quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

BOMBEIROS REMOVEM MANGUEIRA NO CENTRO DE XAPURI

O caso da mangueira envenenada e desgalhada no centro de Xapuri teve um desfecho nesta quarta-feira, 24. Por determinação do juiz Luiz Gustavo Alcalde Pinto a árvore foi removida pelo Corpo de Bombeiros em um trabalho que durou cerca de três horas para ser concluído. O magistrado considerou que além de não poder mais ser revitalizado, o exemplar da espécie mangífera indica corria o risco de cair a qualquer momento podendo causar um acidente.

O fato ganhou repercussão na cidade a partir de março do ano passado quando o vegetal passou a ser atacado na calada da noite. Primeiramente, a mangueira foi atingida com a introdução de veneno em seu caule por meio de perfurações feitas por um instrumento popularmente conhecido como "trado", uma espécie de broca grossa utilizada para vários fins. Em seguida, a mangueira passou a ser alvo de cortes exagerados de seus galhos que a reduziram a apenas o tronco. Em razão disso, a mangueira começou a definhar.

O  caso gerou protestos da população via redes sociais e estudantes chegaram a realizar uma manifestação no local contra o ataque à mangueira que é tida como centenária, mesmo que não haja qualquer comprovação de sua idade, e que também é considerada informalmente como um patrimônio da cidade. 

A agressão à mangueira gerou também o registro de uma queixa crime na polícia por prática de crime ambiental, o que levou o Ministério Público a instaurar um procedimento que chegou aos nomes do empresário Francisco Marcos Leite e de mais duas pessoas, Genival Ferreira da Conceição e Richardson Matheus de Lima, como supostos responsáveis pela prática, sendo o trio apontado como autores de crimes contra o meio ambiente e o patrimônio genético.

Por se tratar de crimes de menor potencial ofensivo e os envolvidos no caso não possuírem maus antecedentes foi celebrada entre o Ministério Público e os acusados a chamada Transação Penal, instituto por meio do qual uma possível pena de restrição de liberdade é convertida em uma pena de multa ou prestação de um serviço à comunidade. 

No episódio em questão, ao empresário Francisco Marcos Leite foi aplicada a pena de pagamento de multa no valor de quatro salários mínimos e ainda, por conta da impossibilidade de se recuperar a mangueira morta, a comprovação do plantio de 10 árvores na zona urbana do município. Os outros dois acusados, Genival Ferreira da Conceição e Richardson Matheus de Lima, pagarão cada um o valor correspondente a um salário mínimo vigente.

O secretário municipal de Meio Ambiente e Turismo de Xapuri, Idalino Pedrosa Júnior, considerou a punição branda, mas, ao mesmo tempo, avaliou que a decisão da justiça não deixou de ser uma vitória da população. Segundo ele, várias árvores foram envenenadas e mortas em Xapuri nos últimos anos e que esta é a primeira vez que alguém responde e recebe uma reprimenda pela ato. 

"A Secretaria de Meio Ambiente está ciente de que cumpriu com o seu papel de defender o patrimônio ambiental do município e acredita que com essa decisão da justiça atos semelhantes a esse deixaram de ser cometidos", afirmou.

O blog tentou falar com o empresário Francisco Marcos Leite e com os outros dois envolvidos, Genival Ferreira da Conceição e Richardson Matheus de Lima, mas nenhum deles foi encontrado. Por meio do gerente de sua loja, o empresário comunicou que não tem o interesse de se manifestar com relação ao caso e que se limitará a cumprir com o que foi determinado pela justiça. 

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