quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Tensão no Judiciário

Do blog do Altino

O Pleno Administrativo aprovou, a portas fechadas, na tarde de quarta-feira, o Plano de Cargos, Carreira e Salários dos servidores do Judiciário do Acre. A decisão foi tomada após 28 dias de greve dos servidores.

O presidente do Sindicato Servidores do Poder Judiciário, Leuson Rangel Souza Araújo, já recorreu ao Conselho Nacional de Justiça.

O sindicato requer ao CNJ, em caráter liminar:

"A notificação do Tribunal de Justiça do Estado do Acre para abster-se de encaminhar e, se já que o tiver feito, que solicite a devolução do plano de cargos e salários à Assembleia Legislativa Estadual, por violar o princípio da publicidade;

A notificação do Tribunal de Justiça do Estado do Acre para que se abstenha de instaurar procedimento administrativo em face dos servidores que aderiram a greve, inclusive, aos que estiverem em estágio probatório, a menos que a greve seja declarada judicialmente ilegal.

No mérito, a confirmação das liminares deferidas e a declaração da nulidade da sessão administrativa que aprovou o plano de cargos e salários."

É preciso ter claro que o corte no orçamento do Judiciário neste ano baixou de R$ 220 milhões para R$ 168 milhões, daí que a proposta do plano teve que rebaixar o valor dos salários.

Mesmo assim, os salários dos servidores serão muito bons. Mas eles queriam mais, muito mais.

O plano será executado entre março de 2013 e setembro de 2015.

Vejamos o que ficou estabelecido:

Servidor nível fundamental: piso salarial de R$ 2,3 mil; teto em R$ 4 mil. Servidor nível médio: piso de R$ 3,2 mil; teto em R$ 5,6 mil.

Já o servidor com nível superior teve o piso salarial firmado em R$ 5,2 mil; teto em R$ 9,1 mil.

Ou seja, uma pessoa que tenha só o primeiro grau vai ganhar entre R$ 2,3 mil e R$ 4 mil. Isso é pago a muito professor universitário. Professor com pós-graduação, fique claro.

É um bom salário, em comparação com os de outras instituições, mas os servidores vêm lutando por mais valorização.

É mais uma tensão no Acre.

Clique aqui para mais informações na página do Sindicato Servidores Poder Judiciário no Facebook.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Cheques voadores

Candidatos derrotados do PSC em Xapuri têm dois motivos para não cessar o chororô soluçante. Além da muxinga que levaram no lombo, tomaram um santo calote da deputada Antônia Lúcia, guru espiritual e política que largou quase uma dezena de borrachudos nas mãos dos heroicos representantes locais da agremiação.

Apesar do catastrófico resultado para o partido nanico, que mesmo tendo o quarto candidato mais votado do pleito não conquistou a cadeira na câmara por falta de coeficiente partidário, pelo menos uma coisa pode ser comemorada: ninguém pode acusar o PSC de Xapuri de compra de votos. Pelo visto, dessa vez a caixa de papelão não funcionou.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Pessimismo

Leitores têm reclamado da falta de temas polêmicos aqui no blog. Querem que os assuntos da política local sejam repercutidos com maior frequência e com abordagem de sempre.

Confesso que ando um pouco desestimulado para escrever, mas retomarei as postagens que mais agradam e desagradam quem se acostumou a fazer deste espaço fonte diária.

A eleição me cansou. Os candidatos me cansaram. Cansei da mesmice, do baixo nível moral de alguns e da falta de conteúdo da maioria deles. Até quem não foi candidato me cansou e também me enfadou quem sequer consegue dar conta de sua própria ocupação.

Estou pessimista com o futuro do município, assim como estive durante esses últimos 4 anos. Bira não trouxe o novo e certamente Marcinho Miranda também não o fará. A equação dos grandes problemas não está nas mãos deles, que pouco podem fazer.

Nenhum prefeito encontrará a fórmula mágica para atender aos anseios da população. Não creio que Xapuri piore tanto com Marcinho, mas tenho quase certeza de que não melhorará muito. E isso não é torcida contra não, é puro realismo.

Que eu queime minha língua, mas a julgar pelos comentários que tenho ouvido nas redes sociais da parte de quem se diz estar entre os vencedores da última eleição, o prefeito tucano terá tanta gente ruim em sua equipe quanto teve Bira Vasconcelos em seu time.

domingo, 28 de outubro de 2012

Expulso da balsa

Altino Machado

Cansado, tentarei ser sucinto ao relatar minha curta viagem na lendária balsa dos derrotados.

Lembram quando Antônia Lúcia falou em overbook, na TV, durante a campanha eleitoral?

Foi o que aconteceu. A balsa, todos sabem, é estreita e havia muita gente para poucas vagas.

Acompanhado do Puma, meu fiel amigo, fui o primeiro a chegar na beira do Rio Acre para aguardar Tião Bocalom, capitão da balsa.

- Fi, não tem problema, pode levar o seu cãozinho. Também trouxe a vaca mecânica pra mostrá-la a alguns apoiadores que não acreditavam nela.

Passava da meia noite quando começou a primeira confusão, logo no embarque. O senador Sérgio Petecão se irritou quando passei a coleira em Puma e dei os primeiros passos sobre uma pinguela mais lisa que sabão.

- Você não pode embarcar com esse animal, Altino. Vou chamar o pessoal do Centro de Zoonoses da prefeitura. O meu anão Montana Jack é asmático e alérgico a pelo de cachorro.

Argumentei que a vaca mecânica também estaria entre os passageiros. Outros fizeram coro com o senador, mas embarquei assim mesmo.

Era mais ou menos 2 horas da madrugada quando a balsa partiu. Eu estava exausto, após um dia tão tenso, e não queria papo com ninguém.

Sentei sobre a mala, separei inseticida, água e farinha, e fiquei com o celular ligado até o sinal sumir. Pude acompanhar a euforia de meus amigos do 13 nas redes sociais e aproveitei para parabenizá-los.

Cheguei a ler que o prefeito eleito de Londrina (PR), Alexandre Kireeff (PSD), não possuía estrutura de campanha, apenas um carro de som. Não tinha bandeiras, nem cabos eleitorais. Segurou-se pelo discurso técnico, com a defesa da transparência.

Bem, antes do embarque, inventei de passar na Pizzaria do Patetão, onde comprei uma calabreza. Com fastio, comi um pedaço e cometi o que parece ter sido um erro: levei a sobra para o Puma.

Sentado sobre a mala, o sinal de internet sumiu menos de meia hora após a partida. Desatei a coleira do Puma e fiquei contemplando a lua e poucas estrelas.

Acordei com Antonia Lúcia aos gritos, com aquela voz de taquara rachada, dedo em riste:

- Você é mesmo o demônio. Seu cachorro cagou a balsa toda. Veja como está minha sapatilha. Vai ter que jogar esse vira-lata no rio, para que seja devorado pelas piranhas.

Levantei atordoado e fui cercado pelos passageiros. Gago, o Anão Montana Jack era um dos mais insolentes.

- Bem que o senador avisou pra você não entrar na balsa com esse pirento. Minha alergia voltou e eu estou com dificuldade pra falar e respirar.

Amanhecia e Porto Acre estava pertinho. Aleguei que meu cachorro não é pirento, que só se alimenta de ração e que a caganeira fora mera fatalidade por causa da pizza, que ele não iria mais evacuar matéria sólida ou líquida.

Não adiantou. Os passageiros ficaram enfurecidos, exibindo pés e objetos afetados. A brisa não era suficiente para atenuar a fedentina.

Tive a brilhante ideia de propor que só prosseguiria viagem caso fosse na companhia de Puma.

- Fora! Fora! Fora! - gritaram todos.

E assim fui deixado na beira do rio, em Porto Acre, de onde não consegui acessar o sinal da antena do programa Floresta Digital para enviar essas mal traçadas.

Altino Machado é jornalista.

sábado, 27 de outubro de 2012

Família Sarkis

Família Sarkis

Pesquei a imagem acima no mural de Paulo Bremmer no Facebook. Trata-se do casal Elias Cher Sarkis e Velissa Guaraciaba com os filhos Constantino (Pingo), Andrias, Nader, Afonso, Tadeu, Rachide e Jorge, este último falecido ainda pequeno. Paulo Bremmer é filho de Tadeu. Sempre bom tornar públicas fotografias de família como esta.

Nader Sarkis: Obrigado pela publicação e pelas palavras, Raimari.

Essa fotografia é a que mais gosto, tenho saudades de todos juntos... No canto esquerdo: Tadeu, Afonso e Andrias. No centro: D. Velissa segurando a pequena Rachide e logo ao lado nosso patriarca, Elias Sarkis, e ao lado direito: eu (Nader) e Constantino, o Pingo.

Acredite, essa imagem me tranquiliza.

Abração.

Em tempo: Nosso irmão, Jorge Elias, não está nesse registro, ele era o terceiro filho, depois do Pingo, mas infelizmente viveu apenas uma semana.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Retratação e reiteração

Maxsuel Maia

A postagem "Contos e Causos da Política Xapuriense" perdeu seu ar de humor subliminar e mistério sabido por todos, sendo mencionada e corrigida, em alguns pontos, pelo amigo-blogueiro Raimari Cardoso. Em seu texto, Raimari dá nomes aos bois (que na verdade sempre tiveram nomes) e oferece ao público xapuriense "uma descrição real dos acontecimentos baseada no relato de membros da própria guarnição da qual o sargento fazia parte na noite dos fatos."

Sendo assim, não me resta outra coisa a fazer que não seja me retratar pela parte do texto em que dou eco a uma história mal contada. Confesso que meu comentário se baseou na versão que corria pela cidade e que em momento alguma busquei ouvir outras fontes, assim como fez o Raimari, só pensei em escrever e denunciar o que considerava ser mais uma injustiça praticada contra um cidadão xapuriense.

Ser humilde, responsável e reconhecer os erros nunca foram características pelas quais tenha me envergonhado, ainda mais se o erro tiver sido cometido com uma imensa vontade de acertar, tornar públicas e diminuir as injustiças tão presentes hodiernamente.

