quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Onde vamos parar?

Paolo Almeida

Estive em Xapuri no último fim de semana, onde e quando visitei meus familiares e amigos. Pena que o tempo foi pouco, mas suficiente para revigorar as forças. É triste, no entanto, vermos o descaso com a vida de crianças e adolescentes de nossa cidade.

Conversando com algumas pessoas esclarecidas e também do meio policial sobre o presente de nossa juventude, incluindo crianças e adolescentes, chego a conclusão de que, sem perspectiva nenhuma de futuro, nossos jovens se entregam às drogas, ao álcool, cigarro, prostituição, até chegar na cadeia ou coisa pior.

O poder público não proporciona nada que atraia ou ocupe esta geração. Não há nada que envolva, que proporcione uma vida digna livre das mazelas descritas a essa geração. As famílias não têm mais estrutura para educar, corrigir. O mundo tem engolido e desumanizado o nosso povo.

Lembro-me que, quando pequeno, ainda que pouco, tínhamos oportunidade de ir à praça e assistir a banda no coreto, eventos culturais, escolinha de música nos bairros, acesso ao esporte, brincávamos de pipa, bolinha de gude, e não tínhamos tempo para essas imundícies de hoje, que estão destruindo nossa geração sem que ninguém faça nada.

A escola virou um ringue, onde alunos agridem os professores, carregam armas para a sala de aula. Todo o contexto que vivemos hoje em Xapuri colabora infelizmente para a extinção de uma geração feliz, saudável, digna e humana. Sei que posso exceder em alguma coisa, mas esse é o sentimento que tenho hoje de minha cidade e meu povo.

Observando o processo político que estamos passando, não vejo ninguém abordando essas questões tão urgentes e vitais para a nossa cidade. O que percebemos são candidatos despreparados, mal intencionados e despreocupados com os problemas crônicos de nossa cidade. O que podemos esperar para os próximos anos? Haverá alguma mudança efetiva para a melhora de vida do nosso povo? O povo não quer muita coisa, o povo é simples e humilde.

Talvez alguém me pergunte o porquê desse desabafo. O fato é que embora esteja em outra cidade me sinto como alguém que todos os dias acorda e descansa na "Princesinha do Acre". Preocupo-me sim, pois sou pai, sou cidadão, sou alguém, sou esposo, sou acima de tudo isso um filho de Deus, que com toda certeza não está nada satisfeito com o que tem visto nos dias de hoje.

Paolo Almeida é cantor gospel.

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