domingo, 12 de abril de 2015

BATER DE ASAS

CLÁUDIO MOTTA PORFIRO*

De repente, o estágio inicial do conhecimento
Da busca da melhor escola é chegado o momento.
O futuro exige siso, sonhos, planos e atitude
Assim é a parca vida e que Deus te ajude
Afinal, é só a esperança que nos faz sonhar.

Todos os esforços são feitos por anos a fio
A atenção integral na busca do bom perfil
Afinal são os filhos o nosso maior fruto
Neles a confiança é o grande reduto
Já não mais é tempo próprio de esperar.

Enfim, os ícaros oriundos das nossas entranhas
Buscam no horizonte azul forças estranhas
E batem asas lépidos, fagueiros, confiantes,
Rumando para o devir que sonhamos antes
É este um tempo de muito e muito voar.

Então o sol é bem forte e lhes derrete a cera
Até do que prevíamos pouco ou nada se perdera
Agora eles voam muito alto, quase inatingíveis
Os donos dos nossos sonhos quase impossíveis
Chegaram, enfim, onde não conseguimos chegar.

Voam muito eles agora de par em par com o vento
Nos pais deixam dias sombrios tempo cinzento
A saudade se faz crua atroz e agora é tormento
O amor vive dias, meses, anos e a todo momento
A vaga certeza de que um dia ele voltará.

*Autor de Janelas do tempo, livro de crônicas, de 2008; e O inverno dos anjos do sol poente, romance, de 2014, à venda na Livraria Nobel do Via Verde Shopping.

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