Feita a retratação quanto ao factoide da prisão, gostaria de reiterar meu posicionamento sobre o que, ao meu ver, foram graves equívocos cometidos ao longo da campanha pelo coordenador petista Ermício Sena. Penso que o mesmo deva rever suas atitudes e conceitos, já que provavelmente estará disputando uma vaga no parlamento estadual em 2014.

Horas e grades no bar do Cepão, desfile em caminhonetes de luxo, comportamento prepotente e pose de intelectual não ganham votos em Xapuri e isso o povo já mostrou por mais de uma vez.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Uma questão de justiça

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O secretário-adjunto de Segurança Pública do Acre, Ermício Sena, tem sido vítima de uma história mal contada que criou pernas e se espalhou pelas esquinas e mangueiras de Xapuri em forma de exemplo da propalada “perseguição petista”. A mentira chegou ao Facebook e induziu ao erro até mesmo pessoas que primam pela correção e pela justiça, como é o caso do blogueiro Maxsuel Maia, que reproduziu o que ouviu em seu blog.

A versão que transforma o assessor do governo em demônio dá conta de que durante a campanha eleitoral ele se dirigiu ao Quartel da Polícia Militar de Xapuri para pedir que os militares votassem no candidato do PT à prefeitura. Na ocasião, um sargento teria se recusado a atender a solicitação de Ermício, sendo punido com três dias de detenção sob a justificativa de haver desrespeitado um superior hierárquico.

O fato que originou a versão inverídica ocorreu, na verdade, durante uma atividade política realizada pela Frente Popular de Xapuri no seringal São Pedro. Ao chegar ao local o secretário cumprimentou todos os membros da guarnição que fazia a segurança do comício. Ao se dirigir ao sargento Delmo Nicácio este se recusou a apertar a mão que Ermício Sena lhe estendeu, alegando que não era obrigado a cumprimentá-lo.

Questionado sobre o motivo que teria para agir daquela maneira, o militar afirmou que não tinha nada a dizer. Apenas ressaltou que não era obrigado a apertar a mão do secretário-adjunto de Segurança Pública. O episódio foi relatado pelo chefe da guarnição ao comando da Polícia Militar em Xapuri, que tomou a medida de punir o sargento com um dia -  e não três – de prisão disciplinar em razão do comportamento descortês com um superior. 

Esclareço que não tenho a intenção de julgar se foi correta a atitude do militar ou injusta a punição recebida. Também desconheço se existiram problemas anteriores entre o policial e o secretário ou se o segundo interferiu na punição do primeiro. Meu objetivo é o de apenas e tão somente oferecer ao público uma descrição real dos acontecimentos baseada no relato de membros da própria guarnição da qual o sargento fazia parte na noite dos fatos.

E também deixo bem claro àqueles que não perdem tempo em me apedrejar que não estou advogando em favor de Ermício Sena, que é bem crescido e competente para se defender e resolver sozinho seus problemas. Faço isso por uma simples questão de justiça e por não me conformar em ver a contumácia com que mentiras são apregoadas como verdades absolutas com o vil objetivo de solapar a moral e a dignidade das pessoas.

Em tempo: Não ouvi nenhum dos lados envolvidos na questão, uma vez que o objeto do post é a distorção dos fatos e não o episódio em si. Mas coloco o blog inteiramente à disposição de ambos caso desejem se manifestar sobre o episódio ou sobre minhas considerações.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Nunca mais!

Foi assim que o prefeito Bira Vasconcelos encontrou a prefeitura de Xapuri quando chegou para o primeiro dia de trabalho, em 2 de janeiro de 2009. O seu antecessor havia saído pela porta dos fundos e deixado como cartão de boas-vindas um cenário de pós-guerra.

Lixo jogado por várias dependências do prédio onde funcionavam o gabinete do prefeito e o setor de finanças; documentação espalhada por vários lugares; computadores e aparelhos telefônicos desaparecidos; e não havia sequer uma cadeira para o prefeito sentar.

Os poucos computadores encontrados estavam bloqueados por senhas que não foram fornecidas pela equipe que entregou as chaves do prédio ao novo prefeito. Não foi encontrado também o sistema que gerenciava a prestação de contas da prefeitura.

Alguns setores, como o departamento de divulgação social, estavam trancados e as portas precisaram ser arrombadas para dar acesso à nova equipe de governo. Para começar a trabalhar, os novos secretários e diretores tiveram que improvisar salas e assentos.

Os vários órgãos da administração municipal também não estavam em situação diferente. A maior parte das secretarias estavam praticamente paradas, sem os equipamentos básicos e os postos de saúde fechados, sem médicos nem medicamentos.

Outra situação igualmente preocupante era a da frota da prefeitura. A maior parte dos veículos e máquinas, alguns deles naquela época recém adquiridos, estava quebrada e espalhada por oficinas em vários lugares diferentes.

Em conversa recente com este blogueiro, o atual prefeito afirmou que uma de suas maiores preocupações enquanto gestor era a de entregar o município em situação melhor do que aquela que sequer tiveram a hombridade de lhe entregar oficialmente.

O prefeito eleito, Marcinho Miranda, apesar de o clima de campanha ter exigido críticas e argumentos severos contra o modelo de gestão do adversário, também admite que receberá uma prefeitura incomparavelmente melhor e mais organizada que a que foi deixada para o seu antecessor.

Tanto um quanto o outro são donos de uma grande responsabilidade. A de mostrar para o Acre e para o mundo que a despeito dos muitos e conhecidos problemas que relutam em ser equacionados, Xapuri foi capaz de superar outros que tanto nos envergonharam.

Marcinho e Bira foram os únicos candidatos que disputaram efetivamente a eleição que passou. E os dois findaram por sair vitoriosos, cada um à sua maneira. O primeiro obteve a vitória absoluta por se eleger e o segundo a conquista relativa de ter devolvido a Xapuri o orgulho e a dignidade.

Que Marcinho Miranda dê continuidade ao momento de paz social e de retomada de grandes empreendimentos para a cidade e o município, que foram marcas da administração de Bira, que em janeiro passará a faixa e as rédeas do município ao novo prefeito.

E que fique deste pleito, bem vívida na memória, a mensagem clara e objetiva dada àqueles que deveriam abandonar a política de Xapuri saindo pela porta dos fundos, assim como fizeram na prefeitura há quatro anos. O povo agradecerá.

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Atualização: O vereador Ronaldo Ferraz (PMDB) tentou fazer um comentário no post, mas não conseguiu. Então enviou ao meu e-mail o que segue: “Raimari, foi assim mesmo. Antes de viajar para meu tratamento de saúde, falei  com o Bira. Olha o caráter dele, vai entregar a prefeitura organizada em todos os sentidos, para que seu substituto não tenha desculpa. Eu que tive a oportunidade de trabalhar em parceria como presidente da câmara por toda sua administração, a única coisa que tenho a dizer é que é uma pessoa honrada e honesta”.

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Roubam consciências quase inocentes!

José Claudio Mota Porfiro

Em time que está ganhando não se mexe. Ninguém mais inteligente move nenhum jogador sequer do lugar. É o que está gravado nas mentalidades dos homens e mulheres mais práticos que o mundo já viu. Se eu posso contar com craques, com gente que realmente tem conhecimento daquilo que está fazendo, com pessoas formadas nas mais reconhecidas universidades do país, mestres e doutores, engenheiros, médicos e economistas, além de outros fora de série, por que buscaria jogar ou trapacear com uns e outros que fazem da politicagem o seu projeto de vida e morte? Não, minha senhora! Eu amo Rio Branco, a cidade, e ainda virei a ser campeão pela centésima vez, porque os meus atletas são bons e eu conto com a Graça de Deus!

Em que tipo de mudança as aves agourentas estão pensando? Naquela que navegue na direção em que o poder lhes caia nos colos. Eles querem apenas o domínio sem preocupação com o que poderão fazer de concreto em benefício dos munícipes. Ora, minha amiga do Bairro Caladinho, na última vez em que eles conseguiram mudar, os prejuízos foram imensos, incalculáveis, mas poucos lembram. Os quase inocentes foram enganados e votaram no tal Flaviano, que substituiu Jorge Viana, este, um prefeito exemplar. Um ano depois, Flaviano, um ambicioso de marca maior, candidatou-se ao Senado, largou a Prefeitura nas mãos do Isnard Leite e Rio Branco ficou às moscas, completamente abandonada. Veio, então, o Angelim e fez desta uma cidade digna do orgulho dos seus habitantes.

Tremo só de pensar na possibilidade mínima de entregar a administração municipal nas mãos desses mascarados agentes do desserviço. A senhora, minha querida leitora dominical, já pensou no que pode acontecer se entregarmos toda essa estrutura, bem montada, por um grande economista, nas mãos de um palerma como o senhor Boca Grande? O que poderia acontecer se eles viessem a tomar de conta de um município com todas as contas em dia, sem nenhuma dívida a pagar?

Olhando por outra brecha da porta, penso na casa de mãe joana que poderia se tornar a nossa prefeitura, se fosse administrada por esses líderes ditadores que fizeram o senhor Boca Grande se calar, para não mais falar tanta besteira. A distribuição dos cargos e secretarias tornar-se-ia uma briga de cachorros grandes. O Petecudo quereria emprego para o seu anão à tiracolo e para uma dúzia de irmãos carentes da Seis de Agosto, todos formados e diplomados nos piores antros de libidinagem. O senhor Olhinhos Federais daria desocupação a todos os velhos guerreiros do glorioso PMDB de pouquíssimas glórias. O Jacaré tiraria os seus nacos de carne da prefeitura à custa de apenas dez ou vinte mordidas bem aplicadas. Ao senhor Boca Grande, caberia apenas passar a mão por cima de uma dúzia de meliantes encastelados no triste Reino de Acrelândia. E só!...(Se é que o homem não vai correr do pau, de novo, com medo da inquisição televisiva, ou do seu rol de mentiras descontroladas e de ladeira abaixo...)Numa síntese apocalíptica cabotina, haverá ranger de dentes dessa boca descomunal.

