segunda-feira, 2 de julho de 2012

Na boca da urna

Largada

Com praticamente todas as candidaturas fechadas para as eleições de outubro, foi dada a largada em busca do cobiçado voto do eleitor. Os próximos três meses serão de muitos apertos de mão, carros de vidros baixados e sorrisos de orelha a orelha. Cerca de 60 candidatos, entre majoritários e proporcionais, disputam o pleito deste ano em Xapuri.

Pré-campanha acirrada

Os últimos momentos da pré-campanha em Xapuri foram muito acirrados. Parecia aquelas partidas de futebol com várias alternativas de desfecho. Até os 45 minutos do segundo tempo muita coisa ainda estava indefinida. Reuniões secretas, telefonemas sussurrados, corre-corre e afobação foram coisas rotineiras nos últimos dias.

PT

O PT, por exemplo, fez da discussão interna uma prática exaustiva para encontrar a melhor composição possível para a reeleição do prefeito Bira Vasconcelos. Poderia ter se aliado ao PSB em determinado momento e até ter fechado a chapa majoritária com o PV no apagar das luzes. Terminou anunciando o ex-vereador França como vice, mantendo a histórica união com o PC do B.

PT X PSB

O PSB defendeu sua candidatura própria o tempo todo, mas aceitaria coligar com o PT caso este aceitasse o nome de Wágner Menezes como candidato a vice. O PT, por sua vez, queria casar com o PSB se o vice fosse o vereador Erivélton Soares. Como o PT não aceitou arriscar pela segunda vez com Wágner – ele foi vice na chapa que perdeu para Wanderley Viana em 2004 – e como o PSB alijou Erivélton da condição de liderança do partido, o casamento não aconteceu.

PT X PV

O PT ainda tentou até os instantes finais da pré-campanha um acordo com o PV, para ter como candidata a vice a vereadora Maria Luceni. O Partido Verde, no entanto, impôs o nome de João Jorge Cosmo da Silva para fechar a aliança. As divergências históricas entre João Jorge e o partido impediram um entendimento. A intransigência mútua parece prejudicar mais os Verdes, que correm o perigo de, isolados, não reelegerem Luceni para a Câmara.

O dilema do PV

Apesar da oficialização da candidatura do líder comunitário João Jorge Cosmo da Silva à prefeitura de Xapuri, o clima ainda é de indefinição no Partido Verde. Sem alianças, o PV ainda tenta um acordo com o PSOL, que já avisou que não quer conversa com ninguém. Sozinho na disputa majoritária, o partido tem duas portas abertas para se coligar no proporcional: Frente Popular ou a aliança liderada pelo PSDB. 

Divórcio

O desfecho da pré-campanha deve selar o divórcio do vereador Erivélton Soares com o PSB. Um dos fundadores e liderança genuína do partido, Erivélton foi isolado dentro da sigla pelo deputado Manoel Moraes, que chegou ao partido em 2006 e se tornou o manda-chuva da agremiação. Acredita-se que a última esperança de convivência entre os dois no PSB era a aliança do partido com o PT, sendo o vereador indicado como candidato a vice-prefeito.

Fritura

O processo de fritura do vereador foi tão forte no PSB que durante as negociações do partido com o PT, nomes como o do pastor Moisés Madeira, da igreja Assembleia de Deus Ministério de Madureira, e dos vereadores Ney Eurico e Gessi Capelão foram colocados como alternativas aos nomes de Erivélton, que os petistas desejavam, e Wágner, que os petistas rechaçavam. Em outro momento, o nome do vereador já havia sido excluído de uma consulta popular de caráter interno que apurava as chances de vários nomes do partido caso fossem candidatos a prefeito.

Desabafo

Na última sessão da Câmara, o vereador Erivélton, que não disputará um novo mandato, discursou em tom de despedida e desabafo. Durante cerca de 5 minutos, falou sobre sua relação com o PSB e criticou duramente o deputado Manoel Moraes pela “traição” que teria sofrido dentro do partido que ajudou a criar. Usando uma expressão popular, o vereador “chutou o pau da barraca” e deixou a entender que no momento mais oportuno se desfiliará do partido presidido por seu primo, Wágner Menezes, agora candidato a prefeito. 

Ele acordou

Bastou retornar ao palco político para o ex-prefeito Wanderley Viana botar para fora as garras afiadas que vem escondendo nos últimos anos. Durante a convenção que homologou a chapa de Wágner Menezes e Oseias D’Ávila, Viana voltou a ser ele mesmo. Esbravejou, cutucou os atuais vereadores e ameaçou ao vento: “Se fizerem algo de errado que se cuidem. Não desculparia nem a minha mãe”, disparou como se fosse ele o paladino da moral e da justiça.

Estrela da companhia

Wanderley, como todos sabem, é a estrela da companhia socialista nessas eleições. Como seus principais talentos são roubar a cena e promover as mais variadas polêmicas, podem esperar um período eleitoral agitado e cheios de cenas já bastante conhecidas na política local. Já disse outras vezes e torno a repetir: se for eleito vereador fará da Câmara de Xapuri um local bem diferente da casa de ar sepulcral que impera nos dias atuais.    

Até a próxima.

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