sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Penso, logo contesto!

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Diante da visível falta de capacidade demonstrada por algumas poucas pessoas para interpretar os textos simples e mal escritos que posto aqui nesse blog, me vejo obrigado a fazer alguns esclarecimentos sobre os comentários desinformados e distorcidos que têm sido direcionados a mim através da rede social Facebook, motivado por meus posicionamentos sobre a vida pública da cidade onde nasci.

Com relação às minhas opiniões sobre a câmara municipal de Xapuri, tenho explicado enfadonhamente que meu interesse pelo assunto é aquele que diz respeito ao direito de cidadão e de profissional da área de comunicação que procuro exercer da melhor maneira possível, sem, no entanto, querer afirmar que estou sempre certo ou que uma vez ou outra não cometa equívocos pelos quais, estando convicto deles, nunca tenha os corrigido e me retratado.

Quando afirmo que discordo do continuísmo estabelecido na presidência da câmara nas últimas legislaturas, não exprimo nenhum sentimento contra a pessoa física de nenhum vereador, mas apenas emito aquilo o que penso com base na história recente da instituição, marcada pelo comodismo, pela inércia, pela falta de transparência, pelo fisiologismo e pelos conchavos políticos que fizeram daquela casa um palco de um conhecido teatro.

Há alguns dias, o presidente da câmara, Ronaldo Cosmo Ferraz, insinuou no Facebook que sinto inveja dele pelo fato de haver se elegido e reelegido várias vezes. E fez um desafio para que eu me candidate a vereador “para ver se a população me aceita como representante”. Ora, por que razão o vereador deixa de lado a compostura e a educação para me atacar dessa maneira baixa e inadequada para um “representante do povo”, como adora se intitular?

Como não tenho sangue de barata, retruquei dizendo que inveja não sinto do vereador e que não reconheço essa “representatividade” em quem se elege com uma votação que representa não mais que 3% do votos válidos da última eleição. É óbvio que se o candidato foi eleito vereador, ele é um legítimo representante da população, mas o termo “REPRESENTANTE” soa na boca de alguns vereadores como se tivessem obtido os votos da maioria do eleitorado.

A eleição de um vereador é fruto de um sistema eleitoral que divide vagas entre vários partidos ou coligações. Em municípios pequenos como Xapuri, os mandachuvas ou caciques desses grupos sempre se elegerão, independentemente de serem bons ou não, basta que se candidatem. E se elegem com os votos de grupos de pessoas que com têm afinidade, seja por relação de parentesco, amizade e, principalmente, assistencialismo.

Vejam que no recorte de imagem acima, retirada do Facebook, que a filha do presidente da câmara de Xapuri, Raissa Ferraz, coloca palavras em minha boca ao perguntar: “Raimari Cardoso, você votaria em alguém que não prestasse só porque ele é seu parente?” Teria dito eu que alguém não presta no jogo do bicho? Garanto que não afirmei que José presta ou que João na vale nada, pois esse aí já um campo que não me interessa.

No recorte abaixo, alguns comentários gerados pela postagem da pupila do vereador, são totalmente desprovidos de razão, verdadeiras pérolas da ignorância e da estultice que terminam por ser mais um motivo de termos tantos políticos ruins. Uma afirmou que opinar sobre assuntos de interesse público não passa de “futilidade que não leva a lugar nenhum”; outro disse que a “unanimidade burra é melhor que uma pessoa correta estribuchando (sic) sozinho”.

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De minha parte, não fica nenhuma mágoa ou aborrecimento pelos comentários, longe disso. Apenas sonho com o dia em que essas manifestações se sigam ao estudo e à análise correta dos fatos, observados da maneira nua e crua como eles são. A defesa cega, que foge a este cuidado e a esta sequência, não passa de chorumela de quem não acredita em seus próprios argumentos.

Criticar, cobrar, contestar e se contrapor às pessoas públicas somente será uma atitude fútil quando desistirmos dos nossos direitos mais sagrados, alguns dos quais somente agora estamos conquistando depois de muita luta e sofrimento dos que vieram antes de nós. Aí nesse dia nossa própria vida será uma futilidade e seremos apenas gado confinado em grande curral.

Também considero que seja mil vezes melhor uma pessoa estrebuche sozinha, estando senhora de suas convicções, que - covardemente ou por interesses escusos - se deixe seduzir pela opinião acéfala de qualquer mentecapto. A unanimidade não é apenas burra, ela é a mais pura manifestação do servilismo bovino e da falta de dignidade humana.

Um comentário:

Maxsuel Xapuri disse...

Lamentável ver uma simples contestação sobre o continuísmo ganhar tamanha proporção. É muita falta de discernimento e muita confusão sobre o que é público e o que é privado; o que é pessoal e o que é profissional...
Senhor, abre tuas portas e manda sabedoria!