Abraham Lincoln, presidente dos Estados Unidos, no Século 18, deixou escrito a bom termo que nenhum golpista ou embusteiro tem memória suficientemente boa para ser um mentiroso de êxito. Assim são os nossos trapaceiros, estilo Boca Grande, ou seja, esses ases da politicanalha acreana - notadamente os do tucanato  -  que roubam mentalidades dessa minha gente desinformada e, por isso, tão fáceis de enganar.

Quero ver branco pulando que nem pipoca quando o golpe do martelo bater sem dó nem piedade. As pessoas mais humildes, hoje, já aprenderam a ver quem é o mentiroso e quem diz as verdades mais claras. Aquele que tem apenas pequenos arremedos de propostas não vai além da enganação. Os que têm projetos reais, políticas públicas sérias, programas de melhoria de vida basea-dos em fontes financeiras concretas, esses, andam de braços dados com a verdade. Já atucanalha, que agencia a mentira nesta terra, há de tremer de medo quando o pau quebrar.

Entonces, uma prosa mineira de antigamente, narrada por Rolando Boldrin, conclui o enredo dizendo: ... aí o estroina passou a fazer apenas o que sabe. Mentir não é apenas vício,é imperativo, é destino...

Eles são os ETs da velha direita burrica - pelo menos a todos parecem - vindos de outros mundos. Como alienígenas da quinta estrela, invadem as consciências mais frágeis. Aí, largam mentiras cabeludas e, como sementes, deixam-nas germinar em campo fértil. Com todo o respeito, as pessoas menos esclarecidas, da nossa periferia, por exemplo, por uma questão cultural, gostam dos contadores de vantagem, dos falastrões, dos mentirosos que costumam falar alto e rosnar entre dentes... Os humildes, então, na sua quase inocência, pensam que os vigaristas são verdadeiros. Não, minha senhora, eles mentem demais. Eles nunca dizem a verdade.
Numa ocasião dessas, então, uma singela leitora chegou à casa do irmão e fez pergunta escorregadia à sobrinha que estava deitada a uma rede, numa quarta-feira, tomando água de coco, às três da tarde:

- E aí, minha sobrinha! Você vai ou não votar no Marcus Alexandre? - Ao que a preguiçosa da rede respondeu:

- Não, tia! Esse PT nunca me deu nada. - E a tia, inteligente e com a resposta na ponta da língua, tascou:

- Deu, sim! Toda semana, na GAZETA, tem concurso público pra tudo o que é de ocupação... Você fez algum?

É como se uma liderança qualquer fosse eleita para fazer doações, inclusive, de dinheiro. Os mentirosos batem à porta dessa gente prometendo emprego para todos, mas escondendo a verdade mais clara segundo a qual os concursos públicos são exigências da lei. Se o prefeito fizer o contrário, os órgãos de controle o colocarão na cadeia... É por mentiras como essas que alguns prefeitos estão presos ou foram cassados. Por que mentir para os mais humildes? Coisas da tucanalhice!

Depois, o Frederico Garcia Porca travava diálogo áspero com um amigo meu, o Marcel Henrique, este, a defender a competência e os concursos públicos. De repente, o primeiro investiu raivosamente e taxou os atuais dirigentes estaduais e municipais de ladrões. O outro, serenamente, disse-lhe que levaria os brinquedos para casa posto que o interlocutor é muito encrenqueiro. Já não me aguentando, então, escrevi nos comentários do facebook, logo abaixo do diálogo:

- Senhor Frederico, boas tardes! Vamos ser muito práticos. Você me passa o seu nome completo, o número do documento de identidade e o endereço na íntegra... Aí eu me encarregarei de fazer uma denúncia ao Ministério Público, em seu nome, e a sua justiça será feita... Topas?!

O homem fugiu do bate-papo porque não consegue provar uma vírgula do que diz. É um fofoqueiro apenas, como tantos do rol dos tucanos.

Fazer fofoca é fácil. Falar mal da vida alheia é melhor ainda. Difícil é levar as provas do crime à autoridade de direito. Ora! Se trago escondidas fotografias em que a filha do vizinho aparece na pulada da cerca, nua ou seminua, eu poderia até sair dizendo por aí tratar-se de uma vestal às avessas. Mas se eu não conseguir provar o que disse, as grades da cadeia poderão ser o meu conforto por mentir a respeito de uma vida tão casta.

É claro que dar um sumiço neste parco poeta poderia ser a mesma solução adotada pelos que acabaram com a vida do jornalista no Paraná, na semana passada. Ora, minha senhora. Tá pensando que tal ideia não passa pela cabeça desses embusteiros? Eles já estariam até fazendo buscas nas proximidades aqui da minha residência, à Rua Pequena Marta, Bairro Taquari, por detrás do bananal.

Tomo conselho, então, de Vieira, o Padre, quando, nos seus Sermões, reza que os homens não só te condenam pelo que você nunca imaginou, mas te destroem pelo que nem eles imaginam de você. E eu vou mais adiante e digo que quem não pode com o pote não pega na rodilha. Ou vou mais acima e garanto que o risco que corre o pau corre o machado. Nasci macho, maxixe, maduro e doce, e não abro nem para um trem carregado de pólvora com um doido fumando em cima. É por isso que a Marina Silva sintetizou tudo ao afirmar que perde o pescoço, mas não perde o juízo.

É, minha irmã! Felizmente, em tempos sinistros em que as nossas casas são invadidas por esses programas eleitorais da tucanalha, nós já podemos portar algumas armas poderosas, como o controle remoto e a televisão por assinatura... Na hora em que o Boca Grande abre a bocarra, a opção é ditada apenas por um simples clique. E pronto.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Nota de repúdio

A Direção Regional do PSOL/AC vem a público repudiar o comportamento do senador Randolfe Rodrigues (PSOL/AP), que na noite desta sexta-feira (19) apareceu no horário eleitoral gratuito da Frente Popular de Rio Branco (AC) pedindo votos para o petista Marcus Alexandre, candidato imposto pela oligarquia decadente que governa o estado há 16 anos com mão de ferro.

O parlamentar afronta a decisão da Direção Regional do PSOL/AC, que não indicou voto em nenhum candidato neste segundo turno da capital acriana e proibiu qualquer militante de manifestar apoio em nome do partido, por entendermos que ambas as forças políticas que estão neste pleito não oferecem nenhuma novidade, não se diferenciam e não farão mudanças significativas para a sociedade.

Também o senador descumpre as resoluções nacionais do partido, que proíbem expressamente qualquer aliança formal e informal com PT e PSDB, partidos cujas práticas políticas não convergem com o que defendemos para o Brasil e para o Acre, uma vez que alimentam o desmonte do Estado, as políticas conservadoras e os privilégios das elites nacionais.

O senador, que desconhece a realidade local, não sabe que o Acre amarga entre os piores indicadores sociais e econômicos do Brasil e é vítima da corrupção e do mau uso da máquina pública, práticas que se alastram desde quando a velha oposição governava.

A frente comandada pela oligarquia vianista, ao contrário do que fala o senador na TV, implantou um modelo insustentável de desenvolvimento, o qual é apoiado por organismos internacionais e organizações alinhadas com o capitalismo verde. As populações tradicionais continuam abandonadas.

O Acre está longe de ser uma referência em desenvolvimento sustentável. É o que confirmam também líderes seringueiros como Osmarino Amâncio e Dercy Teles, companheiros de Chico Mendes e críticos árduos do modelo de desenvolvimento levado a cabo pelo tal “Governo da Floresta”, uma coalizão de vários partidos díspares e que reúne desde antigos adversários “satanizados” a partidos de esquerda.

Randolfe, que não passou em nenhum momento no estado para apoiar nossa candidatura nestas eleições, declara apoio a um candidato denunciado por peculato e improbidade administrativa. Da mesma forma, ignora fatos históricos como a atuação direta do então senador Tião Viana, hoje governador do Acre, no processo de expulsão no PT dos fundadores do PSOL: Heloísa Helena, Luciana Genro e Babá e outros companheiros.

A postura de Randolfe não nos causa tanta estranheza e espanto, posto que em Macapá seu candidato a prefeito que está no segundo turno recebeu apoio do DEM, PSDB e PTB, sob anuência de Sarney, contrariando todas as orientações do partido. Esse comportamento suspeito para um líder de esquerda é mais visível quando rasga elogios ao senador Jorge Viana, que defendia até há poucos dias anistia aos desmatadores em seu relatório do Código Florestal, intenção que foi reprovada até por Marina Silva.

Embora ainda em fase de construção, o PSOL no Acre tenta consolidar-se como uma referência de esquerda e abrigo para os verdadeiros lutadores do povo, que resistem aos desmandos do estado e à cooptação de todos os partidos e movimentos sociais. O próprio PSOL/AC já foi vítima dessas práticas em 2010, quando, dirigido por pessoas irresponsáveis, desonestas e impudicas, foi, sob pretexto até hoje desconhecido, levado aos braços da Frente Popular. O fato foi contestado na Justiça pelos militantes comprometidos, o que levou à exclusão da sigla desta coligação.

Entendendo que as atitudes individuais do senador Randolfe não condizem com as defendidas pelo conjunto do partido, o PSOL/AC exige providência do Diretório Nacional para o cumprimento das resoluções partidárias e ações enérgicas contra quem tenta macular, negociar e desvirtuar nosso valoroso e combativo partido. O PSOL não pode perder seu caráter de esquerda. A nossa luta é pela emancipação dos trabalhadores e oprimidos, e não pelo fortalecimento das nefastas oligarquias.

Viva o socialismo!

Viva o Partido Socialismo e Liberdade!

Rio Branco- Acre, 22 de outubro de 2012.

A Direção Regional do PSOL/AC.

sábado, 20 de outubro de 2012

O tempo dirá

Reconheço que o prazo de validade do assunto já está bastante vencido e que muitos leitores estão cansados de uma ladainha enfadonha que teima em não cessar. Mas uma espécie de intolerância à hipocrisia e à dissimulação desmedidas não me permite deixar com a última palavra quem insiste em me atribuir adjetivos e comportamentos que considero não possuir.

Em uma “carta aberta” a que tive acesso através do Facebook, o deputado Manoel Moraes (PSB) reacende uma polêmica que ele mesmo criou por conta deste blogueiro haver dito e reafirmado que a inexpressiva votação do candidato de seu partido à prefeitura de Xapuri indica a queda do prestígio político do parlamentar no município que garantiu a sua eleição. 

