa 107 anos de fundação o Governo do Estado lança a etapa final do programa Ruas do Povo no município. Isso significa dizer que até o final deste ano a cidade terá todas suas ruas pavimentadas.

A garantia de que o trabalho será executado e as ruas serão entregues à população foi dada pelo governador Tião Viana e pelo diretor do Depasa (Departamento Estadual de Pavimentação e Saneamento), Gildo César, no entardecer desta sexta-feira, 23.

Gildo César explicou que serão pavimentadas 42 ruas de oito bairros: Laranjal, Braga Sobrinho, Aeroporto, Sibéria, Constantino Melo Sarkis, Raimundo Hermínio de Melo, Centro e Pantanal. Para isso, serão investidos cerca de R$ 6 milhões nesta última fase do Ruas do Povo em Xapuri. O diretor do Depasa afirma que o Governo está cumprindo o que foi acordado em 2011 quando o governador garantiu àquela comunidade que todas as ruas de Xapuri estariam pavimentadas.

“Estamos iniciando aqui a última etapa. Em 2011 fizemos o investimento inicial de R$ 3,5 milhões e beneficiamos 28 ruas. Nesta última etapa nós estamos fazendo um investimento de R$ 6 milhões. Todas as ruas terão rede de água, rede de drenagem e pavimentação em asfalto”.

Governador Tião Viana, acompanhado por parlamentares e secretários de Estado, foi até Xapuri nesta sexta-feira, 23, lançar a última etapa do programa Ruas do Povo na cidade  (Sérgio Vale/Secom)

Para os trabalhos em Xapuri serão utilizadas 41 máquinas e um efetivo de mais de 100 homens que estão sendo empregados diretamente para atuarem na execução das obras. “Com essa etapa do Ruas do Povo o Governo do Estado terá feito 60 ruas em Xapuri e o investimentos aqui serão na ordem de R$ 10 milhões. Esse é o melhor presente que a cidade poderia ganhar”, observa o diretor do Depasa.

Xapurienses agradecem

A solenidade de lançamento da última etapa do programa de pavimentação e saneamentos do Estado aconteceu numa rua de nome singular para ocasião: Rua Alegria, no bairro da Cageacre. O local não poderia ter nome mais adequado para expressar o sentimento dos moradores que serão beneficiados pelas obras. No palanque da solenidade estavam secretários e parlamentares que nasceram na cidade e externaram sua satisfação em ver que o Governo investe naquela comunidade.

O secretário de Polícia Civil, Emylson Farias, xapuriense, reconhece que o governador Tião Viana e sua equipe batalhou para conseguir recursos para investir em infraestrutura nos municípios do Acre. “Nós vamos ser um dos primeiros municípios a ter rede de esgoto e pavimentação completos. Isso é inclusão. Isso é saúde, é segurança. A segurança pública não podia sequer entrar aqui [no bairro Cageacre] até pouco tempo atrás e hoje nós estamos aqui num momento diferente”, pontuou Farias.

O vereador do município, José Cecílio, disse que as obras de infraestrutura são o melhor presente que a cidade poderia ganhar na semana em que completa mais um ano de fundação. “Não poderíamos ter um presente melhor que esse”, disse.

Parlamentares garantem apoio para projetos de infraestrutura

O presidente da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), Élson Santiago e os parlamentares Éber Machado, Manoel Morais, Walter Prado, Geraldo Pereira participaram do ato de lançamento da última etapa do Ruas do Povo em Xapuri e garantiram ao governador Tião Viana e ao diretor do Depasa que o Executivo terá apoio do Legislativo quando necessário para que mais obras estruturais sejam realizadas no Estado.

O deputado estadual Éber Machado parabenizou Tião Viana, pois, segundo o parlamentar, o governador está tendo um olhar de estadista para com o Acre e seu povo. “Se queremos um futuro, nós temos que criá-lo e Xapuri a partir de hoje será mais que a princesinha do Acre. Hoje a gente vê o orgulho dos xapurienses, dando depoimentos felizes aqui”.

Élson Santigo, presidente da Aleac, lembrou que ano passado esteve na cidade para entregar a primeira fase de ruas executadas pelo Depasa e contou que presenciou Tião Viana anunciando que o município teria outra etapa do programa. “E Tião está cumprindo o que prometeu gente e por isso, nós do Poder Legislativo só temos a agradecer o trabalho que o governador vem fazendo e dar todo apoio aos projetos do Governo que chegam na Casa”, declarou o parlamentar.

Um marco para a princesinha do Acre

O vice-governador César Messias disse que nunca a cidade recebeu tantos recursos por parte do governo estadual. “São R$ 28 milhões de reais investidos em Ruas do Povo e distribuição de água para a população. Isso é o perfil de um governo que está investindo diretamente na qualidade de vida da população”.

Bira Vasconcelos, prefeito da cidade, complementou o que César Messias disse ressaltando que as obras de pavimentação de ruas elevam não apenas a qualidade de vida, mas também a autoestima da comunidade que terá um ambiente melhor para viver.

“Tião tem mostrado que não é irmão de Xapuri, é pai porque cuida muito melhor. Ele cuida de Xapuri como um pai cuida de um filho. Não dá para imaginar o Acre sem o Ruas do Povo. Essa é a marca que o governador estabeleceu. Ninguém tira esse mérito do Ruas do Povo de Tião Viana. Essa é a grande marca do governo dele”.

O governador Tião Viana observou que Xapuri será um novo marco na Amazônia por se tornar a primeira cidade da região a ter todas as ruas pavimentadas  (Sérgio Vale/Secom)

O governador Tião Viana observou que Xapuri será  um novo marco na Amazônia por se tornar a primeira cidade da região a ter todas as ruas pavimentadas. “Xapuri será a primeira. Isso me orgulha muito”.

Além disso, a pavimentação e o saneamento básico será um marco no bom desenvolvimento da sociedade. Como médico e professor universitário Tião ressalta que com água e pavimentação haverá um número bem menor de crianças doentes, a mortalidade infantil cairá consideravelmente, as internações de idosos também cairão.

“As mães e pais vão poder colocar uma calça branca e sair de suas casas para ir a igreja, a praça ou a casa de um amigo sem se enlamear. Isso é direito, é cidadania básica e me dá alegria no coração poder fazer isso por essas pessoas”, concluiu.

