quarta-feira, 25 de abril de 2012

Na mira do MP

Alvo de Ação Civil Pública por mau atendimento, Banco do Brasil afirma que Xapuri não possui atrativos para manter funcionários da instituição financeira trabalhando no município.

BancoDoBrasil

Apesar de ser uma das instituições financeiras mais lucrativas do país, o Banco do Brasil não converte o bom desempenho de sua receita em qualidade de atendimento ao cliente. No Acre, o banco estatal é um dos campeões de reclamações do público e as denúncias por descaso com a prestação dos serviços se repetem por praticamente todos os municípios. 

Em Xapuri, onde a população sofre há anos com a ineficiência do atendimento do BB, a situação não é diferente. A fama da agência local do Banco do Brasil é a pior possível. As reclamações dos clientes são as mais diversas e vão desde a demora no atendimento à falta de dinheiro nos terminais eletrônicos em feriados e finais de semana.

Nesta semana, a promotora de justiça de Xapuri, Diana Soraia Tabalipa Pimentel, apresentou as alegações finais referentes a Ação Civil Pública ajuizada contra o banco com o objetivo de fazer com que a lei municipal nº 489/2005, que regulamenta o tempo de espera para o atendimento em instituições financeiras e afins, deixe de ser ignorada pela instituição.

A promotora afirma que apesar de a justiça haver determinado liminarmente, a pedido do Ministério Público, que o banco cumprisse a referida lei municipal sob pena de multa diária de R$ 5 mil, a agência de Xapuri jamais foi penalizada porque “astutamente coloca novos funcionários em seu quadro e depois os retira”, prejudicando, assim, o atendimento.

Uma das principais razões para o banco não prestar serviços adequados às necessidades do município é a falta de funcionários. A agência, segundo depoimentos de clientes colhidos pela promotora, funciona a maior parte do tempo com apenas um caixa. A situação é tão grave que se tornou comum que seguranças do banco prestem serviços de orientação de clientes nos terminais.

De acordo com as alegações da promotora, funcionários peregrinam de um município a outro com o aval de gerentes e superintendentes, abandonando aqueles mais pobres. Uma procuradora do banco não mencionada por nome afirmou em audiência que os funcionários do banco se negam a trabalhar em Xapuri porque a cidade não apresenta atrativos que os mantenham no município.

“O Banco do João, da Maria, do Raimundo, do Alexandre e do Bruno, se esquece que Xapuri há muitos Joãos, Marias, Raimundos, Alexandres e Brunos”, afirma a promotora que diz também já ter ouvido muitas ameaças de que a agência do Banco do Brasil pode ser fechada em razão da incapacidade de atender às exigências da população é do próprio MP.

“O Banco do Brasil se esquece de que sua missão é atender bem a todos os consumidores e todos os municípios do Acre sem distinção para as agências com maior ou menor arrecadação. Não se trata de banco particular, cujos fins consistem somente nos lucros. O Banco também não pode esquecer do fato de que possui um código de ética”, concluiu.

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