Meu contraponto, porém, não se relaciona ao fato de o deputado exprimir o que pensa sobre minha opinião, o que resulta do direito constitucional mais básico, mas à contumácia com que me nega o mesmo direito. E faz isso não por simplesmente rebater meus “achismos” e “conjecturas”, mas por direcionar à minha pessoa predicados depreciativos e desdenhosos.

Para começar, com o objetivo de me diminuir, o deputado me acusa de “arrogar do status de comunicador”. Ora, recorrendo-se ao dicionário Priberam veremos que o termo arrogar significa: 1. Atribuir a si como próprio. 2. Apropriar. v. pron. 3. Atribuir-se, apoderar-se de, indevidamente. Faço, então, o entendimento de que Manoel Moraes afirma que não sou comunicador, mas apodero-me, indevidamente, de tal condição.

Ora, sou radialista há 25 anos com atuação nas rádios Educadora de Xapuri, como locutor, Difusora Acreana e Aldeia FM, como repórter, função que também exerço na Agência de Notícias do Acre e possuo registro definitivo de jornalista na função de radiorepórter, obtido junto à Secretaria Regional do Trabalho e do Emprego do Acre, sob o número 219.

Se isso não for o bastante para o deputado me considerar comunicador, muito menos será para me acusar levianamente de que assim eu me autodenomino. Sucumbe, o parlamentar, ao erro de tentar combater quem emite opiniões contrárias às suas através do velho e conhecido método da desqualificação. Na falta de argumentos, coloca-se em xeque a legitimidade do crítico.

Também não reconheço arrogância em meus escritos. Entendo arrogância como sinônimo de insolência, presunção ou soberba. Não me considero assim, mas não vejo ofensa nessas palavras, que entendo mais como falta de apego a certas definições. Vejo arrogância na verdadeira acepção do termo em que diz que possui DIPLOMA para ser o porta-voz da população.

A população não elege políticos para ter porta-vozes. O povo fala por si próprio. Ele vota porque é obrigado a eleger representantes que raramente correspondem às suas expectativas. O resultado disso é o desmoronamento do prestígio político que finda por soterrar não somente mandatos, mas também superegos. Foi assim com todos os deputados que Xapuri já teve, foi assim com Júlio Barbosa, Vanderley Viana, Bira Vasconcelos e será assim com qualquer que não entenda que o humor do eleitorado é mais cíclico que o clima.

O deputado afirma que preciso de procuração para falar em nome da população. Ora bolas, jamais tive a pretensão de falar pela população. Falo por mim. Emito minha opiniões e as submeto à apreciação de quem me ouve através do rádio ou lê neste modesto blog. Não necessito de mandato para ser avaliado pela população. Não reconheço qualquer condição superior em políticos eleitos. Com ou sem mandato, não passam de meros servidores públicos, assim como eu. Diferem apenas no salário e nas regalias pagas pelo povo, que avalia a todos, por igual.

Manoel Moraes diz também que seu grupo não se rendeu à subserviência que impera e que não trocou os ideais por cargos de comissão para chefiar departamentos. A assertiva consiste numa indireta a mim, que no seu julgamento sou subserviente ao governo por ocupar o cargo de coordenador da Rádio Educadora de Xapuri. Recomendo aos que estão lendo esta baboseira a leitura do Diário Oficial do Estado do Acre, no que diz respeito ao assunto e aos asseclas do parlamentar.

Outro fato a ser destacado é que o “poder” que o deputado assegura combater e se opor é o mesmo ao qual ele se presta a coadjuvar como um verdadeiro papagaio de pirata nas aparições do governador Tião Viana em suas andanças pelo interior do estado. Já disse aqui e repito: nunca acreditei em quem acende uma vela a Deus e outra ao diabo. Desconfio desse posicionamento e não aposto um tostão furado em quem vomita possuir “postura e atitude”.

Quanto a afirmar que sou pseudo-intelectual, jamais me arvorei a possuir qualquer nível de intelectualidade. Sou apenas um filho de seringueiro, menino buchudo sim, nascido e criado na beira de um barranco do Rio Acre, que teve uma alfabetização razoável e que procura melhorar seu parco conhecimento lendo, pelo menos, um livro por mês. Essa condição não faz de mim sequer um arremedo de intelectual, mas, pelo menos, me permite não grafar o termo alto, antônimo de baixo, com “u” e buchudo, derivativo de bucho, com “x”.

O deputado Manoel Moraes, apesar de não ser dado a reconhecer o direito alheio à opinião, tem aqui neste blog todo o espaço para expressar as suas ideias e pensamentos, mesmo que seu orgulho não o permita solicitar o direito de resposta àquilo com o que diverge. Não concordo com metade das coisas que ele diz, principalmente quando me acusa de coisas que não reconheço, mas lutarei para que tenha o direito de dizê-las, tomando emprestada a máxima de Voltaire, filósofo iluminista que combateu a intolerância de opinião existente na Europa no período em que viveu.

Rogo, no entanto, que a recíproca passe, de agora em diante, a ser verdadeira, em nome do respeito mútuo e dos princípios que devem ser observados por todo aquele que vive sob a égide de um estado democrático de direito. Concluo afirmando que nada de pessoal guardo contra o parlamentar que reconheço como legítimo representante da população xapuriense na Assembleia Legislativa do Acre. Só não creio que este mesmo povo dedique a ele no atual momento da história a mesma credibilidade que depositou há dois anos. A verdade, só o tempo dirá.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Carta aberta

Deputado Manoel Moraes de Sales (PSB), via Facebook.

Toda vitória é uma vitória, por menor que seja. Cada vitória tem a dimensão que damos a ela.

Gratidão e esperança são mais que apenas duas palavras são faróis na busca de um futuro melhor. Sinto-me grato por toda a confiança depositada no nosso projeto político e cheio de esperanças de que a população continue a entender nossa mensagem e que continue a nos querer como representante de seus anseios. Feliz demais pelos votos que deram ao projeto político do PSB em Xapuri, por entender que toda vitória é uma vitória, por menor que seja.

Absorvi com naturalidade o resultado das eleições em Xapuri, como já dissemos anteriormente, por respeitarmos a vontade popular e jamais nos ressentiremos disso, pois entendemos que a vontade da população é soberana. A respeito do resultado das eleições em Xapuri interferirem ou não no meu capital político isto é tão subjetivo como precipitado, para não dizer que chega ser mal intencionado, vindo de algumas pessoas que se arrogam de intérpretes das vontades populares.

Nós não temos tal arrogância, nem pretendemos a ter. Não temos intenção de cometer tais equívocos. Não temos compromisso com o erro.

Como parlamentar, escolhido nas trincheiras das massas menos favorecidas, não me arrogo de dono do poder. Sei que todo poder é passageiro. O poder não é e jamais foi algo que posso ser pego nas mãos, guardado no bolso e tomado das mãos de quem quer que seja. Não é um objeto, nem uma finalidade. Lamento profundamente que alguns se arrogando do status de comunicador queiram levar as interpretações infantis aos quatro ventos com a finalidade clara de tentar nos abalar. Não conseguirão, pois nós não nos apegamos a coisas pequenas. Nossa visão desses fatos, as eleições em Xapuri, não se resume a ver o quintal. Nós vemos além.

Na noite da última terça-feira (17) a direção estadual do partido a quem tenho a honra de fazer parte, o Partido Socialista Brasileiro (PSB) se reuniu em Rio Branco para avaliar os resultados das últimas eleições no nosso Estado. Eu estava lá. Ao lado de Gabriel Maia, nosso honrado presidente regional, Thiago Higino, nosso garoto talentoso e outros grandes socialistas nós fizemos uma avaliação fria, sem melindres, sem jogar lixo para debaixo do tapete e concluímos que saímos maiores do que entramos na disputa eleitoral deste ano no Acre. Ao sair da reunião fiquei meditando naqueles que dizem que tive meu capital eleitoral diminuído pelo fato de Wagner Menezes não ter sido eleito. Ah, que pena que pensam tão pequeno. Não vemos assim as coisas.

A eleição de Wagner Menezes para prefeito foi em um momento e minha reeleição será em outra conjuntura política. Não entendo porque fazem questão de serem tão simplistas e misturarem as estações.

Wagner não foi derrotado. Ele apenas perdeu a eleição. Derrotado mesmo são aqueles que preferem ficar atirando pedras do auto (sic) de sua arrogância e não tem coragem de pagar o preço de serem avaliados pela população. Porque não são eles mesmos os candidatos? Respondo: porque é mais fácil criticar do que ajudar a construir.

Eu não me sinto diminuído politicamente. Através da candidatura de Wagner Menezes eu provei que não faço jogo de conveniência. Nosso grupo não se rendeu a subserviência que impera e não desistiu da candidatura dele. Nós não somos um grupo que troque os ideais por cargos de comissão para chefiar departamentos. Não mesmo. Nós temos postura e atitude. Teria sido menos cansativo e sem risco algum nos juntarmos a outra candidatura da Frente Popular do Acre, a do Bira (PT), mas não era o que acreditávamos naquele momento e não nos curvamos ao poder. Compartilhamos com o grande revolucionário CHE GUEVARA que disse: numa guerra é preferível morrer de pé do que ganhar de joelho. Preferimos abraçar os velhos companheiros de batalha e ir à luta mais uma vez. Conseguimos com que 783 pessoas conscientes, amigas e corajosas nos dessem um voto de confiança. 783 PESSOAS. Não somos meninos buxudos (sic) que fazemos birra quando nos negam algo. Nós lutamos pelo sim, mas sabemos receber o não quando a população quer. Infelizmente não foram votos suficientes. Uma pena. Coisa da matemática democrática. A nós, cabe aceitar e agradecer. Não foi desta vez. Mas a vida não acabou por causa disso tão pouco nossa relação com nossa querida cidade Xapuri.

Dizer que nosso capital político diminuiu é desmerecer as pessoas que acreditaram conosco e pior que isso é IGNORÂNCIA. O fato de algumas pessoas não terem votados conosco no dia 07 não significa que não irão nos apoiar em 2014. Que nova adivinhação medonha é essa? Muita pretensão de quem se acha entendedor das vontades das massas. Para entender disso é preciso estar com eles onde eles estão. É preciso descer do pedestal de pseudo intelectual, tirar a venda da arrogância que cega e antes de tudo é preciso ouvir o outro lado da história.