Ruas do Povo – Última Etapa em Xapuri

Mais de 100 empregos diretos;

42 ruas de 8 bairros beneficiadas com pavimentação e saneamento;

41 máquinas utilizadas para execução das obras;

Investimentos na ordem de R$ 6 milhões.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Xapuri completa 107 anos e ganha mais obras

Maria de Nazaré, seu esposo e um dos 30 netos que mora com ela (Assessoria Depasa)

Jane Vasconcelos, da Assessoria Depasa

Maria de Nazaré Ribeiro do Nascimento mora na Rua da Alegria, no bairro Cageacre, em Xapuri. É mãe de 12 filhos e acha que tem uns 30 netos: dois deles moram com ela e, como não têm onde brincar, eles passam muito tempo dentro de casa. A rua onde moram não tem nenhum tipo de beneficiamento e a esperança de Maria está no anúncio que será feito pelo governador Tião Viana nesta sexta-feira, 23, sobre a segunda etapa do programa Ruas do Povo no município.

“Vai ser legal se fizerem essa rua, porque quando chove alaga tudo. É muita lama, meu vizinho tá até vendendo a casa dele, eu tô esperando isso aqui melhorar”, disse dona Maria.

Luciano Rodrigues de Menezes, 63 anos, dois filhos, mora há 17 anos no local e foi um dos que ajudou a abrir as ruas do bairro. “Quando eu cheguei aqui tinha só cinco moradores, hoje são quase duzentos. Já vieram várias vezes na nossa rua e continua tudo do mesmo jeito, vamos ver se agora muda alguma coisa. Eu tô começando a acreditar, com toda essa movimentação de máquinas e gente trabalhando”, disse Luciano.

As equipes já começam a se movimentar na cidade para trabalhar nos bairros Laranjal, Braga Sobrinho, Aeroporto, Sibéria, Constantino Melo Sarkis, Raimundo Hermínio de Melo, Sena, Pantanal e Cageacre. O investimento será superior a R$ 6 milhões e a expectativa é que sejam gerados mais de 70 empregos diretos.

O casal Beatriz e Raimundo de Oliveira moram no bairro Hermínio de Melo, na Rua São Peregrino,  em uma pequena casa onde também funciona um mini salão de beleza. Quando chove, o atendimento fica prejudicado. “A água invade nossa casa e dificulta muito o trabalho, gasto um absurdo de água para lavar o local que fica tomado pelo esgoto. Meu sonho é ver essa rua feita, aí eu pago com gosto os impostos.” Xapuri será beneficiada também com drenagem, o que vai mudar a vida de muitos moradores.

O lançamento oficial da obra será na sexta-feira, 23, no bairro da Cageacre, localizado na entrada da cidade, próximo ao aeroporto. O lançamento será às 16 horas, dentro da programação comemorativa dos 107 anos do município. Ano passado foram beneficiadas 26 ruas da cidade.

No local já estão sendo montadas duas tendas para que os moradores possam acompanhar toda a programação que irá marcar o inicio da segunda etapa.

O diretor-presidente do Depasa, Gildo Cesar, ressaltou a importância do momento. “Para nossa equipe, é especial poder fazer parte dessa festa de 107 anos de Xapuri começando por aqui essa segunda etapa do programa. O Ruas do Povo muda a vida das pessoas com dignidade e respeito”, disse o diretor.

quinta-feira, 22 de março de 2012

“Eletroproblema”

Dizem alguns brincalhões que a inconstância da Eletrobrás se deve ao fato de a empresa patrocinar o Vasco da Gama. Mas, brincadeiras à parte, os aborrecimentos causados pela distribuidora aos seus consumidores com toda certeza são infinitamente maiores que as decepções que o time da Cruz de Malta costuma causar à sua legião de torcedores.

Não bastassem os constantes apagões, picos de energia, oscilações e outros fenômenos típicos da empresa que vende a luz, agora os consumidores enfrentam uma onda de aumentos inexplicáveis nos valores da conta mensal. Algumas pessoas reclamam que suas faturas do mês de março foram emitidas com valores até 300% mais altos que a média dos meses anteriores.

Outro fato é que desde o final do ano passado, por falta de leituristas, a Eletrobrás vem faturando o consumo das unidades por um critério que só seria admissível em casos extremos nos quais a leitura dos relógios medidores não fosse possível. A empresa vem emitindo as cobranças com base na média de consumo dos últimos 12 meses.

Pela mesma razão, a empresa não tem feito a entrega em domicilio das faturas de energia elétrica, o que tem obrigado os consumidores a se dirigir ao escritório da Eletrobrás em Xapuri para receber as cobranças. Como os clientes não são obrigados a isso, muitos não tomaram essa providência e acumularam vários meses de débitos.

De acordo com informações prestadas pelo escritório local da Eletrobrás Distribuição Acre, o problema começou a ser resolvido a partir do começo do mês de março. Coincidência ou não, foi exatamente nesse momento que as reclamações quanto à cobrança de valores exorbitantes começou a chegar ao setor de atendimento ao cliente da empresa.

O ‘siribolo’ foi parar na mesa da promotora de justiça Diana Soraia Tabalipa Pimentel, que no ano passado já havia ajuizado uma ação civil pública contra a empresa em razão dos constantes apagões. Nesta quarta-feira (21), um representante da empresa se reuniu com Diana Soraia e prometeu providências imediatas quanto aos problemas.

Na manhã desta quinta-feira (22), a promotora se dirigiu a Rádio Educadora 6 de Agosto para fazer vários esclarecimentos sobre a situação. Segundo ela, a empresa se comprometeu em fazer revisões caso a caso nas contas dos consumidores e que a mesma é obrigada a fazer o parcelamento dos débitos acumulados por razão da não entrega das cobranças.

Diana Soraia orientou os consumidores que se sentem prejudicados pela Eletrobrás Distribuição Acre a procurar a empresa a partir da próxima segunda-feira e exigir que seus direitos sejam respeitados. A promotora pediu para que em casos necessários, as pessoas acionem o Procon no município para fazer valer os seus direitos de consumidores.

Vamos então torcer para que as coisas voltem a clarear para todos nós, os sofridos consumidores da Eletrobrás Distribuição Acre em Xapuri, assim como clarearam para o simpático Vasco da Gama, na partida da última quarta-feira contra o terrível Libertad, do Paraguai, pela primeira fase da Taça Libertadores da América.

