quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

O Ano da Serpente

Roni de Oliveira Franco*

O novo ano começou com o mundo ainda mergulhado na crise mundial desencadeada em 2008, uma das mais longas e graves da história do capitalismo. Não é sem razão que, em sua mais recente estimativa de crescimento da economia global em 2013, o Banco Mundial tenha revisto de 3% para 2,4% a perspectiva de evolução do PIB terrestre. Muito pouco se considerarmos que em 2012 o índice foi de 2,3%. O Brasil, apesar da baixa expansão econômica que teve no ano passado, vem se saindo bem no contexto da crise, menos sentida por aqui, desde a ousada definição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de que o tsunami econômico seria uma marolinha para os brasileiros.

Os organismos internacionais — embora, como o Banco Mundial, alertem para a necessidade das reformas e políticas estruturais (no nosso caso, a tributária, previdenciária e trabalhista) — reconhecem o bom desempenho brasileiro num mundo em crise. Por isso mesmo, a instituição projeta crescimento para o nosso país de 3,4% em 2013, 4,1% em 2014 e 4% em 2015. Que se confirmem as previsões!

De todo modo, não podemos esquecer que, numa economia globalizada, todas as nações estão suscetíveis à situação de dificuldades apontada pelo Banco Mundial. A contínua incerteza sobre a política fiscal dos Estados Unidos, as dificuldades sérias enfrentadas pelos países da Zona do Euro e a redução do crescimento da China, cujas importações têm peso significativo na economia das nações exportadoras, são indicadores de que a recuperação internacional é lenta.

Este ano, os norte-americanos deverão crescer apenas 1,9%. Os chineses, por sua vez, 8,4%, o que não é tão expressivo para um país que vinha mantendo média anual superior a 10% até 2011, que caiu para 7,8% em 2012 e que precisa criar empregos, alimentar, vestir, dar assistência médica e moradia para quase um quarto da população do Planeta, considerando sua população de aproximadamente 1,5 bilhão de pessoas.

Ante tais cenários, o próprio Brasil vive algumas incertezas e contradições: estamos praticamente com pleno emprego, mas crescemos apenas 1% em 2012; o governo oscila entre privilegiar a expansão da economia e adotar postura mais rígida contra o risco inflacionário, mantendo-se em dúvida quanto aos rumos da taxa de juros; continuamos com altos impostos, mas assistindo à concessão de reduções tributárias e desonerações para segmentos específicos, o que pode causar certo desequilíbrio na economia.

Em meio a tudo isso, devemos apostar no crescimento, mas com a consciência alerta para os cenários e riscos. Por isso, as empresas precisam ser ainda mais criteriosas e analisar a gestão, custos, mercados e concorrência. Nesse sentido, é sempre pertinente contar com o concurso de uma boa consultoria e, mesmo não acreditando em astrologia, seguir alguns bons conselhos contidos no milenar horóscopo chinês: 2013 será regido pela Serpente, considerada enigmática. Sob sua influência, o novo ano será propício para se buscar o equilíbrio entre a razão e a emoção, além de ser uma fase favorável para cultivar a reflexão e a observação cuidadosa.

Também será preciso ter metas definidas e agir com praticidade, mas de maneira planejada. Se as pessoas mantiverem o foco em seus objetivos e traçarem estratégias de ação, será mais fácil lidar com os imprevistos e surpresas de última hora que poderão surgir nessa fase. Sábios conselhos, mesmo para os mais céticos quanto à clarividência dos astros...

*Roni de Oliveira Franco é administrador de empresas, sócio da Trevisan Gestão & Consultoria e da Efycaz Trevisan.

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