Cadê a procuração dada pela nossa população para falar em nome dela? Cadê? Eu, no entanto, graças à infinita bondade de Deus e as muitas amizades construídas ao longo da vida tenho um DIPLOMA de Deputado Estadual. Fui eleito para ser o porta-voz da população, o legítimo representante da população e nem por isso me acho o dono da verdade. A verdade não tem dono e o tempo é o senhor da razão. Sugiro que deixem para escrever dizendo se tenho ou não condições de reeleger apenas depois da eleição em 2014. Até lá fiquem quietos e parem com as análises de botequim cuja verdadeira finalidade é tentar me desmerecer perante a população de Xapuri, isso não e qualquer escriba que conseguirá, tenho toda a certeza. Fatos valem mais que conjecturas vãs. Eu fui campeão de votos as duas vezes que fui candidato a deputado estadual e na ocasião da minha vitória fui o deputado mais bem votado em Xapuri em toda a história. Pretendemos sair vitoriosos mais uma vez, contando com o voto de confiança da população.

Meu comentário: O deputado Manoel Moraes, apesar de não ser dado a reconhecer o direito alheio à opinião, tem aqui neste blog todo o espaço para expressar as suas ideias e pensamentos, mesmo que seu orgulho não o permita solicitar o direito de resposta àquilo com o que diverge. Não concordo com metade das coisas que ele diz, principalmente quando me acusa de coisas que não reconheço, mas lutarei para que tenha o direito de dizê-las, tomando emprestada a máxima de Voltaire, filósofo iluminista que combateu a intolerância de opinião existente na Europa no período em que viveu. Rogo, no entanto, que a recíproca passe, de agora em diante, a ser verdadeira, em nome da democracia. Em tempo: Percebe-se que o texto é assinado pelo deputado, mas não foi escrito por ele. Recuso-me a crer que um economista diplomado possa grafar o termo alto, antônimo de baixo, com “u” e buchudo, derivativo de bucho, com “x”.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Raimunda Euri

Fotos - Raimari 849

Sou suspeito para falar dessa mulher que se tornou uma instituição de carne e osso desta cidade, mas creio que ninguém tenha discordância quanto à importância dessa jovem que hoje completa 82 anos de vida e de dedicação a Xapuri.

Raimunda Euri Gomes Figueiredo é uma referência quase unânime para várias gerações de filhos desta terra que a tiveram como educadora. Mesmo aposentada há vários anos, continua a ser fonte de sensatez e sabedoria sempre acessível a quem a procura.

Firme militante da fé em Cristo, mãe exemplar, avó e bisavó amorosa, essa senhora de olhar franco e de sorriso que inspira confiança total está sempre pronta a socorrer àqueles que nela buscam uma palavra de conforto ou um incentivo para prosseguir em suas lutas.

- Tia Euri, é um grande prazer compartilhar da sua existência. Agradecemos a Deus pela sua presença nas nossas vidas e rogamos a Ele que mantenha por muitos e muitos anos a força e a sobriedade que a senhora nos têm dado como exemplo em muitos momentos de nossas vidas. Parabéns pela passagem de seu aniversário e que a saúde e a felicidade estejam sempre lhe acompanhando em sua caminhada. Esses são os votos sinceros da família desse blogueiro que muito lhe estima e lhe tem como uma das pessoas mais especiais de sua vida.

Mais uma do Rubinho

Linha Cruzada

E houve um tempo em que as ruas 6 de agosto e 17 de novembro eram chamadas de “rua da frente” em Xapuri.

Da frente porque delas avistava-se o rio, a principal porta de entrada e saída da Princesinha. Onde se localizavam as principais casas comerciais, atracavam os barcos da frota da Casa Zaire, da Limitada, Casa Kalume, as barbearias, o mercado. Vez por outra, atracava também João Barrão e seu barco enfeitado com bandeirolas e seus alto falantes.

Era onde a vida pulsava mais forte.

Em frente à Rua Major Salinas, o espaço entre a rua de chão batido e a margem do rio tornava-se largo e era propício a usos diversos por seus moradores: lazer, criação de animais, plantio, atracadouro de canoas dos pescadores, e o que mais lhes aprouvesse.

Onde hoje está localizada a sede da Sucam, erguia-se um conjunto de casas geminadas pertencente a Guilherme Zaire, e lá moravam Isaac, Zé Manduca e Valdir Seboseira.

Bem em frente, reinava absoluto um frondoso tamarindeiro cuja sombra cobria toda a largura da rua e parte do telhado do casario. O chão varrido prestava-se ao lazer: futebol, peteca, pião, arraial, fogueira...

Próximo à casa de Zélia Abuache, morava seu João Dantas e, entre eles, morava D. Zezé que vem a ser irmã de Hilário Candiru e mãe de dois filhos, Francinete e José Eugênio.

Francinete, ainda menina e tentando ajustar-se ao ambiente urbano, vivia pelas redondezas a perguntar de tudo a todos. Às vezes era apenas pra puxar papo mesmo, pois que, até hoje, fala pelos cotovelos. A genética explica.

Numa destas, a Francinete estava sentada num banco que havia embaixo do tamarindeiro crivando ao Isaac de perguntas, até que o papo foi minguando. Para reengatar a conversa, a menina correu olhos ao redor, e, algo aflita, o único fato que percebeu e que ainda não tinha sido tema da conversa, foi o pastar de uma vaca e uma ovelha em frente à casa de Hélio Rodrigues.

Voltou à carga

- “Seu Isaac, aquela ovelha é filha daquela vaca?”

O Isaac possuía um senso de humor afiado como navalha Sollinger e nunca perdia a piada, mesmo sob pena de perder o amigo. Mas já com a cabeça cheia das perguntas da menina, apelou feio:

- “É sim, nega burra!”.

Rubinho é o professor aposentado da Ufac e ex-guarda metas Rubens Santana de Menezes.

Semana Nacional de Ciência e Tecnologia

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A Fábrica de Preservativos Masculinos Xapuri – Preservativos NATEX – está participando da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia – SNCT 2012 - realizada em Brasília e também em vários municípios brasileiros no período de 15 a 21 de outubro com o Tema: Sustentabilidade, Economia Verde e Erradicação da Pobreza.

Segundo o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antônio Raupp, o objetivo do evento será discutir em escolas, universidades, comunidades e locais públicos os diversos aspectos envolvidos no estabelecimento de uma economia verde, bem como os desafios da sustentabilidade nas suas dimensões ambiental, econômica e social.

Durante o evento estão sendo promovidas e estimuladas atividades de difusão e de apropriação social de conhecimentos científicos e tecnológicos relacionados com o tema, com debates sobre as estratégias e as mudanças necessárias para uma economia verde que, em conexão com um modelo de desenvolvimento sustentável, contribua para a erradicação de pobreza e a diminuição das desigualdades sociais no país.

Em Brasília, a Natex está apresentando seu produto e tecnologia no Stand da ABIPTI – Associação Brasileira das Instituições de Pesquisa Tecnológica e Inovação. Um público estimado 200 mil pessoas visitará as 96 instituições públicas e privadas de todas as regiões do país que participam do evento na capital federal.

A exposição contempla tanto instituições de âmbito escolar quanto de pesquisa, indústria, produção de alimentos e manutenção dos processos.

“É muito bom representar nossa Fábrica de Preservativos em um evento como esse, onde o tema é a sustentabilidade, economia verde e erradicação da pobreza. Estamos recebendo um público diverso e especializado composto de estudantes e profissionais de diversas instituições de pesquisa, além do público em geral. Sabemos do desafio que temos e da nossa responsabilidade de contribuir com a promoção da saúde da população brasileira no âmbito das ações de prevenção às DST´s, HIV/AIDS e Hepatites Virais desenvolvidas pelo Ministério da Saúde e o desenvolvimento do Estado do Acre através da produção de preservativos masculinos com base nos princípios da sustentabilidade, preservando e valorizando nossas florestas e nossa população” afirma Dirlei Bersch, Diretora Executiva da NATEX/FUNTAC.

Waldemar Rodrigues de Araújo Filho, engenheiro de produção representando o SENAI-Bahia, ao conhecer a exposição da Natex afirmou:

“o que mais chamou minha atenção foi a representatividade do empreendimento junto às comunidades extrativistas do Estado do Acre, a importância da abrangência e dos ganhos econômicos proporcionados aos extrativistas pela Fábrica de Preservativos”.

Criada em 2004, a SNCT busca popularizar a ciência e mostrar sua importância para o desenvolvimento, além de despertar na população a criatividade, a atitude científica e a inovação.

Desde a primeira edição, a semana nacional obtém participação crescente de estudantes, professores, instituições e municípios.

Em 2011, foram realizadas cerca de 16 mil atividades, em 654 municípios brasileiros.

A 9ª SNCT está tendo atividades em todas as regiões do país, mobilizando diversos parceiros como universidades, instituições de pesquisa, escolas, empresas públicas e privadas, governo e entidades da sociedade civil.

A programação completa do evento nas diversas cidades do país pode ser vista no endereço http://semanact.mct.gov.br.

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

"Brincar é condição fundamental para ser sério"

A frase que dá título à postagem é atribuída a Arquimedes de Siracusa, um grego prodigioso que foi matemático, físico, engenheiro, inventor e astrônomo. Arquimedes foi um cientista tão extraordinário que influenciou gênios como Galileu Galilei e Isaac Newton, dois dos nomes mais relevantes da história da ciência moderna.

Escolhi a frase de Arquimedes para dizer que o tom irônico, às vezes sarcástico, de alguns textos que aqui escrevo não têm a intenção de maltratar ou ridicularizar ninguém. Trata-se apenas de bom humor, uma certa dose de pilhéria, como recurso para tornar o texto mais leve e a leitura mais agradável e prazerosa. Apenas isso.