Segurança na fronteira

R$ 150 milhões para segurança nos 11 estados fronteiriços

Os 11 estados brasileiros que fazem fronteira terrestre com países da América do Sul poderão apresentar propostas ao governo federal para receberem recursos para a área de segurança pública. O Acre é um dos que podem aproveitar os R$ 150 milhões disponibilizados no âmbito do Plano Estratégico de Fronteiras, cujas regras foram publicadas através de portaria no Diário Oficial da União nesta quarta-feira (21/3).

O convênio a ser firmado para o repasse prevê que a verba deverá ser utilizada na estruturação de unidades especializadas de fronteira ou de polícias rodoviárias estaduais; em unidades para atuação em vias fluviais; no fortalecimento de ações de inteligência; em inovações tecnológicas de monitoramento e controle de fronteira; e no reaparelhamento de postos integrados de fiscalização. O objetivo é a redução dos crimes transfronteiriços.

Os estados deverão especificar quais ações serão realizadas, quantas pessoas serão abordadas, a previsão da quantidade de apreensões de armas e drogas e prisões que devem ser efetuadas, além do total do efetivo policial a ser empregado. A cada seis meses, os estados deverão apresentar os resultados das operações.

As propostas devem ser apresentadas pelos governos estaduais até 23 de abril. A análise será feita pelos Gabinetes de Gestão Integrada de Fronteiras ou Câmaras Temáticas de Fronteiras de cada unidade da federação. Além do Acre, também podem acessar os recursos os estados do Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Roraima, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Desde junho de 2011, quando foram assinados os termos de adesão com os estados, um total de R$ 37 milhões para investimentos em projetos estruturantes de fronteira nos estados acima citados já foram liberados pelo governo. Além disso, as Polícias Federal e Rodoviária Federal já receberam mais de R$ 17 milhões.

As informações são do Portal do Ministério da Justiça.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Mais Ruas do Povo

40 novas ruas serão pavimentadas em Xapuri. Governo lança nova etapa no município na próxima sexta-feira (23), no bairro da Cageacre.

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O Depasa – Departamento de Pavimentação e Saneamento do Acre – acaba de anunciar a nova etapa do programa Ruas do Povo em Xapuri. O lançamento oficial da obra será na sexta-feira, 23, no bairro da Cageacre localizado na entrada da cidade próximo ao aeroporto, às 16 horas, dentro da programação comemorativa dos 107 anos do município.

O município de Xapuri será beneficiado nesta segunda etapa do programa com mais 40 novas ruas pavimentadas. As obras foram divididas em dois lotes, o investimento será de mais de R$ 6 milhões de reais. Os bairros beneficiados são: Laranjal, Braga Sobrinho, Aeroporto, Sibéria, Constantino Melo Sarkis, Raimundo Hermínio de Melo, Sena, Pantanal e Cageacre.

A expectativa do governo é de que os serviços gerem mais de 70 empregos diretos. Na semana passada foi realizada uma reunião de trabalho que contou com a participação do prefeito Bira Vasconcelos, do diretor-presidente do Depasa, Gildo César, e representantes da empresa que será responsável pelas obras no município.

“Nós acreditamos nesse programa e vamos fazer o que for possível para ajudar, afinal nossa população está sendo beneficiada com novas ruas pavimentadas”, disse o prefeito.

O diretor-presidente do Depasa, Gildo César, afirmou que o grande objetivo do programa Ruas do Povo é construir um novo tempo para Xapuri.

“Mais uma vez estamos trabalhando para bater as metas estabelecidas pelo governador Tião Viana e o nosso principal objetivo é trabalhar para ajudar na construção de um novo tempo para os moradores dos municípios contemplados com o programa.”

Conheça as ruas que serão beneficiadas com o programa esse ano e confira se a sua está contemplada:

Rua Francisco Vieira dos Santos

Rua da Cerâmica

Rua Rotary

Rua Raimundo Hermínio de Melo

Rua Chico Mendes

Rua Professora Rita Maia

Rua Guilherme Ferreira

Rua da Variante até a entrada do Laranjal

Rua Candido Pereira Castelo

Rua do Rodeio do Chico Faustino

Rua Marcos R. Gonçalves

Rua Luiz Severino

Rua da Goiaba I

Rua da Goiaba II

Travessa da Bolívia

Rua Beatriz dos Santos

Rua C. Rosa de Deus

Rua Evaristo S. da Silva

Rua Amadeus Dantas

Rua Maria Campos

Rua Esperança

Rua José Ribeiro

Rua Maria de Brito

Rua Chico Dulce

Rua Chico Mendes

Rua Enéas Rodrigues

Beco da Amizade

Rua São Peregrino

Rua Luiz Severino

Rua José Avelino

Rua Coelho Filho

Rua Petrônio Rodrigues

Rua Rodovaldo Nogueira

Rua Luiz Ramos de Albuquerque

Rua dos Xapurys

Rua João Antônio de Carvalho

No ano passado foram beneficiadas 26 ruas em Xapuri.

As informações são de Jane Vasconcelos, da Assessoria Depasa.

terça-feira, 20 de março de 2012

Mudança na fronteira Brasil-Bolívia?

FRONTEIRA BRASIL BOLIVIA

Evandro Ferreira

O Dr. Alceu Ranzi, sempre atento aos detalhes geográficos de nossa região em razão de seu interesse nos geoglifos que estão sendo expostos na medida em que nossas florestas são destruídas, me alertou para um fato que talvez poucas pessoas tenham observado: a possível incorporação pela Bolívia de um bairro da cidade fronteiriça de Brasiléia caso o rio Acre rompa a ténue linha de barranco que une a 'ponta de terra' onde está localizado o referido bairro ao resto do país, como se pode ver nas imagens.

A largura do barranco no possível ponto de rompimento é de cerca de 70 m e é quase certo que o rio romperá o barranco nos próximos anos. É assim que acontece em situações similares na maioria dos rios de nossa região, que mudam com frequência a sua calha. Na linguagem popular, se diz que o rio 'aparta' ou 'corta uma curva'. O meandro abandonado vira um lago.

