quarta-feira, 4 de março de 2015

É HORA DE PENSAR NO FUTURO

RAIMARI_CARDOSO

Carlos Estevão Ferreira Castelo

O município de Xapuri viveu nos últimos dias de fevereiro de 2015 a maior “alagação” de sua história. Nunca antes, pelo menos que eu tenha visto nesses meus quarenta e tantos anos, as águas tinham “adentrado” a Igreja Matriz de São Sebastião. Durante o pico da cheia, e na vazante também, estive na cidade colaborando no que foi possível com familiares, vizinhos e amigos.

Nos dias que permaneci em minha cidade natal presenciei choros, raivas, fofocas, roubos, cobras, “selfies”, aranhas, lama, destruição, falta de água e luz, perdas de bens materiais e solidariedade. Muita solidariedade mesmo. Inclusive, nesse ponto eu e minha família seremos eternamente gratos a todos aqueles que nos ajudaram (fomos “duplamente atingidos” pela cheia - residência e casa comercial).

Agora que as águas baixaram é hora de pensar no futuro. Pensar no que fazer.

Concordo com o Professor Sérgio Souza que o momento é propício para reflexões, principalmente sobre as causas dos alagamentos. Entretanto, nesse rápido post, não problematizarei sobre o que pode ter provocado a “cheia histórica”. Até tenho algumas argumentações, mesmo sem ter especialização alguma na área, mas isso pode ser debatido em posterior momento. A proposta aqui é apresentar uma ideia sobre o que poderia ser feito “daqui para frente”.

Penso que é preciso ter clareza sobre a complexidade de calcularmos os totais prejuízos da população (prejuízos de todas as ordens). Entretanto, mesmo assim, precisamos estimar e prever as demandas que virão. Não sou engenheiro, mas não é tão difícil concluir que a recuperação total de bairros atingidos, das ruas, dos sistemas de drenagem, das plantações, etc. demorarão certo tempo. Eu estimo dois a três anos.

Portanto, um pacto social será necessário no processo de reconstrução de Xapuri. Essa é a proposta. Penso que políticos, empresários, trabalhadores, religiosos, etc., deverão se unir. Se não for assim, dificilmente as iniciativas que precisarão ser tomadas acontecerão.

E uma das tarefas resultado desse pacto é a elaboração de um “plano de reconstrução”. Um plano demostrando, com evidências, todas as intervenções necessárias no município. De prevenção, de contenção, de reconstrução (esgotos, transporte, saneamento, etc.). Um documento técnico, com farta documentação (fotos, depoimentos, estatísticas, etc.), a ser entregue nos Ministérios em Brasília. Que obras são importantes? Que ministério é responsável? Como as famílias que ocupam atualmente áreas de risco serão convencidas a sair? Há muito que fazer.

Esse plano será importante, também, para convencer que Xapuri precisa de um tratamento diferenciado. Não só Xapuri, mas Brasileia, Rio Branco, enfim. Brasília precisa tratar diferente quem mora nesse Estado. Por exemplo: porque não as instituições financeiras, que tanto lucram nesse país, reduzirem seus ganhos nesse momento disponibilizando dinheiro mais barato para os atingidos (empresas e trabalhadores)?

Estou disposto a colaborar, sempre.

Carlos Estevão Ferreira Castelo é xapuriense. Filho do Estevão e de dona Aurélia. Saiba um pouco mais sobre ele clicando aqui.

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