Não que eu seja mais que um mero escrevinhador de lacônicas notas, longe disso; mas penso que uma pitada de graça melhora qualquer arremedo de escrita. Se entre seus cálculos e escritos fenomenais sobre equilíbrio dos planos e medidas do círculo, o próprio Archimedes encontrou espaço para o ludismo, por que razão sermos diferentes?

Já ouvi alguém dizer que é candidato a doido quem se leva a sério demais. E que na melhor das hipóteses o sujeito que faz isso chegará a suplente de bobo. Pessoas sem um pingo de senso de humor correm o risco de levar toda a vida afogadas em mágoas, melancolia e depressão. Rir é sempre uma ótima saída para as muitas situações impostas pela sisudez do dia-a-dia.

Manacapuru é logo ali

Faz duas semanas que tenho sido alvejado por uma saraivada de indiretas e até mesmo ofensas via Facebook pelo simples fato de emitir uma opinião sobre um aspecto relacionado ao resultado das últimas eleições. Em quase 25 anos acompanhando a política paroquiana da posição de radialista, 5 dos quais também como blogueiro, essa maneira modernosa de pisar no calo dos outros, poucas vezes fui tão “elogiado” por expressar o que penso e o que sinto sobre os fatos e a realidade da terra em que nasci e vivo até hoje.

E pensar que até pouco tempo muitas das mesmas pessoas que me espezinham hoje me rasgavam elogios e deferências que extrapolavam meu modesto merecimento. Como toda a vida desconfiei de rasgação de seda e nunca me considerei bom em nada, me mantive, como sempre, sem me impressionar com loas e bajulações desmedidas que, não raro, têm algo de suspeito. Dito e feito. Quando minha opinião desagradou, passei a mentiroso, baixo, vulgar e desqualificado.

E vejam que minha modesta opinião não precisou ir além do óbvio para ferir os brios de quem, pelo visto, opta por encobrir o astro-rei com uma enorme peneira a, pelo menos, fazer uma reflexão serena e profunda das mensagens emitidas pelas urnas nessas últimas eleições em Xapuri. Curto e grosso, o recado dado agora terá reflexo líquido e certo no pleito de 2014, quando, além dos candidatos, até este blogueiro será colocado à prova.

Afirmei que a inexpressiva votação obtida pela chapa majoritária da coligação PSB-PSC representa a queda do prestígio político de quem, entre os líderes da aliança política, já o deteve, como é o caso do deputado estadual Manoel Moraes, e mantém "in statu quo ante bellum" a aceitação dos ex-candidatos a prefeito e vice-prefeito, Wagner Menezes e Oséias D’Ávila de Paula, cuja votação não superou os 9 por cento. Muito pouco para quem aparecia, no caso PSB, como a segunda maior força política individual de Xapuri.

É possível que o deputado socialista contrarie minha análise e se reeleja com um caminhão de votos nas próximas eleições estaduais? Sim, é possível. Em política, como no futebol, tudo pode acontecer. No entanto, não é isso o que as urnas disseram nessas eleições, e não é isso o que o atual momento indica. E análise política é feita com base nos indicativos da conjuntura atual, cuja voz das urnas é um dos principais elementos. Se será assim ou não, só o tempo dirá.

O desempenho catastrófico do PSB pode ser analisado de diversas maneiras e com base nos mais diferentes pontos de vista. Minha opinião, insistindo no direito constitucional de emití-la, é de que faltou envergadura política ao maior nome do partido para transferir votos a um candidato que ele carregava nas costas e sobrou falta de talento ao núcleo pensante do grupo, que permitiu transformarem uma campanha eleitoral promissora em um fracasso quase total.

O primeiro grande erro se deu na estratégia de coligação. Não se sabe por que cargas d’água os dois partidos se uniram apenas majoritariamente. Certamente cada qual achou que estava bem demais na fita e resolveram sair “nenhum por todos e todos por nenhum”. O resultado foi o naufrágio do PSC, que ficou sem vaga na Câmara tendo o quarto candidato mais bem votado, e o esfacelamento do PSB, que de três vereadores, manteve apenas um, a duras penas.

Recorrendo-se aos números do TSE se constata que PSB e PSC obtiveram 2188 votos. Teriam feito, com sobras, dois vereadores, Gessi Capelão e Fernando Lopes (Cocada), e não apenas um. Penso que a coligação no campo proporcional teria fortalecido a votação de Wagner Menezes, considerando que os candidatos do PSC obtiveram quase 900 votos de eleitores que não tinham nenhuma motivação para votar no candidato majoritário.    

A desorganização e a falta de liderança que imperou embaixo fez um efeito devastador em cima. Sem contar que o candidato a vereador Vanderley Viana (PSC) fez do palanque da coligação um verdadeiro circo de horrores, colocando em xeque a reputação das principais lideranças dos dois partidos. Quando se resolveu enquadrar o “Doido da Baladeira”, a casa já havia caído e o barco já funcionava os motores, a todo vapor, rumo a Manacapuru, destino para qual alguns ainda relutam, com todas as energias, em partir.

Afirmar que os eleitores que visitou nessas eleições “negaram o voto ao candidato Wagner Menezes, mas garantiram-lhe o apoio quantas vezes ele seja candidato” não parece ser o argumento mais convincente que o deputado Manoel Moraes possua para ressaltar seu prestígio e para minimizar a derrota acachapante que, inegavelmente, sofreu em Xapuri. Principalmente, porque deprecia o candidato que ele defendeu a ponto de causar um racha importante dentro de seu partido, com a saída do vereador Erivélton Soares, que vai fundar no município o  PEN – Partido Ecológico Nacional – com a promessa de ser candidato a deputado daqui a 2 anos.

Outro ponto é que ao se recusar a assumir os ônus pelo revés sofrido, o parlamentar deixa transparecer para sua aguerrida militância e para seus apaixonados correligionários que continua bem na foto e força o entendimento de que qualquer opinião acerca de sua perda de força eleitoral no município não passa de mera precipitação. Esse temerário ponto de vista pode levar a uma consequente acomodação das bases e do próprio estafe do deputado, que pode não estar entendendo que o próximo pleito bate à porta para uma disputa que promete reavivar antigas divergências e tomar contornos dramáticos.

Pelo que se pode avistar com base no calor do momento pós-eleitoral, que é sempre emocionalmente traumático e por isso mesmo se mostra bastante revelador, uma quantidade acima do normal de políticos locais vai brigar pela condição de candidato a deputado nas próximas eleições. Uns com a real intenção de conquistar uma sonhada vaga no parlamento estadual; outros com o manifesto objetivo de derrubar da cadeira o único deputado que o PSB possui. Para todos eles, sem exceção, o porto de Manacapuru é logo ali.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

“O tostão contra o milhão”

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Marcinho Miranda, novo prefeito de Xapuri a partir de janeiro de 2013, cutuca o governador Tião Viana em visita à Assembleia Legislativa, mas espera continuar contando com o apoio da administração estadual. http://goo.gl/vAGJI.

De acordo com o site Ac24horas, Miranda diz que fez a “campanha do tostão contra o milhão”, vencendo a forte estrutura do Governo do Acre.

“Fizemos uma campanha solidária, onde contamos com o apoio de amigos. A população entendeu nossa mensagem e confiou que podemos mudar Xapuri”, disse Miranda.

Segundo o prefeito tucano, por diversas vezes o próprio governador Sebastião Viana (PT) interviu pelo prefeito Bira (PT), que disputava a reeleição.

“O governador tentou fazer em Xapuri, o que o prefeito Bira não conseguiu em quatro anos, mas a população viu que se tratava de obras eleitoreiras”, enfatizou.

O prefeito eleito espera, segundo o site, continuar contando com o apoio da administração estadual para implantar alguns projetos, através de convênios com o Governo do Acre.

“Esperamos que as cores partidárias não sejam obstáculos. Assim, como o PT, nós do PSDB queremos trabalhar para dar o melhor à população”, destacou.

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Veículo a serviço do programa Ruas do Povo passa por cima de meio fio de rua recém pavimentada para estacionar ao lado do Bar do Damião, no último domingo (14), em Xapuri.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Nota do PSOL

O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), desde seu nascimento, ocasionado pela falência do PT enquanto ferramenta de luta dos trabalhadores, tenta firmar-se como um partido de militantes preparados para dialogar com as massas populares, para, juntos, assumirem a tarefa de mudar os rumos políticos do nosso país, sempre pautado na luta pela justiça entre os cidadãos e liberdade dos trabalhadores.

Apesar de ser um partido novo, o PSOL vem se tornando referência nacional no combate à corrupção que toma conta da política nacional e aos desmandos sociais implantados pelo PSDB/DEM e prolongados pela frente encabeçada pelo PT, velhos partidos que atacam os direitos dos trabalhadores.

No último Congresso Nacional, o PSOL  definiu a política de alianças para as eleições municipais, interditando claramente qualquer aliança direta ou indireta com o PSDB ou PT, uma vez que estes não representam nenhuma mudança significativa que beneficie o conjunto da sociedade. A Convenção Municipal do PSOL de Rio Branco nunca colocou em discussão qualquer tese de coligação ou apoio tático a esses partidos.

Durante o período eleitoral do primeiro turno, o PSOL atuou de modo coerente, contando com o apoio dos homens e mulheres de bem que acreditam em uma nova alternativa política para Rio Branco e para o Acre, por isso não aderiu às candidaturas dos partidos  tradicionais. Esta coerência reflete o respeito e o compromisso que temos com o nosso eleitorado e com as causas da classe trabalhadora.

Assim sendo, seria incoerente, ou no mínimo cinismo político de nossa parte, se, depois de três meses levantando uma proposta nova, socialista e classista, saíssemos no segundo turno em apoio à candidatura do PT ou do PSDB.

Isso nos jogaria na mesma vala dos partidos oportunistas que mudam de lado de acordo com as conveniências, traindo a confiança da população. O PSOL não comunga com essas práticas. Desse modo, não apoia nem a candidatura de Tião Bocalom, do PSDB, nem a de Marcus Alexandre, do PT.

Zelando pela liberdade e democracia, os militantes estão liberados para individualmente apoiarem quem lhes convier, inclusive optando pelo voto nulo, no entanto proibidos de realizar qualquer manifestação de apoio que possa gerar vinculação ao PSOL. 