Como o marco divisório do Brasil com a Bolívia naquele ponto é a calha do rio Acre, resta saber se o possível isolamento do bairro de Brasiléia vai mesmo resultar na incorporação daquela faixa pequena de terra pelo nosso país vizinho. Abaixo, imagem que mostra melhor o local de rompimento do rio.

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Evandro Ferreira é pesquisador do Inpa-Ac e do Parque Zoobotânico da UFAC. Escreve no blog Ambiente Acreano.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Aniversário de Xapuri

Clique na imagem para conferir a programação.

O sujo e o mal lavado

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O Domingo Espetacular, da Rede Record, ataca dirigente da Igreja Mundial do Poder de Deus (leia aqui). Valdemiro Santiago é dissidente da igreja de Edir Macedo. Ao deixar a IURD para fundar a IMPD, levou consigo o aprendizado e diversos discípulos do dono da TV Record.

Ambos são donos de fortunas bilionárias construídas sobre a desgraça e a ignorância de um povo sofrido e espiritualmente vulnerável. Numa outra guerra particular, o bispo Edir Macedo também já teve seus podres expostos em rede nacional pela Rede Globo de televisão.

domingo, 18 de março de 2012

A procissão

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José Cláudio Mota Porfiro

Às duas da tarde, depois de um sol forte desde manhãzinha, um tempão azulado quase escuro começa a se formar lá pras bandas do alto Rio Xapuri. Em pouco tempo, chove a cântaros. Copiosamente.

Abundantemente. Chuva densa pesada, vinda do céu não por milagre, mas quase por obrigação, uma vez que, se não há inverno ranzinza, duro, avassalador, não há Amazônia, e o pulmão do mundo ficará sem o ar puro, e com selo de qualidade, que a humanidade sorve enquanto presente de Deus. Uma dádiva um tanto exagerada, principalmente, para este gajo desastrado e imponderável que não faz outra coisa que não se admirar da grandiosidade de tudo o que diz respeito ao Acre... Eu.

Agora, já chego a me sentir quase um Euclides da Cunha, aqui, em missão religiosa. De lápis de carpinteiro à mão, e mais um cadernão confeccionado com agulha e linha por mim mesmo, tomo as anotações possíveis, desde o desembarque. Sou um repórter a serviço de Deus.

Como é tradição, segundo os mais antigos, às quatro e pouco, o céu se veste de um azul claro borrado por tênues nuvens branquinhas que mais parecem chumaços de algodão esvoaçante, como que tocado a mágico pincel. Uma joia da natureza. É um brinde à multidão que se acotovela no pátio da matriz.

Há um cheiro de borracha no ar. As pessoas vindas dos seringais o trazem enrustido na pele. Elas cheiram a látex amadurecido pelo sol. Não fedem, exatamente, como dizem os mais aquinhoados da terra. Dentre os seringueiros, o perfume Desejo é bastante usado, mas enjoativo deveras; quase embebeda. Os mais abastados - portugueses e turcos - usam Água de Colônia ou Patichuli. Eles, sim, podem até feder, por não serem muito chegados a banho, mas têm dinheiro com o que adquirem até produtos da perfumaria francesa.

Alguns seringueiros dentre os mais novos, e poucos dentre os mais velhos, não dormiram de ontem para hoje e ainda a carraspana do dia anterior lhes deteriora as mentes. Estão, diria, entorpecidos. Outros estão bêbados mesmo. Durante o percurso, vejo uns quatro ou cinco dormindo em via pública acostados a qualquer umbral do destino. Isto, porque a felicidade da festa mundana foi mais forte que a devoção do festejo religioso. Coitados! Estão inebriados por uma folga de dois ou três dias da faina bruta dos seringais que, logo em seguida, será retomada por um ou mais anos a fio, isto, porque nenhum sabe se no próximo ano terá condições de voltar para ver os conterrâneos cearenses - na sua superior maioria - e a cidade que cresce do dia para a noite, apesar das notícias relativas aos preços da borracha não serem lá tão alvissareiras.

Há um sem número de pelas de borracha aí pela casa dos oitenta quilos. Há bois, garrotes, vacas, porcos, carneiros, patos, galinhas... Todos irão a leilão daqui a pouco, após as homenagens religiosas. Não apenas a construção da igreja precisa da renda, mas o sonho de um colégio internato para as órfãs dos seringueiros mortos também precisa tornar-se realidade pela operosidade das Irmãs Servas de Maria Reparadoras, as formiguinhas astutas e prendadas sem as quais o Padre Felipe Galeranni não faria a metade do que faz.

Segundo muitos dos xapurienses, as freiras católicas se assemelham aos plantadores de trigo que, além da semeadura, já se preparam para a elaboração do pão que alimenta o corpo e nutre a alma.

Agora, os sinos redobram e o foguetório ameaça os tímpanos. Muitos choram de emoção, inclusive eu. A imagem do Santo é erguida nos ombros de alguns notáveis da cidade, dentre os quais o Eurico Fonseca, um português sem mais nenhum sotaque.

A Banda Municipal Santa Cecília executa, ainda parada, um dobrado bastante solene, como requer a ocasião. Aliás, tudo e todos aqui têm a sua imponência, cada um ao seu modo, do mais rico dos patrões ao mais humilde dos seringueiros.

E segue o imenso cortejo ladeira acima, pela Rua Benjamin Constant, rumo à Praça do Bosque, entoando um cântico que não me é do conhecimento:

Salve, salve, São Sebastião
De Xapuri orai ao Santo Protetor
Recebei as nossas orações
Cheios de esperança, cantemos com fervor (...)
Abençoa as nossas famílias.
Recebe aqui da nossa Igreja
Todo o nosso amor e gratidão
Grande mártir, ó meu São Sebastião. (...)

E, do alto de uma ladeirinha, olho para o povo da mata lá atrás. Todos circunspectos. Eles, com os seus chapéus à mão. Elas, com os filhos a tiracolo. Não há um que não tenha cara de necessitado de tudo, inclusive das bênçãos dos céus que, no inverno, descem impiedosamente em forma de chuva, muita chuva. Sim, as mulheres carregam as crianças de banda, escanchadas nas ancas às vezes tão magras.