Antônio Rocha - Presidente Regional do PSOL/AC.

domingo, 14 de outubro de 2012

Túnel do tempo

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Foto tirada em frente ao Cine Paroquial, em 1972, dos produtores vindos de Pernambuco e assentados pelo INCRA no Seringal Aquidabam, adquirido pelo Governador JORGE KALUME da Família Santana - Bárbara e Belarmino Santana. A legenda é de João Mendes, o Garrinha.

Veja mais fotos antigas na página do grupo Filhos e Amigos de Xapuri no Facebook.

Além do rio

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Casa antiga da família do senhor Chico Cândido, localizada na confluência dos rios Acre e Xapuri, bem em frente ao centro histórico da cidade. Um detalhe que chama a atenção é que a construção que aparece no alto da imagem está situada na margem oposta do segundo rio, na propriedade que pertenceu a João de Arruda, pai da comerciante e professora aposentada Liet’s Costa, dona da Casa Portuguesa.

sábado, 13 de outubro de 2012

Um casal vencedor

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Terezinha e Nader formam um casal vencedor. Juntos há mais de 30 anos, venceram, primeiramente, o descrédito e a desvalorização da família que imperam nos tempos modernos. Também foram vitoriosos diante de dois sérios problemas de saúde, que enfrentaram com transparência e dignidade. Nessa sexta-feira (12), se uniram perante Cristo, uma nova conquista que ainda será seguida de outras tantas. 

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Que essa singela homenagem do blog se estenda aos filhos: Haroldo, Elias Antônio e Aron; aos pais: Elias Cher Sarkis (in memorian), Velissa, Antônio Zaine e Déia; e aos irmãos: Constantino (in memorian), Andrias, Afonso, Tadeu, Rachide e César. Que a oficialização da união renove e fortaleça todos os sentimentos e virtudes que o casal sempre demonstrou e defendeu até este ponto da caminhada, que apenas começa.

Parabéns, Nader e Têca.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

“Sambarilove e Mana”

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Everaldo Pereira

Ao recebermos convite para prestigiarmos hoje vossa cerimônia de casamento, nos sentimos realizados enquanto amigos e agentes de Pastoral Familiar, e vislumbramos concretamente que vocês, nesta data, dividem com a família cristã, um sacramento que é a imagem da união fraterna, um rito instituído por Jesus Cristo para a salvação divina dos fiéis, sinal visível da unidade e da comunhão.

Parabéns pela decisão. Com essa atitude vocês transbordam de satisfação e alegria nossos irmãos, nossa igreja, vossas famílias e enchem de orgulho e felicidade vossos filhos.

Vocês sabem que nós sempre torcemos por vê-los se apresentando diante do sublime altar pedindo para serem verdadeiramente considerados casados perante nossa Igreja.

Sabem também que tenho “matutado” e logicamente desconhecido os motivos materiais que levam muitos amigos optarem pela desunião conjugal, num hit popular descuidado e mal zelado do “não deu certo” e, para o bem da verdade, tenho relutado em aceitar, muito embora sem direito de opinar.

Indago, discute, debato e advogo a tese de que as todas as uniões, casamentos e relações de companheirismo, devem prosperar, pois Deus também lhes abençoa e ali se faz presente. No entanto, tenho interrogado: Onde estará a resposta para tantos desmantelos conjugais nos dias atuais?

Tenho respondido “tacitamente” que na verdade, a resolução de todos os problemas de vida e, principalmente os conjugais, encontram respostas na ”falta de espiritualidade”, o vulto-mor impulsionador de nossas atitudes concretas, sustentador de nossos atos e procedimentos, vetor de orientações e diretrizes à vida cidadã e religiosa, adequada inclusive àqueles que frequentam as igrejas, mas não estão a exemplo de vocês imantados pelo espírito santo, não sentiram a chama que inunda os corações, razões pelas quais desconhecem verdadeiramente os ensinamentos do Evangelho e se escondem na cortina de fumaça da onda contemporânea que nega a hierarquização da doutrina religiosa e, que insanamente tripudiam que o casamento está fora de moda. Para nossa satisfação, ledo engano, vez que erroneamente são adeptos da minoritária teoria contrária à família e vencidos pela corrente a que estamos eternamente  filiados que, acredita ser o casamento imprescindível a vida social,  a convivência salutar, ao dia-a-dia sereno, a vida coletiva.

Buscando Génesis encontramos : “não é conveniente que o homem esteja só; vou dar-lhe uma auxiliar semelhante a ele” e também, “ por esse motivo, o homem deixará o pai e mãe para se unir à sua mulher; e os dois serão uma só carne”

Somos e defendemos os ensinamentos de que os que vivem no estado conjugal, segundo a própria vocação, têm o dever peculiar de trabalhar na edificação do povo de Deus por meio do matrimônio e da família e que os pais são instrumentos, não apenas para a procriação física dos filhos, mas também diretamente responsáveis pela sua educação natural e cristã, incluídos aí, não apenas o seu bem-estar físico e material, mas também o seu comportamento cristão. A fonte essencial deste comportamento é a participação dos filhos num total amor entre o s esposos. Pelo exemplo eles aprendem o sentido da caridade cristã e do amor de Deus.

A aliança de vocês hoje, por si só denota características inerentes as vossas próprias vidas e significa sentimentos de juramento, amor, fidelidade, vida compartilhada, compromisso, prioridade, lealdade, zelo recíproco, companheirismo, cumplicidade, respeito e carinho. Nela Deus é chamado a ser testemunha eterna, pois vocês noivos já não são crianças e de muito cultuam a inexistência de expressões individualistas e/ou egoístas do “eu” e “meu” e desde muito substituíram pelo “nós” e “nosso” o que contribui para o crescimento e amadurecimento do casal.

Ao colocarmos nossas alianças nas mãos de Deus, estamos conclamando vidas em perfeita harmonia, abundância solidária, e experimentamos a plenitude do relacionamento vivendo em sabedoria. Compreendemos que Deus fez aliança com seu povo e tem promessas para todos nós, e que Ele não escolhe os capacitados, porém capacita os escolhidos à cumprir fidedignamente a aliança com seu cônjuge, bastando apenas que tenhamos consignados o requisito da espiritualidade.

Bom casamento é pouco para lhes desejar. Felicidade é adjetivo permanente em vossas vidas. Feliz encontra-se nossa igreja com vossos testemunhos em Cristo, que agora completa-se com a solenidade de  casamento, no que idealizamos também para vós os ensinamentos do Papa João Paulo II: A “Família é a célula vital da sociedade e da Igreja. A futura evangelização depende, em grande parte, da Igreja doméstica.

Com certeza na festa jamais faltará vinho e pão, porém a presença de Jesus está garantida, principalmente em vossas vidas, pela perpetuação do milagre, na multiplicação de bênçãos, pela infinidade de curas, no alicerce das boas ações aos olhos de Deus. 

Sigam os bons exemplos de Elias e Velissa, Antônio e Déa, Zé Bacu e Irene, Júlio e Euri, Zé Lulu e Maria, e muitos outros de nossos amigos.

Compromissos escolares inadiáveis nos fizeram ausentes nessa solenidade de casamento, no entanto, quando se dirigem ao altar, sintam nossas presenças em vossos corações e a unção do Espírito Santo.

Parabéns...

Everaldo Pereira é amigo do casal, casado há 28 anos com Mª. Raimunda e  pai orgulhoso de Mirella, Yuna e Mariana.

“Boatos”

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Gildo César Pinto, diretor-presidente do Departamento de Pavimentação e Saneamento – DEPASA – desmentiu na última quarta-feira (10), em Rio Branco, os boatos sobre suspensão das obras do programa Ruas do Povos em Xapuri, Brasiléia e Assis Brasil, lugares onde a Frente Popular saiu derrotada nas eleições passadas.

De acordo com o diretor, a determinação do governador Tião Viana é de que todos os contratos do programa estadual de pavimentação de ruas sejam concluídos antes do início do período chuvoso. Nessas cidades, comenta-se que terminada a votação muitas máquinas começaram a ser retiradas dos locais em que estavam em operação.

Gildo explicou que o vai e vem de máquinas entre a capital e as cidades da regional do Alto Acre é normal porque as empresas transportam os equipamentos para as manutenções de rotina. Ainda segundo ele, o resultado das eleições em nada vai alterar o cronograma das obras, mesmo que se afirme o contrário.

É o que se espera de um governo que vem sendo tão bem aprovado pela população.

Deus abençoe as crianças

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O sorriso delas é elixir para os males que adoecem a alma dos adultos.

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Democracia é respeito

Deputado Manoel Moraes

Como todos sabem nosso grupo político lançou Wagner Menezes (PSB) para concorrer por uma terceira via a eleição em Xapuri e o fizemos por acreditar no preparo pessoal de Wagner e por saber que ele é uma pessoa brilhantemente capacitada para a política; infelizmente não fomos bem sucedidos em nossa empreitada.

A eleição de Xapuri em 2012 foi uma das mais difíceis para uma terceira via como era o caso de Wagner que disputava com Marcinho Miranda (PSDB) dono de uma forte memória eleitoral e Bira Vasconcelos (PT), atual prefeito, além de João Jorge (PV). Apesar de terem sido quatro nomes todos sabem que esta eleição foi tipicamente plebiscitária, onde a população de Xapuri entendeu que teria que votar por uma pessoa ligada ao governo ou alguém ligado à oposição.

Foi uma eleição em que o entendimento do eleitor foi de que teria que votar pela mudança ou pela continuidade. É importante ressaltar também que no cenário político acreano de 2012 nenhuma candidatura de terceira via saiu vitoriosa, nem em Rio Branco nem em Brasiléia, tão pouco em Xapuri.

Todavia, considero precipitados os comentários maldosos dos que dizem que meu capital político foi reprovado diante da não vitória de Wagner Menezes nesta disputa. É no mínimo precipitado dizer isso, afinal de contas é próprio da democracia que haja derrotas também, mas dizer isso nos termos que é falado equivale dizer que Fernando Melo (PMDB) perdeu capital politico ou que o senador Sérgio Petecão teve o prestigio reduzido por conta de não ter elegido algumas candidaturas que ele apoiava.

A matemática política não é e jamais foi tão simplista assim. É preciso que levemos em consideração muitas outras coisas. Quando à minha reeleição quem dirá se ela é ou não viável será o tempo e o povo que me julgará nas urnas. O espaço democrático estar aberto para qualquer outro que deseje se candidatar, eu, todavia, continuarei minha jornada com humildade e respeito pelo contraditório.

Meu comentário: O deputado não me solicitou a publicação do texto acima. O fiz por iniciativa própria por entender que o debate a respeito de qualquer tema é válido apenas e tão somente quando todas as partes têm a oportunidade de expor suas ideias e convicções. Os comentários que fiz sobre o encolhimento do capital político do parlamentar não são maldosos ou caluniosos, mas simplesmente a expressão livre e constitucional do que penso com base em um fato real e palpável, que foi parca votação de um partido do qual o deputado é a grande - e única – liderança local. Democracia é respeito sim, acima de tudo à liberdade de manifestação e opinião.

Fazendeiro, não!

Marcinho Miranda

Gina Menezes, da agência Contilnet.

O prefeito recém eleito de Xapuri, Marcinho Miranda (PSDB), concedeu entrevista à imprensa na manhã de quarta-feira (10) em Rio Branco, onde se encontra a fim de apoiar o Tucano Tião Bocalom, que disputa o segundo turno na Capital.

O novo prefeito desmente que seja fazendeiro e garante que Xapuri continuará sendo uma cidade ambientalista.

“Tenho 150 hectares de terra e isso faz de mim um produtor rural, não um fazendeiro. Dizer que sou fazendeiro, no tom que colocam, tem uma conotação pejorativa. O ambientalismo continuará sendo a principal prioridade em Xapuri, e incluiremos neste projeto os produtores e seringueiros como parte beneficiada”, diz.

Aparentando um jeito humilde de rapaz do interior, o prefeito tucano diz que vem de uma infância pobre, que adotou Xapuri como terra natal desde 1988, e que está à disposição do governo estadual para trabalhar por Xapuri.

“Tenho toda disponibilidade de trabalhar em parceria com o governo estadual. Da minha parte, jamais existirá esta barreira entre a prefeitura de Xapuri e o governo do Estado, por sermos de partidos diferentes”, declara.

Com um discurso afinado, Marcinho Miranda diz que as brigas políticas ficarão de lado quando o que estiver em jogo for o destino de Xapuri. Ele diz que trabalhará para revitalizar o turismo, aquecer a economia e valorizar os produtores rurais.

Meu comentário: Um dos principais argumentos da campanha de Marcinho Miranda contra o atual prefeito, Bira Vasconcelos, foi a massificação da afirmativa de que as obras realizadas em Xapuri pelo governo do Estado não resultavam em qualquer mérito para a administração municipal, que na opinião oficial tucana “não fez nada”. Resta saber se agora, na posição de vidraça e não mais de estilingue, essa lógica de botequim continuará a ser cultuada quando as parcerias com o governo do Estado começarem a ser efetivadas.

Diário de bordo

Maxsuel Maia

Depois de alguns dias de exílio na saudosa Manacapuru, estou de volta ao Acre com as energias renovadas e a consciência tranquila por ter escolhido o que considerava ser o melhor para minha cidade. A viagem foi demorada e cansativa, mas aproveitei para ir degustando a derrota, sem procurar culpados, apenas respeitando e reconhecendo a vontade do povo xapuriense.

Alguns fatos curiosos aconteceram no percurso, dentre os quais vou enumerar apenas os principais.

Logo no embarque, um casal vestido de verde não queria seguir viagem e se jogou n'água logo ali, no porto da Sibéria, alegando que queria ficar em casa mesmo. A segurança da balsa teve que agir rápido e trancou os dois na cabine 43 da embarcação.

Passado o primeiro incidente, ouvi dois homens, vestidos de amarelo, chamando, aos berros, por um deputado: "deputado, jogue uma corda! Deputado, salve ao menos nós dois!" O deputado, de braços cruzados, nem ligou e ainda sussurrou: "me envergonharam e ainda botaram em xeque minha força política no município, daqui a 40 minutos vou embora pra Rio Branco", virando as costas e subindo o barranco com dificuldade.

A galera de vermelho estava um choro só. Alguns, mais conscientes, tentavam consolar os mais chorões, que de tão revoltados chegaram até a chamar o povo xapuriense de burro ou rogar praga ao novo prefeito. Quanta tolice, o povo é sábio e merece ter sua vontade respeitada. O prefeito atual nem na balsa fez política, cuidou logo de improvisar um gabinete na cabine 13, reunir uma equipe e traçar metas e objetivos para os próximos dois meses de mandato. Não era pororoca, mas a onda vermelha invadiu o Rio Acre.

O fato mais curioso ficou por conta de um senhor baixinho, invocado, brabo e desbocado. O sujeito entrou na balsa todo humilde, cordial e com um bíblia embaixo do braço, dizendo ser cliente vip da empresa responsável pelas viagens da linha Xapuri-Manacapuru. Ao ver que sua cabine de costume já estava ocupada esse homem se transformou, esculachou a comissária, xingou o comandante da balsa de ladrão, chamou os outros viajante pra briga e ainda tentou intimidar todo mundo dizendo que volta em 2014. Culpa do "menino sorriso".

A viagem de volta seguia tranquila, sem grandes acontecimentos, até que um vídeo comprometedor para uma certa candidata bombou na balsa. Era gente querendo assistir, gente querendo postar no face, gente querendo explicações e uns, mais atrevidos, procurando a candidata pra ver se não tinha sobrado uns trocados. A dita cuja se jogou no rio e subiu a nado rumo a Xapuri. Dizem que ela já está por lá, tentando se explicar.

Em resumo, foi o que de melhor aconteceu. Confesso que o embarque na balsa é doloroso, mas a viagem até que é divertida. Se tiver que embarcar novamente em 2014, irei com todo o prazer, sempre na certeza de que segui minhas convicções ideológicas e políticas.

Ah, ia esquecendo. Sorte e sucesso ao novo prefeito.

Maxsuel Maia é um quase ex-blogueiro xapuriense que se arrisca a ir comigo à fogueira dos inconformados com o resultado da eleição.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

O contraditório

Mensagem enviada pelo deputado Manoel Moraes via Facebook:

Amigo Raimari,

A pseudo-queda de meu prestígio político analisada por você é na base do achismo, sem nenhum fundo científico. Eu não fui candidato neste ano e durante a campanha, inúmeras pessoas me procuraram e foram honestas dizendo que não votariam em meu candidato, porém quantas vezes eu fosse candidato poderia contar com eles.

Você sabe da debandada dos candidatos a vereadores quando eu não aceitei a continuação das agressões em nosso palanque, e foram para a oposição de direito, pois de fato lá já estavam. Alguns candidatos do PSB também fizeram corpo mole e ajudaram o candidato da FPA. Tanto os candidatos do PSC como os do PSB foram iludidos por pesquisas mentirosas tanto de um lado como de outro.

Faltam dois anos para a eleição, muitas coisas acontecerão neste período, vamos esperar um pouco para não tirarmos conclusões precipitadas. Você tem a minha amizade desde o dia em que cheguei a Xapuri, e já trabalhamos juntos. Você conhece meu caráter e minha honestidade, espero que isso sirva para que continuemos amigos e acima de tudo com muito respeito.

Deputado Manoel Moraes.

Meu comentário: Não creio que precise fazer um estudo científico para analisar que uma votação como a que teve o candidato a prefeito do PSB em Xapuri fez o deputado Manoel Moraes sair da eleição com o prestígio político abalado. Também não vejo nenhuma razão para o mundo desabar por conta de um simples “achismo”. Quanto a valores como amizade e respeito, que ainda considero nutrir pelo deputado, não entendo que meus pitacos os possam prejudicar. Opinião se emite e se discute. Afinal de contas não é isso o que diz a tão propalada “democracia”, termo vazio mas tão intensamente usado nesse fim de semana?

Sin perder la ternura

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A esposa do deputado estadual Manoel Moraes (PSB), Maria Auxiliadora Silva de Sales, passou a utilizar o Facebook para me fazer ofensas morais. A razão do destempero é o fato de eu haver afirmado que a inexpressiva votação do candidato a prefeito Wagner Menezes é resultado da queda de prestígio político do parlamentar no município que o elegeu.

Em nenhum momento faltei com respeito ao deputado ou a qualquer de seus correligionários. Ilustrei a opinião que emiti dizendo humoradamente que Moraes já pode juntar uma rapadura e um saco de farinha para fazer a famosa viagem a Manacapuru nas próximas eleições, porque acho que não se elege mais. Se há ofensa nisso, o Juizado Especial Cível é logo ali.

Vou deixar a cargo dos leitores o julgamento sobre o comportamento da respeitável senhora, sem nenhuma ironia, que inexplicavelmente perde a compostura e o glamour para dar respostas mal-educadas a um blogueiro que ela xinga de baixo, vulgar, descontrolado, mal-educado, sem conhecimento e que não respeita as “autoridades levantadas pelo povo”. A professora completa, afirmando: “Ai esta resposta porque o povo que mudar e tirar pessoas como essas das administração (sic)”.

Será que uma única pessoa é tão ruim a ponto de reunir tanta falta de virtude? Sinto-me um herege diante de Tomás de Torquemada. Tendo sorte talvez não seja torrado numa fogueira da inquisição socialista, mas apenas mandado às galés pelos messalas da vida xapuriense. Seja como for, não abrirei mão de dizer o penso sobre a política local. Prosseguirei peleando o bom combate. Pero sin perder la ternura jamás.

“Mãe Ginah”

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Não me causa prazer tripudiar sobre os restos mortais de quem afundou de vez na escuridão do ostracismo, mas termino por não conseguir conter a pergunta sarcástica que insiste em sair goela afora: cadê o ex-prefeito Wanderley Viana, que enlameou meia cidade na campanha eleitoral, pulando de galho em galho e gritando aos quatro cantos que obteria 600 votos, o que faria dele o vereador mais votado de Xapuri, como vaticinaram e caíram da cadeira alguns colunistas políticos discípulos da Mãe Dinah? É a pergunta que não quer calar.