Os miúdos - no dizer dos de Portugal - seguem em fileiras, como se andassem nos caminhos da mata. É o costume. Muitos são os que levam ex-votos nas cabeças chatas (jerimuns) em forma de pernas ou braços que foram quebrados, casas que pegaram fogo, lamparinas, porongas, retratos, canoas, machados e até tijolos da construção. Crianças e adultos estão trajados de anjos. Outros usam as vestes do Padroeiro quando executado em Roma. Há velas, muitas velas e, depois do hino, o foguetório recrudesce.

Um veio do Crato, outro de Barbalha, outro de Missão Velha, outro do Quixadá, outro do Quixeramobim, outro de Russas, outro de Juazeiro... Vieram arrastar dinheiro com o gancho e agora amargam arrependimento enorme. Todos estão ainda em busca de sonhos completamente sem bases mais reais, apenas ilusões, devaneios que, no mais das vezes, se tornam pesadelos... E eu, que quase acabo de chegar do Baturité, vim em busca de aventura, aos vinte e três anos de idade e com os olhos marejados pela dor que é não poder fazer nada por essa gente minha que daria a vida para voltar ao Ceará querido. Meu Deus!

Grata surpresa! Uma família grande formada por Raimundo e Conceição, José Calixto e Francisca, Maria das Dores e Arcelino Pereira, primos, sobrinhos e casais, incluindo umas mocinhas e uns rapazolas, todos também vieram do Baturité. Uns estão por aqui desde antes da guerra de 1914, outros, chegaram há pouco, a convite dos primeiros. Eles vivem na cidade e trabalham como carpinteiros construindo as tantas casas que se erguem a cada dia, ou como pedreiros, mas possuem colônias próximas de onde tiram algum sustento. Enfim, são pobres, mas são felizes.

- Sou grato a Deus por lhes ter conhecido em ocasião tão especial. - É o que lhes digo em tom de despedida, até porque nunca mais os vi.

- Nós também estamos muito agradecidos e lhes desejamos muitas felicidades. - É o que responde um deles.

E a voz do padre se faz poderosa, tonitruante. Ele pede a São Sebastião que proteja aqueles trabalhadores do fundo dos seringais, na mais completa adversidade, na luta contra o bicho do mato e muitas vezes contra o bicho homem.

Há terços e rosários de ouro, até. Há os de prata, também. Há os de vidro e os de madrepérola. Mas há os pobrezinhos, de continhas tiradas do mato, ali mesmo, e enfiados em linha zero... E segue o espetáculo da fé mais pura desses deserdados e desdentados que sofrem a tristeza que é serem desertores dentro da própria Pátria.

À frente do cortejo segue a imagem de São Sebastião. Em seguida, vem o padre acompanhado por um séquito de sacristãos, inclusive um, muito comunicativo, que diz se chamar Fadoul, filho de Sarah Fadoul, vinda da Síria. (Como pode? Será que esqueceram rapidamente o fanatismo islâmico que os empurrou para o outro lado do mundo? Não. Não é bem assim. Dizem que lá os Fadoul eram cristãos e, por isso, foram perseguidos e fugiram para não morrer.)

Em seguida, vêm as freiras e as internas, umas trinta, todas vestidas em vestidos azuis claros que vão ao meio das canelas. Umas, já bem graúdas, chegam perto da beleza. Outras, nem tanto. Elas residem com as freiras que lhes dão educação e bons modos. A Irmã Petronilla Trinca é a Madre Superiora a quem todas devem respeito, principalmente, pela gravidade do semblante sempre austero, à moda das melhores etnias europeias.

Em seguida, vêm as congregações religiosas. Os Praxedes homens pertencem à congregação dos Irmãos Marianos. As mulheres fazem parte das Filhas de Maria. Estes portam largas fitas azuis claras ao pescoço. Aos marianos se alinham Jorge e Carmem Gatasse, Hermes e Elisa Brasileiro, João de Arruda e esposa, Simão Antônio e Fayd, Alfredo Zaire e Juanita. Os Maias, dentre os quais a mãe, Mariquinha, e os filhos Solón, Jorge e Lourdes, são da Congregação de Nossa Senhora das Dores, de fita roxo-lilás. Alinham-se aos roxos Maria Meira, Maria das Dores Mota, Linda, esposa de Eurico, Maria Menezes e Seu Menezes, João Esteves, Benevenuto, dentre outros mais. Pertencem à Congregação do Sagrado Coração de Jesus, de fita vermelha, Maria e João Figueiredo, Antônio e Adelina Mortes, Manoel Isaías de Matos e Dona Nazaré, Seu Sabino e esposa, e outros mais.

Sebastião, guerreiro esforçado
Eleito por Deus general
De novas briosas falanges
Às ordens do Rei imortal...

Realmente, bonitas de ver são as janelas muito bem ornadas de algumas casas. São como pequenos oratórios onde se sobressai a imagem do Padroeiro em meio a rosas brancas e fitas vermelhas. A primeira é a da casa de Chico Camelo. A segunda é a casa de Aziz Hadad. Em seguida, vem, já na outra rua, a janela da família de Pedro Marreta. Depois, vêm as de Albertina Galo, de Edmar Koury, de Elisa Eluan, de Abrahão Felício, de Alfredo Zaire, de José Rodrigues e a de Antônio Mortes.

Rezamos o terço. Cantamos hinos católicos. Acreditamos piamente que o ano de 1940 será muito melhor que o anterior.

Senhor Jesus, rogai por nós. Livrai-nos do fogo do inferno. Levai as almas todas para o céu e socorrei principalmente aquelas que mais precisarem...

Enfim, concluímos o périplo através das ruas da pequena cidade. É esta a hora do sermão do Padre Felipe. A história do Santo nos leva às lágrimas. Quanta fé. Quanta honra. Quanta glória. Um santo!

O grande leilão se estendeu até um pouco depois das dez da noite... Enfim, as barracas já não dispõem das iguarias de há pouco. Estão encerrados o bingo, o jogo de mira e a pescaria. As pessoas se dispersam levando as prendas obtidas nas competições e apostas. A grande maioria é composta de gente da cidade.

É manhãzinha. No largo em frente ao Mercado Municipal, os marreteiros que por ali expunham os seus produtos trazidos de Belém e Manaus já desarmam as tendas. Ali, bem ao lado, em frente ao Palanque - desembarque para os que chegam - uma pequena multidão já se aglomera. É hora de voltar para a vidinha pacata, antes tão sem graça e cheia de sofrimentos e solidões, mas, agora, com as esperanças renovadas pela grande fé no que pode o Padroeiro fazer por todos e por cada um.

Assim é a vida dessa gente miúda. Prenhe de eternas esperanças e sonhos que se tornam realidade viva para tão raros. Poucos, pouquíssimos, têm direito à grande ventura que é um dia rever o longínquo Ceará.

As lágrimas incontidas não fogem aos meus olhos. Esses heróis desconhecidos merecem o algo mais que só a fé em Deus pode, talvez, lhes garantir. E garantirá.

sábado, 17 de março de 2012

Sugestão de leitura

O mulato

Apontado como o primeiro romance naturalista escrito no Brasil, O mulato conta a história de Raimundo, filho de uma escrava com um português, que apesar da aparência de homem branco, sofre a violência do preconceito racial da época em que vive, principalmente da família de seu tio, que o impede de se casar com a prima Ana Rosa, por quem se apaixonara. O pano de fundo é o interior do Maranhão à época do fim da Guerra da Tríplice Aliança.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Luz, quero luz!

Cartunista Braga

Não falta luz em São Paulo, nem em Fortaleza, nem no Rio de Janeiro, que dirá em Brasília.

Não falta luz em Xangai, Nova York, Paris, Dubai.

Não falta luz em La Paz, Palestina, Telavive e Pequim.

Nem distrito fabril de Manaus falta luz.

Também nunca falta luz em Dublin, Amsterdam, Washington, Londres, Moscou, Caracas, Atenas, Las Vegas, Miami, Washington, Honolulu e Buenos Aires e mais o Vaticano.

Esses lugares têm luz.

Falta luz em Rio Branco, capital do Acre.

Nesse lugar tem gente no escuro.

terça-feira, 13 de março de 2012

Intercâmbio cultural entre Acre e Minas Gerais

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Clenes Guerreiro

Olá, amigo!

Como sempre, nós, meros fazedores de arte/cultura de Xapuri, procuramos trazer coisas novas, solicitamos novamente seu apoio no que conta à divulgação.

Amanhã é o Dia Nacional da Poesia e para tal dia não passar em branco estaremos realizando um intercâmbio cultural entre Acre e Minas Gerais.

Existe um projeto que, assim como o Quintais Literários, também foi finalista do Prêmio Viva Leitura. Tal projeto se chama Um poema em cada árvore e como o próprio nome já diz, consiste em pendurar um poema por árvore. Foi idealizado pelo amigo Marcelo Rocha, executado em 16 edições em Governador Valadares (MG).

Como havíamos conversado no Rio de Janeiro, resolvemos fazer um intercâmbio no dia da poesia, onde serão pendurados poemas em árvores de Xapuri e Rio Branco (AC), e em Governador Valadares (MG), nesse dia 14 de março, dando acesso a tal tipo de literatura às mais diferentes camadas da sociedade - daqui e de lá.

Serão expostos 31 poemas, de 31 poetas, de 8 estados diferentes e 1 do Japão - 5 destes são de Xapuri, arrecadados após uma campanha intitulada "Procuram-se poemas e poesias".

O evento será executado pelo Instituto Psia (MG), Grupo Fuxico de Contadores de Histórias de Xapuri e Cia. Arte na Ruína (Xapuri/AC) e Grupo Teatral Floresta (Rio Branco/AC).

Em Xapuri, os locais a serem pendurados são: Praça São Sebastião, Praça Getúlio Vargas, Em frente ao Museu do Xapury, Oca Xapuri, E.E.E.F. Anthero Soares Bezerra, Porto da Catraia da Sibéria e Instituto Federal do Acre.

Desde já, agradecemos a sua divulgação.

Em anexo, texto do idealizador da iniciativa, Marcelo Rocha, além de fotos de edições anteriores.

Abraços.

Ps. O texto está publicado na postagem abaixo.

Um poema em cada árvore

Intercâmbio cultural entre Acre e Minas Gerais

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Marcelo Rocha

Projeto finalista do Prêmio Viva Leitura 2011, concedido pela OEI (Organização dos Estados Ibero-Americanos), Ministério da Cultura, Ministério da Educação e Fundação Santillana.

Aproveitando que Governador Valadares, Minas Gerais, é uma cidade muito arborizada, o poeta Marcelo Rocha criou uma alternativa de divulgação da produção poética de autores desconhecidos do grande público. Assim, ofereceu como suporte de leitura as estimadas árvores da cidade, nas quais são pendurados poemas para serem lidos pelos passantes. Essa foi a forma encontrada para incentivar a leitura e oferecer acesso gratuito à poesia.

É mais uma via de acesso em que o encontro com a literatura se dá em locais públicos de grande circulação, sem ter como propósito substituir os suportes tradicionais, ou dar como esgotado o formato de saraus para declamação.

Até pendurar nos troncos das árvores os poemas impressos em papel reciclado, é feita uma pré-produção que envolve diversos setores da sociedade e, principalmente, mobiliza estudantes que se engajam no projeto, numa ação bem planejada, com acompanhamento dos resultados, que são documentados, reavaliados e divulgados nos meios impressos e virtuais.

O projeto Um poema em cada árvore vem sendo desenvolvido em edições mensais desde agosto de 2010 e já teve a participação de mais de 100 poetas de todo o território nacional que enviam seus textos a partir de edital publicado mensalmente na página do Instituto Psia (institutopsia.org), instituição que também fornece voluntários para o penduramento dos poemas nas árvores. Todos os poetas que têm poemas selecionados recebem por e-mail uma foto com seu poema pendurado numa árvore de Governador Valadares.

Nesta edição comemorativa ao Dia Nacional da Poesia a ação acontece também em Xapuri (AC) e Rio Branco(AC) como parte de um Intercâmbio Cultural entre Agentes Culturais do Acre e de Minas Gerais, unindo as entidades culturais Instituto Psia (Governador Valadares/MG), Grupo Fuxico de Contadores de Histórias de Xapuri (Xapuri/AC), Cia. Arte na Ruína (Xapuri/AC) e Grupo Teatral Floresta (Rio Branco/AC).

A realização, no Acre, fica por conta de Clenes Guerreiro e Cleilson Alves (Xapuri) e Rodrigo Garcia (Rio Branco).

Marcelo Rocha é coordenador do projeto Um poema em cada árvore.

segunda-feira, 12 de março de 2012

Minha internet

Internet

Sem comentários.

Flagrante

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Valdimar Barbosa é titular da técnica de som do programa Espaço do Povo, da Rádio Educadora 6 de Agosto, e se diz Flamenguista. Não é, porém, o que mostra a imagem acima, uma flagrante demonstração amor ao tricolor carioca. Quanto ao FlaxFlu de ontem, prefiro não comentar.

domingo, 11 de março de 2012

Bodão vence português no Shooto 28

O lutador Francimar Bodão, 31, venceu por finalização no primeiro round o português Falco Telelo, no Shooto 28, evento realizado no clube Hebraica, no Rio de Janeiro, na noite deste sábado (10). A luta foi transmitida ao vivo pelo canal fechado Combate e muita gente se mobilizou na cidade para assistir à vitória do xapuriense.

Ao final do confronto em que detonou o portuga com uma guilhotina em pé aos 3 minutos de luta, Bodão se atentou a responder as perguntas da repórter Renata Aymoré e perdeu a oportunidade de mandar um recado para sua terra natal, que estava, na medida do possível, ligada na sua apresentação e, certamente, ansiava por uma referência. 

Vivendo no Rio de Janeiro há quatro anos e sendo empresariado por André Pederneiras, Bodão só obteve vitórias. Morando ao lado da academia onde treina, ele divide apartamento com alguns companheiros de equipe. Atualmente, Bodão está contando com a companhia de seu irmão, Françuir Barroso, professor de kick-boxing da Fênix Academia.

Bodão é um grande exemplo de força de vontade que muito nos orgulha. Sair de Xapuri para se destacar em um campo extremamente competitivo como é o mundo das lutas não é coisa para qualquer um. Com mais de 15 anos de estrada, o xapuriense sonha e trabalha por uma oportunidade no UFC, a elite do MMA. Quem duvida dele?

sábado, 10 de março de 2012

O senhor pároco

Paroco

José Cláudio Mota Porfiro

Há umas famílias de seringueiros sentadas em bancos colocados na varanda da igreja, esta, uma construção dos anos dez, em alvenaria rústica, com paredes que me parecem ter cinquenta centímetros de largura. É um belo campanário, com alto falante. À borda desta está a construção da igreja nova, com torre de setenta metros. Este, certamente, o grande projeto da cidadezinha que muito acredita no seu vigário.

Passa pela sala uma espécie de ajudante de ordens, ou secretário. Pergunto-lhe o nome e ele, educadamente, responde:

- Miguel Praxedes, ao seu dispor. Em que posso servir?

- É que estou à espera do Padre Felipe e gostaria de saber se ele já voltou do café da manhã no colégio das freiras.

- Aguarde um momento, por gentileza. É que também acabo de chegar e devo tomar algumas anotações com relação ao dinheiro que foi apurado com o arraial que ocorreu até ontem à noite. Já houve leilão, bingo, pescaria... Essas coisas, o senhor sabe!

- Fique à vontade. - Foi o que respondi ao arguto moço.

O padre Felipe Galeranni é um sujeito de estatura acima da média, se comparado aos demais. A tez é clara, é educado, de poucas falas, muito objetivo no que diz e no que faz. Está vestido em uma batina preta, segundo o figurino da Ordem dos Servos de Maria. Mexe aqui e ali, com a finalidade de organizar uma mesa cheia de livros de batizados e casamentos, velas, castiçais, imagens, um crucifixo de prata, dois cálices dourados, dentre outros apetrechos clericais.

- Desculpe-me, padre! Eu poderia deixar a nossa prosa para uma outra hora. Percebo que o senhor está ocupado por demais.

- Que nada, meu rapaz! Eu sou um italiano. Daí a objetividade. Mas sei já quem és. O Eurico Fonseca há uns meses me falou muito bem sobre você. É cearense, como a maioria dos que para cá têm vindo. Tu és, então, o guarda-livros do Seringal Boca do Lago. - Foram as primeiras palavras do senhor pároco em um linguajar bastante carregado, em vista do pouco tempo no Brasil.

- Fico muito honrado em que já me conheça, senhor vigário. As informações sobre mim são sempre boas porque me encarrego de arranjar bons amigos, como o senhor. - Disse, apertando-lhe a mão.

- Sejamos uma vez mais objetivos. Como tu ficarás por aqui até o final da festa, poderias fazer-me uma gentileza das maiores. Poderemos começar um servicinho daqui a um pouco. É uma boa ação em nome de umas famílias de seringueiros que querem se casar ou batizar as suas crianças. Ao invés de ir para as cervejas do Dino, tu bem poderias auxiliar-me até umas onze e meia. Depois, almoçaremos a comida da Dona Mariquinha e, às duas e meia, viremos para ficar até as seis. O que tu achas?

- Posso ser útil, dependendo do serviço. É um grande prazer servir à Santa Madre Igreja. Em que consiste a minha colaboração?

- Tu tomarás as anotações no Livro de Batizados e as copiará nos Batistérios. É só!

É bastante serviço, sim. Eu agora estou enganchado, atado de canga e corda. Mas, como nunca tenho muito o que fazer no seringal, gastarei um pouco da energia por aqui e, à noite, vou ter com os meus amigos para uma boa prosa no Touffic Salim.

Os nubentes vão entrando um par a cada vez. Eu começo por lhes anotar os nomes, os nomes dos pais, as datas de nascimento, segundo os batistérios que me são passados por eles.

Depois, o Miguel Praxedes já se está encarregando de reunir os casais e os faz sentar nos bancos da igreja que quase enche. A grande maioria veste roupas brancas. Os homens trajam ternos brancos bastante simples. Muitas mulheres estão de branco, inclusive um casal que depois me surpreendeu... Mas eu fiquei preocupado. Quando é que o padre poderia concluir todas essas cerimônias. Talvez não antes da noite...

Estava enganado. O casamento foi realizado de forma coletiva. Depois, um por um, todos os pares foram aspergidos com água benta e, por fim, receberam a bênção do vigário. Para a minha surpresa, de par com a senhora Elisa Brasileiro, uma benemérita da cidade, apadrinhei o matrimônio do casal Raimundo Nonato e Nalgídia dos Santos.

À tarde, cá estão os filhos dos seringueiros para a cerimônia de batismo também celebrada de forma coletiva. Mais uma vez, então, sou surpreendido. Os meus afilhados de casamento, seringueiros do Seringal Albrácia, trazem a mim uma menina e um menino, a Maria José e o Ireno, e eu me torno também padrinho das duas crianças. Uma grande honra. Nunca pensei que alguém me escolheria para compadre. Estou regozijado.

Às cinco da tarde, já está concluída uma tarefa que se repetiria ainda nos dias 18, 19 e 21 de janeiro de 1939... Lá fora, a chuva brande tal e qual a tentação do anjo desgraçado.

Como em toda igreja que se preze sempre se esconde um bom vinho canônico, é claro, em todos os dias, ao final, não me abstive de tomar uns três cálices, não sagrados, mas abarrotados do manjar de Baco até a borda. Não apenas a bebida, mas tudo me foi deveras reconfortante, apesar do calor que ditava o andamento dos trabalhos.

A conversa se estendeu até meia hora antes da missa das sete. Enquanto isso, lá fora, na varanda, o boníssimo Miguel Praxedes anotava os nomes dos casais e das crianças a serem atendidas no dia seguinte.
Oh Deus do céu! Eu também vejo na igreja um sinal da glória de uma gente que não se cansa de ter fé e dedica todos os dias da sua vida de provações à grandeza e à pouca generosidade da natureza. Como esses desertados acreditam na Sua santa bondade e infinita misericórdia! Vêm-me lágrimas aos olhos.

Manhã do dia 18. Estou sentado na sala da Casa Paroquial apreciando o quão meticulosa e detalhada é a programação da semana que antecede o dia do Santo Padroeiro. O panfleto foi impresso em boa tipografia.

Território Federal do Acre. Prefeitura Municipal de Xapuri. Paróquia de São Sebastião - 1939 - Programa Geral das festas em homenagem ao Santo Padroeiro. Dia 15, segunda-feira, seção musical pelo serviço de auto falante da paróquia, novena do Santo Padroeiro, arraial com comidas típicas, bingo e leilão e retreta a cargo da Banda de Música Municipal Santa Cecília, no adro da Igreja Matriz, a cargo dos Irmãos Marianos, das Filhas de Maria e da Congregação do Sagrado Coração de Jesus. Dia 16, terça-feira, seção musical pelo serviço de auto falante da paróquia, novena do Santo Padroeiro, arraial com comidas típicas, bingo e leilão e retreta a cargo da Banda de Música Municipal Santa Cecília, no adro da Igreja Matriz, a cargo dos professores, pais e alunos do Colégio Divina Providência. Dia 17, quarta-feira, seção musical pelo serviço de auto falante da paróquia, novena do Santo Padroeiro, arraial com comidas típicas, bingo e leilão e retreta a cargo da Banda de Música Municipal Santa Cecília, no adro da Igreja Matriz, a cargo dos funcionários da Usina de Castanha. Dia 18, quinta-feira, seção musical pelo serviço de auto falante da paróquia, novena do Santo Padroeiro, arraial com comidas típicas, bingo e leilão e retreta a cargo da Banda de Música Municipal Santa Cecília, com a participação do Coral das internas do Colégio Divina Providência, no adro da Igreja Matriz, a cargo da Associação Comercial. Dia 19, sexta-feira, seção musical pelo serviço de auto falante da paróquia, novena do Santo Padroeiro, arraial com comidas típicas, bingo e leilão de animais e retreta musical a cargo da Banda de Música Municipal Santa Cecília, com a participação do Coral das internas do Colégio Divina Providência, no adro da Igreja Matriz, a cargo dos seringalistas, como de costume. Dia 20, sábado, seção musical pelo serviço de auto falante da paróquia, Procissão em homenagem ao Santo Padroeiro, arraial com comidas típicas, bingo e leilão de animais e retreta musical a cargo da Banda de Música Municipal Santa Cecília, com a participação do Coral das internas do Colégio Divina Providência, no adro da Igreja Matriz, a cargo dos seringalistas, como de costume, organizados por Solón Maia. Obs. Todas as noites haverá bailes populares no Ponto Chic e no Dino Café. Comissão Organizadora: Tenente Manoel R. Viana Filho, Delegado de Polícia, Dr. Pedro Vale Pereira, Presidente da Associação Comercial, Raimundo Góes e Castro, Coletor Federal, Dr. Emir José Koury, Delegado de Saúde, Antônio Esteves, Chefe dos Escoteiros, e os funcionários públicos Lúcio Alves Barbosa, Dirce Sá de Figueiredo, José Eloy de Souza, Simão Damasceno, Eugênio Brandão Filho, Pedro Matias de Oliveira, Casemiro Pontes de Medeiros, além dos comerciantes Adão da Costa Galo, Guilherme Zaire, Adão da Costa Galo Sobrinho e José Hadad.

No 21, à tardinha, fui me despedir do padre. Ele ainda contava o apurado durante os festejos. Em quinze ou vinte minutos, ele, enfim, ergueu os olhos da tarefa que desempenhava e pediu que o Miguel Praxedes anotasse a cifra final. Em seguida, com a chegada de um rapazola - o Francisco dos Santos Mota - que se mexia muito bem como pedreiro, passamos a falar a respeito da quantidade de cimento que viria de Belém para uns acabamentos a serem executados na Igreja Matriz. Os tijolos seriam fabricados na olaria do Dr. Manoel do Vale Pereira, a bom preço. Segundo o padre, com mais uns oito ou dez anos estaria concluída a igreja mais bonita do Acre, digna dos esforços do povo de Xapuri.

Bate à porta outra pessoa bem especial. Trata-se de Zéca Torres.

- Ô Padre Felipe, eu tenho novidades musicais. - Disse o maestro Zéca.

- Ó! O que tu trazes?

- Xapuri, minha terra querida / O teu solo é também brasileiro / Os teus sonhos e glórias passadas / Percorrem o Brasil inteiro. / Tuas verdejantes florestas / Cheias de encantos sem par / Quisera nestes meus versos tua beleza cantar...

E por aí vai...

José Cláudio é escritor e escreve no blog Impressões Gerais.